Em 2023, a importação de produtos com Cannabis caminha para quebrar mais um recorde. Segundo levantamento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o órgão que faz a gestão dos pedidos de produtos importados, só no primeiro semestre desse ano já superamos o número de autorizações para importação do ano anterior.
Nesse sentido, foram mais de 66 mil solicitações até junho desse ano, frente a 65,5 mil solicitações em todo o ano passado. Apesar de termos alguns produtos com Cannabis disponíveis nas farmácias e drogarias, os produtos importados têm ganhado a preferência de muitos pacientes pelo seu custo-benefício.
A importação pela RDC 660
Desde abril de 2022, a importação de produtos com Cannabis segue as regras definidas pela Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) de número 660 , da Anvisa. Assim, entre as condições gerais, destacamos os pontos abaixo:
- Fica permitida a importação, por pessoa física, para uso próprio, mediante prescrição de profissional legalmente habilitado para tratamento de saúde, de produto derivado de Cannabis;
- A importação também pode ser realizada pelo responsável legal do paciente ou por um procurador legalmente constituído;
- A importação do produto poderá ainda ser intermediada por entidade hospitalar, unidade governamental ligada à área da saúde, operadora de plano de saúde, para o atendimento exclusivo e direcionado ao paciente, previamente cadastrado na Anvisa, de acordo com esta Resolução;
- O produto a ser importado deve ser produzido e distribuído por estabelecimentos devidamente regularizados pelas autoridades competentes, em seus países de origem, para as atividades de produção, distribuição ou comercialização.
Pensando em facilitar o processo de importação e torná-lo mais rápido, a Anvisa preparou um lista de quase 500 produtos que chegam diretamente na casa dos pacientes. Em sua maioria, esses itens têm origem na Europa e América do Norte, com algumas exceções, vindas de Uruguai, Paraguai, Colômbia e Israel. Eles chegam na casa do paciente, após a recomendação médica e o cadastro na plataforma da agência. Você pode ver a lista completa acessando o site da Anvisa.
Agora, que sabemos como funciona a importação de produtos com Cannabis, vamos a algumas das razões que explicam a predileção dos brasileiros pelos importados.
Variedade dos produtos importados
Ao mesmo tempo que faz o gerenciamento das importações, a Anvisa também é responsável pelos produtos com Cannabis disponíveis nas farmácias do país. No entanto, até então, os produtos com esse tipo de autorização são óleos para uso oral. No caso dos produtos de cannabis importados, a lista é maior e inclui várias outras possibilidades, como cremes e pomadas para uso tópico, balas de goma, enxaguante bucal e etc. Cada paciente tem a sua particularidade, por isso fica mais fácil atender às necessidades desse indivíduo, quando há um repertório vasto de alternativas.
Tecnologia
Além disso, entre os 500 produtos de fácil importação, muitos deles possuem alta tecnologia envolvida na sua fabricação. Produtos com nanotecnologia, por exemplo, possuem maior biodisponibilidade e exigem doses menores, para alcançar os mesmos resultados.
Os avanços tecnológicos também permitem que fabricantes de outros países consigam extrair e isolar canabinoides que estão em baixa concentração na planta, porém possuem propriedades medicinais relevantes. Um bom exemplo é o CBN, com baixa concentração na planta e também nos produtos em geral, e que contribui para o tratamento de pessoas com distúrbios do sono.
Concentração
Assim como há um maior custo-benefício por causa da grande variedade de produtos de cannabis (e com mais tecnologia atrelada), também destacamos a concentração de canabinoides que os importados oferecem aos pacientes aqui no Brasil. Entre os óleos e tinturas para uso oral e sublingual, encontramos opções com até 6.000 mg de canabinoides na composição. Nos casos de comprimidos e cápsulas, essa concentração pode ser maior, chegando a 10.000 mg por frasco.
O alto teor de canabinoides garante um tratamento mais eficiente e menor possibilidade de eventos adversos.
Custo-benefício: preço dos produtos de Cannabis importados
Em um país subdesenvolvido e na periferia do capitalismo, o preço é uma variável importante para os cidadãos brasileiros, em diversos aspectos, inclusive na escolha de um tratamento para a saúde. Nesse sentido, muitos optam pelos produtos com Cannabis importados, por serem mais baratos.
Em algumas farmácias, o preço dos medicamentos com Cannabis chega a custar 4 dígitos e torna essa opção inviável para muitos pacientes, com poder aquisitivo baixo. Os produtos importados podem ser mais baratos, devido a uma série de fatores, que incluem isenção de impostos, cadeia produtiva mais favorável e disponibilidade.
Outra possibilidade para os pacientes no Brasil é adquirir o medicamento por associações de pacientes. Algumas, inclusive, possuem autorização da Justiça para cultivar e processar a planta em solo nacional. Por outro lado, essa opção tem custos e qualidade diferentes dos medicamentos importados.
Saiba tudo sobre produtos com Cannabis
Se você ainda tem alguma dúvida sobre produtos de Cannabis, nós fizemos uma live para esclarecer esse assunto com a Ana Gabriela Baptista. Além de nossa colunista, ela é pesquisadora, perita e trabalha no desenvolvimentos de produtos com canabinoides.
Veja o bate-papo dela com a Denise Tamer no vídeo abaixo e saiba tudo o que você precisa saber sobre produtos de Cannabis.
Como ter acesso a produtos com Cannabis
Independente da escolha pelos medicamentos com Cannabis importados ou não, a exigência de uma recomendação médica permanece. É fundamental ter o acompanhamento de um profissional da saúde, para ter acesso a tratamentos com Cannabis dentro da legalidade. Portanto, se você deseja iniciar o uso medicinal da planta, é muito fácil.
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