A Odontologia Integrativa é uma abordagem holística ao atendimento odontológico que enfatiza a importância de tratar a pessoa como um todo, não apenas seus problemas dentários.
Envolve considerar a saúde geral, o estilo de vida e o bem-estar emocional de um paciente ao projetar um plano de tratamento.
Seu objetivo principal é abordar a causa primária dos problemas dentários, minimizando o uso de procedimentos invasivos e produtos químicos, através de alternativas naturais e não tóxicas.
Os dentistas integrativos defendem a ideia de uma “conexão boca-corpo”, argumentando que o que ocorre na boca impacta o resto do organismo, destacando a interdependência entre ambos.
Diante desse enfoque, muitos estão incorporando a Cannabis medicinal em suas práticas clínicas.
Os diversos benefícios dessa planta podem ser integrados à Odontologia Integrativa para maximizar o tratamento ao paciente.
Com isso em mente, prossiga com a leitura para explorar mais sobre:Î
- O que é Odontologia Integrativa?
- A Odontologia Integrativa no Brasil
- Quais são os tratamentos e terapias utilizados na Odontologia Integrativa?
- Como os profissionais de Odontologia podem se especializar em Odontologia Integrativa?
- Perguntas frequentes sobre a Odontologia Integrativa
- O futuro da Odontologia Integrativa: tendências e perspectivas
- Odontologia Canabinoide: Cannabis nos tratamentos da Odontologia
O que é Odontologia Integrativa?
A Odontologia Integrativa, também conhecida como Odontologia Holística, Biológica ou Complementar, é uma abordagem que considera o bem-estar global do paciente durante os cuidados bucais.
Combinando abordagens convencionais com métodos alternativos e holísticos, os profissionais odontológicos acreditam que essa integração leve a resultados mais eficazes e duradouros em seus tratamentos.
Antes, o atendimento odontológico era separado dos cuidados médicos.
Agora, os dentistas integradores entendem que separar os dois não faz sentido se o corpo é um só.
Durante uma consulta, eles avaliam o histórico odontológico e médico de seu paciente, buscando compreender seu estilo de vida, perspectiva e escolhas.
Com isso, tomam a decisão mais informada para seus cuidados odontológicos, visando a saúde geral do indivíduo.
Quando a Odontologia Integrativa foi criada?
A Odontologia Integrativa emergiu no final do século XX como uma resposta à maior compreensão da interconexão entre saúde bucal e bem-estar geral.
Seu desenvolvimento foi impulsionado pela percepção de que a abordagem convencional, centrada apenas na boca, muitas vezes negligenciava outros fatores essenciais para uma saúde oral duradoura.
Na década de 1990, profissionais da saúde começaram a reconhecer a influência de elementos como nutrição, estresse e saúde emocional na condição bucal.
Esse reconhecimento levou ao surgimento da Odontologia Integrativa, a qual busca integrar a sabedoria da medicina convencional com práticas holísticas.
O cerne da Odontologia Integrativa reside na colaboração multidisciplinar.
Dentistas trabalham em conjunto com médicos e profissionais de saúde para oferecer uma terapia mais global para a melhora da saúde do paciente.
Embora os tratamentos convencionais ainda sejam imprescindíveis, a Odontologia Integrativa vai além, enfatizando estratégias preventivas e complementares.
Os princípios fundamentais da Odontologia Integrativa
Como você viu, a abordagem holística da Odontologia Integrativa considera cada paciente em sua totalidade.
As quatro facetas primordiais dessa prática que contribuem para a manutenção da saúde global abrangem:
1. Enfoque na saúde como um todo e participação do paciente
A singularidade da abordagem integrativa se revela na sua visão geral da saúde ao enfrentar questões bucais.
Isso implica tratar sintomas dentários específicos, bem como explorar de que modo a saúde bucal pode refletir e influenciar outras áreas do organismo.
Considere o intestino. A boca é a entrada para o intestino, e o intestino afeta a saúde de todo o resto.
Se a boca puder comer alimentos nutritivos e não estiver sofrendo de infecção, o intestino também será saudável e, portanto, o corpo e a mente estarão saudáveis.
Ao acreditar na conexão permanente entre a saúde bucal e a saúde geral, os dentistas buscam educar e se comunicar de maneira mais eficiente com os pacientes.
Portanto, outro princípio da Odontologia Integrativa é a participação ativa dos pacientes em seus planos de tratamento.
