O metilfenidato é um psicoestimulante usado para tratar os distúrbios de atenção e comportamento associados ao transtorno de déficit de atenção com ou sem hiperatividade (TDAH).
O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um dos distúrbios psiquiátricos infantis mais frequentemente diagnosticados e tratados.
Crianças com TDAH enfrentam dificuldades em manter a concentração e, frequentemente, apresentam hiperatividade (são inquietas e incapazes de permanecerem tranquilas por longos períodos) e impulsividade.
Esses sintomas do TDAH podem afetar negativamente o desempenho escolar das crianças, tornando desafiador para elas seguir instruções e manter o foco.
Além do mais, os problemas comportamentais associados ao TDAH podem impactar as relações com a família e os amigos, levando as crianças a se envolverem em mais situações problemáticas em comparação com outras crianças.
Nos últimos dez anos, a prescrição do metilfenidato foi expandida para abranger outros distúrbios do neurodesenvolvimento em crianças e adolescentes, que também estão relacionados com déficits de atenção ou, de forma mais ampla, fragilidade das funções executivas.
Apesar de sua eficácia, comprovada por mais de 400 estudos controlados randomizados e duplo-cegos, o acesso a esse tratamento continua restrito devido a preocupações sobre seus efeitos colaterais.
Para se informar mais sobre este medicamento, continue lendo este artigo. A seguir, você aprenderá sobre:
- O que é metilfenidato?
- Tipos de metilfenidato disponíveis no mercado
- O uso responsável do cloridrato de metilfenidato
- Dicas para pais de crianças em tratamento com metilfenidato
- Segurança e armazenamento do cloridrato de metilfenidato
- Alternativas naturais ao metilfenidato no tratamento do TDAH
- A Cannabis medicinal pode ser usada para tratar TDAH?
O que é metilfenidato?
O metilfenidato (MPH) é uma molécula cuja síntese química foi inicialmente descrita por Leandro Panizzon, um químico, em 1944.
A história narra que sua esposa, Marguerite, conhecida como “Rita”, foi a primeira a notar os efeitos cognitivos dessa molécula durante suas partidas de tênis.
Assim, em 1950, o laboratório farmacêutico registrou uma patente para o MPH, indicando seu uso para “fadiga” e “confusão”.
Logo em seguida, em 1954, o metilfenidato foi lançado no mercado com a marca Ritalina, em homenagem a Rita. Por volta de 1961, a Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos autorizou o uso do MPH na psiquiatria infantil.
Alguns anos depois, os pediatras Conner e Eisenberg realizaram um dos primeiros ensaios clínicos metodologicamente bem controlados, demonstrando que o metilfenidato melhorava o comportamento diário de crianças com déficits de atenção.
O metilfenidato, hoje, é um medicamento utilizado no tratamento de condições como o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e, ocasionalmente, na abordagem da narcolepsia.
Este composto é classificado como um estimulante do sistema nervoso central, atuando sobre as substâncias químicas no cérebro e nos nervos que influenciam a hiperatividade e o controle de impulsos.
É importante ressaltar que o uso do metilfenidato deve ser integrado a um programa abrangente de tratamento para o TDAH, que pode incluir aconselhamento e outras terapias.
Como o metilfenidato age no organismo de pacientes com TDAH?
Este medicamento é utilizado no tratamento do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e atua modificando as quantidades de certas substâncias naturais no cérebro.
O metilfenidato pertence à categoria de drogas conhecidas como estimulantes, que podem auxiliar no aumento da capacidade de concentração, foco em atividades e controle de comportamento, além de melhorar habilidades auditivas e a organização de tarefas.
O metilfenidato atua bloqueando a recaptação de dois neurotransmissores, norepinefrina (NE) e dopamina, nos neurônios pré-sinápticos.
Isso ocorre pela inibição dos transportadores desses neurotransmissores, resultando em um aumento na concentração de dopamina e NE na fenda sináptica.
