“Com o canabidiol, a alegria do Pedro é maior que antes. As crises cessaram bastante e ele já consegue ficar sentado sozinho”, comemora a mãe do menino
“O sorriso dele é o que fortalece a família, fortalece a nossa luta. Desde o começo, esse sorriso é o presente que eu ganho todos os dias, principalmente nos dias ruins. Ainda mais com essa pandemia toda”, desabafa a pedagoga Mariana Lima, de 27 anos, mãe do Pedro Henrique, um menino com paralisia cerebral e epilepsia. Mas nesta quarta-feira, dia 8 de abril, o presente quem vai ganhar é a criança, que está comemorando aniversário de 5 anos.
“Agora, com o canabidiol, a alegria do Pedro é ainda maior que antes”, destaca a paulistana, moradora do bairro Freguesia do Ó, zona norte da capital: “mais um ano de vitórias”.
Mariana teve uma gestação complicada. Grávida aos 22 anos e sem planejamento, ela apresentou pressão alta gestacional, precisou tomar medicamentos e chegou a ficar internada no hospital. Durante um ultrassom, foi constatado sofrimento fetal, que é quando o feto é submetido a períodos de privação de oxigênio. Aceleraram o parto.
Pedro Henrique nasceu no dia 8 de abril de 2015 no Iamspe, com apenas 1,855 kg,bastante pálido e magro. Durante o parto, a pressão da mãe chegou a 20 por 10. O bebê ficou internado na UTI neonatal por cerca de duas semanas, onde sofreu uma parada respiratória, teve hipoglicemia e precisou fazer até transfusão de sangue. Os médicos mal deixavam ele ir para o quarto com a mãe. Até que, no dia 21 de abril, foram para casa.
“A doutora que deu alta me falou ‘o seu filho vai ter algum problema, mas eu não sei o que é’. Aquilo entrou no meu ouvido e foi embora. Até porque eu não tive nenhum encaminhamento para neuro, para um pediatra específico. Mas aí foram passando os meses. Na época, eu fiquei grávida junto com mais três primas. Então, os bebês das minhas primas se desenvolviam, e o Pedro Henrique sempre ficava para trás. Ele nunca levantava a cabeça, tinha o pescoço mole”.
Ao realizar exames de eletroencefalograma e ressonância magnética, foi diagnosticada paralisia cerebral e Síndrome de West, uma forma de epilepsia que inicia na infância.
“Aquilo foi um baque total. Eu entrei em depressão. Não aceitava a deficiência do meu filho”.
Nasce uma nova mãe
Na busca por tratamentos para o menino, um dia a Mariana descobriu um evento inclusivo no carnaval de São Paulo para pessoas com deficiência no Parque do Ibirapuera.
“Quando chegamos lá, vimos diversas patologias. Foi ali que caiu nossa ficha de que não estávamos sozinhos nessa luta, que existiam outras pessoas passando pelas mesmas dificuldades, mas que são crianças que podem sair de casa, ir ao parque de diversões, no shopping. E ali eu entendi que meu filho poderia fazer tudo isso também. Ali nasceu uma nova mãe”.
A família entrou na Justiça para obrigar o convênio médico a oferecer as terapias necessárias ao garoto. Pedro Henrique passou a fazer fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional. E a partir delas, passou a se desenvolver bem. Porém, os três tipos de medicamentos que ele passou a tomar não ajudavam a cessar as crises convulsivas, o Vigabatrina, Hidantal e Topiramato.
“O canabidiol eu já tinha ouvido falar, mas como vem da maconha, então eu tinha todo aquele preconceito. Mas as crises dele não estavam passando, então eu comecei a trabalhar essa possibilidade. E meu marido sempre foi super aberto. Então eu pedi para a neuro dele, a Dra. Cristine Cukiert, para gente tentar”.
A médica receitou a substância para o Pedro Henrique. No entanto, devido ao alto custo da medicação, e com o mercado negro descartado, Mariana e a família iniciaram uma vaquinha para adquirir o produto.
“Durante a campanha de arrecadação, a Dra Cristine me ligou dizendo que chegou no escritório dela um representante da empresa Cantera, oferecendo um produto de CBD chamado Provacan por menos da metade do preço. Eu aceitei na hora. Passada uma semana, me ligaram para informar que o remédio havia sido aprovado pela Anvisa”.
“Nas primeiras semanas, a gente já conseguiu ver uma grande melhora dele, os escapes do Pedro foram controlados. As crises cessaram bastante. Em fevereiro, ele conseguiu ficar sentado por 15 segundos sozinho. Eu até filmei e postei no meu Instagram. Viralizou. Hoje ele já está sustentado mais o pescoço”, comemora a mãe.
A ideia da família agora é fazer o desmame dos remédios tradicionais e seguir apenas com o canabidiol. Mas para isso, é necessário acompanhamento médico. E além do CBD, o Pedro Henrique passou a fazer uso de outra terapia: a convivência com o caçula, o Lucca, de 7 meses.
“Nós planejamos um irmão para ele, que é pro Pedro ter um amigo. E, graças a Deus, ele não teve nenhuma deficiência, é super saudável. A gente vê a alegria do Pedro de estar com o Lucca. A alegria do Pedro é muito maior que antes”.
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