Portadores de DPOC (Doença pulmonar obstrutiva crônica), em geral, têm problemas para levar uma vida com um mínimo de qualidade.
Trata-se de uma doença limitante e que incapacita, já que ela impede a pessoa de respirar normalmente.
Estima-se que, no Brasil, cerca de 6 milhões de indivíduos sofram desse problema de saúde que afeta o sistema respiratório.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em todo o mundo morrem, por ano, cerca de 3 milhões de pessoas por causa da enfermidade.
São números bastante elevados e que justificam a mobilização de governos e da sociedade civil organizada para conscientizar sobre os perigos do DPOC.
Tanto é que 18 de novembro foi instituído como o Dia Mundial da DPOC, data em que entidades de classe e governamentais buscam chamar a atenção para a sua prevenção.
E você, tem um familiar portador de DPOC ou conhece alguém que tenha a doença?
Se sim, fica a recomendação para prosseguir na leitura deste conteúdo, no qual você não só conhecerá mais da doença, como o tratamento de seus sintomas com o canabidiol (CBD).
O que é a DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica)?
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (CID 10 – J44) tem como sintoma principal a redução da capacidade respiratória induzida por respostas inflamatórias a compostos inalados.
Via de regra, essa reação é causada pelo consumo excessivo de cigarros, embora outros tipos de substâncias possam causá-la.
Dessa forma, a DPOC é uma enfermidade típica dos tabagistas, que, com o tempo, vão desenvolvendo uma forma crônica de bronquite.
Estimativas apontam que aproximadamente metade das pessoas portadoras de DPOC morrem dentro de dez anos.
Sendo assim, essa é uma condição extremamente grave, cujo tratamento visa, sobretudo, a prolongar a vida do paciente.
Pessoas com DPOC podem, ainda, enfrentar complicações em função da doença, como problemas cardíacos e infecções respiratórias.
Também podem vir a sofrer de doenças como osteoporose, depressão e câncer de pulmão.
Com tudo isso, fica mais que evidente que o melhor a se fazer é evitar se expor aos fatores de risco para cortar o mal pela raiz.
Qual é a causa da DPOC?
A etiologia da doença pulmonar obstrutiva é relativamente simples.
Na imensa maioria dos casos, ela é causada pelo tabagismo, ou seja, o hábito de fumar com regularidade.
Em alguns casos menos frequentes, ela pode ter origem em fatores genéticos.
No entanto, não são apenas os fumantes ativos que são os mais propensos a desenvolver essa enfermidade.
Estima-se que fumantes passivos, ou seja, aqueles que inalam a fumaça de cigarro expelida por outros, possam desenvolver DPOC se expostos por muitos anos.
Outra possível causa da DPOC é a fumaça expelida no interior de cozinhas.
Esse é, a propósito, um fator de risco que se observa com mais frequência em países em desenvolvimento, como o Brasil.
Embora não tão recorrentes, os casos em que a enfermidade tem causas genéticas precisam ser considerados.
Para essas pessoas, a principal causa é a deficiência de alfa-1 antitripsina, um inibidor cuja função é proteger os pulmões da destruição de seus tecidos por meio da protease.
Quais são os principais sintomas e sinais da DPOC?
Especialistas apontam que o consumo de pelo menos 20 cigarros por dia ao longo de 20 anos seja suficiente para levar uma pessoa a desenvolver DPOC.
O sintoma mais agudo e que caracteriza o seu início é a tosse produtiva e persistente, observada em fumantes de longa data na faixa etária entre 40 e 50 anos.
Conforme os anos passam, a pessoa passa a sentir falta de ar (dispneia), que em geral se agrava por conta de infecções respiratórias.
Sendo uma doença crônica, ela progride lentamente, levando anos até que seus sintomas mais agudos sejam enfim diagnosticados.
No entanto, seu avanço pode ser mais rápido, conforme a pessoa for mais exposta à fumaça tóxica ou consumir mais cigarros.
Um dos sinais dessa condição são os sibilos emitidos por conta do esforço para respirar.