Esse mecanismo é responsável pelo efeito estimulante clássico do metilfenidato no sistema nervoso central, especialmente no córtex pré-frontal.
Quimicamente, o metilfenidato deriva da fenetilamina e da benzilpiperazina e é metabolizado no fígado por meio de um processo conhecido como CES1A1.
Em comparação com outros medicamentos derivados da fenetilamina, como as anfetaminas, o metilfenidato parece aumentar a taxa de disparo dos neurônios.
Além disso, atua como um agonista no receptor 5HT1A, contribuindo para o aumento dos níveis de dopamina.
O aumento dos níveis de dopamina proporcionado pelo metilfenidato pode oferecer uma ativação no sistema nervoso em condições que envolvem a perda de neurônios dopaminérgicos.
Tipos de metilfenidato disponíveis no mercado
Os estimulantes são amplamente utilizados no tratamento do TDAH e existem dois tipos principais de medicamentos nessa categoria: o metilfenidato (presente na Ritalina, Concerta e outras formulações) e a anfetamina (encontrada no Adderall, Venvanse e outras formulações).
Ambos estão disponíveis em versões de ação curta e de ação prolongada. Esses dois tipos de medicamentos, o metilfenidato e a anfetamina, têm eficácia semelhante, com benefícios e riscos idênticos.
No entanto, algumas pessoas podem responder melhor a um deles do que ao outro. Portanto, se um desses medicamentos não produzir resultados satisfatórios ou não for bem tolerado, a alternativa deve ser considerada.
Se tratando de metilfenidato, a Ritalina é sua forma de ação curta que tem uma duração de cerca de 3-4 horas. Por outro lado, a Focalina, conhecida como Dexmetilfenidato, também tem uma duração de cerca de 4 horas.
Ambos começam a fazer efeito aproximadamente 30-45 minutos após a administração.
Para crianças que têm dificuldade em engolir comprimidos, o metilfenidato de ação curta pode ser esmagado e misturado com alimentos.
Outras formas de metilfenidato que podem ser encontradas incluem:
Cápsulas de ação prolongada
Existem também formulações de metilfenidato de ação prolongada projetadas para liberar a medicação ao longo de um período mais extenso, fornecendo efeitos que podem durar até um dia, geralmente de 6 a 8 horas.
Alguns desses compostos têm uma ação tão rápida quanto as formas de ação curta mencionadas anteriormente.
O Concerta é um dos medicamentos de metilfenidato de ação prolongada disponíveis, com uma duração de 8 a 12 horas.
Importante notar que o Concerta não deve ser mastigado ou aberto. Ele precisa ser engolido inteiro para funcionar conforme o planejado, o que pode ser desafiador para algumas crianças.
Ritalin-LA e Metadate CD são outros exemplos de cápsulas com duração de aproximadamente 6-8 horas, mas não estão disponíveis no Brasil.
Aptensio XR e Focalina XR também são cápsulas da medicação que podem ser abertas e combinadas com alimentos.
Normalmente, estas últimas têm uma duração mais longa em comparação com os outros medicamentos da lista.
Fórmula líquida
Quillivant XR é uma formulação líquida de metilfenidato de ação prolongada. Esta é uma alternativa adequada para crianças com dificuldades em engolir cápsulas e que possuem sensibilidade a grânulos.
Adesivos de metilfenidato
Os adesivos de metilfenidato podem ser encontrados pelo nome Daytrana, sendo uma opção para crianças que não conseguem engolir pílulas.
Pode ser usado por até 9 horas, e frequentemente proporciona uma hora adicional de efeito após a remoção do adesivo. No entanto, é importante observar que o adesivo pode levar de 1 a 2 horas para começar a fazer efeito.
O uso responsável do cloridrato de metilfenidato
Apesar de ser um medicamento que apresenta bons resultados, é preciso ser responsável ao usar o metilfenidato. Para todas as formas de metilfenidato, a recomendação é não ultrapassar a dose diária de 60 mg.
