Pregabalina pertence à categoria de medicamentos conhecidos como anticonvulsivantes.
A medicação também é prescrita para aliviar dores nos nervos danificados em pacientes, também conhecida como dor neuropática.
Esse tipo de dor surge de condições nervosas crônicas ou como resultado de enfermidades como diabetes, infecções ou lesões nos nervos, responsáveis por transmitir informações entre o cérebro e a medula espinhal para a pele, músculos e outras partes do corpo.
A pregabalina também recebeu aprovação da Anvisa para o tratamento da fibromialgia.
Além disso, é reconhecida como terapia complementar para convulsões parciais em adultos com epilepsia.
Para saber mais sobre este medicamento, este artigo abordará seu mecanismo de ação, os efeitos adversos e outros aspectos importantes da pregabalina.
Prossiga com a leitura para aprender sobre:
- O que é e para que serve a pregabalina?
- Como a pregabalina funciona?
- Como tomar a pregabalina?
- Quem não deve tomar pregabalina?
- Quais são os efeitos colaterais comuns da pregabalina?
- A Cannabis medicinal pode ser uma alternativa ao medicamento pregabalina?
- Dúvidas comuns sobre o medicamento pregabalina
O que é e para que serve a pregabalina?
A pregabalina é um medicamento prescrito disponível em três formas: cápsula, solução e comprimido de liberação prolongada, todas administradas por via oral.
A versão oral em cápsula da pregabalina está disponível como medicamento genérico, assim como sob o nome de marca Dorene.
Frequentemente, a pregabalina é parte de terapias combinadas, podendo ser necessária sua utilização junto a outros medicamentos.
É importante destacar que a pregabalina é uma substância controlada, portanto, seu uso é estritamente monitorado pelo médico responsável.
Esta medicação é prescrita mais frequentemente no tratamento da epilepsia, onde atua interrompendo convulsões ao reduzir a atividade elétrica anormal no cérebro.
Em casos de dor neuropática, seu efeito ocorre através do bloqueio da dor ao afetar as mensagens transmitidas pelo cérebro e pela coluna vertebral.
Ela também possui usos no contexto da ansiedade, onde sua função consiste em impedir a liberação de substâncias químicas pelo cérebro, responsáveis pela sensação de ansiedade.
Precisa de receita para comprar pregabalina?
Sim, a pregabalina é uma substância controlada e requer receita médica para compra.
Como um medicamento prescrito, é necessário que um médico avalie e prescreva esse medicamento com base nas necessidades do paciente, considerando sua condição médica específica
Por ser um fármaco que age no sistema nervoso central, seu uso deve ser cuidadosamente monitorado por um profissional de saúde.
A pregabalina pode causar efeitos colaterais, incluindo tontura, sonolência, inchaço e ganho de peso.
Além disso, pode interagir com outros medicamentos, exigindo atenção especial e orientação médica para evitar potenciais complicações.
Devido a esses fatores, as autoridades reguladoras controlam a distribuição desse medicamento, exigindo uma receita médica válida para adquiri-lo nas farmácias.
Como a pregabalina funciona?
A pregabalina age no sistema GABAérgico, aumentando sua atividade para intensificar a ação inibitória do ácido gama-aminobutírico (GABA).
Esse processo reduz a atividade nervosa dos neurônios onde atua.
O GABA, por sua vez, tem um efeito tranquilizante, desacelerando o ritmo cardíaco, facilitando o sono e aprimorando a concentração.
Além disso, esses neurotransmissores ajudam a regular o estresse e a ansiedade, exercendo um papel importante nos aspectos emocionais.
A pregabalina é parecida com o neurotransmissor GABA, que regula a atividade cerebral.
Foi alterada para penetrar mais facilmente no cérebro, embora não se ligue diretamente aos receptores do GABA, nem atue como um ativador desses receptores.
Ela se conecta a certos canais de cálcio no sistema nervoso central, diminuindo a entrada de cálcio nos neurônios.
Isso reduz a liberação de sinais nervosos que podem causar convulsões ou dor.
Essa ação explica também como a pregabalina funciona como um medicamento contra convulsões.
Qual a composição desse medicamento?
A substância ativa da pregabalina é a própria pregabalina, um derivado do ácido gama-aminobutírico (GABA).
Ela interage com os canais de cálcio nas células nervosas, reduzindo a liberação de neurotransmissores excitatórios.
Isso resulta em efeitos sedativos, anticonvulsivantes e analgésicos.
Geralmente administrada por via oral, a pregabalina é rapidamente absorvida pelo organismo e atinge seu pico de concentração no sangue dentro de uma a duas horas após a ingestão.
