Atualmente, Al Harrington é dono de uma empresa de cannabis nos EUA
A cannabis medicinal já é permitida em 33 estados americanos, enquanto 11 permitem o uso recreativo da planta. No esporte, porém, a discussão ainda anda a passos de formiga.
A Major League Baseball (MLB) já não testa os jogadores em suas ligas de base para detectar o uso de maconha, mas as principais ligas profissionais ainda banem a substância de qualquer maneira.
Há, porém, um pequeno e vocal grupo de atletas de diferentes modalidades que estão trabalhando para mudar esse cenário. Um deles é Al Harrington, ex-ala da NBA, principal liga de basquete norte-americana, que se aposentou em 2014.
Empresa de cannabis
Atualmente, Harrington coordena uma empresa de cannabis nos EUA, a Viola, que ele próprio fundou. Porém, engana-se quem acha que sua campanha é motivada apenas por razões financeiras. A própria memória de seus anos como jogador profissional o motiva a buscar a aceitação da planta na liga.
“Eu acho que as questões diárias do manejo da dor com as quais os jogadores diariamente lidam podem ser tratadas através da maconha”, diz Harrington, que adiciona que o cannabis permite que ele ande sem dor após passar por 13 cirurgias ao longo de 16 anos de carreira.
O atleta conheceu o cannabis medicinal após uma cirurgia malsucedida em 2012, quando jogava para a franquia Denver Nuggets. Ele então entrou em um ciclo de analgésicos e foi apresentado ao CBD para ajudar a aliviar sua dor.
Até hoje, Harrington aplica cerca de 25 miligramas de óleo CBD em sua língua todas as manhãs.
Ao lado de Joe Abunassar, um conhecido treinador da NBA, e Sanford Kunkel, ex-médico da equipe do Indiana Pacers, Harrington criou uma marca de CBD derivada do cânhamo, a Harrington Wellness.
Alívio de dores
O produto contém menos de 0,3% de tetrahidrocanabinol (THC) e atua exatamente no alívio das dores. Harrington e seus parceiros acreditam que essa pode ser uma opção melhor para, por exemplo, atletas que costumam tomar analgésicos após cirurgias, inclusive opióides altamente viciantes.
“Nosso produto é totalmente natural e nem tão prejudicial quanto as coisas que eles estão usando agora”, diz o ex-atleta
Além disso, Harrington argumenta, os jogadores da NBA já estão prontos para a mudança. Ele estima 90% dos jogadores atuais apoiam a maconha como um todo.
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Barreiras derrubadas
“Para mudar algo na NBA, é preciso começar pelos jogadores”, ele diz. “É assim que as barreiras são derrubadas.”
Há, ainda, um estigma a ser quebrado em relação à planta.
“Quem acha que os atletas usam a maconha apenas para ficar chapado está equivocado”, diz Antonio Harvey, outro ex-jogador da NBA que se tornou advogado e fundou a Terra Mater Cannabis Company.
“Nossos corpos sofrem muito fisicamente todos os jogos e muitos usam o cannabis apenas para lidar com isso. Não é um uso recreativo. É para se sentirem melhor. ”
Cigarros antes de jogos
Al Harrington não é o único jogador da NBA a falar abertamente sobre o seu uso de cannabis medicinal. Matt Barnes, por exemplo, revelou que fumava um cigarro antes de todos os jogos de seus nove anos de carreira. De jogador em jogador, o assunto está ganhando uma certa força e já é discutido até pelos altos escalões da NBA.
A diretora executiva da Associação Nacional de Jogadores de Basquete, Michele Roberts, projeta que pode haver uma mudança na política da liga sobre o cannabis até as eleições presidenciais de 2020, se não antes.
Já o comissário da NBA, Adam Silver, expressou a vontade de reconsiderar a proibição enquanto a liga examina a ciência por trás do cannabis medicinal. Por enquanto, a planta e seus subprodutos, que incluem o CBD, permanecem proibidos, juntamente com mais de 225 substâncias, pelo Programa Antidrogas da NBA.