O Ministério da Saúde de Israel vem recebendo críticas dos pacientes que usam a Cannabis com fins medicinais. Depois de ter flexibilizado algumas regras para o acesso a tratamentos com canabinoides, há longas filas de espera para receber atendimento com médicos especializados.
Com mais de 135 mil pessoas cadastradas no programa de Cannabis medicinal de Israel, somente 63 médicos têm autorização para prescrever produtos à base da planta no país. Assim, aqueles que precisam de algum medicamento com canabinoides enfrentam uma longa espera afetando sobretudo a nova demanda de pessoas com estresse pós-traumático e dor crônica.
Poucos médicos e muitos pacientes
As regras para iniciar um tratamento com Cannabis em Israel foram flexibilizadas e entraram em vigor no início deste ano. Anteriormente o processo era considerado burocrático e lento, porque era necessário um cadastro no Ministério da Saúde israelense e laudos mostrando que outros tratamentos foram ineficazes.
Depois da flexibilização, passou a ser necessário uma prescrição médica recomendando o uso da planta por alguma especialidade (neurologista, por exemplo). Em seguida, o paciente é encaminhado para um médico com especialização em Cannabis, que recomenda o produto e a dose ideais para cada caso. E é essa especialidade canábica que conta com menos de 100 profissionais em atividade no país.
Além disso, há uma escassez de farmácias autorizadas a comercializar produtos com Cannabis em Israel. São apenas 385 estabelecimentos com a permissão para atender as centenas de milhares de pacientes cadastrados no Ministério da Saúde israelense para fazer uso medicinal da planta.
Preços elevados na rede privada
Uma reportagem do Jerusalem Post, um dos mais lidos e mais tradicionais em Israel, destacou participantes do programa de Cannabis medicinal que se sentiram prejudicados com os resultados da reforma. A dificuldade em conseguir a medicação através do serviço de saúde pública teria elevado os preços dos atendimentos e medicamentos pela rede privada.
Um exemplo foi da paciente Orit Dubin, que viu os preços da sua medicação subirem de 470 Shekels (cerca de 641 reais) para 2 mil Shekels (cerca de 2.730 reais).
Além disso, as pessoas que precisam renovar a prescrição relataram 3 a 4 meses de espera para se consultar com um médico especializado em Cannabis.
Israel e a pesquisa com Cannabis
Israel é um país importantíssimo para a história da pesquisa com Cannabis. Foi na Universidade Hebraica de Jerusalém que a equipe do químico Raphael Mechoulam realizou uma série de estudos que resultariam na identificação dos canabinoides e do sistema endocanabinoide. Até hoje, o país do Oriente Médio é um dos que mais realiza pesquisas científicas com a planta. Também há muitas empresas e startups no país que desenvolvem tecnologias que vão desde a manipulação genética a equipamentos de extração.
No entanto, as regras exigidas para ter acesso eram barreiras em um mercado tão pulsante. Na época, as mudanças nas normas foram consideradas históricas. Havia a expectativa que mais pessoas pudessem aderir ao programa, assim como incentivaria as empresas da área. Também promoveria incentivo a pesquisas científicas e facilitaria o acesso ao canabidiol (CBD), um dos canabinoides da planta que é mais estudado.
Acesso à Cannabis no Brasil
Aqui no Brasil, as regras para usar a Cannabis para fins medicinais são menos exigentes do que as israelenses. Por aqui, é possível começar um tratamento para a saúde utilizando a planta por uma prescrição convencional e como tratamento de primeira linha. Para isso, é fundamental ter a recomendação de um médico ou dentista. Então, acesse já a nossa plataforma de agendamentos e marque uma consulta, lá você encontra mais de 250 médicos experientes em prescrever de canabinoides à sua espera. Marque uma consulta!