2. Entendimento da conexão oral-sistêmica
Contrariando a visão tradicional que separava Medicina e Odontologia, dentistas holísticos destacam a relação entre corpo e boca.
Além de afetar a saúde sistêmica, condições orais podem estar ligadas a diversas patologias, desde doenças cardiovasculares até câncer.
3. Ênfase na prevenção
A prevenção é outro alicerce da Odontologia Integrativa, a qual se prioriza a manutenção da saúde bucal para evitar doenças.
Detectar sinais precoces e abordar problemas de estilo de vida são parte integrante dessa filosofia.
A prevenção consiste em educar o paciente sobre questões que afetam a boca, além de promover consultas regulares que contribuem para a identificação precoce de problemas orais.
4. Aplicação de técnicas e procedimentos seguros
A Odontologia Integrativa não é pseudociência. Ela é um método de tratamento sério, que aplica tratamentos seguros e respaldados pela ciência.
Dentistas holísticos optam por materiais restauradores não tóxicos e métodos menos invasivos sempre que possível.
Isso inclui, por exemplo, a remineralização sem flúor ou o uso de preenchimentos sem mercúrio.
Além de tratar o paciente como um sistema integrado, os dentistas integradores oferecem orientações sobre produtos naturais para cuidados domiciliares, buscando alternativas mais seguras e igualmente eficientes.
A Odontologia Integrativa no Brasil
No Brasil, há uma grande demanda por abordagens terapêuticas holísticas e integrativas dentro da prática odontológica.
Estudos observam um aumento no número de cirurgiões-dentistas que buscam especialização ou habilitação em práticas integrativas e complementares (PIC), marcando uma mudança no paradigma tradicional da Odontologia.
Atualmente, mais de 2.932 cirurgiões-dentistas no Brasil estão habilitados ou são especialistas em PICs.
Dentre essas práticas, a laserterapia é a mais difundida, contabilizando 53,6% dos registros, seguida pela acupuntura, com 16,9%.
Esses números indicam uma resposta positiva tanto por parte dos profissionais quanto da população que busca alternativas mais integrativas em saúde bucal.
Por outro lado, algumas práticas integrativas têm uma representação menor, como fitoterapia (0,9%), odontologia antroposófica (1,2%) e terapia floral (1,7%).
Apesar disso, essas práticas permitem uma personalização nos tratamentos odontológicos, embora menos difundidas.
A Odontologia Integrativa é reconhecida como uma especialidade odontológica?
Desde 2008, o Conselho Federal de Odontologia (CFO) tem oficializado e estabelecido diretrizes para a integração de práticas terapêuticas inovadoras no âmbito da Odontologia.
Antes desse marco, diversas iniciativas foram implementadas para promover o avanço nesse campo, incluindo a criação, em 2007, da Comissão de Práticas Integrativas e Complementares à Saúde Bucal pelo Conselho Regional de Odontologia.
Em 2015, o CFO deu um passo adiante ao reconhecer formalmente a acupuntura e a homeopatia como especialidades odontológicas, por meio da resolução 160/2015.
Atualmente, o Conselho Regional de Odontologia de São Paulo concentra 728 profissionais especializados em terapias alternativas, sendo 504 dedicados à acupuntura e 224 à homeopatia.
Além do reconhecimento no campo odontológico, as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) fazem parte do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Ministério da Saúde, validadas como recursos terapêuticos.
Terapias integrativas reconhecidas pelo CFO
Em 2015, ocorreu a Assembleia de Especialidades Odontológicas – ANEO, promovida pelo Conselho Federal de Odontologia.
Nela, foram aprovadas, por meio da Resolução CFO 160/2015, as especialidades:
- Acupuntura;
- Homeopatia;
- Odontologia Antroposófica;
- Ozonioterapia.
Essa decisão foi somada às habilitações previamente aprovadas em 2008, incluindo:
- Fitoterapia;
- Hipnose;
- Laserterapia;
- Terapia Floral.
Isso permitiu aos profissionais a oportunidade de aplicar esses conhecimentos em suas práticas clínicas, desde que busquem cursos reconhecidos pelos órgãos competentes para sua formação.
Atualmente, há 29 práticas integrativas (PICs) aprovadas pelo Ministério da Saúde, sendo que o CFO reconhece apenas duas delas, Acupuntura e Homeopatia como áreas de especialização.