Pacientes com DPOC também desenvolvem o chamado tórax de barril, em que a caixa torácica aumenta de tamanho.
Ainda apresentam um tipo de respiração em que a fase expiratória é prolongada, além de perda de peso e hipóxia (baixa concentração de oxigênio no organismo).
Como a DPOC afeta a qualidade de vida do paciente?
Tendo em vista os graves sintomas associados à DPOC, fica a questão: é possível levar uma vida normal mesmo sem poder respirar normalmente?
O aspecto mais importante a ser considerado é que essa é uma enfermidade incurável, embora possa ser controlada.
Com esse complicador, é certo que a pessoa portadora não poderá ter uma vida normal, pelo menos não pelo ponto de vista de certas atividades.
Embora a DPOC não gere primariamente distúrbios mentais, ela pode levar à depressão ou ansiedade, dadas as limitações físicas do paciente.
Ao sofrer de dispneia, ele se torna incapaz de se locomover normalmente, já que toda atividade física passa a representar um esforço muito grande para as suas capacidades.
Uma simples caminhada de poucos metros em linha reta pode parecer uma maratona para quem sofre de obstrução pulmonar.
Portanto, ainda que possa ter seus sintomas atenuados com tratamento e medicação, a doença leva a um declínio significativo da qualidade de vida.
Quais complicações a DPOC pode causar?
Uma vez que esteja com o sistema respiratório comprometido, o doente pulmonar passa a ficar exposto a uma série de complicações.
As mais frequentes delas são a bronquite crônica e o enfisema.
Com os pulmões fragilizados, ele também se torna suscetível a infecções, dentre as quais a mais frequente é a pneumonia.
Também são recorrentes os casos de complicações como pneumotórax (ar entre as camadas da pleura) e o enfisema no mediastino, o espaço entre os pulmões.
Em virtude dessas complicações, o paciente vai progressivamente perdendo peso.
Além disso, ele passa a sofrer de cor pulmonale, que se caracteriza pelo aumento do ventrículo direito do coração, que por sua vez leva à hipertensão pulmonar.
Nos casos em que o paciente não consegue manter uma respiração mínima, ele pode também precisar de ajuda de aparelhos para sustentar o fluxo de oxigênio nos pulmões.
Considerando suas complicações, perda de qualidade de vida e risco de morte precoce que a DPOC representa, é evidente que o melhor a se fazer é evitá-la.
É possível prevenir a DPOC?
A principal medida preventiva para evitar que se desenvolva DPOC é não fumar.
Não por acaso, a publicidade de cigarros passou a ser proibida nos meios de comunicação, além da obrigatoriedade de propagandas em pontos de venda alertarem para os riscos do tabagismo.
Felizmente, os esforços para coibir a divulgação da indústria tabagista vêm surtindo efeito.
Em 2019, o Brasil atingiu as metas estipuladas pela OMS no sentido de diminuir a quantidade de fumantes.
No período de dez anos, a redução registrada foi de 40%.
Por outro lado, embora o cigarro seja um vilão, ele não é a única fonte de fumaça tóxica que pode levar uma pessoa a se tornar DPOC.
Afinal, a doença também pode ser causada pela exposição a poluentes atmosféricos, bem como pela fumaça que se acumula em ambientes confinados, como cozinhas e instalações industriais.
Sendo assim, além de evitar o cigarro, é preciso também ficar atento a possíveis fatores de risco ocupacionais com potencial para causar doenças pulmonares no longo prazo.
Como a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica é diagnosticada?
Os dois principais exames para o diagnóstico da DPOC são o teste de função pulmonar e o raio X do tórax.
Eles servem também para diagnosticar as doenças subjacentes, ou seja, a bronquite crônica e o enfisema.
Outra forma é pela avaliação do histórico de tosse do paciente.
Quanto mais prolongado, mais chances de ele ser portador de DPOC.
Em alguns casos, o médico pode também indicar a realização de tomografia computadorizada para obter um diagnóstico mais detalhado.
