Autismo, epilepsia refratária e neuralgia do trigêmeo. Estas foram algumas das patologias que o programa Profissão Repórter apresentou junto a relatos de pacientes que fazem uso da Cannabis em seus tratamentos. Os impactos positivos da terapia canabinoide foram exaltados pelos familiares de crianças com autismo, por uma médica psiquiatra e por um médico do Hospital Sírio Libanês. Já a questão dos efeitos colaterais serem praticamente inexpressivos na utilização dos óleos de Cannabis também foi um dos destaques.
Cultivo em casa e produção artesanal do óleo de CBD
O programa começou abordando a produção dos óleos de maneira artesanal, realizado por uma família brasileira devido ao custo da importação do produto. O cultivo é uma alternativa viável aqui no Brasil, mas ainda há muitos entraves até a obtenção de um habeas corpus. Neste sentido, o Projeto Mulheres e Mães Jardineiras foi apresentado como uma ajuda a familiares de pacientes oferecendo cursos, suporte jurídico e médico a mulheres que querem cultivar Cannabis.
Aqui outra questão foi incluída: a importância do controle de qualidade dos óleos, já que estão falando de um medicamento.
Cannabis e autismo
“Concentração de gratidão, amor e esperança”, disse a mãe de um menino autista sobre o óleo de Cannabis durante o programa. Já a avó de outra criança com autismo emocionou ao falar que o neto é “tudo” para ela e explicar como o tratamento com gotas de Cannabis mudou a vida da família.
Sabe-se que o canabidiol age no sistema endocanabinoide, que é quem regula a liberação de todos os neurotransmissores no cérebro. Então tem uma ação mais ampla, além de ter uma ação neurogênica: melhora conexões entre neurônios e estimula novas sinapses. Justamente por isso que o tratamento com Cannabis é tão indicado para crianças com autismo.
Mudanças de percepção da sociedade sobre a Cannabis: o fim do preconceito
“Maconha é uma palavra feia, não tinha o outro lado da Cannabis”, disse outra avó de menino autista que se trata com Cannabis. Neste sentido, o programa também trouxe à tona a mudança de percepção da sociedade brasileira sobre a planta.
Projeto de Búzios
Outro ponto de destaque do Profissão Repórter sobre a Cannabis foi sobre a distribuição de óleos à base da planta na região de Búzios. O projeto garante que mais de 400 crianças e adolescentes com autismo ou epilepsia e que não respondem aos tratamentos convencionais poderão receber o óleo em breve. Atualmente os pacientes podem comprar o medicamento por meio das associações parceiras Abrario e Apepi, sendo doado para famílias que não possuem recursos financeiros para a compra. A Abrario está na expectativa de ter a autorização para cultivar Cannabis.
Importância do assunto ser pauta do Profissão Repórter
Por fim, não é possível deixar de evidenciar a importância da pauta Cannabis avançar progressivamente na imprensa brasileira. Questões como acesso aos óleos, custos, tratamentos e regulamentação devem ser abordados. Pois é apenas com informações sérias sobre os tratamentos com Cannabis que a população poderá deixar para o passado estigmas em relação à planta.