Segundo a OMS o suicídio é a quarta maior causa de morte de jovens entre 15 e 29 anos. Um adolescente ou adulto jovem morre por suicídio a cada hora. E para cada morte, há de 15 a 25 vezes mais tentativas. Por isso, é muito importante saber como fazer a prevenção ao suicídio.
O mais triste é que esta perda de vidas é evitável e há várias maneiras de atuar na prevenção ao suicídio. As crises suicidas passam, e existe um tratamento que pode reduzir os pensamentos e comportamentos suicidas.
O comportamento suicida tem total ligação com as demandas psicológicas de uma pessoa, afinal esse desejo de findar a própria vida vem de uma insatisfação consigo mesmo e com a sua existência no mundo.
O suicídio é um fenômeno complexo, multifacetado e de múltiplas determinações, que pode afetar indivíduos de diferentes origens, classes sociais, idades, orientações sexuais e identidades de gênero.
Mas o suicídio pode ser prevenido! Saber reconhecer os sinais de alerta em si mesmo ou em alguém próximo a você pode ser o primeiro e mais importante passo.
Por isso, continue lendo e saiba mais sobre a prevenção ao suicídio, Setembro Amarelo e benefícios do canabidiol em indivíduos com pensamentos suicidas.
Números do suicídio no Brasil e no mundo
De acordo com a última pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde em 2019, foram registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo, sem contar com os episódios subnotificados. A somatória pode chegar a estimativa de 01 milhão de casos.
No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, ou seja, em média 38 pessoas cometem suicídio por dia.
O DataSUS divulgou um dado preocupante sobre o Brasil: nos últimos 20 anos os suicídios subiram de 7 mil para 14 mil, mais de um a cada hora, sem contar os casos que não foram notificados. O número é maior do que mortes por acidentes de moto no mesmo período.
A situação do Brasil vai na contramão de boa parte do mundo, que viram os números de suicídio caírem nas últimas décadas.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o aumento da depressão e ansiedade na pandemia é um dos principais fatores que levaram a esse aumento.
Segundo a entidade, o número de casos de transtornos de ansiedade aumentou 25,6% e os de depressão 27,6% em 2020 no mundo. Solidão, medo da morte, luto e preocupações financeiras são alguns dos principais motivos para a depressão.
Causas relacionadas ao suicídio
Há diversas causas relacionadas ao suicídio, algumas mais simples e outras mais complexas e relacionadas a um conjunto de fatores.
É comum se perguntar por que alguém decide tirar a própria vida e quais fatores contribuíram para que isso acontecesse.
Em resumo, os motivos podem ser confusos e multifatoriais, mas todos eles estão relacionados à dor, sofrimento, arrependimento, luto e até mesmo situações de perda.
A pessoa com esses sentimentos certamente passa ou passou por sérias questões psicológicas que precisavam de atenção e acompanhamento constante e esses cuidados foram, muitas vezes, negligenciados.
Pensando nisso, listamos abaixo algumas causas relacionadas ao suicídio.
Depressão
A depressão é uma das principais causas de suicídio porque os sentimentos de solidão e tristeza são mais intensos.
Além disso, a depressão gera um sentimento de que a vida não tem solução e os pensamentos suicidas aparecem como uma forma de acabar com esse sofrimento.
Vale ressaltar que a depressão é um transtorno psiquiátrico crônico e recorrente que produz alterações no humor caracterizadas por uma tristeza profunda, sem fim, associada a sentimentos de dor, amargura, desencanto, desesperança, baixa autoestima e culpa, assim como a distúrbios do sono e do apetite.
Por isso, é preciso buscar abordar este tema com mais frequência, buscar a inclusão daqueles que sofrem de algum transtorno e compreender os fatores socioculturais e ambientais que levam ao adoecimento da mente.
Por exemplo, nas crianças, a falta de prazer em atividades habituais pode acender o sinal de alerta, enquanto nos adolescentes a automutilação e o isolamento podem indicar traços de depressão.
Problemas de ordem emocional
As saúdes física e emocional são praticamente indissociáveis. Quando há algum adoecimento no corpo, a mente pode ficar comprometida de alguma forma e o mesmo ocorre ao contrário.
O desequilíbrio emocional é caracterizado pelas alterações de humor e facilidade em “sair do eixo” diante de acontecimentos negativos e imprevistos.
As responsabilidades diárias, a sobrecarga profissional, os relacionamentos amorosos, as frustrações e a necessidade de se adequar aos padrões impostos pela sociedade são alguns fatores que podem causar sérios desequilíbrios.
