Ainda há vaga para a 4ª edição do Projeto Cannabis e Caridade no RJ
No dia 27 de janeiro, das 9 horas às 15h, será realizada a 4ª edição do projeto “Cannabis e Caridade”. Desta vez, a ação acontecerá na sede da Associação de Pais e Amigos das Crianças Autistas (APPAA Casa Azul), que fica em Cabo Frio, na Região dos Lagos, no Rio de Janeiro.
Ao todo, três médicos e um cirurgião-dentista farão os atendimentos de forma presencial e online. Serão 40 consultas no local e 10 agendamentos virtuais. De acordo com a coordenadora do projeto, a neurologista Dra. Vanessa Matalobos, ainda restam algumas poucas vagas.
Fazer o bem para quem precisa
“Nosso objetivo é atender pacientes neuroatípicos que hoje não tem condições de pagar nem pela consulta. Também emitimos laudo de diagnóstico, porque uma das grandes dificuldades é conseguir esse documento para que a família receba os benefícios do governo”, explica.
Além dos médicos, que atuam de forma voluntária, o munícipio – como parceiro – cedeu um assistente social para auxiliar no mutirão de atendimento.
Laudo para receber BPC
O objetivo é identificar e orientar aquelas famílias que hoje não recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC) – previsto na Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) – e tem direito.
O BPC é auxílio garantido pelo governo federal, no valor de um salário mínimo por mês, ao idoso de baixa renda com idade igual ou superior a 65 anos ou à pessoa com deficiência em qualquer idade.
Quem tem direito ao BPC?
Tem direito ao BPC os deficientes comprometidos na forma física, mental, intelectual ou sensorial de longo prazo (com pelo menos 2 anos), incapazes de trabalhar ou participar de forma plena e efetiva na sociedade.
Dados do Ministério do Desenvolvimento Social e Assistência Social, Família e Combate à Fome, revelam que mais de 4,7 milhões são beneficiários do BPC atualmente, mas esse número pode não representar a totalidade de quem precisa desse tipo de assistência.
Laudo é pré-requisito para receber assistência social
De acordo com a Dra. Vanessa Matalobos, o laudo médico é pré-requisito para acessar o direito, e muitas famílias, em vulnerabilidade social, não conseguem receber o benefício por falta de orientação e do documento que ateste a deficiência incapacitante.
“Essa é uma realidade muito cruel no nosso país. Não há profissionais capacitados suficientes para fazer diagnósticos de doenças raras e transtornos comportamentais no Sistema Único de Saúde. O rico paga por uma consulta e o pobre que não tem condições”, indaga a neurologista.
Quase 40% dos pacientes não tem laudo
Esse tipo de realidade se reflete nos mutirões de atendimento, alerta a médica. “De 30 a 40% dos pacientes que atendemos nas três primeiras edições não tinham laudo. Se pensarmos em alguns locais do nordeste e norte, muitas crianças nem certidão de nascimento têm”, lamenta Matalobos.
Contabilizando as três primeiras edições, cerca de 150 pacientes foram atendidos gratuitamente. Desse total, 75% crianças, praticamente todas de famílias em situação de vulnerabilidade.
Situação de vulnerabilidade social tem prioridade
“Na triagem inicial pedimos o CPF para checar a situação, onde moram, se já recebem benefício, qual é a renda familiar”.
O projeto Cannabis e Caridade também está aberto para demais colaboradores. “Sem caridade, não há salvação. O projeto está aberto para quem quiser fazer parte. Precisamos de mais médicos, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e advogados. Toda ajuda é bem-vinda”, convoca a Dra. Vanessa.
Como participar?
Para se inscrever no mutirão de atendimento basta enviar uma mensagem no Instagram da Clínica VitaLagos e levar um quilo de alimento não perecível no dia da consulta. “Só quem puder levar. Nós faremos cestas básicas para sortear entre as famílias mais necessitadas”.
Para evitar tumulto, os agendamentos são feitos com hora marcada. Seis pacientes serão atendidos simultaneamente pelas equipes. “Não podemos juntar 40 pacientes neuroatípicos em um espaço limitado para esperar. Nosso atendimento é humanizado e digno”, detalha a médica.
Atendimento humanizado e digno
Por enquanto, a maior parte do público atendido é de crianças autistas. Por isso a ação será na sede da Associação de Pais e Amigos das Crianças Autistas de Cabo Frio.
O uso medicinal da Cannabis em autistas é uma revolução, explica a neurologista. “Eu tenho uma teoria de que o autismo está ligado a deficiência do Sistema Endocanabinoide. Quando fazemos a modulação com os canabinoides da planta, a resposta é sensacional”.
A Cannabis modula o Sistema Endocanabinoide
A Cannabis atua na modulação do sono, apetite, concentração, na hipersensibilidade auditiva e estereotipias (movimentos repetitivos e sincronizados) e ecolalia (repetição de frases e palavras), enumera a médica.
“Na minha visão a deficiência de Anandamida e do 2AG (canabinoides produzidos pelo organismo humano para equilibrar o Sistema Endocanabinoide) está na origem do autismo”.
Outras drogas?
Segundo a médica, drogas como ‘risperidona’ não tratam e só engordam os pequenos, sobrecarregando a função hepática. Já a Cannabis, transforma a qualidade de toda a família.
Para além do autismo, o mutirão também tem atendido pacientes com Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e Transtorno Opositor Desafiador (TOD).
50% dos autistas não verbais voltaram a falar depois da Cannabis
“A criança antes irritada e agressiva, se torna dócil. Dorme bem. Isso impacta em toda a rotina. Dos meus pacientes com autismo, mais de 50% não verbais antes da Cannabis começaram a falar depois do tratamento”, comemora.
E a ideia é continuar promovendo mutirões a cada dois meses nas mais diversas cidades do país para que esse tipo de tratamento chegue cada vez a mais pessoas. “Estamos atrás de quem queira ser consultado de graça de forma digna e humanizada”.
Até agora, o mutirão já passou por Cabo Frio, São Paulo, São Pedro da Aldeia (SP) e agora a cidade fluminense, novamente.
“A Cannabis trata de A a Z, não espere precisar para defender”, conclui a neurologista.
Projeto Cannabis e Caridade: ainda há vagas
Dia: 27 de janeiro
Onde: Associação de Pais e Amigos das Crianças Autistas (APPAA Casa Azul).
Endereço: R. Manoel Jose de Carvalho, 21A – São Cristóvão, Cabo Frio (RJ).
Contatos: (22)30316661 e WhatsApp (22) 974010938
O uso medicinal da Cannabis já é legal no Brasil
O uso medicinal da Cannabis no Brasil já tem regulação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por meio das RDC 660 e RDC 327. No entanto, para isso, é preciso prescrição médica.
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