É preciso ter especial atenção às primeiras manifestações da doença.
Quando em estágio inicial, normalmente, a obstrução pulmonar não é detectada por exames de raio X.
Por isso, pode ser prescrita a espirometria expiratória forçada, que serve para medir a intensidade e rapidez do ar que é exalado pelos pulmões.
Além desses exames, o paciente pode ter que fazer a oximetria de pulso para medição da quantidade de oxigênio no sangue.
É possível, ainda, que seja necessário fazer o exame para detectar eventual deficiência de alfa 1-antitripsina.
Afinal, existe cura para a DPOC?
Uma vez que seja diagnosticada com DPOC, a pessoa sabe que terá uma doença para o resto da vida, já que ela não tem cura.
No entanto, a condição pode ser tratada e, se descoberta precocemente, pode ser minimizada e controlada.
Assim sendo, não há alternativa segura para se evitar o avanço da doença que não seja parar de fumar.
Por outro lado, o fumante de longa data tem grandes dificuldades em abandonar o vício do cigarro.
Para ajudar, podem ser prescritos substitutos como adesivos de nicotina, chicletes ou sprays nasais contendo a substância.
Medicamentos como bupropiona e vareniclina ajudam, mas, o que conta mesmo é a disposição da pessoa em abandonar um hábito que pode matá-la lentamente.
Como medicamentos à base de canabidiol podem tratar a DPOC?
Diante da gravidade da DPOC e das muitas complicações que ela provoca, pode ser difícil encontrar um tratamento com resultados satisfatórios.
Uma vez que a enfermidade se estabelece, é preciso não só deixar de fumar como se submeter a um tratamento para recuperar parte da capacidade respiratória.
Sendo assim, é comum a prescrição de broncodilatadores, corticoides inalatórios e, em certos casos, fármacos agonistas beta-2 mucolíticos de longa ação.
Fora esses medicamentos, recentemente, o CBD passou a figurar entre as possibilidades para pessoas que sofrem de problemas respiratórios.
Um exemplo disso foi documentado em um estudo de caso de um britânico que conseguiu controlar sua DPOC e um câncer de pulmão apenas com canabidiol.
Vale citar também um estudo com outro canabinoide, o tetrahidrocanabinol (THC), que trouxe uma conclusão animadora: ele impediu o avanço da doença pulmonar em ratos.
Embora sejam necessários mais estudos conclusivos, com o que se tem até aqui, já é possível considerar a Cannabis medicinal como alternativa no tratamento da DPOC.
Qual é o prazo de tratamento com o canabidiol?
Sendo uma descoberta relativamente recente, é difícil estipular um prazo para obter os primeiros resultados em um tratamento contra DPOC à base de CBD.
No entanto, se julgarmos pelas conquistas de pessoas que sofrem de outras doenças, é possível que seus efeitos sejam rápidos.
Alguns pacientes que sofrem de Alzheimer, por exemplo, relatam os primeiros sinais de recuperação em poucos dias, como foi o caso da dona Junia Borges.
Evidentemente, não se pode fazer uma comparação em termos científicos, já que se trata de uma doença totalmente diferente da obstrução pulmonar.
No entanto, não deixa de ser uma esperança para quem sofre das terríveis dificuldades respiratórias causadas por essa condição.
Há efeitos colaterais no uso de medicamentos à base de canabidiol?
A eficácia do CBD no tratamento das mais variadas enfermidades é somada à outra vantagem: seus efeitos colaterais mínimos.
Na maioria dos casos, pessoas que recorrem ao canabidiol apresentam reações adversas leves, muitas das quais mais relacionadas à dose do que a uma eventual intolerância.
Além disso, como expõe o Critical View Report, da OMS, o CBD, em geral, é bem tolerado, apresentando um bom perfil de segurança.
Ainda assim, é preciso tomar certas precauções, já que, como todo medicamento, o canabidiol também pode provocar efeitos adversos.
O que a ciência já descobriu é que esse risco pode estar associado não só à dosagem como a possíveis interações com outros medicamentos.