Outras áreas, no entanto, são consideradas como habilitações.
A obtenção da certificação para Especialização em Práticas Integrativas e Complementares (PICS) ou Odontologia Integrativa confere o título de Especialista em Práticas Integrativas e Complementares em Saúde.
Esses cursos de especialização podem ser realizados de forma online, presencial ou em formato híbrido.
Também são oferecidos por diversas instituições, não restritas a faculdades de Odontologia.
Os benefícios da Odontologia Integrativa na promoção da saúde bucal
A Odontologia Integrativa oferece diversos benefícios para profissionais e pacientes, entre os quais:
1. Segurança
A Odontologia Integrativa prioriza o uso de materiais biológicos e derivados da natureza para a manutenção da saúde bucal.
Tais materiais são considerados substancialmente mais seguros em comparação com os utilizados na odontologia tradicional.
Tratamentos como limpezas regulares, raios-X e exames, que são essenciais para o cuidado dos dentes e gengivas, podem envolver o uso de substâncias potencialmente tóxicas para o corpo.
Um exemplo é o uso de mercúrio em obturações dentárias, prática reconhecida como altamente tóxica pela comunidade médica há décadas.
Na Odontologia Integrativa, há a opção de substituir esses preenchimentos tóxicos por materiais seguros e duráveis.
Também são utilizadas resinas não tóxicas para reparos dentários, garantindo que todos os materiais de tratamento sejam 100% biocompatíveis com o corpo.
2. Menos Invasiva
A Odontologia Integrativa minimiza riscos ao adotar uma abordagem odontológica minimamente invasiva com foco na prevenção e recuperação.
Assim evita, sempre que possível, procedimentos invasivos, optando por alternativas mais suaves, como terapia com ozônio.
Essa abordagem busca ser tão eficaz quanto, porém menos intimidante para os pacientes.
3. Promove benefícios globais
A Odontologia Integrativa abraça a visão holística do seu bem-estar.
Dentistas integrativos dedicam tempo para compreender individualmente o corpo do paciente, explorando informações sobre sua dieta, estilo de vida e realizando testes de biocompatibilidade.
Esses testes são frequentemente conduzidos por exames de sangue ou, alternativamente, por testes musculares.
Através de tais testes, é possível identificar materiais que sejam compatíveis para o corpo do paciente, adaptando suas técnicas odontológicas de acordo.
A abordagem integrativa é caracterizada pela transparência, sendo dever dos dentistas integrativos explicar detalhadamente os resultados dos testes para cada paciente.
4. Redução de toxinas e radiação
Práticas como a remoção de amálgamas de mercúrio e a utilização de materiais dentários mais seguros são priorizadas.
A Odontologia Integrativa também abraça tecnologias modernas, incluindo raios-X digitais 3D de baixa dose para reduzir a emissão de radiação no corpo do paciente.
Tratamentos a laser para doenças gengivais, implantes dentários de cerâmica de alta tecnologia, também são incorporadas.
Quais são os tratamentos e terapias utilizados na Odontologia Integrativa?
As diretrizes de 2008 e 2015 do CFO esclarecem as restrições e permissões sobre as principais práticas da Odontologia Integrativa que podem ser aplicadas nos consultórios.
Descubra, a seguir, cada prática autorizada e as abordagens recomendadas para trabalhar com elas.
Acupuntura
A acupuntura, proveniente da Medicina Tradicional Chinesa, visa prevenir, tratar e manter a saúde do paciente. Utiliza agulhas em pontos estratégicos, conectados a órgãos e sistemas do corpo.
Dessa forma, tal terapia tem um impacto positivo em questões como ansiedade, estresse, insônia, dores de cabeça e relaxamento muscular.
No âmbito odontológico, o profissional deve alinhar-se às práticas da Medicina Tradicional Chinesa às evidências científicas atuais. A acupuntura pode ser aplicada no tratamento de dor orofacial, zumbido, analgesia e bruxismo.
Fitoterapia
A fitoterapia envolve o uso de plantas medicinais em diversas formas, visando a cura, prevenção ou intervenção multidisciplinar na odontologia.
Para aplicar tal prática, o CFO recomenda que o cirurgião-dentista adquira conhecimento na área, buscando cursos para implementar a fitoterapia no consultório.
Além disso, ele deve compreender o uso e manejo das plantas medicinais, desenvolver habilidades de identificação botânica e familiarizar-se com as fórmulas farmacêuticas.
