Saber se problemas neurológicos têm cura, certamente, é a dúvida de muitas pessoas. Essas são condições que impactam áreas importantes do sistema nervoso, incluindo o cérebro, a medula espinhal e os nervos.
Os problemas neurológicos têm o potencial de influenciar nosso comportamento, pensamentos e ações cotidianas. Estão relacionadas à transmissão de comandos do cérebro para diferentes partes do corpo.
Um exemplo notório é o mal de Parkinson, doença caracterizada pela manifestação de tremores, especialmente nos membros.
Outras enfermidades neurológicas abrangem o Alzheimer (associado ao esquecimento e perda de memória), tumores cerebrais, esclerose múltipla e enxaqueca, que afetam diversas faixas etárias.
O tratamento, geralmente conduzido por neurologistas, costuma envolver uma equipe multidisciplinar.
Portanto, psicólogos, psiquiatras e ortopedistas também podem fazer parte do manejo dessas patologias.
Há também a presença do neurocirurgião, que tem conhecimento similar ao de um neurologista, porém com a expertise para realizar procedimentos invasivos, como as cirurgias.
Em todo caso, é importante saber se os problemas neurológicos têm cura e descobrir quais são as abordagens de tratamento associadas.
Portanto, prossiga com a leitura para aprender sobre:
- O que são problemas neurológicos?
- Quais os sinais de problemas neurológicos?
- Quais as doenças neurológicas mais comuns?
- Fatores de risco para o aparecimento de problemas neurológicos
- Como diagnosticar uma doença neurológica?
- Problemas neurológicos têm cura?
- Qual o tratamento para doenças neurológicas?
- Cannabis medicinal auxilia no tratamento de problemas neurológicos?
- É possível prevenir problemas neurológicos?
- Perguntas frequentes sobre diagnóstico de doenças neurológicas
O que são problemas neurológicos?
Os problemas neurológicos constituem um grande desafio para a saúde global. De acordo com as últimas estimativas do Estudo Global de Carga de Doença (GBD), essas condições representam 3% do fardo global de patologias.
Apesar de parecer uma porcentagem relativamente pequena, é importante observar que a demência, epilepsia e AVC estão entre as 50 principais condições que mais causam encurtamento da expectativa de vida e incapacidade.
De modo geral, os problemas neurológicos são aqueles causados por distúrbios ou lesões no sistema nervoso, no cérebro ou na medula.
Tais lesões também podem estar presentes nos nervos, que são responsáveis por transmitir comandos do cérebro às partes do corpo.
Quando isso acontece, ocorrem anormalidades em diversas funções do corpo, como:
Dificuldade de se movimentar
Anormalidades estruturais, bioquímicas ou elétricas no cérebro, medula espinhal ou outros nervos podem resultar em uma série de sintomas.
Entre os mais comuns, está a dificuldade de se movimentar. Doenças neurológicas podem afetar o sistema nervoso, responsável pelo controle dos movimentos.
Danos às áreas do cérebro, medula espinhal ou nervos periféricos interferem na comunicação entre o cérebro e os músculos, podendo resultar em dificuldades motoras.
Isso inclui problemas na coordenação, fraqueza muscular e alterações no equilíbrio, dependendo da natureza e localização da doença neurológica.
Dependendo do tipo de doença neurológica que um paciente tem, os movimentos podem ser mais difíceis de se executar, irregulares (tremores, por exemplo) ou impossíveis em casos mais graves.
Perda de memória
Os problemas neurológicos também afetam a memória devido ao comprometimento das estruturas cerebrais envolvidas no processo de formação, armazenamento e recuperação das memórias.
Distúrbios como Alzheimer, demência vascular e outras condições neurodegenerativas podem danificar áreas importantes do cérebro, como o hipocampo, áreas associadas à memória.
Adicionalmente, a comunicação entre as células nervosas pode ser prejudicada, interferindo na transmissão eficiente de informações e contribuindo para problemas de memória.
Confusão mental
A confusão mental em problemas neurológicos está muitas vezes relacionada ao comprometimento das funções cognitivas do cérebro.
Alterações nas áreas responsáveis pela atenção, raciocínio, processamento de informações e tomada de decisões podem levar a estados de confusão.
Em doenças como demência ou encefalopatia, as conexões neurais responsáveis pela cognição clara são degradadas, resultando em desorientação, lapsos de memória e dificuldade em manter a clareza mental.
Portanto, pessoas que estão em estágios mais avançados das doenças começam a ter problemas para diferenciar a realidade ou lidar com outras pessoas (inclusive familiares).
Dores crônicas
Algumas doenças neurológicas são caracterizadas por trazerem dores crônicas e frequentes aos seus pacientes.
Essas dores podem ser localizadas em uma parte do corpo ou generalizadas, a depender do tipo de lesão nos nervos ou da doença.