Quanto tempo leva para a pregabalina fazer efeito?
A pregabalina, após a administração oral, costuma atingir seu pico de concentração plasmática em aproximadamente 1 hora.
Seu efeito terapêutico começa a ser percebido normalmente entre 1 a 4 horas após a ingestão.
Por outro lado, a meia-vida da pregabalina varia entre 5 a 7 horas em indivíduos saudáveis.
Isso significa que, em média, leva esse tempo para que metade da dose de pregabalina seja eliminada do organismo.
No entanto, vale ressaltar que cada pessoa pode ter seu próprio tempo de metabolização.
Geralmente, a substância é eliminada quase completamente dentro de 24 horas após a última dose, mas isso também pode variar conforme a função renal de cada pessoa.
A eficácia da pregabalina pode depender da condição tratada, com alívio dos sintomas ocorrendo em algumas horas até alguns dias ou semanas, especialmente em casos de dor neuropática ou ansiedade.
Como tomar a pregabalina?
A administração da pregabalina ocorre por via oral, disponível em cápsulas ou soluções líquidas.
A eliminação da pregabalina ocorre principalmente pelos rins.
As recomendações de dosagens são feitas pelo médico. No entanto, as doses abaixo são geralmente prescritas para cada condição:
- Manejo da dor: A dose máxima recomendada para terapia é de 300 mg/dia. Recomenda-se iniciar com 50 mg três vezes ao dia, aumentando gradualmente para até 300 mg/dia em uma semana.
- Manejo da neuralgia: Recomenda-se uma dose entre 150 mg e 300 mg por dia, dividida em duas ou três vezes.
- Manejo da fibromialgia: A dose terapêutica varia entre 300 mg e 450 mg por dia. Caso a dor persista, pode-se considerar aumentar para 450 mg/dia.
- Terapia para convulsões parciais: A pregabalina, como adjuvante no tratamento de convulsões parciais, é recomendada entre 150 mg e 600 mg por dia.
- Transtorno de ansiedade generalizada: A dose inicial é de 75 mg por dia, podendo chegar a 300 mg por dia, divididos em três tomadas.
Para interromper o uso de pregabalina, é recomendado diminuir gradativamente a dose ao longo de uma semana.
Especialmente em pacientes com distúrbios convulsivos, a retirada gradual é aconselhada para reduzir o risco de aumento das convulsões.
Quais são as precauções ao tomar pregabalina?
Ao considerar o uso de pregabalina, é essencial seguir rigorosamente as orientações médicas para evitar potenciais complicações.
A interrupção abrupta do medicamento pode resultar em efeitos adversos graves, como aumento nas convulsões, tonturas, diarreia, náuseas, dores de cabeça, vômitos, irritabilidade, distúrbios do sono, pesadelos ou sensações de formigamento.
Portanto, não se deve suspender o uso da pregabalina sem consultar previamente um profissional de saúde.
Ao receber orientações para interromper o medicamento, é necessário seguir um processo de redução gradual da dose, conforme indicado pelo médico.
Isso pode ajudar a minimizar o risco de ocorrência de efeitos colaterais adversos ou de sintomas de abstinência.
Além disso, é importante estar atento a possíveis sintomas de miopatia, como dores musculares inexplicáveis, fraqueza muscular ou sensibilidade, especialmente se acompanhados de febre.
Esses sinais podem indicar um problema muscular sério que requer atenção médica imediata.
Ademais, seguir as recomendações médicas quanto à dose prescrita, horários e possíveis interações medicamentosas também ajuda a garantir a eficácia do tratamento e minimizar o risco de efeitos adversos.
Quem não deve tomar pregabalina?
A pregabalina, embora seja eficaz no tratamento de certas condições, deve ser evitada por determinados grupos.
Pacientes com histórico de hipersensibilidade conhecida à pregabalina devem evitar seu uso, pois reações alérgicas, como angioedema, já foram relatadas.
Mulheres grávidas também devem evitar a medicação, pois não há estudos adequados que comprovem sua segurança durante a gestação.
Há evidências, no entanto, de que a pregabalina pode causar danos ao feto.
Além disso, a presença da pregabalina já foi detectada no leite materno, tornando desaconselhável a amamentação durante o seu uso.
Recomenda-se que mulheres que estejam amamentando optem por agentes alternativos para evitar a exposição do bebê à substância.
Quais são os efeitos colaterais comuns da pregabalina?
A maioria dos efeitos negativos atribuídos à pregabalina foi geralmente de intensidade leve a moderada.
Os eventos adversos mais comuns estão ligados ao sistema nervoso central (SNC).
