Nesta sexta-feira, 21 de outubro, manifestações ocorreram em várias cidades contra a resolução 2.324 do CFM, o Conselho Federal de Medicina. Organizadas por associações, médicos e pacientes, os atos pediam a revogação da medida publicada na última sexta-feira, 14/10.
Os manifestantes foram até a frente dos Conselhos Regionais de Medicina pedindo que os representantes dos estados tomassem alguma atitude para que a resolução fosse revogada. Muitos pacientes contaram seus casos de melhora com a Cannabis, alguns que precisariam interromper o tratamento para cumprir a medida.
CFM, em Brasília, recebeu representantes dos manifestantes
Na capital do país, o presidente em exercício do CFM, Jeancarlo Cavalcante, recebeu três pessoas ligadas aos manifestantes: O médico Vinícius Ximenes, a educadora canábica Luna Vargas e o paciente e filho de paciente Felipe Suzim.
Na saída do encontro, os três disseram que o representante do Conselho ouviu suas reivindicações, que eram a revogação da resolução e a realização de um evento no CFM que promova o debate sobre o uso medicinal da Cannabis com especialistas da área. Eles também entregaram evidências e estudos de caso, como o do pai do Felipe Suzim, o Ivo, que se trata com Cannabis para a doença de Alzheimer.
Em São Paulo, CREMESP recebe os manifestantes
Na maior cidade do país, São Paulo, os manifestantes foram recebidos pela presidente do Conselho Regional de Medicinal do Estado de São Paulo (CREMESP), Dra. Irene Abramovich. Um dos organizadores do ato, Marco Carboni, do Instituto CuraPro, viu o encontro como muito positivo.
“Saímos de lá com a promessa de que ela vai preparar uma audiência pública e vai avançar com a pauta internamente. Nos disponibilizamos a fornecer mais informações, a levar outros estudos. E propor, depois dessa audiência pública, uma manifestação que ela vai encaminhar para o CFM.”
No Rio de Janeiro, CREMERJ afirma que não vai perseguir médicos
A manifestação na capital fluminense também foi recebida com atenção pelos conselheiros do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (CREMERJ). Com a presença de pacientes, médicos, políticos e pesquisadores, a conselheira Margareth Portela afirmou:
“Não faremos força-tarefa para procurar médicos que estão prescrevendo canabidiol ou dando aula. Não será esta a conduta do conselho. Não vamos sair caçando quem estiver infringindo a Resolução do CFM.”
Em um encontro de quase xarás, a diretora da APEPI, Margarete Brito, entregou uma carta elaborada pela associação para Margareth Portella. Representantes da associação AbraRio também estavam presentes e no encontro.
Em Recife, entrega de carta das associações de pacientes
Também ocorreu uma manifestação pacífica na capital pernambucana, onde representantes das associações Cannape e Amme entregaram uma carta aos conselheiros do Conselho Regional de Medicinal de Pernambuco. Além deles, o vereador Ivan Moraes também entregou documento pedindo a revogação da resolução 2.324 do CFM
Ato na Bahia em frente ao CREMEB
Em Salvador, capital do estado da Bahia, manifestantes foram para a frente do Conselho Regional de Medicina da Bahia (CREMEB) pedir a revogação da resolução 2.324 do CFM. Pacientes que fazem parte da associação AATAMED levaram cartazes para a frente do prédio do conselho regional e também manifestaram sua contrariedade à medida.
O movimento de caráter nacional foi considerado extremamente positivo, os pacientes puderam expor suas reivindicações e os membros dos conselhos regionais se mostraram dispostos a ouvir esses relatos. A rápida reação da sociedade civil, assim como de membros do Congresso, intensifica os pedidos para que a resolução seja revogada. A abertura para consulta pública pelo CFM que o debate precisa ser mais estimulado.
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