Países onde a regulamentação permite o uso de canabinoides em alimentos já é possível se tratar com mel e CBD juntos
Você sabia que nos países onde a Cannabis já é regulamentada para uso alimentício os produtores de mel tem infusionado o Canabidiol (CBD), uma das moléculas medicinais da planta, nesse alimento?
De fato, em países como Estados Unidos, Canadá, Austrália e grande parte da Europa já é comum encontrar mel com CBD nas lojas especializadas em Cannabis.
Não é psicoativo
Alimentos à base de cânhamo, que é uma cepa da Cannabis rica em CBD e que praticamente não contém o Tetrahidrocanabinol (THC) – a substância psicoativa da maconha – está se tornando bastante popular nesses locais.
Alimentos altamente nutricionais
Não apenas pelas propriedades medicinais da planta, mas porque os alimentos à base de cânhamo são altamente nutricionais, contém proteínas, ácidos graxos e todos os aminoácidos que o corpo precisa.
Para quem ainda desconhece, é importante esclarecer que o CBD, diferentemente do THC, não proporciona efeitos psicotrópicos no paciente.
Ou seja, os alimentos que se propõe regulamentar – como o mel com CBD – não traz qualquer sensação relacionada ao uso recreativo da maconha. E nada se parece com os conhecidos “brisadeiros” ou bolos feitos com a erva.
THC – na dose certa – também é medicinal
É importante esclarecer que ainda que o THC seja “mal visto” por boa parte da população, a molécula – na dose certa – também possui efeitos medicinais, comprovados cientificamente, no controle de dor, epilepsia e náuseas, para citar alguns exemplos.
De acordo com a nutricionista Rafaela Porto, que mora na Espanha há 12 anos, a ideia de combinar mel ao CBD objetiva unir as propriedades medicinais de ambas substâncias proporcionando ao paciente uma experiência sensorial e agradável.
Mel fonte energética e medicinal
“Como já é de conhecimento geral, o mel é uma fonte de energia com propriedades medicinais reconhecidas não só pela sabedoria popular, assim como pela ciência”, afirma a especialista.
Antioxidante
A nutricionista explica que o mel tem sido usado como remédio ao longo da história porque é rico em fitoquímicos vegetais que atuam como antioxidantes que ajudam a proteger o corpo dos danos celulares causados pelos radicais livres.
“Os radicais livres são responsáveis por acelerar o processo de envelhecimento e desenvolvimento de doenças crônicas, como câncer e doenças cardíacas, por exemplo”, alerta Porto.
Anti-inflamatório
Pesquisas indicam que os compostos antioxidantes do mel puro, chamados polifenóis, também reúnem efeitos anti-inflamatórios que podem ser benéficos na proteção contra várias condições associadas ao estresse oxidativo, detalha Rafaela Porto.
O mel ainda possui cálcio, magnésio, manganês, niacina, ácido pantotênico, fósforo, potássio, riboflavina, zinco, além de possuir propriedades antifúngicas e antibacterianas. Por isso, o mel é indicado no tratamento de tosse e infecções respiratórias.
Estimula o sistema imunológico
“Os minerais e vitaminas são cruciais para estimular o sistema imunológico do corpo. E para completar, a vitamina C, o ferro e o cálcio tornam o processo de cicatrização de feridas mais rápido e eficiente”, ensina.
Esses benefícios aliados à ação medicinal do CBD, que também atua como anti-inflamatório e antioxidante, promovem uma espécie de efeito comitiva, afirma a nutricionista.
O efeito comitiva ou entourage é quando as moléculas da Cannabis, em conjunto, promovem uma ação sinérgica mais eficaz do tratamento.
Ajuda na hipertensão
De acordo com o Instituto Nacional de Saúde, o Canabidiol ainda contém os elementos necessários para ajudar a aliviar a hipertensão e também regula os níveis de glicose e pode evitar danos vasculares.
Para a nutricionista, a combinação dos dois ingredientes pode atuar de forma preventiva para manter em equilíbrio o funcionamento do coração e de outros órgãos vitais.
“Já é sabido que o CBD inibe as vias de transmissão neuronal, que canalizam a sensação de dor para o cérebro. Mas os comestíveis costumam ter um menor nível de Canabinoides do que um óleo, por exemplo”, diz Porto.
Segundo a especialista, uma série de estudos já indicam que a ação dos Canabinoides pode atenuar dores na coluna, dores musculares, artrite e dores de esclerose múltipla e fibromialgia.
Procure um profissional de saúde antes
Por isso, o uso desse tipo de alimento deve sempre vir acompanhado de orientação médica, defende a nutricionista
“Embora o mel de cânhamo possa trazer muitos benefícios à saúde, é aconselhável consultar um profissional de saúde antes de usá-lo como medicamento”, alerta a nutricionista.
Onde comprar mel de Cânhamo?
No Brasil, a regulação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não permite a comercialização de produtos alimentícios que contenham partes da Cannabis.
Mediante prescrição médica é até possível importar o mel infusionado com CBD, mas os custos relativos ao frete inviabilizam e o valor final, inviabilizam a entrada desse tipo de produto no Brasil.
E como usar o mel de cânhamo?
Assim como o mel tradicional, o mel com CBD também pode ser usado para adoçar bebidas, incluir no açaí, na salada de frutas, bolos e pães.
Quem tem acesso a esse tipo de mel sabe que os animais de estimação ainda podem se beneficiar desse alimento.
Como os humanos, os animais possuem um Sistema Endocanabinoide que pode se equilibrar a partir da ingestão de fitocanabinoides encontrados na Cannabis.
“Aqui na Europa, a ingestão de alimentos à base de cânhamo está muito em voga. Especialmente entre os veganos. O cânhamo, além de reunir todas as propriedades medicinais citadas é uma fonte completa para alimentação humana e já é tido como o alimento do futuro”, conclui Rafaela Porto.
O uso medicinal da Cannabis já é legal no Brasil
O uso medicinal da Cannabis no Brasil já tem regulamentação da Anvisa, por meio da Resolução da Diretoria Colegiada RDC 660 e RDC 327. No entanto, é essencial ter uma prescrição médica para usar produtos à base da planta.
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