Sonolência e tontura foram os mais frequentes motivos de interrupção do uso de pregabalina.
As reações adversas mais reportadas em ensaios clínicos controlados, envolvendo diferentes grupos de pacientes, ocorreram em 5% ou mais dos pacientes tratados com pregabalina.
Estes eventos incluíram: sonolência, tontura, visão turva, dificuldade de concentração/atenção, boca seca, edema e ganho de peso.
O aumento de peso relacionado à pregabalina está ligado à dosagem e foi observado em até 14% dos pacientes que tomam 600 mg diariamente.
Após a interrupção súbita da pregabalina, alguns pacientes relataram sintomas como insônia, náusea, dor de cabeça, ansiedade, nervosismo, irritabilidade, transpiração excessiva e diarreia.
O uso prolongado da pregabalina também pode resultar em dependência física, apresentando um risco de abuso, especialmente entre pacientes que utilizam opioides ou têm histórico de abuso de substâncias.
Informações sobre overdose de pregabalina são limitadas.
A maior overdose acidental conhecida durante os testes clínicos foi de 8000 mg.
No entanto, não resultou em consequências clínicas significativas.
Também é importante ressaltar que não existe um antídoto específico para overdose de pregabalina.
Por fim, bloqueio cardíaco, convulsões e morte também foram relatados em alguns pacientes que tomam pregabalina em combinação com outros depressores do SNC.
A Cannabis medicinal pode ser uma alternativa ao medicamento pregabalina?
Como você viu, a pregabalina atua principalmente através dos neurotransmissores GABA, modulando sua ação para promover os efeitos esperados desta medicação.
O sistema GABA, um importante sistema de neurotransmissão inibitória no sistema nervoso central, está envolvido na comunicação celular e na função cerebral.
Recentemente descoberto, o sistema endocanabinoide (SEC) é amplamente expresso em regiões cerebrais onde o GABA é predominante, evidenciando uma estreita relação entre ambos.
O SEC atua como mensageiro químico entre neurônios, juntamente com os receptores canabinoides CB1 e CB2, e sistemas metabólicos complexos para síntese e degradação.
A interação molecular entre o SEC e GABA influencia na homeostase e na transmissão de mensagens químicas essenciais para funções cognitivas superiores, como aprendizado e memória.
Pode também influenciar diversas condições patológicas em humanos, como epilepsia, dor crônica e doenças autoimunes.
A Cannabis é uma planta rica em compostos conhecidos como canabinoides.
Por serem estruturalmente semelhantes aos canabinoides que possuímos naturalmente, estes compostos podem influenciar o sistema endocanabinoide e seus receptores, como os receptores CB1 e CB2.
O CBD, por exemplo, atua como um modulador alostérico positivo nos receptores GABA.
Essa interação promove uma redução na frequência das convulsões e sua intensidade.
Embora não promova diretamente a ativação do CB1, o CBD pode indiretamente influenciar esse receptor ao elevar os níveis de anandamida.
Essa ação poderia também suprimir a hiperatividade neuronal, contribuindo para a proteção contra convulsões e danos nervosos, que causam as dores neuropáticas.
Além disso, há indícios de que o CBD possa prevenir alterações nos receptores CB1 das estruturas cerebrais, auxiliando no controle da atividade neuronal.
Outra possível ação do CBD é o aumento dos níveis de adenosina, resultando em efeitos anticonvulsivantes.
Tendo em vista seus mecanismos de ação e os poucos efeitos colaterais, tratamentos à base de canabidiol têm potencial para ser uma alternativa ao uso da pregabalina.
Quais os benefícios comprovados da Cannabis medicinal?
A epilepsia, uma condição neurológica caracterizada por convulsões recorrentes e desafios comportamentais associados, é a principal indicação para a prescrição de pregabalina.
Em um estudo intitulado Trial of Cannabidiol for Drug-Resistant Seizures in the Dravet Syndrome, 120 crianças e adultos com convulsões refratárias foram acompanhados.
Os participantes, além do tratamento antiepiléptico comum, receberam uma solução oral de canabidiol em uma dose diária de 20 mg/kg ou um placebo.
O período de intervenção durou 14 semanas, durante o qual se avaliou a variação na frequência de crises convulsivas.
Ao final do estudo, os resultados revelaram uma diminuição na frequência mensal de convulsões, passando de 12,4 para 5,9 com o uso do canabidiol, em comparação com uma redução de 14,9 para 14,1 no grupo que recebeu o placebo.
A diferença mediana ajustada na alteração da frequência de convulsões entre os grupos do canabidiol e do placebo foi de -22,8 pontos percentuais.