Todos esses fatores podem gerar um mal estar físico e psicológico que pode levar a pessoa a pensar em suicídio.
Vícios
Quando o assunto é vício, normalmente está relacionado ao consumo de álcool, uso de substâncias químicas e ao tabagismo.
No entanto, a lista de dependências é muito mais extensa, incluindo compulsão por compras, apostas, jogos, comida, exercícios físicos, trabalho e Internet.
Alguns vícios são mais devastadores que outros, mas todos acabam interferindo de maneira negativa na saúde mental do indivíduo. Os vícios são considerados doenças que afetam diretamente o sistema nervoso, criando no indivíduo, a dependência.
Quando o vício está instalado na mente da pessoa, pode comprometer fortemente seu comportamento e percepção, trazendo-o para um estado que o faz abandonar seu juízo e agir na intenção de saciar suas vontades.
Além disso, a atuação dessas substâncias no cérebro modifica as funções cerebrais, o estado de consciência e o pensamento, favorecendo as ideias autodestrutivas.
Bullying
O bullying é caracterizado por agressões intencionais e repetitivas que ocorrem de maneira física, verbal e/ou psicológica contra uma pessoa.
Embora seja uma prática mais comum na convivência escolar, a situação pode acontecer em diferentes contextos sociais, como universidades, ambientes de trabalho e, também, no núcleo familiar.
O bullying pode resultar em problemas a longo prazo, como dificuldade em relacionar com pessoas, provocando estresse no trabalho, pouca capacidade para manter um relacionamento amoroso, dificuldade na tomada de decisões, tendência à depressão e baixa autoestima.
Por outro lado, os autores do bullying também precisam de atenção, visto que o mau comportamento apresentado pode ser uma extensão das agressões sofridas em um ambiente familiar tumultuado, sem a presença dos genitores e/ou sem limites.
Se os traumas do bullying não forem tratados, a vítima pode guardar aquele sofrimento em seu subconsciente, que virá a se manifestar diversas vezes em sua vida adulta e levar a pensamentos autodestrutivos.
Abusos e traumas
Abuso sexual é uma grande violência. Um trauma físico, psicológico, social que vai gerar uma ruptura de vida interior, trauma de relacionamento e influenciando toda a vida social e amorosa da vítima.
Ter sido vítima de um abuso sexual ou maus tratos são fatores que favorecem os pensamentos suicidas, porque a pessoa se sente encurralada pelos problemas e não consegue lidar com a dor que sente diariamente.
No momento pós-traumático, não é raro que pessoas vítimas de violência sexual desenvolvam problemas psíquicos, depressão e cometam suicídio. Isso pois, a estima, a dignidade e o próprio sentimento de entender o significado da vida fica comprometido.
Mesmo que a pessoa não tenha tendência genética de apresentar depressão, ela é colocada em uma exposição tão profunda que ela começa a questionar sua própria existência por vergonha, por sensação de ‘despertencimento’, despersonalização, e acaba enveredando por este caminho.
Convívio com problemas de saúde e doenças
Lidar com uma doença incapacitante é sempre uma situação inimaginável, tanto quando afeta a nossa própria saúde, quanto quando acontece com pessoas que amamos.
Os sentimentos que surgem nesses momentos são imprevisíveis, pois não é apenas a tristeza que pode surgir, mas também ansiedade e raiva.
Quando se tem o diagnóstico de alguma doença que seja mais limitante algumas pessoas podem ficar muito angustiadas e pensando apenas no lado negativo. Assim, em alguns casos é possível haver aumento dos pensamentos suicidas.
Como fazer a prevenção ao suicídio?
Diversos fatores podem impedir a prevenção do suicídio, por exemplo, o estigma e o tabu relacionados ao assunto são aspectos importantes.
Durante muito tempo, por razões religiosas, morais e culturais, o suicídio foi considerado um grande “pecado” que tornou o tema um assunto proibido e vítima de muitos julgamentos e repulsa.
Por esta razão, muitas pessoas ainda têm medo e vergonha de falar abertamente sobre esse assunto.
Tal tabu, assim como a dificuldade em buscar ajuda, a falta de conhecimento e de atenção sobre o assunto condicionam barreiras para sua prevenção.
Por isso, é muito importante falar abertamente sobre suicídio e como fortalecer e apoiar os indivíduos que precisam de atenção.
Esteja atento aos sinais
A maioria das pessoas que são suicidas mostram sinais de alerta. Muitas vezes as pessoas próximas a elas não estão cientes do significado desses sinais ou não sabem o que fazer com eles.
