O NIDA (Instituto Nacional sobre o Abuso de Drogas, na tradução livre) vai financiar a realização de um grande estudo sobre os efeitos da Cannabis no cérebro de pacientes com HIV nos EUA. A pesquisa faz parte do programa SCORCH, do próprio NIDA, que investiga a interação de várias substâncias no sistema nervoso central de pacientes infectados pelo vírus.
Com os avanços na Ciência, os tratamentos, tanto para a infecção do vírus HIV, quanto para a síndrome gerada por ela, a AIDS, evoluíram bastante. Consequentemente, os pacientes vivem mais tempo com a condição. Assim, os cientistas pretendem avaliar como isso afeta o cérebro e se a Cannabis poderia ajudar ou prejudicar a qualidade de vida.
O cérebro do paciente com HIV
Pesquisas apontam que muitos pacientes com HIV/AIDS utilizam a Cannabis para lidar com os sintomas. Nesse sentido, a pesquisa tem o objetivo de verificar se o cérebro dos pacientes que usam Cannabis é diferente dos que não usam. Em nota, o Dr. Lishomwa Ndhlov, imunologista que deve liderar o estudo, destacou que os resultados são imprevisíveis:
“Sabemos que o vírus pode causar alterações no cérebro, mas ainda não está claro como o uso de Cannabis pode interagir com a infecção [do HIV]. Esse apoio do NIDA nos permitirá coletar os dados necessários para explorar essa relação.”
Outra pesquisadora que participará do estudo, Dra. Dionna Whitney Williams, lembrou que as propriedades anti-inflamatórias dos canabinoides podem ter efeito a longo prazo em pacientes com HIV.
“Descobertas de nosso laboratório e de outros demonstram que a inflamação pode influenciar a cognição em pessoas que vivem com HIV e pretendemos entender se a cannabis pode mitigar esses efeitos e como ela faz isso em nível molecular.”
Cannabis e os efeitos adversos do tratamento antirretroviral
A maioria dos pacientes com HIV faz tratamento antirretroviral, uma forma de evitar a reprodução do vírus pelo corpo e de reestabelecer o sistema imune da pessoa. Essa terapia reduziu consideravelmente a taxa de mortalidade desses pacientes. No entanto, os efeitos colaterais são intensos. Os mais comuns são dores, náuseas, perda do apetite, ansiedade e depressão.
Como sempre mencionamos aqui no Cannabis & Saúde, muitos estudos demonstraram a eficácia e a segurança dos canabinoides para tratar esses efeitos adversos. Isso explica porque a porcentagem de pessoas que usam Cannabis é muito maior entre pacientes com HIV (cerca de 30%), se comparada com a população em geral (de 3 a 5%).
Importância do acompanhamento médico
Aqui nesse link, você pode ler o relato de um paciente com HIV, que faz o uso medicinal da Cannabis. Segundo ele, “antes tudo me demandava muito esforço, agora tenho disposição”.
Vamos aguardar as conclusões do estudo do NIDA, lembrando que essa é uma instituição criada para combater o abuso de substâncias. Muitas pesquisas do órgão são focadas na dependência, mas esse caso pode trazer resultados animadores para quem entende o potencial dos canabinoides.
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