“Fact-checking não é censura”. É este o principal argumento da carta aberta publicada por uma rede de checadores latino-americanos, a LatamChequea, sobre a decisão da Meta de acabar com o programa de verificação independente de fatos, primeiramente, nos Estados Unidos. O programa será substituído por um sistema de notas da comunidade semelhante ao utilizado pelo X (antigo Twitter).
Neste vasto universo que representam as redes sociais, ainda há incertezas para aqueles que trabalham com Cannabis—especialmente para os perfis que compartilham informações sobre os potenciais benefícios terapêuticos da planta—quanto ao impacto das mudanças que estão por vir.
No entanto, não está claro nem para quem trabalha com checagem de fatos. Hoje mesmo, no Central Meio, programa de jornalismo independente, a jornalista da Agência Lupa e do Digital Democracy Institute of the Americas, Cristina Tardáguila, afirmou que “o projeto continua ativo no Brasil e não foi sinalizada nenhuma mudança”.
No entanto, ela expressou preocupação ao afirmar que o programa “não chega vivo até 2026”, refletindo uma insegurança em relação à declaração feita por Zuckerberg em vídeo publicado nas redes sociais recentemente.
E os perfis dedicados à Cannabis?
A advogada Layla Espeschit, especialista em Cannabis medicinal há mais de seis anos, também levanta questões relevantes. Segundo ela, existe uma extrapolação nas restrições relacionadas à “propaganda e publicidade de Cannabis”, o que compromete a garantia de ampla informação sobre a planta.
“Os filtros automatizados que restringem a busca e o acesso a termos como maconha e Cannabis não podem ficar limitados às violações do enquadramento “drogas” das políticas da Meta, tendo em vista a classificação medicinal dos conteúdos”.
Igualmente, Espeschit observa que os filtros automatizados que restringem a busca de termos como “maconha” e “Cannabis” não devem ser limitados às violações do enquadramento de “drogas” presente nas políticas da Meta, especialmente considerando a classificação medicinal dos conteúdos.
Ela argumenta que uma potencial abertura em relação ao conteúdo sobre Cannabis seria benéfica, mas alerta que ainda não está claro o que realmente será alterado nas políticas.
“A classificação da Cannabis como “drogas” pela Meta representa um contrassenso, pois o Brasil está avançando em sua regulamentação, reconhecendo a planta como uma opção terapêutica”, pontua.
Para Espeschit, essa nomenclatura deve ser revista, pois as restrições atuais limitam o acesso à informação essencial.
“A liberdade de expressão é garantida pela Constituição Federal do Brasil, mas publicidades sobre produtos de Cannabis estão sujeitas a regulamentações rígidas. O Poder Judiciário, inclusive, já decidiu no sentido de alguns excessos no tema da limitação de propaganda de medicamentos pela Anvisa”.
E a checagem de fatos?
A questão da checagem de fatos também merece atenção nas possíveis alterações da Meta. Com a nova abordagem, a verificação de fatos será realizada pela comunidade, substituindo o sistema automatizado anterior que poderia bloquear conteúdos legítimos, mas que também impedia a propagação de fake news.
A mudança levanta preocupações sobre o que constitui informações verídicas e baseadas em evidências sobre Cannabis, em contraste com notícias falsas que possam circular.
Os desafios, nesse contexto, são claros. A transição para uma abordagem comunitária para checagem de fatos pode minimizar o papel das agências de verificação, tornando mais difícil distinguir entre opiniões manipuladas e informações fidedignas.
“Vamos ter mais desafios com certeza, e tira o papel das agências de checagem, sabemos que a opinião pode ser manipulada e uma fake news virar verdadeira”, alerta Dave Coutinho, fundador de um perfil sobre Cannabis com mais de 239 mil seguidores que já foi derrubado.
Busque fontes confiáveis sobre Cannabis no Instagram e Facebook
Por fim, é imprescindível buscar em portais de confiança sobre Cannabis para garantir acesso a informações precisas e seguras, especialmente em um contexto onde a desinformação pode se espalhar rapidamente. Esses portais, como nós do Cannabis & Saúde, desempenham um papel crucial na educação do público sobre os benefícios, riscos e usos legais da Cannabis, ajudando a desmistificar preconceitos e promover diálogos informados.
Além disso, ao fornecer dados baseados em pesquisa e relatos de especialistas, é possível fomentar uma compreensão mais ampla sobre a planta e suas aplicações, orientando indivíduos e comunidades em questões relacionadas à saúde.
“Em um cenário em que o uso da Cannabis está ganhando aceitação, contar com fontes confiáveis é essencial para pacientes tomarem decisões bem fundamentadas e seguras”, conclui Espeschit.
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