Um estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) sobre Cannabis como tratamento para Alzheimer, Parkinson e esclerose múltipla foi publicado no periódico Frontiers com a recomendação de um gigante da área: Raphael Mechoulam. O cientista de 91 anos segue trabalhando pela pesquisa em Cannabis foi um dos revisores do artigo.
O grupo que fez o estudo é formado por pesquisadores do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, do Centro de Ciências da Saúde da UFRJ, uma das integrantes da equipe, a farmacêutica Luzia Sampaio, nos contou como a notícia foi recebida pelo time.
“Saber que ele leu com atenção o nosso trabalho, apontou sugestões e corroborou que era um ótimo trabalho e indicou para publicação, foi uma das maiores felicidades que sentimos. Creio que todo pesquisador sonha em algum momento em ter sua produção reconhecida por um “gigante” da sua área, e assim que soubemos que ele foi um dos revisores, não vou mentir, foi uma satisfação enorme!”
Segurança e eficácia contra Alzheimer, Parkinson e esclerose múltipla
A pesquisa que agradou o Dr. Mechoulam é a Fitocanabinóides e produtos à base de Cannabis como farmacoterapia alternativa em doenças neurodegenerativas: da hipótese à prática clínica descreveu as principais descobertas sobre o envolvimento do sistema endocanabinoide nas doenças neurodegenerativas Alzheimer, Parkinson e esclerose múltipla. O estudo avaliou a eficácia, segurança e tolerabilidade do tratamento com medicamentos à base de Cannabis, além de revisar ensaios clínicos e modelos animais.
Luzia explicou que o objetivo do trabalho foi, principalmente, fornecer dados para profissionais da área da saúde que ainda consideram que não há dados científicos sobre os benefícios do uso medicinal da Cannabis.
“O nosso trabalho serve como um apoio para médicos e pesquisadores, mostrando um caminho mais tranquilo para que novos estudos possam ser gerados e pacientes acolhidos. Nesse nosso trabalho, utilizamos apenas dados publicados em importantes revistas e criamos um material único unificando todos os dados, de modo a ficar mais simples o entendimento de que, de fato, se tem, sim, bastante estudo e evidências científicas que corroboram a adoção dos produtos de cannabis com total segurança e boas possibilidades terapêuticas.”
Pesquisa com Cannabis evoluindo no Brasil
Uma das primeiras pesquisadoras na área de Cannabis no Brasil, Luzia teve dificuldades no início da carreira, quando não conseguia importar insumos para a pesquisa. Hoje, ela vê com otimismo a evolução da pesquisa em canabinoides no nosso país.
“Sentimos que galgamos degraus dentro da ciência canabinoide. Porque se há 10 anos estudávamos o sistema endocanabinoide de uma forma elementar e hoje conseguimos trabalhar com um produto de Cannabis e avaliar de uma forma mais complexa o funcionamento do sistema, é algo que traz uma grande satisfação para qualquer pesquisador, sem dúvidas. Ao atribuir à Cannabis o estigma da ilicitude, muito se atrasou na pesquisa mundial de uma planta que tem propriedades terapêuticas que não se pode negar.”
Como resultado, o estudo identificou melhoras no sono e redução da ansiedade e agressividade de pessoas com Alzheimer e Parkinson, além de redução nos espasmos musculares de pacientes com esclerose múltipla que utilizaram medicamentos à base de Cannabis.
Essas e outras doenças neurodegenerativas podem ser tratadas com Cannabis e podem recuperar a qualidade de vida e bem-estar de pacientes e das pessoas que vivem ao seu redor. Para iniciar um tratamento com canabinoides agende uma consulta na nossa plataforma de atendimentos e marque uma consulta com um dos nossos vários especialistas.