O metilfenidato é prescrito como parte de um tratamento abrangente para o TDAH em crianças com 6 anos ou mais, quando outras intervenções não são suficientes.
Ele também não deve ser utilizado por conta própria. Também é importante respeitar as doses conforme orientado pelo profissional.
Somente um médico, seguindo os critérios do DSM-IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) ou da CID10 (Classificação Internacional de Doenças versão 10) pode prescrever o metilfenidato.
O metilfenidato é classificado como narcótico e tem restrições rigorosas quanto à prescrição e dispensação.
A primeira receita deve ser emitida por um neurologista, psiquiatra ou pediatra hospitalar, utilizando um formulário específico para medicamentos controlados.
Embora o metilfenidato esteja disponível no mercado há quase 60 anos, a tolerância a ele nunca foi extensivamente estudada.
Um estudo da Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde do Reino Unido, por exemplo, coletou relatos de suspeitas de reações adversas em pacientes com menos de 17 anos.
Este estudo indicou que o metilfenidato foi a medicação mais frequentemente associada a reações adversas em crianças. Além do mais, a segurança a longo prazo do uso de metilfenidato é escassamente documentada.
Questões como os efeitos a longo prazo do tratamento contínuo desde a infância até a idade adulta, incluindo mudanças no cérebro, permanecem desconhecidas.
A cardiotoxicidade do metilfenidato, envolvendo taquicardia, hipertensão e potencial valvulopatia, ainda é tema de debate na literatura.
Dicas de segurança ao tomar o metilfenidato
Siga criteriosamente a recomendação do seu médico para o uso de metilfenidato.
Se você acabou ingerindo uma quantidade maior de metilfenidato do que a prescrita pelo seu médico, é crucial buscar assistência médica de imediato, mesmo que não perceba sintomas imediatos de alteração.
O metilfenidato pode ocasionalmente resultar em efeitos colaterais graves, incluindo reações alérgicas (tais como dificuldade em respirar, inchaço no rosto ou na garganta, coceira na pele).
Dirija-se a um hospital com o medicamento em mãos se apresentar qualquer um destes sintomas.
Não tome metilfenidato se tiver ingerido um inibidor da monoamina oxidase (IMAO) antidepressivo, como moclobemida, fenelzina, isocarboxazida ou tranilcipromina, nos últimos 14 dias.
Além disso, a interrupção abrupta do metilfenidato pode ocasionar efeitos colaterais severos. Se estiver pensando em parar o tratamento, é imprescindível discutir primeiramente com seu médico.
Nos primeiros dias após a administração do metilfenidato, você pode sentir sonolência. Portanto, é importante evitar dirigir, andar de bicicleta ou operar máquinas até entender como o medicamento afeta seu organismo.
Enquanto estiver fazendo uso do metilfenidato, é fundamental utilizar um método contraceptivo adequado, pois o seu uso durante a gravidez pode afetar o desenvolvimento do feto.
Dicas para pais de crianças em tratamento com metilfenidato
A administração de metilfenidato é uma intervenção comum no tratamento do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) em crianças.
No entanto, o uso de medicamentos para TDAH, como o metilfenidato, pode levantar preocupações e desafios para os pais que desejam garantir o bem-estar e o sucesso de seus filhos durante o tratamento.
É fundamental reconhecer que o tratamento do TDAH com metilfenidato é uma abordagem multidisciplinar que envolve a colaboração entre pais, médicos, educadores e, em alguns casos, terapeutas.
Neste sentido, seguir as dicas abaixo ajudará você e seu filho a se lembrar da medicação e dar a eles a melhor chance de sucesso.
1. Mantenha sempre a dosagem prescrita pelo médico
Manter a dosagem de metilfenidato prescrita pelo médico é um passo necessário para garantir a eficácia do tratamento do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e, em alguns casos, a narcolepsia.