Não há uma maneira infalível de saber com certeza que um amigo ou membro da família está pensando em se machucar, mas reconhecendo os sinais de alerta e tomando medidas, você pode ajudar.
Embora o tema do suicídio possa ser desencadeante ou desconfortável para alguns, não poder falar sobre suicídio, pois isso pode aumentar o risco é um mito. Na verdade, perguntar às pessoas se elas pensam em se fazer mal, não causa comportamento suicida, ao contrário, protege.
Ter a conversa pode ser desconfortável, mas também pode salvar uma vida.
Estes sinais de alerta de suicídio exigem atenção IMEDIATA
- Ameaças de se machucar, ou falar sobre querer se machucar;
- Falar ou escrever sobre suicídio ou morte, quando essas ações são fora do comum para a pessoa;
- Obter ou procurar formas de se machucar procurando acesso a meios de suicídio;
- Ceder bens valiosos e outras coisas pessoais.
É importante que seu ente querido saiba que você reconheceu mudanças em seu comportamento, eles não estão sozinhos e você está lá para apoiá-los durante este momento difícil.
Fale abertamente sobre o que eles estão sentindo e garanta que eles não serão julgados porque possuem pensamentos suicidas. Procure imediatamente a ajuda de um profissional de saúde mental. Insista em acompanhar essa pessoa à sua consulta ou tratamento.
Continue demonstrando seu apoio durante o tratamento, lembrando-os de tomar os medicamentos prescritos, acompanhando as consultas médicas e incentivando um estilo de vida mais saudável.
Fortaleça o vínculo afetivo com a pessoa em sofrimento
Os seres humanos são conectados por vínculos afetivos e de confiança. A intimidade emocional – uma proximidade entre duas pessoas que se sentem seguras e protegidas uma com a outra – é uma das formas pelas quais formamos essa confiança.
Não há uma fórmula definida para construir um vínculo efetivo, cada pessoa reage de uma forma e se sente protegida a sua maneira.
Entretanto, a comunicação é o alicerce da construção da confiança. E a comunicação real acontece quando as pessoas realmente se ouvem umas às outras. É ser capaz de ouvir alguém, compreendê-lo, e então ser capaz de agir com base no que foi dito.
Dentro de cada um de nós há uma fortaleza interna que salvaguarda todas as verdades mais profundas, os pedaços de nós mesmos que decidimos precisar proteger.
Ser vulnerável é como abrir uma porta lateral na parede do castelo e deixar outra pessoa entrar. É uma forma de sinalizar que você confia neles, e geralmente ajuda a outra pessoa a sentir que pode confiar em você em troca.
Ajude a buscar ajuda profissional
No passado, as pessoas com condições de saúde mental frequentemente tinham que viver com estigmas nocivos. Infelizmente, dependendo de onde as pessoas vivem e das pessoas ao seu redor, o estigma em torno da doença mental ainda está presente hoje em dia.
A busca por ajuda psicológica tem muitos benefícios imediatos e a longo prazo, entre eles:
- A pessoa não vai mais lutar sozinha
Lidar com uma condição mental pode ser uma experiência incrivelmente isolante. Buscar ajuda garante que ela possa construir uma comunidade de apoio que compreenda o que ela está passando.
- Ela pode construir melhores relacionamentos
O aconselhamento em saúde mental o capacitará a se reconectar com seus entes queridos. Ela será capaz de construir relacionamentos melhores e mais saudáveis através de uma comunicação clara e honesta.
- Reduz o risco para outras questões médicas
A má saúde mental também pode causar outros problemas médicos. Distúrbios do sono, obesidade, problemas digestivos e outras doenças estão todos ligados. Buscar ajuda desde cedo minimizará o risco de desenvolver outras condições de saúde.
- Ele ensina a desenvolver estratégias de sobrevivência
A busca de ajuda profissional dará as ferramentas e estratégias que a pessoa precisa. Ela será capaz de passar por situações desafiadoras com um maior grau de consciência e com menor sofrimento.
- Melhora a qualidade de vida
Adquirir ajuda a fortalecer seus relacionamentos e a encontrar novos amigos. Ela também aprenderá como lidar com os desafios que chegam diariamente, enquanto descobre o que funciona e o que não funciona.
Todas estas coisas podem beneficiar positivamente a vida de alguém com pensamentos suicidas a longo prazo, ao mesmo tempo em que criam uma vida mais saudável e feliz.
Aumento de casos de suicídio em tempos de pandemia
No artigo intitulado Excess suicides in Brazil: inequalities according age groups and regions durinf the Covid-19 pandemic realizado pela Fiocruz foi avaliado o comportamento suicida no Brasil em 2020.
