O início da prescrição de Cannabis medicinal aconteceu como uma consequência natural na profissão do médico psiquiatra Alexandre Peixoto.
“Comecei a fazer Medicina com a vontade de cuidar das pessoas, mas acredito que esse seja um sentimento que perpassa todo mundo. A Medicina me veio como um chamado e não me vejo fazendo outra coisa. A especialização como psiquiatra veio no mesmo contexto, pois foi onde me encontrei mais.”
Sendo assim, buscou se inteirar de todas as alternativas de tratamento farmacológico disponíveis e não tardou em chegar à Cannabis.
“Já tinha lido algumas coisas, principalmente, referente à epilepsia refratária. Achei interessante a proposta de um curso que ensinasse a gente a fazer a aplicação desse recurso e decidi fazer.”
O médico psiquiatra e a Cannabis
Há cerca de um ano, Peixoto é prescritor de Cannabis medicinal. “A gente percebe o quanto é rica a Medicina canabinoide e acaba querendo estudar cada vez mais. É uma experiência de muito aprendizado, porque a gente vai descobrindo os seus recursos.”
“Tem um paciente meu que trata de ansiedade, mas ele também é diabético e o óleo ajuda ele a controlar os níveis glicêmicos. É uma Medicina muito rica, no sentido de que tem muitas aplicações. Isso me deslumbra. É um campo muito vasto, que a gente está explorando ainda.”
No entanto, já é possível fazer algumas afirmações sobre o uso da Cannabis medicinal na Psiquiatria. “Eu vejo pouca gente que não aderiu ao tratamento, então, podemos dizer que ele funciona. Isso a gente não tem dúvida.”
Para o psiquiatra, o principal diferencial da Cannabis é em relação aos efeitos colaterais. “Muitos alopáticos vão trazer benefícios para ansiedade e depressão, por exemplo, mas, para determinadas pessoas, os efeitos colaterais vão ser muito indesejados ou proibitivos à continuidade do tratamento.”
Revolução do psiquiatra
“A Medicina canabinoide vai propiciar um perfil de efeitos colaterais mais apropriado. Geralmente, o paciente chega com um histórico de falhas e, com a Cannabis medicinal, é sempre uma história de sucesso. Não tenho paciente que chegou para mim e disse que o tratamento não funcionou.”
Por esses motivos, o psiquiatra acredita que a Cannabis representa uma revolução dentro da Psiquiatria. “Quando descobriram os antidepressivos recaptadores de serotonina, como a fluoxetina, eles se tornaram uma febre na prescrição, porque utilizavam uma via diferente dos antidepressivos da época.”
“Acredito que a Cannabis medicinal representa o mesmo tipo de revolução. Os receptores canabinoides eram pouco explorados, mas esse é um sistema muito rico no nosso corpo. Está em quase todo lugar, principalmente no sistema nervoso, e remédio nenhum o usava.”
“A Cannabis entra como mais um aparato. Não adianta a gente somar dois remédios que atuam sobre o mesmo receptor. Se a gente tratar a patologia de duas formas diferentes, ela vai ser melhor tratada.”
Fins medicinais
“Tudo que é novo é sempre muito amedrontador para as pessoas que não se propõem a arriscar e sair fora do lugar comum. Existiu muito tempo na história do proibicionismo um marketing contra a Cannabis. A gente ainda está refém dessas ideias. Fizeram um marketing muito grande, principalmente contra o uso hedônico, adulto, que precisa ser diferenciado do que estamos falando aqui, que é o uso medicinal.”.
Agende sua consulta
Pela plataforma de agendamento do portal Cannabis & Saúde, você acessa o contato de mais de 250 médicos e dentistas prescritores de Cannabis.