Israel é o país mais avançado nas pesquisas com Cannabis medicinal. Foi no pequeno país do oriente médio que em 1963 um químico chamado Raphael Mechoulam descobriu e isolou o THC na Universidade Hebraica de Jerusalém. No ano seguinte, fez o mesmo com o canabidiol. E foi a partir destas descobertas que se iniciou uma revolução na medicina, com incontáveis estudos comprovando as aplicações terapêuticas da Cannabis em dezenas de condições de saúde, principalmente no controle de epilepsia e dor.
Seis décadas depois da descoberta, o próprio professor Mechoulam segue em atividade científica. Em agosto, ele compartilhou suas últimas descobertas com o Brasil no Medical Cannabis Summit. E não só ele, mas a própria Universidade Hebraica é hoje um pólo de ciência na medicina canabinoide, tornando Israel o país mais desenvolvido do mundo nessa área.
Há cinco anos, em parceria com a CiiTech, empresa de biotecnologia especializada em canabidiol sediada no Reino Unido, a universidade hebraica desenvolve o produto Provacan, que possui diferentes concentrações em óleo, pasta e loção. Sua importação ao Brasil está autorizada pela Anvisa.
“Em 2017, começamos a busca por um parceiro em Israel. Selecionamos a Hebrew University por vários motivos. Primeiro por ser a casa do professor Mechoulan e, subsequentemente, ter a maior quantidade de experts em Cannabis medicinal numa única instituição. A universidade acabou de lançar o Multidisciplinary Center on Cannabinoid Research (Centro Multidisciplinar em Pesquisa Canabinóide), que a CiiTECH foi uma das primeiras empresas a apoiar. Um dos principais objetivos é fomentar colaborações entre os laboratórios participantes e vários outros grupos estabelecidos pelo mundo que estejam conduzindo pesquisas com canabinóides, endocanabinóides e Cannabis medicinal”, disse ao portal Cannabis & Saúde o fundador da CiiTECH, Clifton Flack.
Ele explica que a CiiTECH tem duas linhas de pesquisas com a Hebrew University of Jerusalem, um estudo para identificar o possível efeito inibidor de um derivado do CBD em inflamações do trato respiratório/asma.
“Nós começamos este estudo com o professor Mechoulam e professor Levi-Shaffer para investigar o potencial uso do CBD para tratar asma e outras COPD (grupo de doenças pulmonares que bloqueiam o uso do ar e dificultam a respiração). O interesse era o uso do composto sintético ácido éster metil canabidiólico criado pelo professor Mechoulan. Esse empolgante composto é difícil de isolar e trabalhar nos estudos botânicos, e tem potencial de entregar resultados interessantes”.
O outro estudo analisa o efeito terapêutico do CBD para obesidade induzida pela NAFLD (gordura no fígado não alcoólico).
“Liderado pelo Dr. Yossi Tam, chefe do Obesity and Metabolism no Hadassah Hospital em Jerusalém e CMO da CiiTech, empresa que produz os produtos Provacan, este estudo feito com dois canabinóides isolados revelou os mecanismos genéticos de como o corpo humano absorve e processa gordura. Obesidade e diabetes matam milhões todos os anos com quase nenhum tratamento efetivo. Nós acreditamos que nesse estudo, tivemos uma revelação tecnológica que tem potencial para tratar as doenças que mais matam, a obesidade e o diabetes tipo 2”.
Os óleos de CBD Provacan são produzidos a partir de óleos full spectrum, o que preserva não só os canabinoides, mas também flavonoides e terpenos. Significa que o extrato preserva o efeito entourage, que amplia os benefícios e reduz efeitos indesejáveis.
Todos os insumos usados na produção são livres de herbicidas e pesticidas. O Provacan é o único produto de Cannabis com certificado Kosher no Reino Unido, um dos mais importantes do mundo. Inclusive a empresa disponibiliza testes de laboratórios de terceiros que confirmam os insumos de cada um dos produtos, de forma a garantir tanto a procedência como a qualidade dos produtos.
Eles possuem quatro concentrações: 600 mg, 1200 mg, 2400 mg e o paste (incluir mg). Os preços variam de R$ 196,20 a R$ 729,24. A representante da marca no Brasil é a OnixCann. Hoje, a importação do medicamento leva em torno de 7 a 9 dias úteis.