Por ser um composto derivado da Cannabis, muitas pessoas se preocupam com a possibilidade de uma overdose de canabidiol.
No entanto, informações recentes apoiadas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) mostram que essa preocupação é infundada.
Ao contrário de muitos medicamentos e drogas, a Cannabis (de onde vem o CBD) não tem componentes que possam causar uma overdose fatal, como acontece com outras substâncias.
Isso significa que a utilização medicinal da Cannabis, incluindo do canabidiol, é considerada segura, especialmente quando seu uso é controlado por um profissional de saúde.
Diante disso, hoje vamos entender por que o canabidiol é seguro, sem risco de overdose, e como os profissionais de saúde garantem um uso responsável dessa substância.
Prossiga com a leitura e aprenda sobre:
- É possível ter uma overdose de canabidiol?
- O que a pesquisa científica diz sobre a possibilidade de overdose de canabidiol?
- O canabidiol pode reverter overdose de opioides e outras substâncias?
- O que acontece se tomar o canabidiol em excesso?
- Animais podem sofrer uma overdose de canabidiol?
- Fatores que influenciam os níveis de dosagem ideais do canabidiol
- O canabidiol pode interagir com outros medicamentos?
- Como começar um tratamento seguro com o canabidiol?
É possível ter uma overdose de canabidiol?
Em termos científicos, “overdose” refere-se aos efeitos intoxicantes graves que ocorrem após o consumo excessivo de qualquer substância, podendo, em casos extremos, resultar em morte.
Mas será que uma overdose de canabidiol é possível? A resposta direta é… NÃO!
Se alguém consome uma quantidade de canabidiol que o corpo não consegue processar, é provável que experimente efeitos adversos como ansiedade, tontura, vômito e outros sintomas.
Mas quando falamos de overdose, vários fatores entram em jogo, como a forma de administração da substância, a qualidade do produto e a tolerância individual à quantidade ingerida.
Até o momento, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças não registraram nenhuma morte diretamente relacionada ao consumo excessivo de Cannabis.
E, se tratando de canabidiol, a situação é ainda mais positiva, dado que o composto não causa efeitos psicoativos como os do THC.
Não existem registros documentados de internações por overdoses de canabidiol até o momento, exceto para casos onde a pessoa é alérgica ao composto.
Por isso, depois de anos de coleta de evidências sobre os benefícios do canabidiol, a Organização Mundial da Saúde (OMS) concluiu que seu uso não representa risco de dependência nem ameaças à saúde.
Cabe lembrar que a maconha é a droga ilícita mais usada no mundo, conforme um relatório de 2020 do Instituto Nacional de Abuso de Drogas.
Estatisticamente, se houvesse um risco de fatalidade devido ao uso excessivo, já teríamos conhecimento e registros disso.
No entanto, isso não significa que não se possa exagerar. Fumar ou consumir grandes quantidades de Cannabis pode causar efeitos colaterais, especialmente se tratando do uso recreativo.
Em contrapartida, isso ocorre muito raramente com uso controlado por profissionais, onde o risco de overdose de canabidiol é praticamente nulo.
O que a pesquisa científica diz sobre a possibilidade de overdose de canabidiol?
Não há evidências científicas que confirmem a possibilidade de uma overdose de canabidiol, tampouco que uma overdose de Cannabis possa resultar em morte.
Diferente dos opioides, que, por exemplo, causam o óbito de quase 50 mil pessoas nos EUA, e do álcool, responsável por mais de 95 mil mortes anuais, conforme dados dos Centros de Controle de Doenças do país.
Existem também pesquisas que avaliaram a segurança do canabidiol em larga escala, como a revisão “An Update on Safety and Side Effects of Cannabidiol: A Review of Clinical Data and Relevant Animal Studies”.
Este levantamento bibliográfico buscou estudar a segurança e a possibilidade de ocorrência da overdose de canabidiol analisando estudos já publicados em diferentes bases de dados.
Em geral, o perfil de segurança favorável do CBD foi frequentemente descrito, confirmado e expandido por centenas de pesquisas conduzidas em humanos e animais.
A maioria dos estudos analisava o uso de canabidiol no tratamento da epilepsia e transtornos psicóticos, embora outras condições, como dor crônica e insônia, também foram documentadas com frequência.
Os efeitos colaterais relatados foram cansaço, diarreia e alterações de apetite/peso, mas em nenhum dos estudos ocorreu overdose de canabidiol.
Comparativamente aos medicamentos utilizados para o tratamento dessas condições médicas, o CBD apresentou um perfil de segurança mais favorável.
Quais são os possíveis efeitos adversos do canabidiol?