Estudos evidenciam a alta atenção que a fitoterapia recebe na área odontológica.
Parte disso é explicada por ser uma terapia de origem natural, com alta eficácia terapêutica, menor toxicidade e melhor biocompatibilidade, quando comparada a medicamentos convencionais.
Exemplos de aplicações da fitoterapia na Odontologia incluem o tratamento de cárie dentária, gengivite, herpes simples, estomatite aftosa e candidíase.
Hipnose
O transe hipnótico caracteriza-se por um estado alterado de consciência, permitindo que a pessoa permaneça desperta e consciente. Essa técnica pode ser uma ferramenta valiosa para dentistas, uma vez que promove relaxamento nos pacientes.
Consequentemente, proporciona atendimentos mais suaves, com menos ansiedade e medo associados à odontofobia. Ao contrário da representação cinematográfica, a hipnose não envolve manipulação com relógios de bolso.
Em vez disso, utiliza palavras suaves, foco fixo e objetos para conduzir o paciente ao relaxamento. Importante salientar que a hipnose não está vinculada a práticas místicas ou ocultas, sendo respaldada por estudos científicos.
Na Odontologia, pode ser empregada para reduzir a ansiedade causada por traumas e permitir o prosseguimento do tratamento.
Terapia a laser
A terapia a laser de baixa intensidade atua como uma fonte energética, desencadeando respostas celulares ao entrar em contato com a pele ou mucosa.
Essa abordagem pode ser aplicada no tratamento de aftas/úlceras, candidíase, lesões endodônticas e mucosites, herpes simples, hipersensibilidade dentinária, dor e disfunção da ATM.
Além disso, é amplamente empregada em procedimentos de harmonização orofacial.
Ozonioterapia
A Ozonioterapia é uma técnica coadjuvante nos tratamentos odontológicos, utilizando uma mistura gasosa de ozônio e oxigênio por meio de um equipamento especializado.
Esse vapor exerce efeitos analgésicos, anti-inflamatórios, antifúngicos, antimicrobianos e favorece a regeneração de nervos lesionados.
Pode ser aplicada no tratamento de doença periodontal, DTM, necrose de osso maxilar, lesões endodônticas, infecções e inflamações, pós-cirúrgico e eliminação de microrganismos.
Odontologia Antroposófica
A Odontologia Antroposófica fundamenta-se em princípios de salutogênese.
Ela analisa a saúde do paciente de maneira sistêmica e abrangente, indo além da erradicação de sintomas locais.
Como os profissionais de Odontologia podem se especializar em Odontologia Integrativa?
Os profissionais de Odontologia que buscam especialização em Odontologia Integrativa podem adotar diversas abordagens para aprimorar suas habilidades.
Primeiramente, esses profissionais podem recorrer a programas de pós-graduação ou cursos específicos que abordem os princípios da Odontologia Integrativa.
Participar de workshops e eventos relacionados também auxilia em uma compreensão mais ampla das práticas integrativas e seu impacto na Odontologia.
Lembre-se que a colaboração interdisciplinar é essencial, uma vez que a Odontologia Integrativa também envolve outras áreas, como nutrição, medicina complementar e bem-estar emocional.
Outra forma de obter conhecimento é manter-se atualizado com as últimas pesquisas e avanços na Odontologia Integrativa.
Certificações relacionados à Odontologia Integrativa
Embora não existam certificações exclusivas para Odontologia Integrativa, diversas opções relacionadas podem enriquecer a prática desses profissionais.
Por exemplo, uma certificação em medicina funcional permite explorar as causas subjacentes de condições de saúde
Certificações em nutrição funcional também oferecem compreensão aprofundada das interconexões entre saúde bucal e hábitos alimentares.
O dentista também pode obter certificações adicionais em cursos de terapias complementares, como acupuntura, homeopatia e ozonioterapia.
No entanto, os profissionais devem buscar apenas cursos e certificações reconhecidas por organizações respeitáveis na área da saúde.
Perguntas frequentes sobre a Odontologia Integrativa
A Odontologia Integrativa é uma abordagem inovadora no campo odontológico.
No entanto, mesmo com seus avanços notáveis, muitas dúvidas persistem, exigindo esclarecimentos mais abrangentes.
