A doença de Parkinson é uma das doenças mais sérias que afetam o sistema nervoso central. No entanto, muitas pessoas que receberam esse diagnóstico conseguem melhorar a qualidade de vida por meio de tratamentos com medicamentos convencionais e produtos naturais.
Recentemente, um artigo publicado no Journal of Parkinson’s Disease revelou que mais de um terço desses pacientes utilizam produtos naturais para ajudar a tratar os sintomas da condição. Entre esses itens que complementam o tratamento, há duas plantas amplamente conhecidas: a Cannabis e o café.
O estudo, conduzido por pesquisadores holandeses, detectou que 36% dos pacientes com Parkinson já usaram algum fitoterápico ou planta medicinal para aliviar os sintomas da doença. As primeiras colocadas no ranking foram o café (16%) e a Cannabis (13%). Além disso, 5% relataram o uso de ambas.
A abordagem medicamentosa para a doença de Parkinson costuma causar muitos efeitos colaterais. Por isso, a busca por produtos naturais para complementar o tratamento é uma prática comum entre pacientes e cuidadores.
O sistema dopaminérgico prejudicado
Muitos fatores envolvem a doença de Parkinson, mas a principal causa dos sintomas está ligada às células nervosas do cérebro. Com o envelhecimento, é comum que algumas das células nervosas morram e se decomponham, resultando em uma redução do número total desse tipo de célula ao longo do tempo.
Essas células são importantes para a produção e liberação de substâncias químicas no cérebro, cada uma com suas próprias funções. Na doença de Parkinson, há uma redução no número de alguns neurônios responsáveis por controlar os movimentos — principalmente os que produzem dopamina — causando os sintomas motores típicos da condição.
A explicação para tantas pessoas combinarem café e Cannabis pode estar na dopamina, um neurotransmissor que desempenha um papel crucial no controle dos movimentos, na motivação e no humor.
Dopamina e a doença de Parkinson
Na doença de Parkinson, ocorre uma degeneração progressiva de células de uma área do cérebro chamada de substância negra. Essas células são responsáveis pela produção de dopamina, e com a sua degeneração, os níveis desse neurotransmissor no cérebro diminuem.
A falta de dopamina no cérebro causa diversos sintomas típicos do Parkinson, como tremores, rigidez muscular, dificuldades em manter o equilíbrio e lentidão dos movimentos. Por isso, o tratamento da doença inclui medicamentos que buscam compensar a falta de dopamina no cérebro.
Cafeína e dopamina
A principal substância ativa no café é a cafeína, que também está presente em outras bebidas, como chás e refrigerantes. No Brasil, temos o costume de beber café como um estimulante, mas para as pessoas com Parkinson, o cafezinho tem uma ação terapêutica ainda mais significativa.
Alguns estudos sugerem que o consumo de cafeína pode influenciar na progressão do Parkinson devido à sua interação com o sistema dopaminérgico. Os efeitos da cafeína nesse sistema, que podem impactar nesse tipo de paciente, são:
- Aumento da liberação de dopamina;
- Bloqueio dos receptores de adenosina, aumentando a atividade no cérebro.
Cannabis e dopamina
O consumo de Cannabis, principalmente do canabidiol (CBD), também influencia no sistema dopaminérgico protegendo a dopamina da degradação. Ao interagir com esse sistema, sobretudo no receptor dopaminérgico 2 (D2), o CBD age sobre a doença de Parkinson controlando alguns sintomas.
O CBD exerce um efeito protetor sobre a dopamina no cérebro, contendo a degeneração dessa substância. Desse modo, pode proporcionar uma série de benefícios, como:
- Redução dos sintomas motores;
- Alívio na rigidez muscular;
- Alívio da dor;
- Melhora no sono;
- Melhora do humor.
Apesar desses benefícios amplos, os efeitos do CBD em pacientes com Parkinson também estão relacionados às propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes do canabinoide. Muitos pacientes recorrem à Cannabis para complementar o tratamento da doença e melhorar a qualidade de vida.
Relatos de pacientes que usaram CBD para doença de Parkinson
Na nossa sessão “Histórias de pacientes”, temos muitos relatos de pessoas que incluíram a planta na rotina de cuidados e perceberam diversos benefícios. Talvez o deputado estadual Eduardo Suplicy seja um dos mais conhecidos pacientes com Parkinson que utiliza a Cannabis, porém não é o único. Vamos apresentar algumas pessoas que, com a orientação de um profissional de saúde, incluíram a planta no tratamento e sentiram melhorias impressionantes.
Hélio Gasparini
Foram necessários apenas dois meses para que Hélio Gasparini e sua família notassem os efeitos benéficos do tratamento com Cannabis. Ele contou que voltou a realizar atividades cotidianas que não conseguia por conta dos tremores e dores causados pelo Parkinson.
“Os tremores diminuíram bastante, assim como as dores na hora de dormir. Agora eu consigo assinar o meu nome. Eu também sinto diferença na hora de dirigir. Já estava me atrapalhando, mas hoje dirijo sem problemas.”
Leia aqui a história completa do Hélio.
Evaldo Lopes
Foi uma pesquisa na internet que fez o filho de Evaldo Lopes buscar orientação médica para o pai se tratar com Cannabis. No caso deles, as melhoras foram quase instantâneas, melhorando os sintomas motores e psicológicos que a doença causou. O filho dele contou como a inclusão da Cannabis impactou na vida deles.
“Meu pai tomou e foi uma coisa absurdamente maluca. No mesmo dia, já era outra pessoa. No segundo dia, meu pai estava fazendo brincadeira, pulando na cama… A questão do Parkinson não é só o tremor, atinge forte a parte emocional da pessoa.”
Leia aqui a história completa do Evaldo.
É importante lembrar que cada paciente é único e reage de forma particular ao tratamento com canabinoides. Após uma consulta e uma avaliação cuidadosa por parte do médico, a dose e o tipo de produto mais adequado são escolhidos de acordo com cada indivíduo.
Iniciando um tratamento com Cannabis
Além da prescrição de medicamentos, os profissionais da saúde geralmente sugerem outras abordagens para lidar com os sintomas da doença. Portanto, além de tomar os remédios nos horários corretos, é importante que a pessoa com Parkinson também tenha uma alimentação balanceada, faça atividades físicas regularmente e interaja com familiares e amigos. A inclusão de produtos naturais, como a Cannabis e o café, no tratamento serve como um complemento, porém não substitui as outras abordagens.
Para beber café você não precisa de uma receita médica, mas para consumir produtos com Cannabis sim. Por serem substâncias controladas, os canabinoides exigem que um profissional da saúde faça a prescrição do medicamento indicando todos a composição e a dosagem.
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