As articulações temporomandibulares (ATM) são áreas de junção entre o osso temporal, parte do crânio, e a mandíbula inferior (mandíbula).
Localizadas à frente das orelhas, existem duas ATM, uma de cada lado.
Essas articulações são sustentadas por ligamentos, tendões e músculos, possibilitando os movimentos mandibulares.
Os distúrbios temporomandibulares (DTM) têm origem em problemas relacionados aos músculos mastigatórios, às articulações das mandíbulas ou aos tecidos fibrosos que as conectam.
Eles representam as principais causas de dor orofacial, afetando a qualidade de vida das pessoas.
Compreender esses distúrbios e as principais abordagens de tratamento é essencial para promover o bem-estar das pessoas que enfrentam essa condição.
Neste artigo, exploraremos de forma detalhada a disfunção temporomandibular e a dor orofacial.
Também destacaremos o papel promissor da Cannabis medicinal como terapia auxiliar para essas condições.
Continue conosco para aprender mais sobre o assunto!
A seguir, abordaremos os seguintes tópicos para aprofundar nosso conhecimento e fornecer uma visão completa sobre o tema:
- O que é disfunção temporomandibular (DTM) e dor orofacial?
- Os principais fatores de risco para o desenvolvimento de DTM e dor orofacial
- A importância do diagnóstico precoce da DTM e dor orofacial
- Como realizar uma avaliação clínica em pacientes com suspeita de DTM e dor orofacial?
- Principais abordagens de tratamento para DTM e dor orofacial
- Possíveis complicações da DTM e dor orofacial
- O acompanhamento a longo prazo de pacientes com DTM e dor orofacial
- Dicas para orientação pós-tratamento para evitar recorrências
- Cannabis nos tratamentos odontólogicos
O que é disfunção temporomandibular (DTM) e dor orofacial?
Disfunção temporomandibular (DTM) refere-se a um grupo de condições que afetam as articulações temporomandibulares, os músculos da mastigação e as estruturas associadas.
Essas articulações estão localizadas em ambos os lados do rosto, logo à frente dos ouvidos, e são responsáveis por conectar a mandíbula ao crânio.
Elas estão envolvidas em muitas atividades diárias, como falar, mastigar e deglutir.
As condições de DTM podem ser complexas e podem envolver vários fatores.
Tais condições podem estar relacionadas a problemas físicos com a articulação em si, tensão ou espasmo nos músculos da mastigação, e até mesmo fatores psicológicos como estresse e ansiedade.
Por outro lado, a dor orofacial é um termo mais amplo que se refere à dor em qualquer área da face, boca ou mandíbula.
Enquanto a DTM é uma causa comum de dor orofacial, existem muitas outras possíveis causas, incluindo dores de dente, sinusite, neuralgia do trigêmeo e até mesmo dores de cabeça e enxaquecas.
Sinais e sintomas comuns da DTM e dor orofacial em pacientes
Os sinais e sintomas da DTM e dor orofacial podem variar muito dependendo da causa subjacente e da gravidade da condição.
Um dos sintomas mais comuns é a dor ou desconforto na face, mandíbula, ouvido ou boca, especialmente ao mastigar, falar ou abrir a boca.
A dor geralmente é descrita como uma dor surda, mas também pode ser aguda e penetrante.
Outros sintomas comuns incluem rigidez ou sensação de aperto nos músculos da mandíbula, dificuldade ou desconforto ao abrir a boca, e até mesmo bloqueio da mandíbula em uma posição aberta ou fechada.
Algumas pessoas também podem experimentar estalos ou rangidos ao mover a mandíbula, embora isso possa ocorrer sem dor ou disfunção.
A dor orofacial também pode ser associada a dores de cabeça, dores de ouvido, tonturas e zumbidos.
Em alguns casos, a dor pode se irradiar para o pescoço, ombros ou costas.
Além dos sintomas físicos, a DTM e a dor orofacial podem ter um impacto significativo na qualidade de vida, levando a problemas como dificuldade para comer, falar ou até mesmo dormir, bem como ansiedade e depressão.