O CBD é seguro na maioria dos casos, mas em algumas pessoas, pode causar alguns efeitos colaterais.
As pessoas mais suscetíveis a estes efeitos se sentem mais sonolentas, cansadas ou até mesmo notam mudanças no apetite, como comer mais ou menos do que o normal.
Quando a dosagem está incorreta, também é comum ocorrer diarreia ou mudanças no peso.
Embora não seja tão comum, outros efeitos incluem tonturas, boca seca ou náuseas.
É importante lembrar que esses efeitos colaterais nem sempre ocorrem, e dependem de coisas como a quantidade de canabidiol que você toma, como você o toma e como seu corpo responde a ele.
O canabidiol também tende a interagir com outros medicamentos, tornando-os mais fortes ou mais fracos.
Por isso, converse com um profissional de saúde antes de começar a tomar CBD, especialmente se você já estiver tomando outros medicamentos.
O canabidiol pode reverter overdose de opioides e outras substâncias?
Sabemos que o canabidiol é altamente eficiente para tratar vícios e diminuir o uso de opioides.
Mas ele poderia reverter uma overdose causada por tais substâncias? Pesquisadores americanos dizem que sim!
Recentemente, nos Estados Unidos, houve um movimento para facilitar o acesso à naloxona, um remédio que age rapidamente contra os efeitos dos opioides.
Embora a naloxona já tenha salvo muitas vidas, ela não é muito eficaz contra opioides sintéticos muito fortes, como o fentanil.
Assim, cientistas passaram a olhar para o CBD como uma possível alternativa para ajudar nessas situações.
Os opioides são medicamentos indicados para aliviar a dor, mas que muitas vezes é usado de maneira errada, até mesmo ilegalmente.
O problema é que, em doses muito altas, essas drogas prejudicam a respiração e, em casos extremos, levam à morte.
Só nos Estados Unidos, mais de meio milhão de pessoas morreram de overdose de opioides.
Até agora, os cientistas estudaram muito como a naloxona funciona, mas ainda não encontraram maneiras de torná-la mais eficiente.
Então, o que essa nova pesquisa sugere é que o canabidiol ajudaria a melhorar a eficácia da naloxona de uma maneira diferente.
Canabidiol e naloxona para reverter a overdose de opioides
Outros estudos já tinham indicado que o CBD poderia interferir na forma como os opioides se ligam aos receptores no corpo.
Um desses estudos, feito na Alemanha e publicado em 2006, mostrou que, quando usado junto com a naloxona, o CBD poderia acelerar seus efeitos, influenciando receptores opioides de forma mais efetiva.
Para aproveitar esses efeitos, os pesquisadores modificaram a estrutura do CBD, criando novas versões do composto.
Essas novas versões foram testadas em células em laboratório, usando uma substância chamada DAMGO, que é um opioide usado em estudos.
Eles observaram como tais compostos afetam os sinais nas células quando o DAMGO se ligava aos receptores. Com base nesses testes, eles refinaram as estruturas das novas versões.
No final, os compostos de CBD modificado poderiam influenciar a capacidade do fentanil de se ligar aos receptores, mesmo em concentrações muito baixas, superando até mesmo a naloxona.
Dois deles tiveram um efeito ainda melhor quando combinados com a naloxona.
Agora, eles estão testando as versões mais promissoras em camundongos para ver se eles têm algum efeito sobre os comportamentos associados ao uso de fentanil.
Apesar de não ter nada definitivo ainda, as expectativas são muito animadoras!
O que acontece se tomar o canabidiol em excesso?
O canabidiol é muito seguro quando usado com moderação, mas como ocorre com qualquer outro medicamento, seu consumo excessivo pode trazer desconfortos.
Embora o canabidiol não cause overdose, se consumir em excesso, você sentirá os efeitos colaterais do composto em maior intensidade, o que pode ser bastante desagradável e comprometer seu tratamento,
Os efeitos colaterais em pessoas que tomam doses maiores do que o recomendado também demoram mais a passar, podendo perdurar por alguns dias, como no caso da diarreia.
O problema real acontece quando a dose excessiva ocorre de forma conjunta com outros medicamentos.
Como o CBD pode interagir com eles, especialmente aqueles que são processados pelo fígado, isso pode fazer com que os efeitos dos medicamentos sejam mais fortes, o que pode ser perigoso.
Os potenciais efeitos do consumo excessivo de canabdiol
Como mencionado anteriormente, o consumo excessivo de canabidiol resulta em uma maior intensidade dos efeitos colaterais do composto, que normalmente são leves.