A dosagem inicial do metilfenidato varia consideravelmente e depende de vários fatores que somente um profissional de saúde pode ponderar.
Portanto, é fundamental seguir rigorosamente as orientações do médico para determinar a quantidade certa a ser administrada.
Ignorar essa recomendação pode resultar em efeitos colaterais indesejados, como nervosismo, insônia, aumento da pressão arterial e até mesmo abuso do medicamento.
Ademais, todos os pacientes devem manter a dosagem prescrita e evitar a interrupção abrupta do tratamento.
Quando o metilfenidato é descontinuado de maneira repentina, os sintomas do TDAH podem piorar consideravelmente, e o paciente pode sentir efeitos colaterais graves.
Então, siga as instruções do médico caso seja necessário ajustar gradualmente a dosagem ou para interromper o tratamento de maneira adequada.
Os pacientes e seus responsáveis devem estar atentos aos efeitos colaterais e relatar qualquer preocupação ao médico.
Às vezes, ajustes na dosagem podem ser necessários para otimizar os resultados do tratamento, mas esses ajustes NÃO PODEM ser feitos por conta própria.
2. Tente administrar o metilfenidato nos mesmos horários
Os medicamentos estimulantes utilizados para tratar o TDAH começam a fazer efeito rapidamente, geralmente em um período que varia de meia hora a uma hora e meia, dependendo do tipo e da dose.
Seu médico prescritor discutirá as diferentes escalas de tempo, visto que as versões de ação curta têm uma duração de quatro a seis horas.
Por outro lado, as versões de liberação estendida podem durar até 14 horas, dependendo da resposta individual. Estabelecer uma rotina de administração da medicação de acordo com a rotina diária do seu filho é crucial.
Isso normalmente envolve tomar a medicação antes da escola (e após o café da manhã, se possível, para garantir que eles tenham uma refeição adequada).
Em alguns casos, pode ser necessário uma segunda dose durante a tarde, na escola. Seguir uma rotina ajuda tanto você quanto seu filho a lembrarem-se da medicação e aumenta as chances de sucesso.
O uso de caixas de comprimidos com os dias da semana indicados pode facilitar o planejamento, e configurar lembretes no seu telefone para renovar a receita a tempo é uma maneira eficaz de estabelecer uma rotina bem-sucedida.
3. Observe atentamente os efeitos colaterais
Uma considerável proporção de crianças em tratamento com metilfenidato, aproximadamente 25% delas, pode experimentar efeitos colaterais leves e de curta duração, como perda de apetite e dificuldades no sono.
É importante que os pais estejam cientes desses possíveis efeitos ao iniciar o tratamento.
Reconhecer que essas questões podem surgir e que geralmente melhoram à medida que a criança se adapta à medicação pode ajudar os pais a se prepararem para enfrentá-las.
Existem estratégias que podem ser discutidas com o pediatra da criança para lidar com esses problemas quando surgirem. Perda de apetite é um dos efeitos colaterais mais comuns do metilfenidato.
Para garantir que a criança receba os nutrientes necessários, os pais podem considerar:
- Fornecer um café da manhã e jantar nutritivos, tornando essas refeições mais substanciais quando a criança está menos faminta durante o almoço;
- Explorar medicamentos de ação mais curta, que têm uma duração mais limitada, permitindo que a criança recupere o apetite a tempo das refeições.
Problemas de sono também podem surgir devido ao uso de medicamentos para TDAH, especialmente se a última dose for administrada muito perto da hora de dormir.
É aconselhável esperar algumas semanas antes de discutir com o médico a possibilidade de ajustar a medicação. Enquanto isso, certifique-se de que a criança não tome a dose do remédio muito tarde.
Você também pode proporcionar atividades após a escola para gastar energia e ajudar a mitigar esses problemas de sono, que geralmente melhoram com o tempo.
Outros efeitos colaterais
Além dos efeitos colaterais mencionados anteriormente, outros podem ser observados durante o tratamento com medicamentos para TDAH.
