Estamos vivendo uma época de florescimento do mercado de Cannabis no Brasil.
Quem quiser uma comprovação baseada em fatos, basta olhar a notícia veiculada no G1 da Globo onde mostram que a importação de produtos de cannabis cresce 93% em 12 meses, segundo dados da Anvisa. Ainda segundo a matéria, isso acompanha uma tendência global de redescoberta de princípios ativos da planta cannabis para tratamento de sintomas de condições que vão desde a epilepsia e o Parkinson até a ansiedade e a depressão.
E claro, isso passa pelo esporte
Acontece que no esporte, as evidências científicas ainda são poucas em relação a performance esportiva. O que temos, de sobra, são evidências de benefícios indiretos na melhora da performance: recuperação muscular acelerada, controle dos processos inflamatórios, diminuição da ansiedade, controle do apetite, sono com mais qualidade e que, tudo isso, consequentemente, acaba melhorando o resultado de atletas dentro dos treinos.
O momento que estamos agora demanda comprovação científica voltada para benefícios diretos, onde através da ciência focarmos em medir até que ponto um fitocannabinóide pode ajudar a performar melhor dentro e fora de competições. Isso, até o momento e até onde sei, não existe. Por isso reforço a importância desse estudo, onde podemos pegar uma quantidade muito grande de relatos e depoimentos de pacientes de cannabis medicinal que tem tido melhoras substanciais nos treinos. E claro, conseguido levar essa melhora para as provas.
Eu mesmo já estou com quase 4 anos de tratamento contínuo com cannabis, já não lembro mais como era minha vida antes disso. Acredito que os benefícios que tive dentro e fora do treino já não consigo mais nem mensurar, de tantos que foram. Teve uma época que quase quis desistir de correr, de tanta dor que tinha resultante de canelite e fascite plantar – treinar já não era mais prazeroso pra mim, era algo doloroso, difícil de fazer, e que eu não aproveitava.
Quando acertei minha dosagem, e as inflamações sumiram (as vezes volta, é verdade, mas eu controlo), o prazer retornou aos treinos e consegui voltar a me empurrar para superar meus limites.
Por isso encerro essa coluna dizendo que sim, a comprovação científica é essencial para validar os diversos pontos de vista que estão circulando por ai. E para que cheguemos nesse ponto, temos que levar em conta os diversos relatos empíricos de praticantes de atividade física, atletas amadores, profissionais e entusiastas de plantão!