Doenças neurológicas são um dos maiores desafios da medicina moderna, afetando mais de 3 bilhões de pessoas ao redor do mundo de formas completamente diferentes.
A Organização Mundial da Saúde já catalogou mais de 600 condições neurológicas, desde enxaquecas e síndromes convulsivas, até distúrbios devastadores como Alzheimer e esclerose lateral amiotrófica.
Algumas surgem silenciosamente, deteriorando a memória ou a capacidade motora com o tempo. Outras chegam de repente, transformando a vida do paciente em um instante.
Mas o que desencadeia essas condições? Elas têm cura ou só podem ser controladas? Se você quer entender mais sobre doenças neurológicas e quais são os avanços mais recentes nos tratamentos, continue lendo.
Abaixo, serão abordados os seguintes tópicos:
- O que são doenças neurológicas
- Como as doenças neurológicas afetam o corpo humano?
- As doenças neurológicas têm cura?
- Quais são as doenças neurológicas existentes?
- Quais os sintomas das doenças neurológicas?
- Qual doença neurológica é mais comum?
- Quais são os tratamentos para doenças neurológicas?
- Os benefícios do CBD no tratamento de doenças neurológicas
O que são doenças neurológicas?
Doenças neurológicas englobam condições que afetam o sistema nervoso, incluindo cérebro, medula espinhal e nervos periféricos.
Essas enfermidades interferem na comunicação entre o cérebro e o restante do corpo, comprometendo funções motoras, cognitivas e sensoriais.
Estima-se que 3,4 bilhões de pessoas no mundo tenham sido impactadas por doenças neurológicas, representando cerca de 43% da população global.
A incidência desses transtornos varia conforme fatores genéticos, ambientais e estilo de vida. Algumas surgem devido a mutações hereditárias, enquanto outras resultam de infecções, traumas, exposição a toxinas ou processos degenerativos.
Independente da origem, os sintomas podem comprometer severamente a qualidade de vida, já que quadros neurológicos frequentemente apresentam manifestações progressivas.
Déficit de memória, dificuldade na fala, tremores, dores crônicas, espasmos musculares e alterações de humor são comuns.
O impacto emocional também é expressivo, levando a transtornos de humor, ansiedade e depressão. Com a progressão da doença, atividades rotineiras se tornam limitadas, prejudicando a autonomia do indivíduo.
Como as doenças neurológicas afetam o corpo humano?
O funcionamento do organismo depende da transmissão de sinais elétricos e químicos que percorrem o sistema nervoso.
Quando essa comunicação sofre interferências, múltiplas funções entram em colapso, ocasionando uma doença neurológica.
Dependendo da estrutura afetada, os impactos se manifestam de maneiras distintas, comprometendo desde a coordenação motora até a regulação emocional.
No cérebro, doenças neurodegenerativas resultam na destruição progressiva de neurônios, prejudicando habilidades cognitivas, memória e comportamento.
O comprometimento do córtex motor leva à perda de controle sobre os movimentos, enquanto danos ao cerebelo afetam equilíbrio e coordenação.
No caso do tronco encefálico, funções vitais, como respiração e frequência cardíaca, sofrem desregulação.
Quando o problema atinge a medula espinhal, sinais nervosos anormais causam fraqueza, dormência ou paralisia. Distúrbios nos nervos periféricos, por sua vez, levam a sensações dolorosas, formigamento e perda de reflexos.
Além das alterações físicas, o transtorno de humor e dificuldades emocionais se tornam frequentes, agravando o impacto da condição.
As doenças neurológicas têm cura?
A possibilidade de cura depende do tipo e estágio da doença. Infecções como meningite bacteriana, quando tratadas precocemente, podem ser completamente revertidas.
Por outro lado, condições degenerativas, como Alzheimer, ainda não têm terapias curativas, embora medicamentos anticolinesterásicos ajudem a retardar a progressão.
