A dor na lombar, também chamada de lombalgia, é um problema comum, que pode afetar pessoas de todas as idades. Ela ocorre na parte inferior da coluna vertebral, uma estrutura complexa com vértebras, discos invertebrais, ligamentos e músculos que sustentam o corpo e permitem diversos movimentos.
A dor na lombar, que pode ser aguda ou crônica, pode irradiar para as pernas e nádegas, causar rigidez muscular e até fraqueza ou dormência nos membros inferiores. Essa condição pode limitar os movimentos e dificultar tarefas simples, como levantar-se, trabalhar ou praticar esportes.
Em lugares onde o uso de produtos com Cannabis é regulamentado, algumas pessoas têm trocado medicamentos convencionais por produtos com canabinoides para o tratamento da dor. Nesse contexto, pesquisadores da Universidade do Colorado Boulder realizaram um estudo clínico com produtos comestíveis à base de Cannabis em pacientes com dor lombar crônica.
O objetivo era avaliar se esses produtos comestíveis disponíveis no mercado seriam eficazes no alívio da dor lombar crônica. Além disso, eles analisaram qual combinação de canabinoides (CBD e THC) seria mais eficaz.
A Cannabis no combate à dor
O sistema endocanabinoide desempenha um papel importante na percepção da dor e na inflamação. Os compostos da Cannabis, principalmente o canabidiol (CBD) e o delta-9-tetrahidrocanabinol (THC), interagem com esse sistema e podem proporcionar efeitos terapêuticos que ajudam pacientes com diversas condições de saúde.
Tanto o CBD quanto o THC têm propriedades que podem ser úteis no tratamento de dores crônicas, mas atuam de maneiras diferentes no organismo.
- O THC interage diretamente com os receptores tipo 1 do sistema endocanabinoide (CB1), presente principalmente no sistema nervoso central, e pode reduzir a percepção de dor.
- O CBD, por outro lado, interage indiretamente com o sistema endocanabinoide e outros sistemas do corpo, diminuindo a inflamação.
Encontrar a combinação mais eficaz de CBD e THC para cada caso é um desafio enfrentado tanto por profissionais da saúde quanto por pacientes. Nesse sentido, o estudo norte-americano tentou encontrar a melhor proporção para comestíveis em pacientes com dor lombar crônica.
CBD ou THC? Ambos
Os pesquisadores monitoraram 249 participantes com dor lombar crônica por duas semanas. Durante esse período, os voluntários podiam escolher entre três tipos de produtos com Cannabis: ricos em THC, ricos em CBD ou com uma combinação de THC e CBD.
Os participantes compraram os produtos em dispensários ou farmácias locais e podiam usá-los livremente. Após as duas semanas, os pesquisadores observaram que as doses mais altas de THC foram associadas a uma maior redução da dor, enquanto o CBD ajudou a aliviar a tensão muscular.
Os produtos ricos em THC foram associados a uma sensação de bem estar mais intensa, e o CBD proporcionou um alívio a curto prazo. Apesar dos resultados promissores, mais estudos são necessários para determinar as doses ideais e a melhor proporção de canabinoides, como os autores destacaram na conclusão do estudo.
“Esses resultados indicam que a Cannabis comestível pode ser uma terapia segura e adequada para a dor para aqueles que procuram substituir medicamentos mais tradicionais para a dor. Esses dados estimulam pesquisas futuras sobre efeitos diferenciais de curto e longo prazo de produtos com canabinoides que comparam diretamente várias doses de THC e CBD.
Estudos futuros devem buscar estabelecer a menor dose efetiva para evitar o consumo excessivo e informar melhor a política de saúde pública e a regulamentação da Cannabis.”
Como iniciar um tratamento com comestíveis à base de Cannabis
A escolha por produtos comestíveis à base de Cannabis, como os utilizados no estudo, é comum em locais onde o consumo adulto da planta foi regulamentado. No Colorado, por exemplo, doces, balas e bebidas com canabinoides podem ser comprados legalmente.
Pacientes com dor podem se beneficiar de produtos comestíveis de Cannabis porque os efeitos tendem a durar mais tempo, chegando a até 6 horas, dependendo da dose.
Aqui no Brasil, os produtos comestíveis com derivados da Cannabis só estão disponíveis pela via da importação. Qualquer pessoa com recomendação médica pode importar comestíveis com Cannabis para um tratamento seguindo as regras da RDC 660/22 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
De acordo com a resolução, é necessário que um médico ou dentista faça uma prescrição indicando o tipo de produto e a dose. Para encontrar um profissional da saúde experiente nesse tipo de tratamento, acesse a nossa plataforma de agendamento. Lá, você encontra mais de 300 profissionais de diversas especialidades, todos preparados para avaliar o seu caso e recomendar o melhor caminho. Agende já sua consulta!