Uma oportunidade única para os profissionais da saúde acontece nos próximos dias 11 a 13 de agosto, com a primeira Conferência Internacional da Cannabis Medicinal. O evento, que será realizado no complexo de hotéis Grand Mercure e Pullman Vila Olímpia, em São Paulo, busca ser um marco para a história da medicina ao reunir especialistas e estudiosos sobre Cannabis medicinal e sistema endocanabinoide.
O evento se destaca por atender à demanda de informação tanto de médicos já experientes na prescrição da Cannabis medicinal, como aqueles que dão os primeiros passos no universo dos fitocanabinoides. No dia 11, um curso pré-conferência será dedicado para ensinar os médicos e profissionais de saúde a se aprofundarem no sistema endocanabinoide, nas indicações e prescrição da Cannabis medicinal.
Para que fosse possível atender a todos os públicos, uma seleção de pesquisadores do Brasil e exterior foram convocados. É o caso de Mara Gordon, que se especializou no desenvolvimento de protocolos de tratamento da Cannabis para pacientes críticos. Apesar de ser formada em engenharia de produção, a pesquisadora norte-americana viu sua vida ser transformada pela Cannabis no papel de paciente.
A busca
Em 1996, Gordon foi vítima de meningite espinhal, adquirida no hospital, após uma cirurgia na coluna. Dores crônicas vieram como consequência. Chegou a tomar até 26 remédios diferentes por dia. Só que nada deu certo. Gordon ganhou peso, não conseguia mais dirigir ou trabalhar, entrou em depressão e para piorar: continuou com as dores. Foi assim por quase uma década.
Até que uma conhecida ofereceu um brownie de maconha para seu marido, que sofria com dor crônica no pescoço, e ele conseguiu sem a necessidade de medicamentos naquela noite. Gordon ficou curiosa, mas decidiu questionar seu médico.
Para sua surpresa, saiu da consulta apenas com uma lista de dispensários. Quando chegou na loja, não sabia o que comprar, nem como usar. “Pensei: como eu uso, qual pego? Não faço ideia, ok, isso não é ciência, não é medicina, preciso achar mais informação”, contou em palestra no Ted Talk.
Partiu, então, para um festival de maconha em busca de informações. Encontrou muitos outros pacientes sofrendo com ansiedade ou dor crônica. Apesar de ainda sair insatisfeita com as informações, decidiu comprar um pouco de Cannabis para cozinhar e experimentar em casa.
O resultado
“Eu não podia acreditar que a minha dor tinha sido tão afetada por essa planta, que minha dor tinha caído do nível 8 para o 2 quase instantaneamente”, lembra.
Gordon cortou 23 remédios que tomava. “E nenhum médico tinha se importado em me contar que a Cannabis poderia ser uma opção! Então, pensei, o que seria necessário para que médicos recomendem Cannabis efetivamente para tratar pacientes como eu?”
“Não encontrei nada consistente, nada de previsibilidade, certamente nada que remotamente parecesse com medicina”, relata Gordon no documentário “Weed the people”. “Então, como uma engenheira de processo, terei que fazer isso eu mesma.”
O aprendizado
Em 2011, Gordon e seu marido saíram em busca de dados dos pacientes de Cannabis medicinal para rastrear a eficácia dos protocolos. Essa pesquisa os ajudou a entender os perfis dos terpenos em cada cepa. E a mapear os óleos à base de Cannabis.
O que os dois fazem hoje na Aunt Zelda’s é encontrar o melhor óleo para cada paciente. Gordon escuta atentamente à especificidade daquela pessoa e recomenda um de seus produtos. Todos eles são testados em laboratórios para identificar os níveis de cada canabinoide e terpeno, assim como também confirmar a ausência de pesticidas e outros metais pesados.
Conferência Internacional da Cannabis Medicinal
“Como individualizar o tratamento com a Cannabis medicinal: por onde começar?” é justamente o tema da palestra de Gordon no CICMED, dentro do segmento sobre o Sistema Endocanabinoide no dia 12 de agosto.
As inscrições para a primeira edição da Conferência Internacional da Cannabis Medicinal estão abertas. Clique aqui para garantir sua participação.