Inovações recentes trazem esperança: técnicas de edição genética, como CRISPR, estão sendo testadas em doenças hereditárias como atrofia muscular espinhal.
Enquanto isso, intervenções não farmacológicas, como neuromodulação cerebral, melhoram a qualidade de vida em casos de Parkinson e depressão refratária.
Apesar dos avanços, conter as complicações continua sendo de suma importância. Controlar fatores de risco cardiovascular reduz a incidência de AVCs, e a suplementação com vitamina B12 previne neuropatias periféricas.
Para transtorno de humor associado a condições neurológicas, terapias cognitivo-comportamentais adaptadas mostraram eficácia em restaurar a funcionalidade social, mesmo em estágios avançados.
Quais são as doenças neurológicas existentes?
O sistema nervoso é uma rede que comanda desde movimentos voluntários até processos involuntários, como a respiração.
Quando uma doença neurológica surge, ela pode comprometer qualquer parte desta estrutura — cérebro, medula espinhal, nervos periféricos ou até neurônios.
Essas condições não escolhem idade ou gênero, podendo afetar recém-nascidos, adultos em plena atividade ou idosos, alterando radicalmente a qualidade de vida.
A variedade é imensa: há doenças neurológicas que surgem de forma abrupta, como um acidente vascular cerebral, e outras que se instalam lentamente, como as neurodegenerativas.
O que todas compartilham é o potencial de desequilibrar funções essenciais, seja na capacidade de raciocinar, de controlar músculos ou até de regular emoções.
Veja exemplos de algumas doenças neurológicas:
- Doença de Alzheimer: O Alzheimer é um distúrbio que destroi progressivamente células do cérebro, em regiões ligadas à memória e ao raciocínio. Pacientes apresentam agressividade, desconfiança ou apatia, além de transtorno de humor.
- Doença de Parkinson: Caracterizada pela morte de neurônios produtores de dopamina na substância negra do cérebro. Prejudica a coordenação e desregula circuitos ligados ao humor, explicando por que até 50% dos pacientes desenvolvem depressão ou ansiedade.
- Acidente vascular cerebral (AVC): O AVC ocorre quando o fluxo sanguíneo para o cérebro é interrompido, seja por obstrução (isquêmico) ou ruptura de vasos (hemorrágico). Cada minuto sem oxigênio mata aproximadamente 1,9 milhão de neurônios. Causa comprometimento da fala e perda visual.
- Esclerose múltipla: Nessa doença, o sistema de defesa ataca a bainha de mielina que protege as fibras nervosas. Lesões na medula espinhal podem causar disfunção sexual ou incontinência, enquanto placas no tronco cerebral afetam a deglutição.
- Epilepsia: Convulsões recorrentes devido a descargas elétricas no cérebro. Crises focais podem manifestar-se como déjà vu persistente, alucinações olfativas ou movimentos repetitivos de uma mão.
Doenças neurológicas raras
As doenças neurológicas raras afetam menos de uma em cada 100.000 pessoas. A maioria está ligada a mutações genéticas, mas algumas surgem sem histórico familiar.
A falta de conhecimento público sobre essas condições pode levar a diagnósticos tardios, agravando sintomas que já são, por natureza, debilitantes.
A seguir, listamos exemplos de condições neurológicas raras que desafiam a medicina:
- Síndrome de moebius: Ausência congênita de nervos cranianos, afetando principalmente os que controlam expressões faciais e movimentos oculares. Indivíduos não conseguem sorrir, piscar ou mover os olhos lateralmente.
- Doença de Alexander: Acúmulo anormal de proteínas no cérebro, causando destruição da mielina. Provoca perda de funções motoras e cognitivas, com início na infância.
- Síndrome de ondine: Distúrbio que compromete o controle autonômico da respiração durante o sono. Pacientes podem parar de respirar ao dormir, exigindo suporte ventilatório.
- Ataxia telangiectasia: Doença genética neurológica que afeta o sistema imunológico e o cerebelo. Provoca dificuldade para caminhar, manchas vermelhas na pele (telangiectasias) e atraso no desenvolvimento.
