Do nada, a insônia. De fato, uma rotina saudável, com direito a prática regular de ioga, não impediu que, aos 40 anos, a veterinária e professora, Adriana Jardim de Almeida, começasse a ter dificuldades para dormir.
“Eu sempre dormi bem. Realmente, nunca tive nenhum tipo de hábito que pudesse me levar a esse quadro. Por isso, eu achava que era alguma coisa fisiológica, um problema hormonal, menopausa antes da hora, ou tireoide. Sou veterinária e a gente adora se diagnosticar.”
Só que os exames não confirmaram sua desconfiança. Em outras palavras, não havia nada de anormal com seu organismo, a não ser a crescente dificuldade de dormir. Por consequência, ela foi diagnosticada com transtorno de ansiedade generalizada.
Os tratamentos convencionais para insônia
Já que o problema era dormir, a solução do psiquiatra foi a prescrição do zolpidem, um medicamento da classe dos hipnóticos, que induz ao sono. “Não me adaptei. Eu dormia, mas não descansava. Acordava muito cansada.”
Assim, Adriana relatou sua experiência ao médico, que recomendou a continuidade do tratamento. “Insiste, que você vai se acostumar. Insisti e tive uma alucinação horrorosa. Senti alguém me sufocando na cama e acordei em pânico.”
Decidiu mudar de médico e recebeu a indicação de outro medicamento: a Quetiapina, um antipsicótico usado para transtorno bipolar e esquizofrenia. Almeida, enfim, dormiu.
“Só que eu comecei a ficar com a imunidade baixa. Minha contagem de leucócitos baixou consideravelmente e comecei a ficar com a garganta inflamada. Toda hora me batia problema de inflamação.”
“Apesar de essa substância ser maravilhosa para dormir, eu me acostumava e tinha que aumentar a dose. Com a queda da imunidade, decidi optar por outro tratamento.”
Com um novo neurologista, deu início ao tratamento com antidepressivos. “Eu não tinha depressão, mas eu usava pelo efeito colateral do antidepressivo, de causar sonolência, para poder dormir.”
“A neurologista passou uma medicação chamada trazodona , que era para eu conseguir dormir. Eu não conseguia passar a noite, acordava umas 2 horas da manhã. Ela passou uma outra, chamada doxepina, e, nessa combinação, eu dormia umas cinco horas.”
Como um zumbi
Era só quantidade. “Minha qualidade de vida era péssima. Minha produtividade, péssima. Sou professora, ia dar aula e depois eu via que tava falando coisa errada. Muito, muito cansada.”
“Atrapalhou minha vida toda. Eu não tinha ânimo para fazer nada. Viajar, passear, trabalhar, nada. Eu vivia cansada, como um zumbi.”
“Na época em que não dormia, era aquela angústia. Eu entrava em pânico, porque começava a anoitecer, e eu falava: caraca, não vou conseguir dormir de novo. Vou passar a noite acordada. Eu ficava muito transtornada com aquilo.”
“Quando passava a madrugada, os passarinhos começavam a cantar e amanhecia, era um sentimento de frustração muito grande. Eram dois desesperos, ao anoitecer e ao amanhecer, pois eu não dormi.”
Esperança e frustração
A alternativa para seu caso surgiu, quando buscava tratamento para seus pacientes veterinários. “Fui fazer um curso de Cannabis para animais e vi muitos efeitos positivos em epilepsia e ansiedade, em várias espécies, inclusive papagaio, que a gente não constuma tratar.”
“Conversei com o veterinário que deu o curso e ele falou que tinham resultados promissores para insônia e que eu realmente deveria procurar.”
Assim sendo, recebeu a indicação de um médico prescritor e logo deu início ao tratamento. “Eu tava fazendo tudo direitinho, aumentando as gotinhas, só que eu cheguei num momento que eu tava com muitas gotas e ele me passou para um óleo mais concentrado.”
“Meu óleo acabou, esse concentrado (importado) demorou para chegar, e fiquei uns 15 dias sem usar. Quando chegou, o médico não avisou que eu tinha que começar com a dose baixa tudo de novo. Eu usei o concentrado, era mais forte do que eu estava acostumada, e passei muito mal.”
“Tive uma bad horrorosa. Desmaiei e acordei no chão. Estava sozinha em casa e poderia ter me machucado. Foi muito perigoso e fiquei traumatizada. Fiquei quase um ano sem querer saber de Cannabis.”
Uma saída para a insônia
Pela insistência de uma amiga, e sem algo que ajudasse em sua condição, decidiu que faria uma nova tentativa. Por meio de uma associação de pacientes de Cannabis medicinal, a APEPI, marcou uma consulta com o especialista em medicina de família Rodrigo Pacheco.
“Ele começou a me tratar bem devagarinho, fui aumentando as gotinhas, e comecei a dormir melhor. Comecei a descansar. Por mais que eu não tenha 8 horas de sono como antigamente, tenho cinco ou seis horas, mas de qualidade, que é o importante.”
Logo deu início ao desmame dos antidepressivos. Por fim, eliminou a doxepina e mantém uma dose bem baixa da trazodona. “Uma coisa é você tomar cinco remédios e dormir e outra é tomar esses remédios e não dormir. É o que acontecia comigo. Tomava um monte de medicamento e não descansava.”
“Com esse tratamento da Cannabis, eu sinto que por mais que eu durma pouco tempo, eu descanso.”
Benefício colateral?
Quando ainda lutava contra a insônia, Adriana desenvolveu uma condição no olho chamada degeneração de vítreo. “Estava com 44 anos e o médico disse que eu era muito jovem para ter isso. Pode ser por causa da insônia, mas é uma degeneração que não tem cura. Pode evitar piorar, mas não vai melhorar.”
“Só que melhorou. Ele não sabe, mas acha que é por causa da Cannabis. O doutor Rodrigo diz que não tem nenhum trabalho que descreve a melhora do quadro de degeneração do vítreo. O oftalmologista disse que parece outro olho. Nem acredito que é o mesmo que eu vejo nos últimos anos.”
Sem insônia ou desespero
Aos 46 anos, ela faz tratamento canabinoide há um ano e meio. “Estou satisfeita porque não tenho mais aquela angústia de chegar de noite e ficar desesperada, porque sei que não vou dormir.”
“Além disso, eu gosto muito dessa liberdade que a gente tem de ajustar a dose da Cannabis conforme o dia. Se está mais estressado, toma um pouquinho mais. Se estou mais tranquila, um pouquinho menos.”
“A Cannabis trouxe qualidade de vida para mim e para minha família. Mais tranquilidade e menos aborrecimento.”
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Se você já tentou todo tipo de tratamento convencional e a insônia persiste, uma alternativa pode ser o tratamento com Cannabis medicinal.
Para isso, o primeiro passo é uma consulta com um prescritor.
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