Pesquisadores do Hospital Sírio Libanês e da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo publicaram artigo no periódico internacional Frontiers em Oncology revelando que a planta pode ajudar diversas condições clínicas em pacientes com a doença.
A principal função do uso da Cannabis no tratamento do paciente oncológico está em ajudar no manejo da dor, no controle de efeitos colaterais da quimioterapia, como náusea e vômitos, e controlar a ansiedade e a depressão.
A pesquisa, porém, está em um contexto que estuda o efeito da Cannabis também em doenças neuro degenerativas, auto-imunes, no câncer, nas epilepsias e epilepsias refratárias, no autismo, nas doenças gastrointestinais, na ansiedade, nos distúrbios do sono, na depressão, na recuperação muscular em atletas, na cicatrização óssea relacionada à fraturas e osteoporose, e dores crônicas.
Trata-se de um estudo de caso em que dois pacientes que foram submetidos à quimiorradiação, seguido por um regime de múltiplas drogas (procarbazina, lomustina e vincristina) associado ao canabidiol (CBD).
Ambos os pacientes apresentaram respostas clínicas e de imagem satisfatórias em avaliações periódicas, com aspectos não comumente observados em pacientes tratados apenas com modalidades convencionais.
Um dos pacientes apresentou um quadro exacerbado de pseudoprogressão precoce (PSD), avaliada por ressonância magnética (RM), que foi resolvido em um curto período. O outro apresentou uma acentuada
remissão de áreas alteradas em comparação com os exames pós-operatórios avaliados por ressonância magnética.
Essa observação pode realçar o efeito potencial do CBD em melhorar as respostas à quimiorradiação que afetam a sobrevida. Os pesquisadores, no entanto, alertam que novas pesquisas com mais pacientes e análises moleculares críticas devem ser realizadas.
Os autores do estudo são Paula B. Dall’Stella, Marcos F. L. Docema, Marcos V. C. Maldaun e Olavo Feher, do Departamento de Neuro Oncologia do Hospital Sírio Libanês e Carmen L. P. Lancellotti, do Departamento de Patologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
Para os cientistas, a relação do câncer na melhora do quadro dos pacientes está relacionada ao sistema endocanabinoide, que possui um papel importante em diversas reações bioquímicas do corpo humano. Ele está intimamente relacionado ao nosso processo de homeostase, ou seja, nosso equilíbrio interno. O sistema endocanabinoide é constituído pelos receptores canabinoides, chamados CB1 e CB2, os seus ligantes endógenos, os endocanabinoides e as proteínas envolvidas na sua síntese e degradação.
É como se esse sistema fosse uma comunicação entre o cérebro e o corpo humano. Está envolvido em vários processos fisiológicos, como a modulação de todos os eixos endócrinos, da dor, a regulação da atividade motora, o controle de processos cognitivos, a modulação da resposta inflamatória e imunológica. Além disso, promove ação anti-proliferativa em células tumorais, controle do sistema cardiovascular, entre outros.
Também desempenha também um papel extremamente importante da modulação do apetite, ingestão alimentar e balanço energético, e em órgãos periféricos como o tecido adiposo, fígado, músculo esquelético e trato gastrointestinal.
Fonte:
http://www.fcmsantacasasp.edu.br/wp-content/uploads/2019/02/CASE-REPORT-CLINICAL-OUTCOME-AND-IMAGE-RESPONSE-OF-TWO-PATIENTS-WITH-SECONDARY-HIGH-GRADE-GLIOMA-TREATED-WITH-CHEMORADIATION-PCV-AND-CANNABIDIOL.pdf
Procurando por um médico prescritor de Cannabis medicinal? Clique aqui temos grandes nomes da medicina canabinoide para indicar para você realizar uma consulta.