O conjunto de perguntas frequentes abaixo busca desmistificar e responder às indagações que ainda permeiam a mente daqueles que exploram os benefícios da Odontologia Integrativa em sua prática.
Confira!
Quais são os desafios e limitações da implementação da Odontologia Integrativa?
A implementação da Odontologia Integrativa ainda se depara com desafios e limitações.
Em primeiro plano, a ausência de uma definição uniforme e consensual para a Odontologia Integrativa gera um cenário de incerteza, dificultando a sua integração harmoniosa nas práticas odontológicas tradicionais.
A falta de clareza conceitual impacta tanto a compreensão dos profissionais de saúde bucal quanto a receptividade dos pacientes a essa abordagem inovadora.
Adicionalmente, a escassez de evidências científicas sólidas que respaldem algumas terapias complementares constitui um desafio à Odontologia Integrativa.
Portanto, a necessidade de dados robustos para validar a eficácia e segurança dessas práticas é imperativa.
Isso porque a falta de embasamento científico pode gerar dúvidas e resistência por parte dos profissionais e da comunidade acadêmica.
No âmbito da formação profissional, surge outro desafio a ser considerado.
A falta de exposição adequada às práticas integrativas durante a formação inicial dos dentistas requer um esforço adicional na educação contínua.
Cabe mencionar também que, a integração de certos métodos complementares enfrenta obstáculos regulatórios, visto que algumas terapias carecem de regulamentação clara.
Quais são as evidências científicas que apoiam a Odontologia Integrativa?
Os cuidados primários de saúde foram definidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como serviços essenciais baseados em métodos e tecnologia práticos, cientificamente respaldados e socialmente aceitáveis.
A integração dos cuidados odontológicos nos serviços primários de saúde foi enfatizada durante a 7ª conferência global da OMS em 2009.
Um estudo publicado na revista Journal of Integrated Health Science alega que, mudanças na mente e no corpo influenciam no equilíbrio psicológico e, consequentemente, na saúde bucal.
Uma baixa qualidade de vida está associada não apenas à ansiedade e depressão, mas também a outros problemas de saúde.
O estresse crônico, por exemplo, pode desencadear condições como pressão alta, doenças cardíacas e câncer, afetando sistemas hormonais e nervosos.
No âmbito das manifestações orais, o sofrimento físico, mental e emocional leva ao desenvolvimento direto ou indireto de cáries, hábitos parafuncionais, bruxismo, dor miofascial, entre outros.
Essas mudanças físicas e mentais impactam o conforto geral, contribuindo para a deterioração da saúde bucal e cuidados com a higiene.
A Odontologia Integrativa é adequada para todos os pacientes?
Sim, por ser uma abordagem personalizada e adaptável, a Odontologia Integrativa é adequada para todos os tipos de pacientes.
Compreende diversas terapias que são ajustadas conforme as necessidades específicas de cada indivíduo, considerando suas limitações e restrições.
Terapias distintas podem ser aplicadas de forma personalizada, levando em conta a idade, condições médicas pré-existentes e preferências individuais.
Assim, a Odontologia Integrativa atende a diversos grupos demográficos, promovendo cuidados dentários que se alinham às especificidades de cada paciente.
O futuro da Odontologia Integrativa: tendências e perspectivas
A Odontologia Integrativa está moldando o futuro da Odontologia.
Através dela, notamos uma gradual transição de uma abordagem centrada apenas na saúde bucal para uma visão mais ampla da saúde geral.
Com o decorrer do tempo, é esperado que a Odontologia Integrativa evolua ainda mais, abordando:
Ênfase na saúde sistêmica
No futuro, a Odontologia Integrativa se concentrará cada vez mais na interconexão entre a saúde bucal e o bem-estar geral do paciente.
Profissionais irão adotar abordagens que consideram não apenas os problemas dentários isolados, mas também sua relação com condições sistêmicas.
O foco em como a saúde oral afeta o restante do corpo impulsionará práticas preventivas e terapêuticas mais abrangentes.
Para isso, serão usados biomarcadores e avaliações de risco que permitem aos profissionais antecipar problemas de saúde sistêmica, estabelecendo uma nova era de diagnósticos preventivos.
Paralelamente, a colaboração interdisciplinar entre dentistas, médicos e outros profissionais de saúde se tornará a norma nos consultórios odontológicos.
Maior pesquisa e evidências científicas
O futuro da Odontologia Integrativa será caracterizado por avanços substanciais na pesquisa e na obtenção de evidências científicas sobre terapias que ainda estão em validação.