- Esclerose lateral amiotrófica (ELA): Degeneração progressiva dos neurônios motores, responsáveis pelo controle voluntário dos músculos. Causa perda gradual da capacidade de mover braços, pernas e, em estágios avançados, de respirar ou engolir.
- Doença de Huntington: Distúrbio genético causado por uma mutação no gene HTT, levando à morte neuronal em áreas específicas do cérebro. Provoca movimentos involuntários, seguidos por declínio cognitivo e transtorno de humor.
- Síndrome de Rett: Condição genética ligada ao cromossomo X, que afeta principalmente meninas e compromete o desenvolvimento neurológico. Resulta em regressão de habilidades motoras e de comunicação após os 6–18 meses de vida, com perda do uso intencional das mãos.
- Síndrome de Sturge-Weber: Má formação vascular que causa manchas faciais e alterações neurológicas. Causa convulsões frequentes, glaucoma e hemiparesia (fraqueza em um lado do corpo).
Doenças neurológicas na infância
A infância é um período de desenvolvimento acelerado do sistema nervoso, e qualquer interferência nesse processo pode ter consequências.
Doenças neurológicas pediátricas muitas vezes se manifestam de forma diferente das adultas. Sintomas como irritabilidade ou regressão de habilidades já adquiridas podem ser os primeiros sinais de alerta para pais e cuidadores.
O cérebro infantil possui maior plasticidade, o que permite compensar parcialmente alguns danos, mas também o torna mais vulnerável a agressões externas.
A lista abaixo explora algumas condições neurológicas na infância:
- Paralisia cerebral: Conjunto de distúrbios motores causados por danos cerebrais ocorridos antes, durante ou após o nascimento. Compromete o controle muscular, resultando em movimentos involuntários ou dificuldade de equilíbrio.
- Epilepsia infantil: Condição caracterizada por crises epilépticas recorrentes, decorrentes de atividade elétrica anormal no cérebro. Causa movimentos ou sensações, variando de breves “ausências” a convulsões generalizadas.
- Transtorno do espectro autista (TEA): Distúrbio do neurodesenvolvimento que afeta a comunicação, interação social e processamento sensorial.
- Síndrome de Angelman: Distúrbio genético que afeta o cromossomo 15, comprometendo o desenvolvimento. Causa atraso grave na fala, equilíbrio precário e distúrbios comportamentais (riso frequente sem motivo aparente).
- Leucodistrofia metacromática: Acúmulo de substâncias tóxicas no sistema nervoso devido à deficiência enzimática. Provoca perda progressiva de habilidades motoras e cognitivas após um desenvolvimento inicial normal. Crianças com essa condição têm regressão da fala, rigidez muscular e demência infantil.
- Síndrome de Landau-Kleffner: Distúrbio epiléptico que causa afasia (perda da capacidade de compreender ou expressar linguagem). Aqui, crianças que já falavam deixam de se comunicar verbalmente, muitas vezes associado a crises noturnas. Agressividade e hiperatividade são comuns.
- Doença de Krabbe: Degeneração da bainha de mielina. Bebês perdem a capacidade de engolir, mover-se ou responder a estímulos. Provoca irritabilidade extrema, febre e rigidez muscular progressiva.
Quais os sintomas das doenças neurológicas?
A complexidade das doenças neurológicas está implicada na variedade de formas como se manifestam, dependendo da região afetada e do tipo de dano envolvido.
Muitas vezes, alterações emocionais ou comportamentais surgem como primeiros sinais, especialmente quando áreas cerebrais ligadas à regulação do humor são comprometidas.
Entretanto, até mesmo uma simples mudança na forma de caminhar pode indicar problemas na medula espinhal, enquanto dificuldades para organizar tarefas cotidianas podem sinalizar disfunções cognitivas.
