Um projeto de pesquisa inédito que analisa como a Cannabis pode contribuir no tratamento de câncer no cérebro vai para a fase II. Esse é o primeiro ensaio clínico a investigar a ação de canabinoides em tumores cerebrais, mais especificamente no glioblastoma, e os primeiros voluntários estão sendo convocados.
O estudo, batizado de ARISTOCRAT, vai recrutar mais de 200 pacientes com glioblastoma e identificar se o Mevatyl (também chamado de Sativex ou Nabiximols em outros países), combinado com quimioterapia, ajuda na qualidade e expectativa de vida desses pacientes.
Mevatyl + temozolomida
Esta será a fase II do ARISTOCRAT, uma vez que a fase I foi bem sucedida em avaliar a segurança da interação entre o Mevatyl e a temozolomida. Este último é o medicamento indicado para os pacientes com o glioblastoma no sistema público de saúde do Reino Unido, o NHS.
O Mevatyl é um medicamento que possui a mesma proporção dos principais canabinoides presentes na planta Cannabis, THC e CBD. Aprovado em mais de 20 países, entre eles o Brasil, esse produto tem indicação para o tratamento da rigidez muscular associada à esclerose múltipla. No entanto, a sua interação com o sistema endocanabinoide levou os cientistas a investigarem os benefícios do Mevatyl para outras condições de saúde.
Inicialmente, o estudo será realizado em 14 hospitais do Reino Unido e será randomizado, multicêntrico, duplo-cego e controlado por placebo e deve acompanhar os pacientes por três anos. Nesse período, os cientistas vão checar se a combinação da quimioterapia com Cannabis conseguiu dar mais anos e qualidade de vida para os pacientes diagnosticados com câncer no cérebro.
De acordo com os dados já divulgados sobre o estudo, os voluntários devem aplicar 12 borrifadas de Mevatyl por dia, divididas em no máximo 6 doses por 14 dias, um outro grupo receberá placebo. Os pacientes receberão a temozolomida em comprimidos diários para ambos grupos.
Expectativa após início promissor
Duas instituições de ensino, a Universidade de Birmingham e a Universidade de Leeds, além da farmacêutica Jazz e a ONG The Brain Tumor Charity colaboram para a realização do estudo clínico desde a primeira etapa. Agora, eles estão em busca de mais voluntários para checar se a combinação de quimioterapia e produtos com Cannabis pode ser uma alternativa viável de tratamento para câncer no cérebro.
O diretor científico do The Brain Tumor Charity, David Jenkinson, acha que a investigação pode ajudar a elaborar um novo medicamento no médio prazo.
“As descobertas iniciais foram realmente promissoras. Agora, esperamos entender se a adição de nabiximols à quimioterapia pode ajudar a melhorar a qualidade de vida e prolongar a vida daqueles afetados por um diagnóstico de glioblastoma. Esperamos que isso ofereça o primeiro novo medicamento para tratar o glioblastoma em mais de 15 anos.”
Cannabis e o câncer no cérebro
O tipo de câncer no cérebro que os pesquisadores britânicos querem tratar com Cannabis é o glioblastoma. Essa é a forma mais agressiva de tumor cerebral e os pacientes diagnosticados com essa doença têm uma sobrevida e 10 meses, na média. Nesse sentido, mais do que avaliar o efeito dos canabinoides nos efeitos adversos da quimioterapia, o objetivo é entender uma possível ação antitumoral do CBD e do THC.
Esse estudo científico ainda está em andamento. Porém, já existem evidências da eficácia e segurança da Cannabis em aliviar os principais sintomas do tratamento para o câncer, como náuseas e perda de apetite. Assim, se você quer iniciar um tratamento com Cannabis legalmente, você deve começar marcando uma consulta com um médico experiente no assunto. Aqui na nossa plataforma de agendamentos, você encontra mais de 250 profissionais preparados para recomendar o melhor medicamento para o seu caso. Clicando aqui nesse link você encontra os nossos especialistas no tratamento do câncer.