Por exemplo, condições como enxaquecas, neuropatias e fibromialgia envolvem disfunções no sistema nervoso, levando a sensibilização central, onde os nervos ficam mais sensíveis à dor.
Paralelamente, o estresse emocional associado a muitas doenças neurológicas pode contribuir para o aumento da percepção da dor.
Perda de autonomia
Pessoas com problemas neurológicos tendem a ter sua autonomia reduzida pelos fatores apontados acima, gerando a dependência de cuidadores por 24h ou apoio integral de um familiar.
Por todos esses fatores, os problemas neurológicos devem ser acompanhados e monitorados por um médico.
O que causa um transtorno neurológico?
As origens dos problemas neurológicos apresentam uma ampla variação, podendo estar associadas à genética, traumas ou até mesmo ao estilo de vida.
Portanto, dependendo de sua causa, alguns problemas neurológicos têm cura, enquanto outros são permanentes.
Algumas das causas mais comuns para o surgimento de transtornos neurológicos incluem:
Lesões físicas
Quando há trauma físico na região da cabeça, as células cerebrais podem ser danificadas ou destruídas, levando a uma cascata de eventos prejudiciais que causam problemas neurológicos.
Hemorragias, inchaço e inflamação resultantes da lesão aumentam a pressão dentro do crânio, comprimindo o cérebro e afetando sua função.
Por outro lado, lesões traumáticas podem desencadear respostas neuroquímicas complexas, levando a desequilíbrios químicos e disfunção neuronal.
A extensão dos danos e a localização da lesão determinam a gravidade dos problemas neurológicos. Uma batida na cabeça, por exemplo, pode causar uma simples enxaqueca ou danos cerebrais graves e incapacidades permanentes.
Genética
Problemas neurológicos neurodegenerativos que não têm cura, como mal de Alzheimer, Parkinson e Esclerose Múltipla, frequentemente têm um fator genético associado.
Certas condições são passadas de geração em geração devido a alterações nos genes responsáveis pela formação e manutenção do sistema nervoso.
Essas mutações podem resultar em desequilíbrios químicos, problemas estruturais ou disfunções metabólicas no cérebro.
Fatores genéticos também aumentam a suscetibilidade a certas condições neurológicas, tornando os indivíduos mais propensos a desenvolvê-las em resposta a outros estímulos ambientais.
Influências ambientais
O ambiente em que alguém reside ou trabalha pode influenciar no desenvolvimento de problemas neurológicos, alguns dos quais não têm cura.
Exposição a toxinas ambientais, como chumbo, mercúrio ou solventes químicos, prejudicam o desenvolvimento cerebral em estágios iniciais, resultando em danos duradouros.
Traumas físicos, como acidentes ou abuso, também são fatores ambientais que possivelmente desencadeiam problemas neurológicos, afetando diretamente o cérebro e o sistema nervoso.
O estresse crônico, má nutrição e infecções durante a gravidez geram efeitos adversos no desenvolvimento cerebral do feto.
A exposição a radiações eletromagnéticas, como aquelas provenientes de dispositivos eletrônicos, é foco de estudo quanto ao seu impacto no desenvolvimento de problemas neurológicos.
Alimentação inadequada
A falta de nutrientes essenciais, como vitaminas, minerais e ácidos graxos, pode comprometer o desenvolvimento e a manutenção do sistema nervoso.
Por exemplo, a deficiência de vitamina B12 e ferro leva à anemia, resultando em comprometimento cognitivo e brain fog.
A falta de ácidos graxos ômega-3, por outro lado, afeta a estrutura das membranas celulares neuronais, prejudicando a transmissão de sinais.
Consequentemente, problemas de memória são relatados em pessoas com dieta pobre em ômega-3.
Uma dieta rica em gorduras saturadas e açúcares refinados também pode contribuir para inflamação crônica, aumentando o risco de problemas neurológicos.
Infecções
Embora menos comum, as infecções também podem desencadear problemas neurológicos.
Algumas infecções, como encefalites virais, invadem diretamente o sistema nervoso central, causando inflamação e danos neuronais.
Outras podem desencadear uma resposta imunológica desregulada, levando a inflamação excessiva no cérebro, conhecida como encefalite autoimune.
Certas infecções bacterianas produzem toxinas que afetam diretamente as células nervosas.
A resposta inflamatória do corpo para combater a infecção pode, por vezes, resultar em efeitos colaterais prejudiciais no sistema nervoso.
Esses processos comprometem a função cerebral, causando problemas neurológicos como convulsões, confusão e até mesmo danos permanentes.
A incidência de problemas neurológicos no Brasil
De acordo com informações da Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que aproximadamente um bilhão de pessoas foram afetadas por algum tipo de problema neurológico na última década.
