Existe uma preocupação entre profissionais de saúde sobre como a Cannabis pode afetar a cognição e a capacidade mental dos seus pacientes, principalmente aqueles que estão em tratamento para o HIV.
Mesmo que os canabinoides não tenham ação direta sobre o vírus, eles podem ajudar a aliviar vários sintomas associados ao tratamento da condição.
Nesse contexto, pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Diego investigaram os efeitos cognitivos do consumo de produtos com Cannabis em pessoas com HIV. Essa análise abrangente foi publicada na revista científica Current HIV/AIDS Reports e trouxe resultados notáveis.
HIV impactando a função cognitiva
O HIV, o vírus da imunodeficiência humana, pode afetar o sistema nervoso central, causando diversos prejuízos nas capacidades cognitivas do indivíduo. Desse modo, alguns sintomas podem se manifestar, como problemas de memória, concentração e diminuição da velocidade do processamento do cérebro.
Esse conjunto de sintomas é conhecido como disfunção neurocognitiva associada ao HIV (HAND na sigla em inglês) e recebe muita atenção dos profissionais da saúde pelo potencial para impactar negativamente no dia a dia dos pacientes.
Em algumas pessoas, a HAND pode se agravar e ganhar características similares à de outras demências. Nesse patamar, a HAND ganha outro nome e se chama demência associada ao HIV.
Como o HIV já tem o potencial de causar esses prejuízos no sistema nervoso central dos pacientes, é justificável a cautela dos profissionais de saúde em recomendar a utilização de produtos e medicamentos à base de Cannabis.
Porém, o estudo norte-americano buscou esclarecer o impacto do tratamento com Cannabis na cognição das pessoas com HIV. Assim, os profissionais do cuidado podem tomar decisões com mais segurança, considerando os possíveis benefícios da inclusão da planta no repertório terapêutico daquele paciente.
Uso de Cannabis por pessoas com HIV
É importante destacar que a FDA, o órgão que tem a mesma função que a Anvisa tem aqui no Brasil em relação a medicamentos, aprovou na década de 1980 o uso do dronabinol para combater a caquexia nas pessoas com HIV. O dronabinol é um medicamento à base de uma versão sintética do delta-9-tetrahidrocanabinol (THC).
Portanto, o uso de Cannabis por pessoas com HIV não é uma novidade. Pelo contrário, esse grupo foi fundamental para a retomada das discussões sobre o uso medicinal da planta nos EUA e Canadá.
Além de usá-la para abrir o apetite, um estudo identificou que os pacientes recorrem à planta para lidar com outros sintomas, como náuseas, dores, depressão e ansiedade.
Nenhum impacto na cognição
O artigo The Impact of Cannabis Use on Cognition in People with HIV: Evidence of Function-Dependent Effects and Mechanisms from Clinical and Preclinical Studies era uma meta-análise. Os pesquisadores reuniram informações de outros estudos clínicos e pré-clínicos sobre o uso de Cannabis por pessoas com HIV para poder chegar a conclusões mais abrangentes.
Os pesquisadores revisaram informações de 34 estudos clínicos e chegaram às seguintes conclusões:
- Os resultados mostraram que há poucas evidências que sugiram que a Cannabis tenha efeito prejudicial na cognição de pessoas com HIV;
- Idade, frequência de uso e comorbidades podem influenciar na função cognitiva dos pacientes além da inclusão da Cannabis;
- As interações com o sistema endocanabinoide e a modulação anti-inflamatória seriam os responsáveis pela neuroproteção oferecida pelos canabinoides.
“Agora tenho disposição para levantar, tomar café, voltei a me alimentar bem”
Aqui no portal temos uma área de histórias dos pacientes e lá você pode acompanhar os relatos de pessoas que tiveram a vida transformada depois da inclusão de produtos com canabinoides no tratamento. O caso do Gabriel (nome fictício) é um exemplo inspirador de sucesso na inclusão de Cannabis para lidar com o HIV.
Ele conta que “voltei a regular o sono, antes tudo me demandava muito esforço, agora tenho disposição para levantar, tomar café, voltei a me alimentar bem”.
Os sinais de depressão e fadiga eram um efeito colateral da medicação para tratar a infecção pelo HIV. Após se consultar com um médico, ele incorporou a Cannabis junto aos outros medicamentos e obteve resultados incríveis.
Leia a história completa do Gabriel acessando esse link.
Sucesso garantido com o acompanhamento de um profissional da saúde
O tema do uso da planta e sua influência na cognição ganhou destaque aqui no Cannabis & Saúde recentemente. Observando o lado de pacientes com câncer, um estudo da Universidade do Colorado identificou que a Cannabis trouxe melhora significativa na capacidade cognitiva desses indivíduos. De acordo com os resultados dessa análise, além de diminuir dores e melhorar o sono, a inclusão dos canabinoides no tratamento ajudou essas pessoas a pensarem com mais clareza.
Pacientes que tratam outras condições de saúde também foram contempladas nessa outra pesquisa, focando nos impactos cognitivos do THC. O impacto desse canabinoide é mínimo na função cognitiva a curto e longo prazo, desde que não seja um uso abusivo e a dosagem usada esteja conforme as indicações.
Em todos esses casos o acompanhamento de um médico foi determinante para o sucesso do tratamento. Se você quer usar a Cannabis para tratar a saúde, é fundamental ter a orientação de um profissional da saúde experiente nesse tipo de prescrição.
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