Desde o início do mês de maio, estão acontecendo manifestações em diversas cidades do país pedindo a regulamentação da Cannabis, são as Marchas da Maconha.
O movimento, que luta contra a proibição da planta, começou há 20 anos unindo pacientes, movimentos sociais e ativistas. Nesse fim de semana, uma das marchas quase não aconteceu por pressão de políticos. A marcha no município de Volta Redonda, no sul do estado do Rio de Janeiro, foi realizada mesmo com uma moção de repúdio feita por deputados contrários ao ato. Segundo uma das organizadoras, Raíra Nogueira, o documento preocupou os participantes, mas o direito à livre manifestação foi garantido graças ao auxílio de advogados simpáticos à causa.
“Em um primeiro momento, as pessoas ficaram acuadas e com medo dos deputados impedirem a marcha de alguma forma, mas nós da organização procuramos sempre fazer tudo da forma mais organizada e amparada possível. Recebemos apoio jurídico, inclusive do Dr. André Barros que é o advogado da Marcha da Maconha do Rio de Janeiro, que acontece há 20 anos. Então, por mais que no início houve essa preocupação do impedimento da Marcha, também nos serviu de combustível, pois diante todo esse apoio nós conseguimos nos fazer do nosso direito de manifestação e reunião e fomos passando essa informação para a galera como forma de tranquilizarmos quanto ao ato.”
A princípio, as Marchas da Maconha eram coletivos com formados por usuários que pediam a regulamentação do uso recreativo. Hoje em dia, com o uso medicinal se tornando mais reconhecido e popular, as associações de pacientes também participam das manifestações, já que a proibição também afeta quem usa a planta como medicamento. Na Marcha de Volta Redonda, pacientes estavam presentes junto com a Associação Volta Cannabis, que apoia a realização do ato.
Ala roxa – os pacientes presentes na Marcha do Rio
Na Marcha da Maconha da capital do Rio de Janeiro, há a ala roxa. Um espaço da manifestação onde os pacientes atendidos pela Associação de Apoio à Pesquisa e Pacientes de Cannabis Medicinal (Apepi) marcham e pedem a regulamentação. A Apepi é uma das únicas associações de pacientes do país que tem autorização para cultivar plantas de Cannabis com o objetivo de produzir medicamentos com canabinoides para os seus associados.
A diretora da ONG, Margarete Brito, foi convidada a falar na concentração da marcha e defendeu uma regulamentação ampla que beneficiasse mais do que apenas os pacientes atendidos na Apepi.
“É super importante porque [a Marcha] tem encontros significativos de todos os tipos de usuários, e repetir uma coisa que sempre falo, que é uma luta só. Para mim não existem vários tipos de uso, eu acho que uso é uso e a gente tem que lutar para conseguir que cada vez mais pessoas possam plantar para a gente regulamentar e a gente acabar com essa violência, com toda essa Guerra às Drogas que mata tanta gente.”
Nesse fim de semana, também aconteceram manifestações pela regulamentação da Cannabis em Niterói (RJ), Viçosa (MG) e Fortaleza (CE). Outras ainda vão acontecer e as datas são encontradas nas redes sociais de cada cidade.
O uso medicinal da Cannabis já é regulamentado no Brasil, para iniciar um tratamento você precisa agendar uma consulta e receber a prescrição de um profissional especializado. Na nossa plataforma de agendamentos você encontra mais de 150 especialidades médicas para o melhor tratamento possível