Na lista de condições, podemos encontrar problemas neurológicos que têm cura, como dores de cabeça aguda, ou distúrbios degenerativos, como mal de Parkinson.
Ao longo dos últimos 30 anos, observou-se um aumento na incidência de problemas neurológicos no Brasil, com a doença de Alzheimer afetando cerca de 1,4 milhões de pessoas.
A OMS também relata que houve um considerável aumento no número absoluto de mortes devido a problemas neurológicos.
Projeções indicam que novos aumentos são esperados globalmente devido ao crescimento e envelhecimento da população.
Esses dados sugerem que os avanços na prevenção e gerenciamento desses distúrbios não estão sendo suficientemente eficazes diante das mudanças demográficas globais. Portanto, medidas urgentes são necessárias para reduzir este fardo.
Problemas neurológicos na infância
Ao contrário do que muitos pensam, não são apenas os adultos ou idosos que podem sofrer com problemas neurológicos.
Estima-se, por exemplo, que 1 a cada 4 crianças pode ter algum tipo de problema neurológico. Entre os problemas neurológicos mais comuns que afetam crianças, encontram-se:
- Transtorno do Espectro Autista;
- Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade;
- Problemas de movimento;
- Cefaleia frequente (enxaqueca);
- Epilepsia.
As crianças podem apresentar problemas neurológicos desde o nascimento, como no caso da hidrocefalia, os quais não têm cura.
Por outro lado, elas também podem desenvolvê-los mais tarde devido a lesões traumáticas ou infecções graves.
Identificar quando buscar cuidados médicos especializados para a criança pode ser desafiador.
No entanto, os especialistas encontrados aqui no portal recomendam uma avaliação o mais cedo possível se houver um declínio nos marcos do desenvolvimento, como a perda de habilidades previamente adquiridas.
Além disso, o diagnóstico precoce é particularmente importante para condições que exigem intervenção cirúrgica urgente, como tumores cerebrais ou hidrocefalia.
Sinais de alerta de distúrbios neurológicos em crianças incluem:
- Tônus muscular anormal ao nascer;
- Convulsões;
- Flexibilidade excessiva;
- Linguagem corporal lenta e/ou habilidades motoras limitadas;
- Diminuição nos marcos de desenvolvimento.
Após o diagnóstico da causa subjacente do atraso no desenvolvimento, a terapia pode ser benéfica.
Para crianças, a terapia da fala, ocupacional e fisioterapia podem maximizar as capacidades e permitir um bom desenvolvimento.
Quais os sinais de problemas neurológicos?
Dado que se trata de um conjunto de problemas, e não uma única doença, os sintomas e sinais podem variar dependendo da natureza específica do distúrbio.
Em determinados casos, os sintomas podem estar mais relacionados a questões emocionais.
Por outro lado, a maioria dos problemas neurológicos são perceptíveis por meio de sintomas físicos, sendo as dificuldades de movimento o sintoma mais prevalente.
Aqui estão alguns sintomas que precisam ser observados:
- Dores de cabeça frequentes;
- Fraqueza muscular;
- Tontura;
- Convulsão;
- Desmaios;
- Espasmos involuntários;
- Dores nas costas;
- Dificuldade em realizar movimentos;
- Perda de sensibilidade (parcial ou total) em partes do corpo ou nos músculos;
- Enrijecimento involuntário da musculatura;
- Redução das habilidades cognitivas (reflexos, memória, comunicação);
- Paralisia de parte do corpo;
- Capacidade reduzida de estar em alerta para as situações cotidianas;
- Depressão;
- Confusão mental;
- Entre outros…
Quais as doenças neurológicas mais comuns?
Cerca de 600 tipos de problemas neurológicos já são conhecidos pela comunidade médica e científica, alguns dos quais não têm cura.
Alguns problemas neurológicos estão presentes desde o nascimento (congênitos) ou são hereditários (genéticos).
Outros, têm um início súbito devido a lesão, doença ou a um câncer do cérebro ou da coluna.
De acordo com a OMS, centenas de milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de pelo um distúrbio neurológico.
Mais de 6 milhões de pessoas morrem a cada ano de acidente vascular cerebral e mais de 80% dessas mortes ocorrem em países de baixa e média renda. Pelo menos 50 milhões de pessoas em todo o mundo têm epilepsia.
Também se estima que 47,5 milhões tenham demência, com 7,7 milhões de novos casos diagnosticados a cada ano. A doença de Alzheimer é a causa mais comum de demência.
Por outro lado, a enxaqueca afeta 10% das pessoas em todo o mundo.
Quais são os problemas neurológicos mais graves?
Os distúrbios neurológicos graves representam uma categoria de condições que demandam atenção urgente devido à sua natureza potencialmente letal, rápida progressão e impacto na qualidade de vida dos pacientes.