Qual é a diferença entre o tratamento tradicional e com canabidiol?
A principal diferença do tratamento com fármacos convencionais e o CBD é a forma como a substância age no organismo.
Enquanto broncodilatadores e corticoides atuam no sentido de aumentar a capacidade respiratória, o CBD se manifesta indiretamente.
Isso porque ele promove os benefícios à saúde ao interagir com os receptores CB1 e CB2 que, por sua vez, compõem o sistema endocanabinoide.
De forma resumida, a função desse sistema é regular certas reações orgânicas, levando o corpo a um estado de equilíbrio homeostático.
Como conseguir prescrição médica para canabidiol?
Por ser uma substância cuja regulamentação é relativamente recente no Brasil (o CBD passou à legalidade em 2015), há médicos ainda reticentes quanto à sua indicação.
Isso sem contar que, no mercado nacional, as opções disponíveis são escassas e, sendo assim, vendidas a preços altos para boa parte da população.
Esse contexto faz com que uma parcela da comunidade médica resista à ideia de prescrever canabidiol.
Em alguns casos, pacientes e seus familiares precisam peregrinar em busca de um profissional habilitado a indicar tratamento com Cannabis medicinal.
Por outro lado, quem está em busca de CBD é, em grande parte dos casos, alguém que já esgotou as alternativas convencionais de tratamento e, por isso, sem muito tempo a perder.
Sabendo disso, o portal Cannabis & Saúde procura fazer a sua parte, mantendo sempre atualizada uma lista dos melhores médicos prescritores de CBD.
Nela, você encontra uma relação de profissionais de ponta listados conforme a especialidade, região, patologias que atende, valor da consulta e um breve resumo profissional.
Acesse e marque sua consulta presencial ou, se preferir, agende pela internet, seguindo os protocolos da telemedicina.
Como comprar canabidiol no Brasil?
O tratamento com CBD se diferencia dos demais não apenas por causa das características desse incrível composto.
Outra diferença a se considerar é que, na maioria dos casos, um frasco só poderá ser comprado do exterior. Por ter padrão farmacêutico de produção e melhor custo-benefício.
Felizmente, hoje, o processo de importação é muito menos burocrático do que foi há alguns anos.
Tudo começa com a obtenção da receita médica, conforme as orientações que você viu no tópico anterior.
Em seguida, será preciso abrir uma solicitação de importação de canabidiol no site do governo e anexar no pedido a prescrição do especialista.
Do pedido à resposta da Anvisa, o prazo era de, aproximadamente, 10 à 20 dias. Agora com a RDC 570/21, se o produto já tiver sido aprovado pela Anvisa, o prazo pode cair para poucas horas ou até poucos dias.
Tendo a autorização da autoridade sanitária brasileira, você poderá enfim fazer a compra do CBD junto a uma loja do exterior.
Contudo, nem todos têm disponibilidade para lidar com os trâmites de um processo de importação de medicamentos. Por isso, a dica é perguntar para o seu médico o contato no Brasil da empresa que importa o produto que ele receitou e que normalmente realizam todo o tramite de aprovação na Anvisa, importação, desembaraço e entrega na casa do paciente.
Conclusão
A DPOC, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, reduz a qualidade de vida e traz sérias limitações para a pessoa portadora.
O paciente demanda cuidados intensivos e acompanhamento constante até mesmo para atividades corriqueiras, como para se deslocar.
As opções convencionais de tratamento nem sempre dão respostas satisfatórias, tendo em vista a gravidade da doença e os efeitos adversos de certos fármacos.
Alguns deles podem até levar a problemas como perda de visão por glaucoma e retenção urinária.
Nada disso acontece quando se administra o CBD.
Pelas evidências que existem hoje, pode-se dizer com segurança que seus efeitos colaterais são mínimos.
Por outro lado, o preconceito ainda impede que esses benefícios sejam compartilhados pela parcela da população que mais precisa.
Mas você pode ajudar, lendo e se informando com o portal Cannabis & Saúde.
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