Quando as pessoas tomam CBD além do recomendado, elas frequentemente se sentem muito cansadas e têm dificuldade para se concentrar.
Também podem sentir tonturas, vertigens e uma sensação geral de letargia.
Algumas pessoas também relatam sentir-se como se estivesse com gripe, com dores musculares e uma leve febre, depois de tomarem grandes quantidades do corpo.
A importância do acompanhamento médico no uso do canabidiol
É muito aconselhável consultar um médico para avaliar completamente o histórico médico e as condições de saúde antes de iniciar e durante o tratamento com canabidiol.
Isso ajuda a determinar se o CBD é adequado, considerando possíveis interações com outros medicamentos, condições pré-existentes e outros fatores que afetam a resposta ao tratamento.
Mesmo quando o tratamento é iniciado, você deve retornar ao médico regularmente, especialmente se for idoso ou tiver condições médicas pré-existentes.
Os médicos estabelecem a dose certa de canabidiol para cada pessoa, levando em conta o peso corporal, a gravidade da condição médica e a sensibilidade individual ao composto.
Mas, às vezes, algumas pessoas podem precisar de ajustes em seu plano de tratamento, requerendo um acompanhamento médico constante para novas adaptações.
O acompanhamento médico também é importante para verificar se os benefícios esperados estão sendo entregues ou se há necessidade de testar outras combinações de canabinoides.
Retornando regularmente ao médico que prescreveu o produto com Cannabis, o paciente recebe suporte e orientação sobre como lidar com os possíveis efeitos colaterais e outras questões que possam surgir.
Animais podem sofrer uma overdose de canabidiol?
O canabidiol é muito utilizado em animais de estimação para ajudar com ansiedade, dor, convulsões, câncer e inflamação, e muitos donos relatam resultados positivos.
No entanto, ainda há preocupações sobre efeitos colaterais e possíveis overdoses, uma vez que a overdose é teoricamente possível, embora seja muito rara, em animais.
Quando se utiliza o canabidiol cuidadosamente dosado de acordo com o peso do animal, não existem muitos riscos.
Em contrapartida, os problemas surgem quando o animal ingere grandes quantidades de folhas e flores de Cannabis, pois são consideradas tóxicas para a maioria deles.
Embora muitos animais se recuperem bem com o tratamento, casos de intoxicação fatal são raros, provavelmente devido à dose letal ser alta para cães.
Devido à natureza ilegal da substância no Brasil, os tutores muitas vezes não informam ao veterinário sobre a exposição do animal à maconha, resultando em poucos relatos na literatura.
E, dependendo do produto e da quantidade que o animal ingeriu, os efeitos tendem a ser mais graves.
Então, caso seu pet esteja sendo tratado com canabidiol, é preciso seguir a dosagem prescrita, evitando produtos ilegais ou in natura, os quais o tutor tem um menor controle da quantidade a ser ingerida.
Precauções ao utilizar produtos com CBD em animais
O canabidiol, que já se estabeleceu como uma opção para o tratamento de diversas enfermidades em seres humanos, também ajuda a promover a saúde de animais de estimação, como cães, gatos e outros.
Os animais possuem um sistema endocanabinoide em seus corpos, o que possibilita que o canabidiol produza efeitos semelhantes aos observados em pacientes humanos.
O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) recomenda que os médicos-veterinários, antes de prescrever tratamentos com canabidiol, realizem um diagnóstico do paciente e busquem apoio judicial.
Na prática veterinária, os animais podem receber tratamentos com produtos e substâncias tanto de uso humano quanto veterinário.
Entretanto, os medicamentos exclusivamente veterinários devem ser registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Ainda assim, como na prescrição de medicamentos para humanos, é preciso evitar a administração indiscriminada de compostos da Cannabis para animais, já que seus organismos são mais sensíveis.
Doses excessivas levam a problemas de coordenação, sonolência e alterações no sistema nervoso, que são desconfortáveis ao animal.
Mantenha os produtos de canabidiol fora do alcance dos animais, pois, diferentemente de humanos, os pets podem ter uma overdose de canabidiol se tiver acesso à grandes quantidades do composto.
Fatores que influenciam os níveis de dosagem ideias do canabidiol
Determinar a quantidade certa de canabidiol envolve considerar muitos aspectos importantes, sendo a condição médica da pessoa o principal deles.
Também é importante pensar em como o corpo de cada um processa o CBD, o que pode variar bastante.
Além do mais, como você consome o canabidiol também faz diferença.
Com isso em mente, veja abaixo os fatores que são considerados na hora de determinar a dosagem correta de CBD para você.
1. O peso e sensibilidade individual
Quando se trata de determinar a posologia certa de canabidiol, o médico usa o peso como base.