A gravidade desses distúrbios pode ser vista em diversos aspectos, justificando a necessidade de intervenção imediata.
A maioria dos distúrbios neurológicos graves exibem uma alta taxa de mortalidade e não têm cura.
Essas condições, que podem variar desde doenças neurodegenerativas até eventos cerebrovasculares agudos, apresentam riscos substanciais à vida dos pacientes.
Além da mortalidade associada, a rápida progressão desses distúrbios justifica a urgência no tratamento.
Muitas vezes, as condições neurodegenerativas ou lesões neurológicas graves podem se desenvolver de maneira acelerada, comprometendo a funcionalidade do sistema nervoso em curtos períodos de tempo.
No entanto, a intervenção rápida pode ajudar a retardar ou interromper essa progressão prejudicial.
Essas condições também são consideradas graves por sua capacidade de causar limitações no desenvolvimento e funcionamento diário dos pacientes.
Problemas neurológicos graves frequentemente resultam em deficiências cognitivas, motoras ou sensoriais, impactando a independência e a autonomia.
Os profissionais de saúde focam em gerenciar os sintomas, retardar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida do paciente.
Veja, então, quais são os distúrbios neurológicos considerados graves:
Mal de Alzheimer
O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa progressiva que afeta o cérebro. Resulta em perda de memória, comprometimento cognitivo e alterações no comportamento.
Essa condição é a forma mais comum de demência, com a maioria dos casos diagnosticados em idosos com mais de 65 anos.
Os pacientes com mal de Alzheimer apresentam, inicialmente, perdas repentinas de memória, que progridem com o tempo.
Conforme a condição avança, as atividades neuronais ficam ainda mais comprometidas.
Esse comprometimento leva a confusões mentais, perda de autonomia e dificuldades para realizar atividades fisiológicas sem apoio.
Esclerose múltipla
A esclerose múltipla (EM) é uma doença autoimune crônica que afeta o sistema nervoso central, composto pelo cérebro e pela medula espinhal.
Nessa condição, o sistema imunológico erroneamente ataca a mielina, uma substância que envolve e protege as fibras nervosas, causando inflamação e danos.
Essa ação desencadeia uma série de sintomas variados e pode resultar em disfunções neurológicas.
A esclerose múltipla pode aparecer em pessoas de qualquer idade e é uma doença incurável. Os sintomas comuns são a perda de coordenação e controle motor, perda de visão, dores crônicas e fadiga.
Esclerose Lateral Amiotrófica
Também conhecida como ELA, esse problema neurológico é raro, mas bastante grave, no qual as células nervosas se rompem, levando a um enfraquecimento dos músculos.
A princípio, incômodos comuns são sentidos. No entanto, por ser neurodegenerativa, ela pode progredir a um nível em que é impossível realizar ações simples como mastigar ou engolir comida e líquidos.
Doença de Parkinson
A doença de Parkinson é outra que costuma acometer principalmente pessoas idosas, embora possa surgir em pacientes mais jovens com 30 anos. É um dos problemas neurológicos que não têm cura.
O Parkinson é uma doença neurodegenerativa crônica que afeta o sistema nervoso central, especialmente as áreas responsáveis pelo controle do movimento.
Essa condição ocorre devido à degeneração progressiva das células nervosas, particularmente na região do cérebro chamada substância negra.
Assim, leva a uma diminuição na produção de dopamina, um neurotransmissor crucial para a coordenação motora.
A perda do controle muscular ocorre de forma progressiva nessa doença, gerando tremores e dificuldades para segurar objetos, podendo levar até à morte.
Distrofia muscular
Essa condição pode aparecer em pessoas de qualquer idade e caracteriza-se por ser um problema que causa fraqueza progressiva, além de perda de massa muscular.
Com o passar do tempo, a doença progride e leva a dificuldades respiratórias, para engolir ou executar qualquer tipo de movimento.
Tratamentos ajudam a retardar a progressão da doença, mas ela é bastante devastadora e grave, afetando fortemente a qualidade de vida.
Este é um dos problemas neurológicos que não tem cura.
Atrofia Muscular Espinhal
A Atrofia Muscular Espinhal (AME) é uma doença genética rara que afeta as células nervosas responsáveis pelo controle dos músculos voluntários.
Essa condição resulta na degeneração progressiva dessas células nervosas na medula espinhal. Assim, leva à atrofia muscular e, consequentemente, à fraqueza muscular.
A AME é causada por uma mutação no gene SMN1 (Survival Motor Neuron 1), que é essencial para a sobrevivência das células nervosas motoras.
A falta de SMN leva à perda progressiva dessas células, afetando a comunicação entre o sistema nervoso e os músculos.