No artigo foram mostrados parte dos efeitos indiretos associados à primeira onda da pandemia de Covid-19 sobre as mortes por suicídio, com aumento significativo nas regiões Norte e Nordeste, socioeconomicamente mais vulneráveis.
Os resultados apontam que, em homens com 60 anos e mais da região Norte, o excesso de suicídios alcançou 26%.
Além disso, nas mulheres de 30 a 59 anos da região Norte, durante dois bimestres consecutivos, também houve o excesso de suicídios. O padrão também foi observado nas mulheres com 60 anos ou mais do Nordeste, com excesso de suicídios de 40%.
Como fazer a prevenção ao suicídio na pandemia?
Há três fatores que podem aumentar o risco de suicídio durante uma epidemia de uma doença infecciosa:
- ansiedade e incerteza;
- isolamento social; e
- questões econômicas.
A pandemia da COVID-19 tem causado medo, ansiedade e angústia na população em geral e, especialmente, entre indivíduos com distúrbios psiquiátricos.
Remover as barreiras de acesso aos cuidados de saúde mental, limitar o acesso aos meios para cometer suicídio, fornecer informações verdadeiras e adequadas sobre o assunto na mídia, bem como reduzir o estigma associado à procura de ajuda psicológica também podem ajudar a reduzir o suicídio.
O que é o Centro de Valorização da Vida – 188?
O CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email e chat 24 horas todos os dias.
Nada substitui a ida ao psicólogo, porém, como diversas pessoas não se sentem à vontade em conversar com alguém, por mais que seja um profissional, o CVV é uma alternativa de ajuda e motivação para essas pessoas.
É possível conversar com os voluntários através das seguintes maneiras:
- Chat: através do site www.cvv.org.br , você pode iniciar uma conversa com um dos voluntários do CVV.
- Ligação: você pode ligar para 188 e entrar em contato com um voluntário.
- Email: aqui, você pode escrever uma mensagem e será também, atendido por um dos voluntários do CVV.
- Endereço: você pode consultar no site a localização mais próxima de você e, pode enviar uma carta, ou conversar pessoalmente, caso se sinta confortável.
Vale lembrar, que o CVV conta com anonimato e sigilo do interessado, dessa forma, o que for conversado entre o indivíduo e os voluntários, não sairá de lá.
O que é o Setembro Amarelo?
Conhecido como o mês mundial de prevenção ao suicídio, setembro é marcado por campanhas e mobilizações que têm como objetivo conscientizar a população a respeito do tema.
Em outras palavras, se trata de uma campanha, que teve início no Brasil em 2015, e que visa conscientizar as pessoas sobre o suicídio, bem como evitar o seu acontecimento.
É nesse mês que no dia 10 se comemora o dia mundial de prevenção do suicídio.
A campanha teve início no Brasil, em 2015, pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).
As primeiras atividades realizadas pelo Setembro Amarelo aconteceram na capital do país, Brasília. Entretanto, já no ano seguinte várias regiões de todo o país aderiram ao movimento e também participaram.
O principal objetivo da campanha Setembro Amarelo é a conscientização sobre a prevenção do suicídio, buscando alertar a população a respeito da realidade da prática no Brasil e no mundo.
Para o Setembro Amarelo, a melhor forma de se evitar um suicídio é através de diálogos e discussões que abordem o problema.
Qual é o dia mundial de prevenção ao suicídio?
O Dia Mundial da Prevenção do Suicídio comemorado anualmente em 10 de setembro, é organizado pela Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio (IASP) e endossado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O evento representa um compromisso global para chamar atenção para prevenção do suicídio. Neste dia, o objetivo principal é informar e alertar a sociedade para essa realidade dolorosa.
O suicídio está associado a vários fatores de risco, dentre eles socioculturais, genéticos, filosófico existenciais e/ou ambientais. Com isso, a existência de um transtorno mental é um importante fator de risco para o suicídio.
Essa campanha visa promover a colaboração entre partes interessadas e a auto capacitação para lidar com a automutilação e o suicídio por meio de ações preventivas.
Como a Cannabis medicinal pode auxiliar na prevenção ao suicídio?
Uma série de estudos mostram o grande potencial que o CBD possui para inibir ou tratar as principais causas que levam a transtornos depressivos, de ansiedade e estresse, podendo, dessa forma, evitar muitos casos de suicídio e salvar milhões de vidas.
Com potencial de estimular e equilibrar todo o nosso sistema endocanabinoide, o CBD pode ser terapêutico em variadas situações – como no restabelecimento de neurotransmissores deficientes, limitados de prazer e causadores de depressão, por exemplo.
