Um dos principais nomes da medicina canabinoide do Brasil, o neurologista Eduardo Faveret ainda vê muita desinformação sobre o assunto em sua experiência clínica. “A pessoa está tomando um óleo full spectrum que predomina THC e fala que está tomando canabidiol.”
Apesar da ciência já ter demonstrado os benefícios da atuação conjunta dos fitocanabinoides e terpenos, parte dos médicos ainda insistem em uma visão reducionista da Cannabis. Como se apenas o CBD possuísse propriedades medicinais. Resta ao delta-9-tetrahidrocanabinol (THC), responsável pelo efeito psicotrópico da planta, o papel de vilão.
“O THC é um produto com algumas potencialidades terapêuticas bem importantes, mas encontra resistência por parte dos pacientes, preconceito por parte dos médicos”, afirma Faveret. “É o que encontra mais efeito adverso também, em determinado grupo de pessoas, que são mais sensíveis.”
Quebrando o tabu
Para o neurologista, é preciso estabelecer uma discussão livre de ideologias, baseada em evidências científicas e experiência clínica, para discutir o papel do THC. É com esse objetivo que ministra a masterclass “Aspectos práticos na prescrição de produtos com maior teor de THC”. Evento gratuito e online organizado pela OnixCann no dia 25 de fevereiro, às 20h.
“Vou falar sobre a relação entre o canabidiol e o THC. Como eles combinados podem aumentar a eficácia e melhorar a tolerabilidade do tratamento”, explica. “Vamos aprofundar sobre o uso clínico na atualidade. Casos de câncer, dor crônica, insônia, epilepsia, entre outros. De forma bem prática, vamos falar de associações com outros remédios, doses, prescrição. Falar sobre efeito colaterais, como reconhecê-los e evitá-los.”
Como uma prévia sobre o tema, Faveret afirma que só prescreve produtos sem THC em situações específicas, em que o paciente demonstra alguma intolerância. “Os óleos de CDB full Spectrum (que contém todos os componentes da planta) é mais potente em efeito contra dor, anti-inflamatório, anti convulsivo, anti câncer, ansiolítico, para insônia”, conta.
“Para todas as indicações, o full spectrum é mais potente. Sendo mais potente, você tem o potencial de reduzir custos. O preço é o mesmo, mas um você vai precisar de metade da dose. Além do fato de que vai atender melhor a necessidade da pessoa.”
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Como fazer o tratamento com THC
O médico, porém, faz um alerta. Como ainda são escassos os exames diagnósticos para avaliar a situação do sistema endocanabinoide do paciente, e sua velocidade de metabolização, o ideal é introduzir lentamente o THC no tratamento do paciente.
“Vai depender da farmacocinética e farmacodinâmica do paciente. A velocidade de metabolização dele no fígado, e como é a parte do alvo receptores na neuroquímica da pessoa”, diz Faveret.
“Se o paciente já experimentou THC e teve taquicardia, passou mal, ai começo com CBD isolado. Depois, dependendo da necessidade, vai associando um full spectrum”, explica. “Assim tem uma elevada proporção de CBD para THC. Digo que o paciente já forrou a cama, pois o canabidiol protege contra as reações adversas do THC. Anula efeito psicoativo, evita paranoia, transtorno cognitivo, evita o aumento exagerado do apetite.”
O neurologista conclui: “Se os médicos já têm dificuldades de prescrever canabidiol, imagina o THC. Algumas áreas têm alguns médicos que prescrevem, principalmente em casos oncológicos, mas essencialmente a comunidade médica ainda tem bastante receio de prescrever produtos com THC.”
Serviço
Masterclass “Aspectos práticos na prescrição de produtos com maior teor de THC”
Quando: Quinta-feira, 11 de março, às 20h
Masterclass destinada a médicos, inscrições em: https://onixcann.tegrapharma.com/lp-cadastro-masterclass