Existem diferentes tipos de AME, classificados em tipos 1, 2, 3 e 4, com o tipo 1 sendo o mais grave.
Os tratamentos para essa doença são bastante caros e normalmente envolvem o uso de medicamentos importados.
A taxa de sobrevivência, sem tratamento adequado, é praticamente nula. No entanto, há casos de sucesso quando o tratamento é feito nos primeiros anos de vida.
E quais são as doenças neurológicas raras?
Existem diversas doenças neurológicas raras, caracterizadas por sua baixa prevalência na população.
Essas condições apresentam desafios diagnósticos devido à sua raridade, com alguns casos não sendo diagnosticados.
O impacto dessas doenças na qualidade de vida dos afetados e de suas famílias é complexo.
Por isso, é preciso compreender melhor essas patologias através de pesquisas e desenvolver abordagens terapêuticas mais eficazes.
Com isso em mente, veja alguns exemplos de doenças neurológicas raras:
Síndrome de Stiff-person
A síndrome de Stiff-person é uma condição neurológica rara caracterizada por rigidez muscular progressiva e espasmos involuntários.
É outro dos problemas neurológicos que não tem cura.
Os sintomas geralmente afetam a parte superior do corpo e resultam em postura rígida semelhante a uma estátua.
Sua causa exata não é totalmente compreendida, mas envolve disfunções no sistema nervoso.
Doença de Moyamoya
Outra condição neurológica rara é a doença de Moyamoya.
A doença de Moyamoya é uma condição médica em que há estreitamento ou bloqueio das artérias principais que fornecem sangue ao cérebro.
Como resposta, o corpo tenta formar novos vasos sanguíneos pequenos e frágeis para compensar essa diminuição.
O termo “Moyamoya” significa “nuvem de fumaça” em japonês, descrevendo a aparência desses vasos sanguíneos em exames de imagem.
Essa condição pode causar sintomas como ataques isquêmicos transitórios (AIT), acidentes vasculares cerebrais (AVCs), dor de cabeça e convulsões.
Ataxia de Friedreich
A ataxia de Friedreich é uma doença genética progressiva que afeta o sistema nervoso central e periférico.
É um dos problemas neurológicos caracterizados pela degeneração gradual dos nervos, principalmente na medula espinhal e no cerebelo, e não tem cura.
A causa da ataxia de Friedreich é uma mutação no gene FXN, que leva a uma deficiência de uma proteína chamada frataxina.
Os sintomas comuns incluem dificuldades de equilíbrio, coordenação motora prejudicada, fraqueza muscular e, frequentemente, problemas cardíacos.
A progressão da doença pode levar a incapacidades significativas ao longo do tempo, mas existem tratamentos e terapias para ajudar a gerenciar os sintomas.
Paralisia supranuclear
A Paralisia Supranuclear Progressiva (PSP) é outra doença neurodegenerativa rara e progressiva que afeta o sistema nervoso central.
Caracteriza-se pela degeneração de células nervosas em áreas específicas do cérebro, particularmente no tronco cerebral.
Esta condição, muitas vezes subdiagnosticada devido à sua raridade e à semelhança de seus sintomas com outras doenças neurológicas.
Os sintomas típicos da PSP incluem dificuldades de equilíbrio, rigidez muscular, alterações na fala e deglutição, além de anormalidades nos movimentos oculares.
O termo “supranuclear” refere-se à origem dos problemas de controle de movimento, que se situam acima dos núcleos motores localizados na base do cérebro.
Infelizmente, a PSP é um dos problemas neurológicos que não têm cura, seu tratamento curativo é desconhecido até o momento.
Fatores de risco para o aparecimento de problemas neurológicos
Existem vários elementos de risco comuns associados ao surgimento de problemas neurológicos. Dentre os quais, destacam-se:
- Fatores genéticos: Anomalias de certos genes podem predispor uma pessoa a problemas neurológicos, incluindo casos de mutações genéticas relacionadas ao ambiente em que vivem.
- Histórico familiar: Além dos fatores genéticos, o histórico familiar é visto como um indicador de risco para doenças neurológicas. Ter um membro da família com um problema neurológico aumenta a probabilidade de ocorrência para outros.
- Uso de drogas: O consumo recreativo de substâncias toxicológicas, especialmente durante a infância e adolescência, representa um fator de risco para problemas neurológicos.
- Outras doenças não relacionadas: Problemas neurológicos são mais prevalentes em pacientes com outras condições de saúde, como pressão alta, colesterol elevado, doenças cardíacas e diabetes.
- Alimentação pobre em nutrientes: Uma dieta inadequada não fornece os nutrientes essenciais para fortalecer estruturas neurais e musculares. Portanto, é preciso que a alimentação contenha as quantidades necessárias de cada nutriente para evitar constituir um fator de risco.
