Você já ouviu falar no Vale da Cannabis? Inspirada no Vale do Silício, a região do sul da Califórnia (EUA) que reúne startups e empresas de tecnologia, uma área no terreno da UFV (Universidade Federal de Viçosa), em Minas Gerais, tem concentrado experimentos com a planta e atraído interessados no segmento.
Parte disso é reflexo do potencial produtivo do Brasil: de acordo com um estudo da própria UFV em parceria com a startup ADWA e o Grupo Brasileiro de Estudos sobre a Cannabis, 80% das áreas cultiváveis em âmbito nacional são aptas à produção da planta.
O mapa publicado chama-se “Potencial brasileiro para o cultivo da Cannabis sativa para uso medicinal e industrial”. “Uma pequena parte dessas terras bastaria para dar ao país o título de maior produtor e exportador mundial de fibras, sementes e flores”, ponderou Sérgio Barbosa Ferreira Rocha, responsável pelo estudo, à revista “Globo Rural”.
Custo imbatível
Atualmente, a produção de Cannabis no Canadá tem um custo estimado de US$ 4 por grama. Na Colômbia, a mesma quantidade sai a uma média de R$ 0,80. O Brasil, de acordo com o levantamento, poderia fornecer matéria-prima a custo imbatível em nível internacional.
Entre diversos usos, 30 países têm plantio liberado de Cannabis. O cultivo atinge uma área total de 825 mil hectares na soma de Canadá e União Europeia (dados de 2017).
No Brasil, com base na capacidade produtiva e na realidade de mercado, a Cannabis medicinal poderia beneficiar, segundo o estudo, 3,9 milhões de pessoas, gerando um mercado de R$ 4,7 bilhões. O país, no entanto, ainda não tem autorização irrestrita para o plantio.