O canabidiol demonstrou uma redução significativa na frequência global de convulsões de todos os tipos.
5% dos pacientes tratados com canabidiol se tornaram livres de convulsões.
Como iniciar um tratamento à base de Cannabis medicinal?
Iniciar um tratamento à base de Cannabis medicinal pode ser uma escolha promissora devido à sua eficácia e à ausência de muitos efeitos colaterais associados a outros medicamentos.
No entanto, encontrar médicos experientes e dispostos a prescrever é um desafio, já que poucos se dedicam a pesquisar essa área.
A busca por profissionais habilitados é muito importante para garantir um tratamento personalizado e seguro.
Marcar uma consulta com um médico especializado em Cannabis medicinal é o primeiro passo para explorar esse tipo de tratamento.
O portal Cannabis & Saúde é uma fonte valiosa para estes fins, oferecendo informações confiáveis e direcionando pacientes a médicos experientes nesse campo.
Portanto, não hesite em agendar uma consulta com um dos médicos listados no portal para discutir sobre a possibilidade de iniciar um tratamento com Cannabis.
Durante a consulta, compartilhe suas preocupações e expectativas para receber orientações personalizadas.
Afinal, a chave para o sucesso desse tratamento está na colaboração entre médico e paciente.
Dúvidas comuns sobre o medicamento pregabalina
A pregabalina é um medicamento amplamente utilizado para tratar diversos distúrbios.
No entanto, como em qualquer medicamento, surgem dúvidas e preocupações sobre seu uso.
Compreenda as perguntas frequentes mais comuns acerca da pregabalina para ajudar a dissipar dúvidas e permitir um uso mais informado
1. A pregabalina engorda?
A relação entre pregabalina e ganho de peso é uma preocupação frequente entre pacientes e profissionais de saúde.
Algumas pesquisas indicam que a pregabalina pode causar um ganho de peso modesto em alguns indivíduos dependendo da dose.
No entanto, fatores como estilo de vida, condições médicas subjacentes e outras medicações podem influenciar o impacto do medicamento no peso corporal.
2. Pode tomar pregabalina antes de dormir?
A administração da pregabalina antes de dormir é comum em muitos casos, especialmente quando o medicamento é prescrito para tratar dor neuropática ou ansiedade.
Para muitos pacientes, tomar pregabalina à noite pode ajudar a melhorar a qualidade do sono, aliviando a dor e a ansiedade que interferem no descanso adequado.
No entanto, somente um médico pode determinar o melhor horário de administração da pregabalina, pois isso pode variar de acordo com a condição do paciente e outros fatores de saúde.
3. Tem genérico de pregabalina?
Sim, a pregabalina tem versões genéricas disponíveis no mercado.
Os genéricos são produtos que possuem a mesma substância ativa, dose, via de administração, segurança, eficácia e qualidade do medicamento de referência.
Eles costumam ser mais acessíveis financeiramente, mantendo a eficácia terapêutica.
4. Quem tem depressão pode tomar pregabalina?
A pregabalina não é especificamente aprovada para tratar a depressão como uma primeira linha de tratamento.
No entanto, em certos casos, pode ser prescrita como parte do plano terapêutico adjuvante para indivíduos que sofrem de depressão associada a condições como a fibromialgia ou dor neuropática.
5. Quem tem dor na coluna pode tomar pregabalina?
A dor na coluna, especialmente quando associada a condições como neuropatia ou síndrome da dor lombar crônica, pode ser tratada com pregabalina em certos casos.
Ela funciona atuando no sistema nervoso central, onde reduz a liberação de certos neurotransmissores, como a substância P, que estão envolvidos na transmissão da dor.
Sendo assim, a pregabalina pode ajudar a reduzir a intensidade da dor, proporcionando alívio aos pacientes.
Conclusão
A pregabalina é um medicamento comumente prescrito para o controle de convulsões e condições dolorosas.
Embora seja considerado relativamente seguro, é preciso que os profissionais de saúde realizem uma monitorização regular dos pacientes.
Além disso, os pacientes devem estar cientes sobre os efeitos colaterais e evitar dirigir ao consumir a medicação ou combiná-la com álcool ou outros fármacos anticonvulsivantes.
Devido ao seu perfil de risco, algumas pessoas buscam alternativas igualmente eficazes, mas com menor incidência de reações adversas, como o uso de Cannabis medicinal.
Para explorar essa possibilidade de tratamento, é recomendável conversar com um dos médicos especializados do portal Cannabis & Saúde.
Dessa forma, é possível iniciar uma jornada de tratamento mais segura e melhorar a qualidade de vida.