Como diagnosticar uma doença neurológica?
Os diagnósticos de problemas neurológicos costumam envolver uma análise clínica num primeiro momento, corroborada por exames de imagem e escaneamento cerebral.
No primeiro momento, a análise do histórico do paciente é utilizada para formar hipóteses que guiam o exame físico.
Assim, os sinais observados durante o exame podem direcionar a uma investigação mais aprofundada do problema.
Quando há suspeita de uma condição neurológica, como lesão cerebral, tumores, aneurisma, epilepsia ou acidente vascular cerebral, diversos testes neurológicos auxiliam no diagnóstico.
Tais testes são conduzidos por um radiologista ou tecnólogo, e os resultados são posteriormente enviados ao médico.
Vale lembrar que, quanto mais cedo o diagnóstico for dado, melhor é o prognóstico da condição.
Portanto, para identificar uma doença neurológica precocemente, é preciso que o paciente esteja atento às atividades diárias e possíveis desafios apresentados.
Se houver problemas de memória, dores de cabeça frequentes ou dificuldades de movimento frequentes, é aconselhável procurar assistência profissional.
Qual profissional recorrer?
O médico especialista no diagnóstico e tratamento de problemas neurológicos é o neurologista.
Esse profissional tem a experiência necessária para averiguar as causas, os fatores de risco e os sintomas que você está enfrentando.
Caso haja alguma suspeita de que você está enfrentando de fato uma doença neurológica, o neurologista deve proceder com o pedido de exames para realizar essa comprovação.
Qual exame detecta problemas neurológicos?
Os problemas neurológicos são muito vastos e por isso, os exames também variam bastante entre si.
Por exemplo, uma arteriografia (ou angiografia) pode aprimorar a visualização de veias, artérias e outras estruturas.
Este exame revela bloqueios, malformações, aneurismas ou outros problemas que impactam os vasos sanguíneos do cérebro e da coluna.
As tomografias computadorizadas, por outro lado, capturam imagens transversais do cérebro e estruturas circundantes.
A angiografia por tomografia computadorizada (CTA) combina tomografia computadorizada com contraste para gerar imagens de vasos sanguíneos e tecidos.
Eletroencefalogramas (EEGs) também são usados para registrar a atividade elétrica cerebral, sendo parte do diagnóstico para epilepsia e outros distúrbios.
Por fim, a ressonância magnética (RM) utiliza radiofrequências, ímãs poderosos e computação para proporcionar uma visão clara e detalhada dos tecidos moles e órgãos, incluindo o cérebro.
De maneira geral, o mais comum é que se utilize tomografia e ressonância magnética como primeira linha.
Esses exames permitirão ao neurologista verificar quais são as atividades neurológicas existentes e possíveis alterações nesse sentido.
Problemas neurológicos têm cura?
A resposta para esta pergunta é: depende do problema.
Se for o caso de uma dor de cabeça ocasional, por exemplo, eliminar a causa permite a cura da condição.
No entanto, quando falamos de problemas neurológicos degenerativos, como o Alzheimer, eles ainda não têm cura encontrada.
Por outro lado, para a maioria das condições crônicas, há tratamentos que permitem aos pacientes levar uma vida de qualidade, sem maiores limitações.
A maior parte dos tratamentos é medicamentoso, sendo rara a realização de cirurgias.
Qual o tratamento para doenças neurológicas?
Existem vários tratamentos para problemas neurológicos, que podem variar dependendo da condição.
O tratamento de doenças neurológicas geralmente consiste em fornecer medicação para que o paciente consiga:
- Conviver com a doença sem que isso afete o seu dia-a-dia: Os problemas neurológicos podem trazer sintomas e dificuldades no cotidiano do paciente, sendo necessário um manejo eficiente.
- Evitar que a doença progrida: Parte das doenças neurológicas são neurodegenerativas e por isso, evitar sua progressão é muito importante. Ao fazer isso, o paciente terá uma vivência mais tranquila, pois a doença não irá progredir por um bom tempo.
- Manter a sua qualidade de vida e autonomia: Para pacientes de qualquer doença, o ideal é que o tratamento permita a eles uma maior qualidade de vida e autonomia.
Normalmente, o tratamento também consiste na neuroreabilitação, visando restaurar, minimizar ou compensar os déficits funcionais que o paciente pode ter.
As tecnologias e terapias atuais usadas na neuroreabilitação abrangem:
Reabilitação
Envolve ajudar os pacientes a recuperar o máximo da função possível após uma lesão ou doença neurológica.
Pode incluir fisioterapia, terapia ocupacional, terapia da fala e outros tipos de reabilitação.
Dispositivos de assistência
Estes dispositivos ajudam os pacientes com condições neurológicas a lidar com seus sintomas e a viver da forma mais independente possível.