É possível que a criança sinta náuseas ou dores de cabeça ao tomar medicamentos para TDAH. Geralmente, esses efeitos colaterais desaparecem após algumas semanas.
Para aliviar esses desconfortos, a administração do medicamento junto com alimentos pode ajudar a diminuir os sintomas.
Algumas pesquisas também sugerem que durante o primeiro ano de tratamento com medicamentos para TDAH, algumas crianças podem apresentar um crescimento mais lento do que o esperado.
Em casos onde o crescimento é uma preocupação, pausas na medicação, como nos fins de semana e durante as férias de verão, podem ser consideradas para mitigar esse efeito.
Os pacientes com TDAH podem também sofrer mudanças repentinas de humor quando a ação do medicamento se encerra, o que é conhecido como “efeito rebote”.
Tal efeito colateral pode indicar que a dose é muito alta ou que o medicamento não é o mais adequado para a criança. A prática regular de exercícios físicos pode ajudar a regular o humor nessas situações.
4. Agende consultas de acompanhamento regulares
Se você ou seu filho faz uso do metilfenidato, é altamente necessário que se mantenha um contato frequente com seu médico. As consultas de acompanhamento permitem uma avaliação contínua da eficácia do metilfenidato.
Através delas, o médico pode observar como o medicamento está afetando os sintomas do paciente, como a capacidade de concentração, impulsividade e hiperatividade.
Esta abordagem também possibilita ajustes na dosagem, garantindo que a quantidade prescrita seja a mais adequada para atender às necessidades individuais do paciente.
Além do mais, o monitoramento dos efeitos colaterais é importante. Como você já sabe, o metilfenidato pode causar efeitos secundários, como perda de apetite e problemas de sono.
Durante as consultas de acompanhamento, esses efeitos podem ser discutidos e gerenciados. Isso permite garantir o bem-estar do paciente e minimizar qualquer desconforto associado ao tratamento.
Ademais, as consultas regulares são necessárias porque o TDAH é uma condição crônica.
O que significa que o paciente pode receber suporte contínuo para suas necessidades em evolução, garantindo que o tratamento seja eficaz ao longo do tempo.
Por fim, o médico pode considerar a necessidade de ajustar a medicação com base em mudanças na resposta do paciente ou em sua situação geral.
Segurança e armazenamento do cloridrato de metilfenidato
Para armazenar esse medicamento, mantenha-o no recipiente original, bem fechado e fora do alcance das crianças.
É fundamental manter todos os medicamentos fora do alcance das crianças, pois muitas embalagens, como as de comprimidos e adesivos, podem ser facilmente abertas por crianças pequenas.
Para proteger as crianças contra a sobredosagem, certifique-se sempre de guardar o medicamento imediatamente após o uso em um local seguro, fora de vista e alcance delas.
Armazene-o a temperatura ambiente, afastado da luz, do calor excessivo e da umidade, evitando colocá-lo no banheiro.
Também é necessário guardar o metilfenidato em um local seguro para impedir o acesso acidental ou intencional por parte de outras pessoas ou animais.
Mantenha um controle do número de comprimidos, cápsulas ou líquido restantes para garantir que não haja falta de medicação.
Tenha cuidado para realizar o descarte do medicamento de forma adequada para evitar o acesso por animais de estimação, crianças e outras pessoas.
No entanto, não descarte este medicamento no vaso sanitário.
Alternativas naturais ao metilfenidato no tratamento do TDAH
O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é uma condição de saúde mental comum, mas tratável, que afeta aproximadamente 2,5% dos adultos e mais de 5% das crianças no país.
Embora não exista uma cura definitiva, existem métodos altamente eficazes para tratar o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade.
Em muitos casos, os planos de tratamento incluem o uso de medicamentos para TDAH, como os estimulantes, que são frequentemente a primeira opção para o tratamento.
