Pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), do Programa de Pós-Graduação em Morfotecnologia, identificaram que o extrato bruto de Cannabis poderia ser útil para evitar a propagação do mosquito Aedes aegypti, que transmite a dengue, zika, chikungunya e febre amarela.
Segundo dados preliminares do estudo, as larvas do mosquito que entraram em contato com o extrato da planta sofreram algumas modificações fisiológicas que evitam que elas cheguem à maturidade. Quando expostas à Cannabis, uma parte do sistema digestivo das larvas do mosquito da dengue, a membrana peritrófica, foi expelida. Dessa forma, essas larvas teriam mais dificuldade de chegar à fase adulta.
Recentemente, houve um aumento significativo de novas infecções pelo vírus da dengue. De acordo com o painel de monitoramento do estado de São Paulo, são mais de 50 mil novos casos e 11 vítimas fatais nos dois primeiros meses de 2024. Assim, com mais estudos, poderemos ter a Cannabis auxiliando no combate à dengue em um futuro próximo.
Mosquito da dengue não se desenvolve quando exposto à Cannabis
Esses resultados indicam uma nova aplicação para a Cannabis, que pode beneficiar a saúde pública. Além das diversas condições de saúde que se beneficiam do tratamento com a planta, agora surge essa propriedade no mosquito vetor de doenças, que podem causar vítimas até fatais.
Em depoimento para o portal UOL, a cientista Suelice Guedes explicou como chegou a esses resultados:
“Nós fizemos um extrato da planta [Cannabis] e o colocamos em contato com os ovos e larvas do Aedes. A evolução da larva seguiu normalmente até o terceiro estágio, quando começamos a observar mudanças. No quarto, essas mudanças ficaram mais perceptíveis e quando analisamos o microscópio, vimos que a membrana peritrófica estava exposta. Se ela se rompe, a larva não segue a evolução normal.”
Para realizar o experimento, a equipe da UFPE contou com o apoio da Associação Aliança Medicinal, que produz, com autorização judicial, o extrato da planta para atender seus associados. Segundo o artigo Efeito na morfogênese embrionária do Aedes aegypti oriunda da Cannabis sativa L., o extrato tinha uma concentração de canabinoides de no máximo 1000 μg/mL. Posteriormente, os pesquisadores prepararam as concentrações menores, com 250, 500, 750 e 1000 μg/mL, porém a mais eficiente foi a de 1000 μg/mL.
Uso da planta além do medicinal
Portanto, o estudo da universidade pernambucana abre caminho para o desenvolvimento de novos produtos com a Cannabis. Além dos medicamentos, também é possível a produção de tecido, papel, concreto e até plástico biodegradável com as fibras da planta. Agora, surge a possibilidade de um agente antiproliferação de vetores de doenças, como o mosquito da dengue, com a Cannabis.
Por enquanto, não existem tratamentos específicos para combater a dengue. Caso surjam alguns sintomas, como febre, manchas vermelhas pelo corpo, dor nos olhos e vômitos, procure imediatamente ajuda médica. Devido a alta de diagnósticos, algumas cidades estão com estruturas para receber pacientes com dengue.
Como começar o uso medicinal da Cannabis
No caso de uma pessoa infectada com o vírus da dengue, a Cannabis pode ser útil para lidar com alguns sintomas, como as dores no corpo, dores de cabeça, mal estar e falta de apetite. No entanto, é fundamental que esse acompanhamento seja feito por um profissional da saúde, com ou sem a inclusão de produtos derivados da Cannabis.
Aqui no Brasil, é possível fazer o uso medicinal da Cannabis de forma segura e legal. Para isso, o primeiro passo é obter uma recomendação médica de um profissional da saúde. Então, acesse já a nossa plataforma de agendamentos e marque uma consulta! Lá, você encontra mais de 250 médicos e dentistas, que estão preparados para avaliar o seu caso e recomendar o melhor caminho. Marque já uma consulta!