Sintomas motores e cognitivos mais comuns
Como as doenças neurológicas afetam regiões cerebrais responsáveis pelo movimento e cognição, sintomas que limitam essas funções costumam surgir primeiro. Então, é comum que um paciente com doenças neurológicas tenha:
- Movimentos involuntários em repouso: Tremores que surgem quando os músculos estão relaxados, como os característicos do Parkinson, indicam desequilíbrio na produção de dopamina;
- Contrações: Em casos menos conhecidos, distonias podem torcer pescoço ou pés em posições anormais;
- Perda de coordenação fina: Dificuldade para abotoar camisas ou escrever sugere danos no cerebelo, região responsável por ajustes motores. Esse sintoma é comum na esclerose múltipla e ataxias;
- Rigidez muscular assimétrica: Um lado do corpo mais tenso que o outro, mesmo em repouso, pode apontar para lesões em vias motoras cruzadas. Pacientes relatam sensação de “membro pesado” ou resistência ao movimento passivo.
No campo cognitivo, os sintomas frequentemente se entrelaçam com transtornos de humor, como ansiedade severa e depressão, e se apresentam da seguinte forma:
- Dificuldades no planejamento: Incapacidade de organizar uma sequência de tarefas simples indica disfunção executiva. Esse quadro é típico de lesões no lobo frontal e é agravado por alterações emocionais;
- Confusão temporal-espacial: Perder a noção de datas ou se desorientar em ambientes familiares vai além da “distração comum”. Em doenças como Alzheimer, neurônios responsáveis por mapear o espaço e o tempo degeneram progressivamente;
- Alterações na fluência verbal: Pausas prolongadas durante conversas, substituição de palavras por sons vagos (“coisa”, “aquilo”) ou frases desconexas revelam danos em áreas de linguagem. Curiosamente, esse sintoma às vezes é acompanhado por irritabilidade;
- Memória de curto prazo comprometida: Esquecer onde colocou objetos minutos após usá-los ou repetir a mesma pergunta diversas vezes não é “normal” em nenhuma idade. Esse padrão sinaliza falhas no hipocampo, estrutura crucial para fixar novas informações.
Qual doença neurológica é mais comum?
Quando o assunto é saúde do cérebro, algumas condições se destacam pela frequência com que aparecem nos consultórios.
Essas doenças não escolhem estilo de vida ou hábitos — podem afetar desde jovens até idosos, muitas vezes alterando rotinas de forma inesperada.
O que muita gente não sabe é que, além dos sintomas físicos, boa parte delas traz desafios emocionais, como transtorno de humor, que exige atenção redobrada de familiares e profissionais.
Vale lembrar que a prevalência varia conforme a idade e fatores genéticos. E, embora algumas condições se manifestem mais cedo, muitas outras são típicas de fases avançadas da vida.
Veja alguns exemplos de doenças neurológicas comuns:
1. Enxaqueca
A enxaqueca é uma das formas mais comuns de doenças neurológicas. Afeta cerca de 15% da população brasileira, o que significa que mais de 30 milhões de pessoas sofrem com este problema.
A condição vai muito além de uma simples dor de cabeça, trazendo sintomas intensos que podem impactar diretamente o dia a dia. A dor costuma ser pulsante, atingir um dos lados da cabeça e durar horas ou até dias.
Sensibilidade à luz, sons e cheiros, náuseas e até vômitos são frequentes durante as crises.
A enxaqueca está ligada a fatores neurológicos e pode ser desencadeada por estresse, alterações hormonais, mudanças climáticas, privação de sono e certos alimentos.
2. Alzheimer
A doença de Alzheimer é a principal responsável por casos de demência em todo o mundo, correspondendo entre 60 a 80% dos casos.
No Brasil, cerca de 1,2 milhão de pessoas vivem com esta doença neurológica, e 100 mil novos casos são diagnosticados por ano.
Os primeiros sinais do Alzheimer surgem de pequenas confusões mentais que se intensificam conforme a doença progride.
