A campanha Junho Verde, tem como objetivo promover a conscientização sobre a escoliose, uma das doenças da coluna mais prevalentes no mundo, afetando cerca de 2% da população global, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, mais de 6 milhões de pessoas convivem com essa condição.
Há uma variedade de formas de escoliose, incluindo congênita, neuromuscular, degenerativa e idiopática, sendo esta última a mais prevalente, especialmente entre adolescentes.
Fatores como má postura, falta de atividade física e predisposição genética desempenham um papel importante no desenvolvimento dessa condição.
Uma pesquisa recente, identificou uma variante genética associada à escoliose idiopática do adolescente, trazendo uma nova perspectiva para o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes e personalizados. Até então, as causas dessa condição eram desconhecidas, dificultando a prevenção e destacando a importância do acompanhamento médico precoce.
Conduzido por Antonio Eulalio Pedrosa Araujo Junior, o estudo envolveu 202 pacientes com escoliose idiopática do adolescente e 555 indivíduos sem essa condição. O estudo, revelou uma diferença significativa na presença dessa variante genética entre os grupos afetados e não afetados.
Além disso, a pesquisa observou que a maioria das alterações genéticas estava em mulheres abaixo dos 18 anos, com baixo peso ou índice de massa corporal normal. Isso pode ser atribuído à ligação da sequência genética ao cromossomo X e à possível influência da fraqueza muscular feminina na predisposição à deformidade da coluna.
Essa descoberta também sugere um maior risco de desenvolver a doença em indivíduos com uma sequência genética específica, aumentando a incidência entre membros da mesma família. Embora ainda seja necessário mais estudo sobre como essa descoberta será aplicada na prática clínica, ela oferece uma perspectiva promissora para melhorar o diagnóstico e tratamento da escoliose em adolescentes.
Para tratarmos sobre o tema, conversamos o ortopedista, traumatologista e especialista no manejo da Cannabis Medicinal no combate à dores crônicas, Marcos Pereira Dias, que destaca: “além dos fatores ambientais, como a má postura, existe um componente genético que pode aumentar a predisposição das mulheres para desenvolverem essa condição”
Ele menciona que o gene do sexo feminino já possui uma predisposição maior para a escoliose, e que alterações hormonais e diferenças na composição corporal entre os sexos também desempenham um papel importante nessa tendência. Ele enfatiza que, devido à tendência das mulheres terem uma massa muscular menor em comparação com os homens, isso pode contribuir para a maior incidência de escoliose entre elas.
A Importância do tratamento multidisciplinar na abordagem da escoliose
Dra Marcos fala também sobre a importância do tratamento multidisciplinar na abordagem da escoliose devido à complexidade da condição, que pode afetar múltiplos sistemas do corpo.
“Esse tipo de tratamento envolve a colaboração de vários profissionais de saúde, incluindo ortopedistas, fisioterapeutas, especialistas em reabilitação, psicólogos e, em alguns casos, cirurgiões. Cada especialista traz uma perspectiva única, contribuindo para um plano de tratamento abrangente que pode incluir desde intervenções cirúrgicas e ortopédicas até terapias físicas e apoio psicológico”, diz.
Na visão dele, essa abordagem integrativa ajuda a maximizar os resultados clínicos, melhora a qualidade de vida dos pacientes e oferece um suporte holístico que atende não só às necessidades físicas, mas também emocionais e sociais.
Como reconhecer os sinais?
Dr Marcos também aponta a importância e estar atento aos sinais precoces da doença em crianças, que incluem:
- Desigualdade nos ombros: um ombro pode parecer mais alto que o outro.
- Cintura desigual: uma parte da cintura pode parecer mais alta ou mais pronunciada.
- Desvio da coluna: a coluna pode parecer curvada para um lado.
- Proeminência de costelas: as costelas podem sobressair mais de um lado quando a criança se inclina para frente.
- Inclinação do corpo: a criança pode inclinar o corpo mais para um lado.
E alerta: “Ao notar esses sinais, é essencial buscar a avaliação de um profissional de saúde para um diagnóstico preciso e tratamento adequado”
Junho Verde e o papel da educação e conscientização pública na redução do estigma associado à Escoliose
“A educação e a conscientização pública são fundamentais para reduzir o estigma associado à escoliose. Informar a comunidade sobre a natureza da escoliose, seus tratamentos disponíveis e a capacidade das pessoas afetadas de levar uma vida normal pode ajudar a desmistificar a condição”, explica.
Para o especialista, programas educacionais em escolas, campanhas de mídia e apoio de organizações dedicadas podem promover uma compreensão mais ampla e compassiva. Essa conscientização pode encorajar aqueles que têm escoliose a procurar tratamento sem medo de discriminação e contribuir para a criação de um ambiente mais inclusivo e solidário.
Os impactos dos avanços recentes na medicina no diagnóstico e tratamento da Escoliose
Os progressos recentes na área médica têm impactado significativamente o diagnóstico e tratamento da escoliose. Alguns desses avanços incluem:
Imagens de alta resolução
Aprimoramento na qualidade das imagens obtidas por raios-X e ressonância magnética (MRI), permitindo diagnósticos mais detalhados e precisos.
Tecnologia 3D
Utilização de impressão 3D e modelagem tridimensional para o planejamento de procedimentos cirúrgicos complexos, resultando em cirurgias mais precisas e adaptadas às necessidades individuais do paciente.
Técnicas cirúrgicas avançadas
Desenvolvimento de técnicas cirúrgicas minimamente invasivas, reduzindo o tempo de recuperação e os riscos associados às intervenções tradicionais.
Dispositivos de crescimento controlado
Implantes modernos ajustáveis ao crescimento da criança, como hastes de crescimento magnéticas, têm revolucionado o tratamento da escoliose em jovens em fase de crescimento.
Intervenções não cirúrgicas
Aprimoramentos em dispositivos ortopédicos, como coletes, e programas específicos de fisioterapia têm sido eficazes no controle da progressão da escoliose e na melhoria da qualidade de vida dos pacientes.
Esses avanços têm possibilitado diagnósticos mais precoces, tratamentos mais eficazes e, consequentemente, melhores resultados para os pacientes que enfrentam a escoliose.
Escoliose e a Cannabis medicinal
Dr. Marcos destaca a relevância da Cannabis medicinal nesse contexto, e enfatiza que esse medicamento desempenha um papel significativo no controle dos sintomas, sendo um vasodilatador que auxilia no relaxamento muscular e na modulação de processos inflamatórios crônicos, contribuindo para a melhoria do padrão inflamatório geral do corpo.
Além disso, ele menciona que a Cannabis possui propriedades analgésicas e ansiolíticas. Indivíduos com sintomas crônicos frequentemente enfrentam níveis elevados de ansiedade relacionados à própria condição.
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