No entanto, muitas pessoas, incluindo pais de crianças com TDAH, estão explorando uma abordagem mais holística, considerando opções de remédios naturais ou tratamentos naturais.
Há diversos tratamentos naturais que foram estudados e podem ser considerados como alternativas úteis para ajudar pessoas a aprenderem a lidar com um diagnóstico de TDAH, tanto em crianças como em adultos.
Entre as abordagens naturais, podemos citar:
Prática regular de exercícios
O exercício não só melhora o humor e fortalece o coração, mas também promove ajustes positivos específicos no cérebro das pessoas com TDAH.
O exercício também diminui a incidência de distúrbios de sono, fazendo com que as crianças gastem mais energia e durmam melhor.
Dieta adequada
Pesquisas demonstram que uma dieta inadequada agrava os sintomas do TDAH, independentemente do uso de medicação.
Consumir uma dieta rica em alimentos processados com gorduras trans, açúcares adicionados, conservantes e corantes alimentares, pode agravar os déficits do TDAH, bem como a depressão, uma condição frequentemente associada ao TDAH.
Por outro lado, optar por uma alimentação que promova a saúde e o equilíbrio emocional pode auxiliar no gerenciamento dos sintomas do TDAH.
Uma dieta rica em peixes, frutas e vegetais está relacionada a menores sintomas de TDAH.
Meditação e atenção plena
A prática da atenção plena é comprovadamente benéfica, pois ajuda a manter o foco e a regular as emoções, desafios frequentes para pessoas com TDAH.
A atenção plena capacita a pessoa a identificar e mudar hábitos improdutivos no momento presente.
Também ajuda o indivíduo a compreender as emoções que podem levar à impulsividade, permitindo tomar medidas para controlar este sintoma comum.
Suplementação
Quando se trata de suplementos, embora uma dieta saudável seja sempre o ponto de partida, os ômega-3, em particular os ácidos graxos EPA e DHA, têm sido bem estudados no contexto do TDAH.
Existem evidências de que esses ácidos graxos podem proporcionar benefícios para os sintomas do TDAH, bem como para a saúde cardiovascular e cerebral.
A Cannabis medicinal pode ser usada para tratar TDAH?
As causas do TDAH ainda não foram completamente identificadas, mas os cientistas sugerem que uma possível alteração na atividade dos neurotransmissores está relacionada ao seu desenvolvimento.
Os neurotransmissores são substâncias químicas que facilitam a comunicação entre neurônios em regiões específicas do cérebro associadas à atenção, como o estriado, a amígdala e o hipocampo.
Curiosamente, essas mesmas áreas cerebrais também estão envolvidas em distúrbios psicológicos, como fobias e ansiedade. Atualmente, os estudos sobre o uso da Cannabis no tratamento do TDAH estão focados principalmente na avaliação de seu impacto na redução dos sintomas.
Indivíduos com TDAH costumam apresentar níveis mais baixos de dopamina.
A deficiência de dopamina no cérebro pode levar aos sintomas diretos do TDAH, como hiperatividade motora, déficit de atenção e problemas de concentração.
Além do mais, distúrbios de sono, falta de apetite e problemas com a ansiedade também são comuns em pessoas com TDAH. No entanto, a Cannabis demonstrou a capacidade de aumentar e regular os níveis de dopamina.
Os canabinoides desta planta ajudam a regular funções como comportamento, cognição, motivação, sono e memória.
Portanto, a Cannabis atua nestes neurotransmissores pelo sistema endocanabinoide, e assim, reduz a hiperatividade, ansiedade, estresse e distração, graças à ativação dos receptores.
Outra das vantagens da Cannabis neste sentido é a minimização dos efeitos colaterais em comparação com os medicamentos tradicionais, como o metilfenidato e os psicoestimulantes, frequentemente usados no tratamento do TDAH.
Quais os benefícios comprovados da Cannabis para TDAH?
O estudo Cannabinoid and Terpenoid Doses are Associated with Adult ADHD Status of Medical Cannabis Patients avaliou a eficácia de canabinoides e terpenos no tratamento de adultos com TDAH.