Os principais fatores de risco para o desenvolvimento de DTM e dor orofacial
A Disfunção Temporomandibular (DTM) e a dor orofacial são condições complexas que podem afetar a qualidade de vida de milhões de pessoas em todo o mundo.
Diversos fatores de risco têm sido identificados como contribuintes para o desenvolvimento dessas condições.
Entre eles, o bruxismo, que consiste no apertamento ou ranger dos dentes durante o sono ou em momentos de estresse, é apontado como um dos principais fatores de risco para a DTM.
Adicionalmente, problemas na mordida, como a má oclusão dentária, têm sido associados à DTM e dor orofacial.
A má posição dos dentes pode levar a uma distribuição desigual das forças mastigatórias, sobrecarregando as articulações temporomandibulares e os músculos da face, resultando em dor e desconforto.
Outro fator relevante é o estresse emocional, que pode desempenhar um papel significativo no desenvolvimento da DTM e dor orofacial.
O estresse é o principal desencadeador do hábito de apertar os dentes, contribuindo para a tensão excessiva na região da mandíbula e das articulações temporomandibulares.
Além disso, posturas inadequadas ao longo do dia, seja no trabalho ou em atividades cotidianas, podem sobrecarregar a musculatura facial e favorecer o surgimento de DTM.
A falta de descanso adequado também é um fator de risco relevante, uma vez que o sono insuficiente pode levar a uma maior sensibilidade à dor e afetar a recuperação muscular.
Vale mencionar também a presença de outros problemas de saúde, como artrite e doenças reumáticas, que podem aumentar o risco de desenvolver DTM e dor orofacial.
Estas condições podem afetar a estrutura das articulações e a função muscular, exacerbando os sintomas e tornando o tratamento mais desafiador.
A relação entre estresse emocional e DTM
Como mencionado anteriormente, o estresse emocional tem sido reconhecido como um dos principais fatores desencadeantes e agravantes da DTM.
Quando uma pessoa enfrenta situações de estresse, ela tende a tensionar os músculos, incluindo aqueles da região da mandíbula.
Esse hábito pode levar ao bruxismo, caracterizado pelo apertamento ou ranger dos dentes, especialmente durante o sono.
O bruxismo, por sua vez, pode exercer pressão excessiva sobre as articulações temporomandibulares, resultando em dor e disfunção.
O estresse emocional pode aumentar a sensibilidade à dor, tornando os sintomas da DTM mais intensos e debilitantes.
A relação entre estresse e dor é complexa e pode envolver mecanismos neurofisiológicos que ainda estão sendo estudados.
Outro aspecto importante é que o estresse pode afetar os hábitos alimentares e a qualidade do sono, que também estão relacionados ao desenvolvimento da DTM.
A influência da alimentação na manifestação da DTM e dor orofacial
A alimentação desempenha um papel fundamental na saúde geral, e isso inclui a saúde bucal e a manifestação da Disfunção Temporomandibular (DTM) e dor orofacial.
Certos hábitos alimentares têm impacto direto na musculatura da mandíbula e nas articulações temporomandibulares, contribuindo para o desenvolvimento e agravamento dessas condições.
Alimentos duros ou difíceis de mastigar podem sobrecarregar a musculatura da mandíbula, especialmente quando consumidos em excesso.
O hábito de morder objetos rígidos, como canetas ou unhas, também pode exercer pressão adicional nas articulações temporomandibulares, levando ao desgaste e dor.
Adicionalmente, dietas ricas em alimentos processados, açúcares refinados e gorduras trans podem aumentar a inflamação no organismo, incluindo na região da mandíbula.
Esta inflamação crônica contribui para o desenvolvimento da DTM e dor orofacial, tornando os sintomas mais intensos e persistentes.
Por outro lado, a deficiência de certos nutrientes essenciais, como vitaminas e minerais, afeta a saúde dos tecidos da articulação temporomandibular e da musculatura envolvida na mastigação.