O desenvolvimento de estudos robustos que investigam a eficácia de intervenções integrativas se tornará uma prioridade.
Isso permitirá legitimar e consolidar a Odontologia Integrativa no campo da saúde.
Profissionais e pesquisadores colaborarão para preencher as lacunas de conhecimento, desenvolvendo protocolos baseados em evidências que fundamentam as práticas integrativas.
Assim, a aceitação da abordagem será melhor e a qualidade dos cuidados odontológicos oferecidos aos pacientes será otimizada.
Integração de tecnologias
A adoção de tecnologias avançadas é uma pedra angular no futuro da Odontologia Integrativa.
Desde o uso de inteligência artificial para análise de dados até a implementação de realidade virtual para procedimentos educacionais e terapêuticos, as tecnologias transformarão radicalmente a prática odontológica em geral.
Sistemas de teleodontologia permitirão consultas a distância, garantindo o acesso a cuidados odontológicos de qualidade em áreas remotas.
Um foco em especial será dado na integração de dispositivos de monitoramento de saúde bucal.
Esses dispositivos ajudarão os pacientes a acompanhar e melhorar sua saúde oral diariamente.
Crescente demanda por abordagens holísticas
A busca por uma saúde holística impulsiona constantemente o crescimento da Odontologia Integrativa.
Conforme mais pessoas entendem a relação entre saúde bucal e bem-estar geral, a demanda por profissionais que adotam essa prática aumentará.
Personalização dos tratamentos
A era da Medicina personalizada chegou à Odontologia, transformando a maneira como os profissionais abordam os tratamentos.
No entanto, a personalização vai além da adaptação de procedimentos padrão.
Ela também leva em conta fatores individuais como genética, histórico médico, estilo de vida e preferências do paciente.
Os avanços tecnológicos, como impressão 3D e análise genômica, farão parte dessa personalização no tratamento odontológico.
Além de atender as necessidades dos pacientes, os profissionais que abraçam essa abordagem poderão oferecer resultados clínicos mais aprimorados.
Odontologia Canabinoide: Cannabis nos tratamentos da Odontologia
A utilização da Cannabis para propósitos médicos e terapêuticos remonta a épocas antigas e é um fenômeno bem documentado em diversas culturas.
A Cannabis sativa, em especial, foi utilizada há milênios na medicina asiática tradicional para aliviar a dor de dente, prevenir cáries e reduzir a inflamação nas gengivas.
A presença dos receptores canabinoides (CB) na cavidade bucal sugere que o sistema endocanabinoide pode ser um alvo para o tratamento de enfermidades orais e dentárias.
Um desequilíbrio no sistema endocanabinoide contribui para o desenvolvimento de doenças periodontais e pode agravar a perda óssea.
Recentemente, o foco tem se voltado para o canabidiol (CBD), um dos muitos metabólitos secundários produzidos pela Cannabis.
O CBD, reconhecido por suas propriedades anti-inflamatórias, analgésicas, ansiolíticas, antimicrobianas e anticancerígenas, apresenta potencial terapêutico para:
- Controle da dor dentária;
- Redução da inflamação em casos de gengivite;
- Ansiedade dentária antes de consultas ou procedimentos;
- Tratamento complementar para bruxismo;
- Alívio da dor associada a abscessos dentários;
- Auxílio no controle da síndrome da boca seca;
- Tratamento para aftas bucais;
- Prevenção de cáries dentárias;
- Redução da sensibilidade dentária;
- Apoio na recuperação pós-cirurgia oral;
- Controle da dor em casos de periodontite;
- Suporte no manejo da disfunção da articulação temporomandibular (DTM);
- Tratamento complementar para halitose crônica;
- Alívio da dor associada a lesões orais traumáticas;
- Controle de inflamação causa por mucosite oral;
- Redução do desconforto em tratamentos ortodônticos;
- Controle de espasmos musculares em casos de distonia orofacial;
- Suporte no tratamento de síndrome da boca ardente;
- Suporte no tratamento de erosão dentária;
- Controle de inflamação em casos de osteonecrose dos maxilares;
- Apoio no tratamento de lesões da mucosa oral induzidas por radioterapia;
- Auxílio no tratamento de hiperplasia gengival medicamentosa;
- Controle da dor em casos de neuralgia do trigêmeo.
