A crise de pânico é descrita como uma sensação de medo intenso, é como se algo está tomando conta de você, e que aparentemente está fora do seu controle. Essa forma aguda de sofrimento pode vir acompanhado de sensações físicas como, por exemplo, aumento dos batimentos cardíacos e da respiração; sensação de falta de ar; dor no peito; sudorese; tontura; náusea; fraqueza nas pernas; formigamento; tremores; sensação de estar “fora do corpo”; medo de morrer ou de “perder o controle, o que torna tudo isso um processo ainda mais desconfortável e angustiante. Após passar por uma crise de pânico, pode surgir um medo de ter um novo episódio, o que desencadeia uma forte ansiedade antecipatória e comportamentos evitativos.
Estudos de neuroanatomia funcional da emoção demonstraram que a amígdala cerebral é uma das principais regiões, que modula a resposta ao medo em humanos.
O que fazer durante uma crise de pânico?
Embora a crise de pânico provoque uma sensação extremamente desagradável, não configura um risco de morte iminente. Sabendo disso, é fundamental reconhecer e nomear a crise. Essa atitude ajuda a desenvolver um controle mais eficiente sobre a situação.
No momento da crise busque respirar lentamente pelo nariz e não pela boca. Ao respirar pausadamente, é importante focar atenção no momento presente, por exemplo, usando os sentidos. Então, de maneira simples pode-se focar atenção em 3 sons que se pode ouvir, 3 coisas que se pode tocar e 3 objetos que se pode ver.
E agora vamos falar sobre algumas abordagens terapêuticas
Existem várias abordagens terapêuticas, a primeira delas é a psicoterapia, especialmente a Terapia cognitivo comportamental (TCC), que trabalha tanto os pensamentos disfuncionais quanto os comportamentos. Somando-se a isso, a mudança no estilo de vida é fundamental para um bom resultado. Então, dormir bem, praticar atividade física regularmente, ter uma alimentação equilibrada, cuidar da saúde intestinal, gerenciar o estresse do dia a dia, adotar práticas mente corpo como: yoga, meditação, mindfulness, entre outros. Além dessas abordagens, pode ser necessário incluir suplementos, de acordo com a necessidade individual de cada paciente. Em alguns casos o tratamento farmacológico pode ser indicado.
Existem evidências do tratamento com Canabidiol?
Um estudo publicado na Revista Nature, pelos professores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto: José Alexandre Crippa e Antonio Zuardi, avaliou o uso do canabidiol e a ação no cérebro, por meio de neuroimagem funcional. Segundo o estudo, o canabidiol atua na amígdala cerebral, apresentando efeitos ansiolíticos, ou seja, atua reduzindo a ansiedade.
Apesar de evidenciarmos na prática clínica os efeitos positivos, associado a outras abordagens como a terapia, por exemplo, mais estudos são necessários para entendermos a atuação do canabidiol a longo prazo.
Referências:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2882379/
https://bvsms.saude.gov.br/transtorno-do-panico/
https://www.scielo.br/j/rprs/a/VgdKjMfjhGfGcFTdBgYCq6G/?format=pdf&lang=pt