Uma dieta equilibrada e rica em nutrientes pode ajudar a fortalecer essas estruturas e reduzir o risco de desenvolver DTM.
A importância do diagnóstico precoce da DTM e dor orofacial
Identificar essas condições logo no início permite que intervenções adequadas sejam realizadas, evitando a progressão dos sintomas e o agravamento dos quadros clínicos.
Uma das principais razões para o diagnóstico precoce é a possibilidade de aplicar medidas terapêuticas menos invasivas.
Quando a DTM e a dor orofacial são identificadas em estágios iniciais, a abordagem terapêutica pode ser mais simples, com maior chance de sucesso e menor necessidade de procedimentos mais complexos.
Além disso, o diagnóstico precoce permite a adoção de medidas preventivas, ajudando a evitar a recorrência dos sintomas e a progressão da condição.
Isso é especialmente importante em casos de fatores de risco identificados, como bruxismo, problemas de mordida ou estresse emocional.
Outro aspecto relevante é a melhoria da qualidade de vida do paciente.
A DTM e a dor orofacial podem causar desconforto significativo, afetando a mastigação, a fala e o sono.
Um diagnóstico precoce possibilita o início rápido do tratamento, aliviando os sintomas e permitindo que o paciente retome suas atividades diárias com maior conforto.
Um diagnóstico precoce também reduz o impacto financeiro no tratamento.
À medida que a condição progride, podem ser necessários procedimentos mais complexos e caros.
Como realizar uma avaliação clínica em pacientes com suspeita de DTM e dor orofacial?
A avaliação clínica cuidadosa é um passo fundamental no diagnóstico e tratamento da Disfunção Temporomandibular (DTM) e dor orofacial.
A abordagem clínica deve ser completa, abrangendo:
- Histórico Médico: O profissional de saúde deve obter informações detalhadas sobre o histórico médico do paciente, incluindo problemas de saúde prévios, histórico odontológico, cirurgias, traumas faciais e uso de medicamentos.
- Anamnese: O paciente deve ser questionado sobre os sintomas que está enfrentando, como dor na região da mandíbula, dificuldade ao abrir ou fechar a boca, ruídos articulares, dores de cabeça e dor na face.
- Exame Físico: Um exame físico da face, cabeça e pescoço é feito para identificar sinais e sintomas específicos da DTM e dor orofacial. O profissional deve observar a amplitude de movimento da mandíbula, avaliar a presença de ruídos articulares e palpar a musculatura da região.
- Avaliação da Oclusão Dentária: A análise da oclusão dentária é importante, pois problemas na mordida podem contribuir para o desenvolvimento da DTM.
- Avaliação dos Hábitos Parafuncionais: O paciente deve ser questionado sobre hábitos como bruxismo (ranger dos dentes) e apertamento dental, que podem estar relacionados à DTM.
- Exames Complementares: Em alguns casos, exames complementares, como radiografias e ressonâncias magnéticas, podem ser solicitados para obter uma visão mais detalhada das estruturas da articulação temporomandibular.
Ao reunir todas essas informações, o profissional de saúde poderá estabelecer um diagnóstico preciso e individualizado para o paciente, permitindo a aplicação de um plano de tratamento adequado e eficaz.
Exames complementares no diagnóstico da DTM e dor orofacial
O diagnóstico preciso da Disfunção Temporomandibular (DTM) e dor orofacial muitas vezes requer exames complementares para fornecer uma visão detalhada das estruturas envolvidas.
Esses exames auxiliam o profissional de saúde a compreender melhor a condição do paciente e a direcionar o tratamento de forma mais adequada.
Abaixo estão os principais exames complementares utilizados no diagnóstico da DTM e dor orofacial:
Radiografias Panorâmicas
As radiografias panorâmicas fornecem uma visão geral das estruturas dentárias, mandibulares e maxilares.
