O cânhamo é uma variedade de Cannabis que contém altas concentrações de canabidiol (CBD) e baixos níveis de delta-9-tetrahidrocanabinol (THC). Ele vem ganhando cada vez mais popularidade pelo seu uso tanto na medicina quanto na indústria. Além de produzir CBD, um canabinoide com propriedades terapêuticas, fornece fibras que podem ser usadas como matéria-prima para papel, tecido, plástico biodegradável, concreto sustentável e outras possibilidades.
De acordo com o relatório “Cânhamo: a Commodity do Futuro”, o mercado dessa variedade de Cannabis movimentou U$7 bilhões em 2023, e a previsão é que chegue a U$25 bilhões em dez anos. Para atender essa demanda, pesquisadores e agricultores buscam maneiras de tornar os cultivos mais eficientes e sustentáveis.
Nesse sentido, uma pesquisa recente da Universidade de Houston revelou que comunidades de microrganismos podem ajudar a aumentar a produtividade do cânhamo, tanto para uso farmacêutico quanto industrial.
Esses microrganismos naturais podem reduzir a necessidade de fertilizantes químicos e pesticidas, tornando o cultivo de cânhamo mais sustentável.
Cânhamo e microrganismos: uma parceria natural para o cultivo
Publicado na revista Nature, o estudo analisou como diferentes subvariedades de cânhamo interagem com microbiomas específicos — conjuntos de microrganismos como bactérias e fungos — que influenciam diretamente o crescimento das plantas, a absorção de nutrientes e a resistência a condições ambientais adversas.
Os pesquisadores observaram que cada tipo de cânhamo abriga comunidades microbianas únicas, que afetam a qualidade dos canabinoides e das fibras produzidas.
Os microrganismos que ajudam o cultivo de cânhamo
Os cientistas analisaram quatro variedades de cânhamo: duas voltadas para a produção de CBD e duas para a produção de fibras. O estudo revelou que as comunidades microbianas variam conforme o tipo de planta.
Bactérias nas variedades para produzir CBD
Nas plantas de cânhamo para a produção de CBD, predominam as bactérias:
- Microbacterium: bactérias gram-positivas encontradas em diversos ambientes, como solo, água e plantas. Elas são conhecidas pela sua capacidade de degradar compostos orgânicos.
- Rhizobium: são bactérias gram-negativas encontradas no solo. Elas são conhecidas pela sua capacidade de fixar nitrogênio e de estabelecer uma relação simbiótica com as raízes, beneficiando o crescimento das plantas.
Bactérias nas variedades para produzir fibras
Por outro lado, nas plantas de cânhamo voltadas para a produção de fibras, as bactérias predominantes são:
- Sphingomonas: conhecidas pela capacidade de degradar uma ampla variedade de compostos orgânicos, incluindo poluentes e pesticidas. Assim, são valiosas em processos de remediação do solo, limpando áreas contaminadas ou degradadas.
- Pseudomonas: protegem as plantas contra pragas e doenças.
- Bacillus: conhecidas pela capacidade de proteger outras bactérias, além de terem aplicações na indústria de alimentos fermentados.
Fungos
Os pesquisadores também identificaram fungos com diferentes funções:
- Penicillium e Nigrospora estavam ligados à produção de CBD.
- Alternaria e Gibberella eram mais encontrados em plantas produtoras de fibras.
Onde os microrganismos se concentram na planta
O estudo também mostrou que cada parte da planta abriga comunidades diferentes de microrganismos.
- Raízes e solo: possuem maior diversidade de bactérias, que desempenham papel importante na absorção de nutrientes.
- Folhas e caules: possuem maior diversidade de fungos, influenciando na saúde da planta e na produção de compostos.
Os pesquisadores concluíram que a relação entre cânhamo e microrganismos pode tornar o cultivo mais sustentável, reduzindo o uso de fertilizantes e pesticidas sintéticos. Os resultados do estudo abrem caminho para que pesquisas futuras desenvolvam novas técnicas para utilizar microrganismos para a produção de matéria-prima de maior qualidade.
Garantindo medicamentos seguros
Por enquanto, o cultivo de cânhamo no Brasil é ilegal, mas os tratamentos já são regulamentados. Se você utiliza medicamentos à base de Cannabis para algum tratamento de saúde, a segurança é indiscutível. Nesse sentido, o uso de pesticidas e fertilizantes químicos no cultivo das plantas pode permanecer no produto final e oferecer risco à saúde.
O ideal é que as plantas venham de cultivo orgânico, sem agrotóxicos e que os produtos passem por testes laboratoriais independentes. Para garantir isso, é importante verificar o Certificado de Análise (COA, na sigla em inglês), um documento que atesta a segurança e a qualidade do medicamento.
O COA informa:
- Se o produto passou por testes contra contaminantes (agrotóxicos, solventes, metais).
- A concentração exata dos canabinoides e outros compostos da planta, como terpenos.
Medicamentos à base de Cannabis com COA oferecem mais confiança ao paciente. Portanto, exigir esse documento é um direito de quem faz tratamento com canabinoides.
Como começar tratamentos seguros com canabinoides
Se você deseja iniciar um tratamento com medicamentos à base de Cannabis, é necessário seguir as exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para adquirir os produtos. Primeiramente, você precisa obter a orientação de um profissional da saúde e só depois disso poderá prosseguir para a compra.
Consultar um especialista evita riscos, como interações medicamentosas e doses inadequadas. Acessando a nossa plataforma de agendamento, você pode marcar uma consulta com um entre mais de 300 médicos experientes nesse tipo de prescrição. Eles podem te ajudar a escolher o medicamento mais seguro para alcançar os resultados desejados.
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