Pessoas com pesos diferentes podem precisar de doses diferentes para sentir os mesmos efeitos terapêuticos, pois o peso afeta como o CBD se espalha pelo corpo.
Além disso, algumas pessoas são mais sensíveis aos efeitos dos canabinoides do que outras.
Isso significa que elas sentem os efeitos do canabidiol com doses menores, enquanto outras precisam de doses maiores para obter os mesmos resultados.
Essa sensibilidade também influencia a dosagem devido ao risco de efeitos colaterais, que tendem a ser mais recorrentes em pessoas mais sensíveis.
2. Variedade de dosagens disponíveis
A grande variedade de dosagens de produtos de CBD oferece aos pacientes a oportunidade de encontrar o formato perfeito para suas necessidades.
Desde produtos com baixas concentrações de CBD até formulações altamente concentradas que combinam diferentes canabinoides, há opções para todos os gostos e necessidades de tratamento.
Os produtos de CBD vêm em várias formas, como óleos, cápsulas, tinturas, comestíveis e tópicos, cada um com seu próprio perfil de absorção e duração dos efeitos.
Portanto, os pacientes e médicos podem selecionar o formato e a concentração que melhor se adaptem às suas necessidades individuais e preferências.
3. Tempo de tratamento
O tempo de tratamento é outro aspecto importante quando se trata de posologia do canabidiol.
Existem condições que exigem apenas um tratamento de curto prazo para aliviar sintomas agudos.
Já no caso de doenças crônicas ou cuidados paliativos, o paciente precisa fazer o uso contínuo do CBD para benefícios terapêuticos mais consistentes.
A dose também varia dependendo de quanto tempo e com que frequência o tratamento é necessário para alcançar resultados eficazes.
Por exemplo, tratamentos de longo prazo exigem ajustes na posologia, pois costumam começar com uma dosagem baixa que, gradualmente, vai aumentando com as orientações médicas.
É importante acompanhar de perto como o corpo responde ao CBD durante o tratamento e ajustar a dose conforme necessário para garantir resultados consistentes e otimizados ao longo do tempo.
O canabidiol pode interagir com outros medicamentos?
Sim, o canabidiol tende a interferir no metabolismo de outros medicamentos no corpo.
Quando tomado pela via oral, ele é processado no fígado por enzimas que também metabolizam muitos outros medicamentos comuns.
O problema surge quando o CBD inibe a atividade dessas enzimas, conhecidas como enzimas do citocromo P450 (CYP450), que são responsáveis pela metabolização desses remédios.
O resultado disso são níveis mais altos desses medicamentos no sangue, o que pode levar a efeitos colaterais indesejados.
Geralmente, o canabidiol interage com antidepressivos como a fluoxetina, antipsicóticos como a olanzapina, benzodiazepínicos como o diazepam, anticonvulsivantes como a fenitoína e anticoagulantes.
O CBD potencializa os efeitos desses medicamentos, especialmente aqueles que causam sonolência, como opioides, benzodiazepínicos e antipsicóticos.
Por isso, os pacientes devem informar aos seus médicos sobre todos os medicamentos que estiver tomando, incluindo os de venda livre.
Dessa forma, o médico pode criar um protocolo com horários de administração estrategicamente estabelecidos para que um medicamento não interfira na metabolização do outro.
Como começar um tratamento seguro com o canabidiol?
Atualmente, há recursos acessíveis que facilitam o início de um tratamento com canabidiol.
Iniciativas como o portal Cannabis & Saúde têm simplificado o acesso, oferecendo uma plataforma gratuita de agendamento que conecta pacientes interessados a profissionais prescritores.
Ao usar nossa plataforma de agendamento, os pacientes podem marcar consultas com profissionais de diferentes especialidades experientes na medicina canabinoide.
Portanto, se você está considerando começar um tratamento com CBD, não hesite em aproveitar esse recurso disponível e agendar uma consulta pelo portal Cannabis & Saúde.
Assim, você poderá receber orientações específicas sobre os tratamentos com canabidiol que atendem às suas necessidades!
Conclusão
Tanto as evidências científicas quanto as orientações de órgãos de saúde enfatizam a segurança do canabidiol (CBD) e da Cannabis, excluindo a possibilidade de overdose fatal relacionada ao seu uso.
O apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS) e a inexistência de substâncias que causem overdose fatal reforçam a confiabilidade desses tratamentos.
Para quem deseja aprender mais sobre o assunto, não deixe de explorar uma variedade de artigos informativos e atualizados sobre o canabidiol e seu potencial, disponíveis aqui no portal.