Com o tempo, tarefas simples como vestir-se ou reconhecer entes queridos tornam-se desafios intransponíveis, gerando frustração e, muitas vezes, transtorno de humor associado à perda de autonomia.
O cérebro afetado pelo Alzheimer sofre uma redução gradual de conexões neuronais, especialmente em áreas ligadas à memória recente.
Isso explica por que eventos antigos são lembrados com clareza, enquanto conversas de minutos atrás desaparecem.
3. Parkinson
A incidência da doença de Parkinson é de cerca de 100 a 200 casos por 100.000 habitantes. Ou seja, é uma condição bem comum no Brasil, com quase 200 mil pessoas diagnosticadas.
Tremores nas mãos em repouso são o sinal mais comum da doença de Parkinson, mas há muito mais por trás desse sintoma.
A rigidez muscular, por exemplo, pode deixar os movimentos tão lentos que tarefas como cortar alimentos ou abrir um envelope viram obstáculos.
A falta de expressão facial, muitas vezes interpretada como frieza, é outro sinal clássico — resultado direto da redução na produção de dopamina.
Mas atenção: o Parkinson não se resume ao físico. Transtorno de humor, como depressão e ansiedade, afeta até metade dos pacientes, às vezes anos antes dos tremores surgirem.
Alterações no olfato, como não perceber o cheiro de café fresco, e distúrbios do sono REM são sinais precoces.
Para piorar, sintomas invisíveis ganham espaço com o avanço da idade. A disfagia, dificuldade para engolir, eleva o risco de engasgos e pneumonias.
Já a hipotensão ortostática, queda brusca de pressão ao levantar, aumenta as chances de quedas.
Quais são os tratamentos para doenças neurológicas?
A medicina oferece diversas possibilidades para quem sofre com doenças neurológicas, mas nem sempre elas permitem a cura da condição.
Na maioria dos casos, o foco está em recuperar ou preservar os movimentos, proteger a memória ou equilibrar as emoções.
Em todo caso, cada tratamento é pensado para devolver parte da autonomia que essas condições costumam levar. Neurologistas e fisioterapeutas trabalham juntos para desenhar planos terapêuticos para estas condições.
Os tratamentos para doenças neurológicas cuidam do físico e do emocional, como veremos a seguir.
Opções de tratamento medicamentoso e terapêutico
Na linha de frente dos tratamentos para doenças neurológicas estão os remédios, que agem como moduladores do sistema nervoso.
Dada a diversidade de condições neurológicas existentes, há também um grande número de medicamentos que podem atender a estas condições.
A levodopa com carbidopa, por exemplo, é indicada para o Parkinson. A primeira repõe a dopamina (que falta no cérebro dos pacientes), enquanto a segunda impede que o organismo a destrua.
Já a memantina entra em cena no Alzheimer moderado. Ela ajuda a frear o excesso de glutamato.
Isso acarreta em menos confusão mental em tarefas como cozinhar ou sair de casa, e até uma melhora naquele humor oscilante que tanto preocupa as famílias.
Para condições causadas por infecções, os antibióticos são indicados. E, no espectro de doenças neurológicas leves, como enxaqueca, anti-inflamatórios e analgésicos são indicados para crises agudas.
Em conjunto com os medicamentos, a fisioterapia ajuda a preservar a autonomia do paciente com doença neurológica grave.
Imagine reaprender a andar depois de um AVC ou recuperar o equilíbrio perdido pela esclerose múltipla: é isso que a fisioterapia faz.
Técnicas como a hidroterapia (exercícios em piscina aquecida) aliviam a rigidez muscular sem sobrecarregar as articulações. Já as plataformas vibratórias são usadas para “acordar” nervos dormentes em quem tem lesões medulares.
Para casos graves de Parkinson ou distonias que não cedem a remédios, a medicina aposta em um “marcapasso cerebral”.
Pequenos eletrodos são implantados no cérebro e ajustados para bloquear sinais elétricos desordenados. Aqui, tremores que impediam alguém de comer sozinho podem diminuir em até 70%.
