Esta semana foi publicado na revista científica Cannabis and Cannabinoid Research o artigo de opinião Cannabis Is Not Doping, de autoria do docente da Universidade Federal de Santa Catarina , UFSC, Aderbal Aguiar. No material o professor Aguiar questiona os motivos da Agência Mundial Antidoping, a WADA, classificar a Cannabis, todos os fitocanabinóides e sintéticos como doping, exceto o Canabidiol.
Neste sentido, o docente que coordena o Laboratório Biologia do Exercício Físico, local de pesquisa que estuda ações dos canabinoides, como CBD e CBG, revisou os critérios que uma substância deve atender para ser considerada doping. E defendeu que “esta classificação do dopping da Cannabis acaba apenas reforçando os estereótipos negativos que a sociedade tem com a planta”.
Mas o grande gatilho para escrever o artigo de opinião veio após uma pesquisa para encontrar os argumentos da WADA sobre a Cannabis.
“Primeiramente os critérios para ser dopping são: melhorar o desempenho, trazer prejuízos para a saúde do atleta e ferir o espírito do esporte. E a Cannabis não ela não melhora o desempenho. E a questão da saúde do atleta não tem nada na literatura demonstrando isso. São questões superestimadas. A única coisa que atinge o WADA é violar o espírito do esporte. E esse espírito do esporte é uma coisa obscura, uma história de 150 anos. Então fui procurar quais eram os argumentos da Agência Mundial Antidoping e não fiquei satisfeito. Resolvi escrever meus argumentos porque a Cannabis não deve ser considerada dopping”, explicou Aguiar.
Cafeína também já figurou na lista dopping
Você sabia que em um passado recente a cafeína também figurava na lista de dopping? A Agência Mundial Antidoping tem em seu site uma lista de substâncias e procedimentos proibidos. Além disso, apresenta uma série de respostas a perguntas mais comuns sobre o que um atleta pode ou não pode consumir ou fazer para aumentar seu rendimento. Esta lista é atualizada periodicamente.
Em 2003, a Wada incluiu a cafeína como um estimulante banido das competições. Mas foi retirada dessa lista de substâncias restritas em 2004.
Lista da WADA mantém apenas o CBD liberado
Embora as expectativas, e desejo de alguns atletas, fossem atualizações e liberações em relação aos canabinoides em 2023, a lista da WADA mantém apenas o CBD liberado. A lista manteve restrições em relação ao THC. Saiba mais aqui.
“Cannabis não é dopping”
Em sua conclusão do artigo, Aguiar defende que a relação da sociedade moderna com a Cannabis amadureceu. E que seu uso por atletas adultos deveria ser “demonizado”.
“Esta peça de perspectiva recomenda que a WADA remova a Cannabis e fitocanabinóides da lista de substâncias proibidas durante competições para beneficiar atletas e esportes adultos de elite. Esta opinião não se aplica a produtos sintéticos canabinóides”, finalizou.