Segundo o psiquiatra Dr. Wilson Lessa: “O sistema endocanabinoide é um sistema fisiológico que busca a homeostase, o equilíbrio dos demais sistemas do nosso organismo. Boa parte dos receptores que interagem no sistema endocanabinoide estão no cérebro.”
“Drogas que modulam o sistema endocanabinóide podem modular nossa ansiedade e depressão, como é o caso da Cannabis.”
“Os canabinóides têm um início de ação até um pouco mais rápido para melhora dos sintomas iniciais relacionados à ansiedade, sono e até a questão da perda de apetite.”
A importância de falar cada vez mais sobre o tema é ainda maior, porque atualmente o Brasil já possui opções, como o canabidiol, que podem ser extremamente úteis na luta contra uma série de patologias da saúde mental que podem levar ao suicídio.
A médica Dra Ailane Araújo explicou como a Cannabis age no nosso organismo promovendo a homeostase, que é o equilíbrio do corpo e das funções hormonais.
“A interação da Cannabis com esses receptores em todos os órgãos fazem os ajustes bioquímicos necessários para que a gente tenha as respostas terapêuticas”.
A Cannabis medicinal pode ser um componente fundamental no enfrentamento não só da depressão, mas também no ajuste das funções do corpo que previnem ou tratam uma série de outras condições como a ansiedade, as dores crônicas, o estresse e o estafa, evitando que milhares de pessoas tirem a própria vida.
Eficácia do canabidiol (CBD) no combate à depressão
Remédios à base de Cannabis podem ter efeito mais imediato do que os antidepressivos comuns. E com bem menos efeitos colaterais. Quem diz são os brasileiros Alline Cristina de Campos e Eduardo Junji Fusse.
Em seu estudo, Campos aponta a eficiência do canabidiol (CBD), mas alerta que as pesquisas ainda são iniciais.
Um estudo publicado em 2019, afirma que o “sistema endocanabinoide tem se demonstrado como candidato para a terapêutica de transtorno de ansiedade e depressão, visto que estudos em modelos animais e pacientes humanos demonstram que a modulação desse sistema tem efeito antidepressivo e ansiolítico”.
Em 2010, o estudo intitulado “Uso terapêutico dos canabinoides em psiquiatria”, publicado na Revista Brasileira de Psiquiatria, indica que o canabidiol demonstrou “potencial terapêutico como antipsicótico, ansiolítico, antidepressivo e em diversas outras condições”.
Segundo a publicação, o sistema canabinoide é um alvo promissor para novas intervenções terapêuticas em psiquiatria”. O método da pesquisa partiu de uma busca e revisão profunda da literatura sobre o uso terapêutico dos canabinoides. Principalmente o CBD e o THC.
Uma pesquisa realizada pela USP, em parceria com a University Research Foundation, da Dinamarca, traz resultados bastante animadores para o uso do canabidiol para o tratamento de depressão.
Em testes realizados com camundongos, o CBD se revelou não só mais rápido em sua ação, como seus efeitos se mostraram mais duradouros.
Os pesquisadores verificaram que, sete dias depois, houve aumento na quantidade de proteínas sinápticas localizadas no córtex pré-frontal, tal como acontece em humanos.
Tais resultados só comprovam o que já vem sendo observado desde a década de 60, quando o químico Raphael Mechoulam isolou o canabidiol pela primeira vez, o que viria a ser uma conquista fundamental para a descoberta do sistema endocananoide – este nos anos 80.
Conclusão
A prevenção do suicídio não se limita à rede de saúde, mas deve ir além dela, sendo necessária a existência de medidas em diversos âmbitos na sociedade, que poderão colaborar para a diminuição das taxas de suicídio.
A prevenção deve ser também um movimento que leve em consideração os aspectos biológico, psicológico, político, social e cultural, no qual o indivíduo é considerado como um todo em sua complexidade.
O comportamento suicida é universal, não conhece fronteiras e por isso afeta a todos. Suas experiências são inestimáveis para basear as medidas de prevenção ao suicídio e o fornecimento de suporte para pessoas que precisam de ajuda.
O suicídio e comportamento suicida são mais frequentes em pacientes psiquiátricos. Por isso, caso você esteja enfrentando algum tipo de sofrimento emocional, que inclua ou não ideações suicidas, não guarde seus sentimentos para si, procure ajuda.
No portal Cannabis e Saúde você pode agendar uma consulta com um médico psiquiatra que trará todo o suporte necessário, clique e agende sua consulta!