Exemplos incluem cadeiras de rodas, andadores, dispositivos de comunicação e software/hardware de computador adaptativo.
Autocuidado
Abrange tudo aquilo que os pacientes podem fazer de forma independente para gerenciar sua condição e melhorar sua qualidade de vida.
Exemplos incluem exercício, dieta, gerenciamento do estresse e cuidado com a saúde mental.
Medicamentos
Os medicamentos que atuam no sistema nervoso central e no sistema nervoso cerebral também são utilizados nestas condições.
No entanto, a maior parte dos remédios para problemas neurológicos apresenta efeitos colaterais, podendo gerar um nível de insatisfação e abandono do tratamento.
Por isso, alguns tratamentos complementares para problemas neurológicos têm sido estudados nos últimos anos, como o uso de cannabis.
Em alguns casos, é possível mitigar os sintomas com a medicação. No entanto, para outras situações, o tratamento é puramente paliativo.
Cannabis medicinal auxilia no tratamento de problemas neurológicos?
A Cannabis contém aproximadamente 100 a 150 substâncias canabinoides, com THC e CBD sendo as mais prevalentes.
Desde 1960, a estrutura química e o mecanismo de ação dos canabinoides no cérebro têm sido objeto de estudo.
Os canabinoides interagem com receptores específicos no corpo, conhecidos como CB1 e CB2, resultando em efeitos como sinalização na sinapse neuronal. Assim, proporciona efeitos anti-inflamatórios, analgésicos, neuroprotetores e antiepilépticos.
Os receptores CB1 são predominantes no cérebro e no sistema nervoso periférico.
Eles estão concentrados em regiões associadas à ansiedade, cognição, função endócrina, memória, coordenação motora, percepção sensorial da dor e recompensa.
Os receptores CB2, por outro lado, encontrados principalmente em células imunes e hematopoiéticas, são responsáveis, entre outras, pelas ações anti-inflamatórias dos canabinoides.
Com estes mecanismos, os receptores endocanabinoides se tornam potenciais alvos terapêuticos, especialmente para distúrbios neurológicos.
O interesse no uso medicinal da Cannabis ressurgiu nos anos 1970, focando em condições sem tratamentos farmacológicos eficazes.
Inicialmente, foi aprovada para uso no tratamento de glaucoma resistente ao tratamento e efeitos colaterais da quimioterapia.
Na neurologia, o Sativex (THC + CBD) foi aprovado para tratar a espasticidade muscular associada à esclerose múltipla.
Aqui no portal, já falamos sobre o tratamento com Cannabis para alguns problemas neurológicos como:
- Autismo;
- Doença de Parkinson;
- Mal de Alzheimer;
- Esclerose Lateral Amiotrófica;
- Esclerose Múltipla;
- Atrofia Muscular Espinhal;
- Dor neuropática;
- Doença dos corpos de Lewy;
- Enxaqueca;
- Doenças Neurodegenerativas.
Estudos que apontam benefícios da Cannabis para doenças neurológicas
Doenças neurodegenerativas como o mal de Parkinson, Alzheimer e a esclerose lateral amiotrófica têm sido destacadas em estudos sobre os potenciais efeitos benéficos do uso da Cannabis.
Um estudo publicado em 2021, intitulado “Cannabis in Parkinson’s Disease: The Patients’ View,” explorou os relatos dos próprios pacientes para compreender como a Cannabis medicinal é percebida no tratamento do Parkinson.
A análise de 1348 questionários revelou que mais de 40% dos pacientes tiveram uma melhora nos sintomas ao utilizar Cannabis medicinal como tratamento.
20% relataram melhorias na rigidez, dor muscular, tremores, depressão, ansiedade e síndrome das pernas inquietas.
Outro estudo, publicado em 2022, intitulado “Cannabinoid extract in microdoses ameliorates mnemonic and nonmnemonic Alzheimer’s disease symptoms: a case report“, demonstrou que pequenas doses de Cannabis podem tratar o Alzheimer e reverter déficits de memória.
Este estudo de caso acompanhou um paciente de 75 anos que estava apresentando os principais sintomas de déficit de memória, desorientação espacial e temporal e atividade diária limitada durante 22 meses.
Após a intervenção terapêutica com microdoses de um extrato contendo CBD e THC, este paciente teve entre 20% a 30% de melhoria em sua memória.
Ao final do estudo, ele voltou a um estágio normal para a idade dele, como se não tivesse mais a doença naquele momento.
Por fim, outro estudo que vale ser mencionado é o https://www.neurology.org/doi/10.1212/WNL.82.10_supplement.P3.014.
Este estudo acompanhou 102 pacientes com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) que fizeram uso de Cannabis medicinal.