Outros importantes metabólitos secundários, como outros canabinoides, terpenos e flavonoides derivados da Cannabis, também compartilham propriedades semelhantes.
Seja pelo seu potencial anti-inflamatório, atuação na modulação da dor e até na redução da ansiedade, o uso de canabinoides pode fazer parte de uma abordagem integrativa da Odontologia.
O uso da Cannabis na Odontologia é legalizado?
No território brasileiro, tanto profissionais da Medicina quanto da Odontologia têm a prerrogativa de recomendar o uso do CBD.
O Conselho Federal de Odontologia (CFO) concedeu autorização para a aplicação do canabidiol em procedimentos odontológicos.
Essa determinação foi tomada após a inclusão do canabidiol na lista de substâncias autorizadas para finalidades medicinais no Brasil.
Consequentemente, profissionais da saúde, incluindo da área odontológica, estão habilitados a prescrever tal substância mediante a apresentação de uma prescrição médica apropriada.
Quais os benefícios comprovados da Cannabis nos tratamentos odontológicos?
Um número crescente de estudos respalda a aplicação do CBD na área odontológica, e um exemplo é o “Cannabidiol in Dentistry: A Scoping Review”.
Nesse estudo, investigações sobre o canabidiol na Odontologia foram conduzidas em periódicos de cinco bases de dados internacionais, bem como em registros de patentes em cinco plataformas tecnológicas distintas.
No total, foram analisados 11 artigos e 13 patentes que abordavam o uso do CBD em contextos odontológicos.
Os experimentos abrangiam estudos em animais (63,6%) e/ou ensaios em bactérias ou células humanas (36,4%).
Os resultados identificaram três aplicações distintas do CBD nos artigos e patentes incluídos:
- Terapia periodontal (45,4%);
- Contribuição para a regeneração óssea (27,3%);
- Aplicação geral em terapias orais (27,3%).
Também foram observadas evidências que respaldam o uso do CBD em formulações de produtos para higiene bucal e clareamento dentário.
Os pesquisadores identificaram que a substância é útil no reparo de lesões, além de possuir propriedades antifúngicas, anti-inflamatórias e analgésicas.
As conclusões indicam que o CBD apresenta propriedades biológicas promissoras para aplicação em tratamentos odontológicos.
Como ser um dentista prescritor de Cannabis Medicinal nos tratamentos odontológicos?
Ser um dentista prescritor de Cannabis amplia consideravelmente o leque de opções terapêuticas oferecidas por profissionais aos seus pacientes.
A Cannabis, com seus compostos ativos, se mostrou eficaz na gestão da dor, controle da inflamação e redução da ansiedade, ganhando espaço em aplicações odontológicas.
Com o aumento das buscas por alternativas terapêuticas mais naturais e personalizadas, incorporar a prescrição de Cannabis na prática odontológica é uma decisão sábia.
Através dessa abordagem, os dentistas têm a oportunidade de oferecer uma melhor experiência ao paciente antes, durante e após os procedimentos odontológicos.
Então, para aprofundar o entendimento sobre o tema, os profissionais podem acessar recursos educativos, como o ebook “Cannabis na Odontologia” disponível no portal Cannabis & Saúde.
Além disso, os dentistas também podem integrar uma rede de profissionais prescritores de Cannabis acessando nosso “cadastro para dentistas”.
Feito isso, você incorporará a uma rede valiosa de profissionais engajados na implementação responsável da Cannabis medicinal na prática odontológica.
Que tal se tornar um profissional inovador em sua prática oferecendo novas abordagens complementares respaldadas pela ciência? Torne-se um profissional prescritor hoje mesmo!
Conclusão
A Odontologia Integrativa representa uma abordagem promissora na prática odontológica.
As propriedades anti-inflamatórias, analgésicas e ansiolíticas da Cannabis, são de grande valor nessa vertente da Odontologia, uma vez que também tratam o corpo como um todo.
A utilização responsável de compostos como o CBD contribui para a prevenção e tratamento de condições bucais, e pode otimizar a saúde geral de pacientes odontológicos.
O uso de Cannabis alinha-se com a busca por alternativas naturais e holísticas, que priorizam o bem-estar global do paciente.
Então, se você deseja aprimorar a qualidade de vida dos pacientes antes, durante e após os procedimentos odontológicos, torne-se um profissional prescritor de Cannabis hoje mesmo!