O curioso é que, além dos movimentos, a técnica ameniza a ansiedade ligada à doença. É como se o cérebro, menos ocupado com os tremores, tivesse espaço para respirar — e o humor acompanha esse alívio.
Como realizar o tratamento de doenças neurológicas corretamente?
Tratar doenças neurológicas é um processo contínuo de ajustes, observação e parceria entre paciente, família e profissionais. É preciso entender que, o que funciona para uma pessoa com Parkinson pode não servir para outra.
Sem personalização terapêutica, dificilmente haverá melhora no quadro do paciente. Por isso, o acompanhamento regular com um neurologista é altamente importante.
Outro ponto de atenção é tratar as comorbidades, não apenas a condição em si. O transtorno de humor, presente em até 60% dos casos de doenças neurológicas, tende a minar a adesão ao tratamento se não for abordado.
Neste caso, integrar psicoterapia ou grupos de apoio ao plano ajuda a gerenciar ansiedade e frustrações, criando um ambiente emocional estável para que medicamentos e terapias físicas funcionem melhor.
Tratamentos evoluem junto com a doença, ou seja, remédios podem precisar de ajustes na dosagem, e a fisioterapia terá que ser consistentemente atualizada.
Cabe ressaltar que nem sempre a cura é alcançável, mas nos casos onde é possível reverter a condição, os resultados podem levar semanas ou meses para aparecer. Portanto, tenha paciência!
E mantenha um diário de sintomas, anotando desde a frequência de crises até variações no humor — isso facilita a comunicação com a equipe médica e acelera decisões assertivas.
Os benefícios do CBD no tratamento de doenças neurológicas
O Canabidiol (CBD) também pode ser uma opção terapêutica para as doenças neurológicas, e dois estudos recentes ajudaram a validar isso.
O primeiro, uma revisão publicada em 2023, evidenciou que o CBD reduz crises epilépticas em síndromes raras, onde medicamentos convencionais falham.
Pacientes que utilizam esta abordagem tiveram reduções de até 70% nas crises convulsivas, com melhora na qualidade do sono e interação social.
No Parkinson, o CBD mostrou capacidade de equilibrar o transtorno de humor sem piorar tremores ou rigidez, algo que não acontece com a levodopa, por exemplo.
Os pacientes tratados mencionaram maior disposição para atividades cotidianas, como cozinhar ou sair de casa, graças à redução da ansiedade.
Já na esclerose múltipla, as pesquisas focam na combinação de CBD com THC, ambos com ação neuroprotetora e antiespasmódica.
O segundo estudo, de 2025, analisou 47 ensaios clínicos sobre o uso de Canabidiol como terapia adjuvante para doenças neurológicas.
Descobriu-se que o composto foi eficaz no controle da espasticidade (rigidez muscular dolorosa) na esclerose múltipla e na redução de dor neuropática em pacientes com danos nos nervos.
Idosos com Parkinson tiveram melhorias na fluência verbal e na capacidade de planejar tarefas, possivelmente devido à modulação de receptores serotoninérgicos, ligados ao humor e cognição.
Para o autismo, os resultados são ainda mais animadores: crianças e adolescentes apresentaram menos crises de agressividade e hiperatividade, além de melhor sono e apetite otimizado.
Os pesquisadores acreditam que estes benefícios se devem à ação multimodal da Cannabis, que age em múltiplas frentes, seja dessensibilizando os sinais de dor, controlando a inflamação ou regulando o humor.
Efeitos colaterais foram relatados, sendo grande parte deles de natureza leve (sonolência e boca seca).
Por isso, sempre converse com um neurologista se estiver interessado na terapia canabinoide — ele ajudará a montar um plano adaptado para o seu caso.
Conclusão
A jornada de tratamento das doenças neurológicas é complexa, mas cada avanço — por menor que pareça — é uma vitória.
Que tal começar conversando com um especialista sobre qual caminho faz mais sentido para você ou para quem você ama?
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