Garantir a segurança do paciente. Este é o principal objetivo do Kit DLM que detecta CBD e THC em óleos de Cannabis. O Kit DLM Cannabis foi produzido no Instituto de Química da UFRJ. E a patente está em fase de comercialização pela Agência UFRJ de Inovação.
Basicamente, o Kit DLM conta com reagentes que, em poucos minutos, mudam de cor: “Em 30 segundos o Kit indica se há tem mais porcentagem de CBD ou de THC. Se ficou azul é THC, se ficou violeta detectou THC. A Cannabis é um medicamento e é por isso que precisa de controle para uso e segurança. Espero que a Cannabis evolua no Brasil pois será fonte de renda e trabalho no Brasil. Temos muitos profissionais habilitados para trabalhar na área”, explicou o professor Cláudio Cerqueira, que está à frente do grupo de pesquisa responsável pelo Kit e com quem conversamos com exclusividade.
A polêmica sobre o Kit DLM
O lançamento do Kit gerou polêmica. Em primeiro lugar pela forma em que foi divulgado por sites de notícias: criando a separação inexistente entre Cannabis lícita da Cannabis ilícita e também a questionável, e talvez obsoleta, diferenciação entre o uso recreativo versus uso terapêutico.
A educadora canábica Luna Vargas destacou que o “THC é um canabinoide extremamente medicinal: super analgésico e anti-inflamatório”. E sendo assim, o kit não poderia ter sido divulgado simplesmente como uma ferramenta que detecta a parte “ilícita” da Cannabis. Ou seja, é imprescindível entender que toda a planta, com seus canabinoides, tem propriedades medicinais e podem ser aliadas em tratamentos que devolvem o bem-estar.
Igualmente neste sentido, a REAJA Soluções Colorimétricas, que também desenvolve este tipo de Kit, afirmou que “o amadurecimento no debate da Cannabis Medicinal no Brasil permitiu as pessoas entenderem a multiplicidade de tratamentos com diferentes composições de canabinoides, dentre os principais, THC e CBD. Então não cabe esse maniqueísmo, de que CBD é medicinal e THC é apenas recreativo, isso não tem base científica alguma. A mudança social desse entendimento já ocorreu, o que resta agora é a legislação acompanhar atualizando suas portarias, como já fez anos atrás com o CBD”.
Além disso, outra questão surgiu pelo fato do kit ter sido cedido para a Polícia Civil do Rio de Janeiro que comprovou sua eficácia.
“Temos que pensar na segurança do paciente. Muitas pessoas têm preconceito sobre o kit. Mas a nossa preocupação não é prender ninguém. É um Kit desenvolvido dentro da UFRJ em parceria com a Fiocruz. E a nossa preocupação é com o paciente. Eu como professor quero que esta ferramenta forense possa ser usada por profissionais da saúde e que dê tranquilidade às pessoas. Minha relação com a Polícia Civil tem 20 anos e nós disponibilizamos para eles que comprovaram sua eficácia. Minha finalidade é que os óleos tenham realmente CBD, para que seja vendido com segurança para dar tranquilidade ao paciente e no caso de uma perícia a polícia já está familiarizada com o kit, foi neste sentido”, explicou o professor Cláudio que foi surpreendido pela polêmica.
“Eu espero que a gente consiga estimular as pessoas e que elas olhem para a Cannabis sem preconceito. Em todas as formas de uso”, finalizou o professor deixando claro que o Kit foi desenvolvido para somar no ecossistema da Cannabis no Brasil.
A importância de testes colorimétricos e segurança no uso de óleos de Cannabis
Essencialmente os testes colorimétricos existem para garantir a segurança dos pacientes. Neste caso, em relação à composição dos óleos à base de Cannabis em tratamentos para diferentes patologias como Alzheimer, TEA, epilepsia e esclerose múltipla.
“Dado o grande leque de aplicações terapêuticas relacionadas aos canabinoides, a escolha de determinada composição se faz necessária para que o paciente possa tirar o melhor proveito do tratamento. Por exemplo, múltiplos quadros clínicos que manifestam crises de epilepsia requerem produtos com alta concentração de CBD em sua composição, enquanto quadros como esclerose múltipla e glaucoma o paciente terá maior benefício terapêutico quando tratado com produtos que contenham alta concentração de THC. A complexidade do sistema endocanabinoide faz com que seja preciso encontrar a melhor genética para determinado tratamento e para determinado paciente, por isso os reagentes colorimétricos se apresentam como uma ferramenta fundamental na busca por essa informação”, indicaram representantes do REAJA.
Agende sua consulta
Aqui no Brasil para dar início ao tratamento com Cannabis, o primeiro passo é marcar uma consulta com um médico prescritor. Na plataforma de agendamento do portal Cannabis & Saúde, você encontra cerca de 200 médicos prescritores, com diversas especialidades.