Após o uso, os pacientes reportaram melhorias em diversos sintomas, com 75% a consideraram muito eficaz para o estímulo do apetite e 65% relataram melhoras no sono.
Outros 80% notaram alívio da ansiedade, 70% ao aliviar a depressão e 60% disseram fornecer relaxamento muscular.
Como é feito o tratamento auxiliar por meio da Cannabis medicinal?
No Brasil, o uso de substâncias canabinoides e da Cannabis em si, só é permitido para fins medicinais. Portanto, o tratamento para problemas neurológicos deve ser prescrito por um médico e orientado conforme a prescrição dele, preferencialmente por um neurologista.
O tratamento com Cannabis serve como um complemento à medicação tradicional e visa trazer melhoria para a saúde global do paciente.
Sendo assim, a maior parte dos tratamentos à base de Cannabis é feita por meio do uso de óleos.
No entanto, as dosagens e proporções entre as substâncias canabinoides só podem ser prescritas pelo médico.
Onde buscar ajuda para tratamento à base de Cannabis medicinal?
A importação e venda de produtos à base de Cannabis medicinal são legalizados de acordo com as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Então, para iniciar um tratamento com Cannabis, é necessário ter uma receita médica.
Nessa receita, o médico deverá citar qual é o medicamento a ser comprado, as formas de uso, a dosagem e a duração do tratamento.
No entanto, muitos médicos ainda estão relutantes sobre a prescrição da Cannabis devido às barreiras legais.
Pesquisas apontam que menos de 1% dos médicos brasileiros estão dedicados em compreender melhor os tratamentos canabinoides.
Isso gera maior dificuldade para os pacientes que buscam uma alternativa que melhore sua condição de forma mais segura.
Pensando nisso, o Portal Cannabis & Saúde criou uma plataforma onde é possível encontrar médicos com experiência em tratamentos à base de Cannabis.
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É possível prevenir problemas neurológicos?
Problemas neurológicos não tem uma forma preventiva garantida.
No entanto, manter bons hábitos de saúde como a alimentação adequada e realizar exercícios físicos regularmente pode ajudar nas estratégias de prevenção.
Além disso, realizar consultas com o seu médico e exames de rotina não previne, mas ajudam a realizar o diagnóstico o quanto antes.
Perguntas frequentes sobre diagnóstico de doenças neurológicas
Aprimore seus conhecimentos descobrindo as respostas para as perguntas mais frequentes sobre problemas neurológicos abaixo:
1. O que acontece na primeira consulta com o neurologista?
Na primeira consulta com o neurologista, ocorre uma avaliação abrangente para entender a saúde neurológica do paciente.
O médico realiza uma anamnese detalhada, coletando informações sobre histórico médico, sintomas atuais, medicamentos em uso e eventuais fatores de risco para problemas neurológicos.
Durante o exame físico, o neurologista também observa a função neuromuscular, a coordenação motora, os reflexos e realiza testes específicos para avaliar o sistema nervoso central.
2. Quais os exames que um neurologista pode pedir?
Os exames solicitados por um neurologista variam dependendo dos sintomas e do quadro clínico do paciente.
Exames de imagem, como ressonância magnética (RM) e tomografia computadorizada (TC), são frequentemente requisitados para avaliar estruturas cerebrais.
Testes neurofisiológicos, como eletroencefalograma (EEG) e eletroneuromiografia (ENMG), podem ser utilizados para estudar a atividade elétrica do cérebro e a função dos nervos e músculos.
Exames laboratoriais, como análises de sangue também auxiliam na identificação de condições inflamatórias ou infecciosas que podem ocasionar em problemas neurológicos.
3. O que é um laudo neurológico?
Um laudo neurológico é um documento elaborado pelo neurologista após analisar os resultados dos exames e a evolução do paciente.
Esse relatório detalha os achados clínicos, os resultados dos testes realizados e fornece uma interpretação médica, e inclui informações sobre diagnóstico, prognóstico, tratamento recomendado e medidas preventivas.
Conclusão
Os problemas neurológicos são condições de saúde que podem impactar muito a vida de uma pessoa, e muitas vezes não têm cura.
Mesmo as formas menos graves (como enxaquecas) são capazes de trazer prejuízos à qualidade de vida do indivíduo que a tem, atrapalhando atividades diárias comuns.
Nesse sentido, buscar o diagnóstico e o tratamento correto com o auxílio de um neurologista é a estratégia mais interessante.
Esse profissional trará as melhores condições para que você possa conviver bem com a doença, com o menor prejuízo possível às suas atividades cotidianas.
Um dos tratamentos auxiliares promissores para problemas neurológicos é através do uso da Cannabis medicinal.
Caso queira saber mais sobre o uso da Cannabis, não deixe de consultar um médico experiente em terapia canabinoide, que pode ser encontrado aqui no portal.