Este estudo envolveu adultos que eram pacientes autorizados a utilizar Cannabis medicinal e que também haviam recebido um diagnóstico médico de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
Para avaliá-los, os pesquisadores usaram questionários de autorrelato para coletar informações sobre sintomas de TDAH, qualidade do sono e ansiedade.
Além disso, foram registrados dados relacionados ao tratamento com Cannabis medicinal, incluindo a forma de administração, o produtor, o nome da variedade e a quantidade mensal.
Ao final do estudo, consumidores de doses elevadas de Cannabis medicinal relataram uma maior redução no uso de medicamentos para o tratamento do TDAH.
Também foi observada uma associação a níveis mais baixos de ansiedade e o consumo de canabinol (CBN), mas não com tetrahidrocanabinol (THC).
Essas descobertas indicam que o uso de doses mais altas de componentes de Cannabis, incluindo fitocanabinoides e terpenos, está relacionado à redução no uso de medicamentos para o tratamento do TDAH.
No entanto, são necessários mais estudos para compreender completamente o potencial da Cannabis e de seus componentes no manejo do TDAH.
Como iniciar um tratamento à base de Cannabis medicinal?
Para iniciar um tratamento com Cannabis medicinal, você precisa seguir algumas etapas básicas.
O primeiro passo é encontrar um médico com experiência na prescrição de Cannabis medicinal, legalmente autorizado a prescrevê-la, o que pode ser feito por meio do portal Cannabis & Saúde.
Após agendar uma consulta com um dos nossos médicos, o médico escolhido conduzirá uma avaliação completa para determinar a adequação do tratamento.
Um plano de tratamento personalizado será elaborado, incluindo informações sobre o tipo de produto com Cannabis, dose e forma de administração.
Feito isso, basta seguir os procedimentos legais de registro e documentação para adquirir produtos de Cannabis legalmente.
Durante o tratamento, mantenha acompanhamento médico regular e relate quaisquer efeitos colaterais ou mudanças nos sintomas ao médico.
O tratamento com Cannabis medicinal pode exigir ajustes ao longo do tempo, e a educação contínua sobre o uso da Cannabis e as pesquisas mais recentes é mais do que necessária para otimizar os resultados.
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O tratamento com a Cannabis pode ser combinado ao metilfenidato?
A combinação de cannabis medicinal e metilfenidato pode ser uma opção, mas deve ser feita com cautela sob supervisão profissional.
Apesar de seu bom perfil de segurança, a Cannabis pode interagir com o metilfenidato, alterando seus efeitos.
Além do mais, ambos os tratamentos podem causar efeitos colaterais, como sonolência e aumento da frequência cardíaca, e combinar os dois pode aumentar o risco de experimentar esses efeitos adversos.
Portanto, qualquer decisão de combinar esses tratamentos deve ser feita sob a orientação de um médico. Eles podem ajustar as doses e monitorar de perto os efeitos para garantir a segurança e eficácia do tratamento.
Conclusão
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma condição que afeta as pessoas de maneira única, variando de acordo com fatores como estresse, sono, dieta e carga de trabalho.
Portanto, declarar que o metilfenidato é a melhor opção para o TDAH é impossível, uma vez que o TDAH pode se manifestar de diferentes formas em diferentes indivíduos. E nem sempre alguns indivíduos vão responder bem a este medicamento.
No entanto, estudos têm mostrado melhorias significativas nas áreas de hiperatividade/impulsividade e desatenção com o uso de Cannabis.
O uso de Cannabis para TDAH pode ser mais eficaz e seguro quando direcionado aos sintomas específicos que afetam um indivíduo.
Considerando que pessoas com TDAH frequentemente sofrem de desconforto ou dificuldade em desligar suas mentes, uma abordagem holística, como a Cannabis, que vise seus sintomas, pode impactar positivamente sua vida.