Elas podem revelar a presença de desalinhamentos dentários, problemas na articulação temporomandibular e outras condições que contribuam para a DTM.
Tomografia Computadorizada (TC)
A TC é um exame mais detalhado que permite visualizar as estruturas da articulação temporomandibular em três dimensões.
É útil para identificar alterações ósseas, posicionamento da articulação e problemas estruturais.
Ressonância Magnética (RM)
A RM é um exame que proporciona imagens detalhadas dos tecidos moles, como músculos e ligamentos.
Ela pode ajudar a identificar inflamações e alterações nos tecidos da articulação temporomandibular.
Eletromiografia (EMG)
A EMG registra a atividade elétrica dos músculos envolvidos na mastigação.
Esse exame pode revelar padrões de atividade muscular anormais, comuns em pacientes com DTM.
Artrografia
A artrografia é um exame que envolve a injeção de contraste nas articulações temporomandibulares para avaliar a sua função e estrutura.
Principais abordagens de tratamento para DTM e dor orofacial
O tratamento para essas condições varia amplamente, dependendo da causa subjacente e da gravidade da dor.
A fisioterapia é uma das primeiras linhas de tratamento e pode incluir exercícios de alongamento e fortalecimento, massagem, e terapias de calor e frio.
Essas técnicas ajudam a melhorar a mobilidade da mandíbula, aliviar a tensão muscular e reduzir a dor.
O biofeedback é outra opção que ensina aos pacientes como controlar suas respostas físicas, como a tensão muscular, que pode contribuir para a dor.
Por outro lado, a psicoterapia pode ser útil para pacientes que experimentam dor crônica.
Como você já sabe, a dor pode ser influenciada por fatores psicológicos, como estresse e ansiedade.
Por isso, aprender técnicas de gerenciamento do estresse e outras estratégias de enfrentamento pode ser benéfico.
Em casos mais graves, quando a dor não responde a tratamentos mais conservadores, a cirurgia pode ser considerada.
No entanto, a cirurgia é normalmente a última opção devido aos riscos e à recuperação pós-operatória.
Terapias farmacológicas para o alívio da dor em pacientes com DTM e dor orofacial
Há várias opções de medicamentos disponíveis para ajudar a gerenciar a dor associada à DTM e à dor orofacial.
Anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), como ibuprofeno e naproxeno, são comumente usados para aliviar a dor e a inflamação.
Para dor mais severa, analgésicos mais fortes, como opioides, podem ser prescritos, embora seu uso a longo prazo possa levar a problemas de dependência.
Os relaxantes musculares podem ser úteis para pacientes que têm dor associada à tensão muscular ou espasmo.
Adicionalmente, certos antidepressivos e medicamentos antiepilépticos têm se mostrado eficazes no tratamento da dor neuropática, que pode ser um componente da dor orofacial.
Em alguns casos, os corticosteroides podem ser injetados diretamente na articulação temporomandibular para aliviar a inflamação e a dor.
No entanto, este é geralmente um tratamento de curto prazo, já que o uso prolongado de corticosteroides pode levar a efeitos colaterais significativos.
Abordagem multidisciplinar no tratamento da DTM e dor orofacial
A abordagem multidisciplinar envolve diferentes profissionais de saúde, com isso, é possível oferecer um atendimento completo e personalizado para cada paciente.
Essa abordagem considera as necessidades específicas do paciente, permitindo a combinação de tratamentos para obter melhores resultados.
Dentistas, médicos, fisioterapeutas, psicólogos e outros especialistas trabalham em conjunto para identificar as causas da DTM e da dor orofacial em cada caso e traçar um plano terapêutico adequado.
A abordagem multidisciplinar permite que cada profissional contribua com sua expertise, resultando em uma abordagem abrangente que visa tratar os sintomas da DTM e da dor orofacial de forma integrada.
Dessa forma, é possível melhorar a qualidade de vida do paciente, reduzir o desconforto e promover sua recuperação mais efetiva.
Cirurgia como opção de tratamento para casos graves de DTM e dor orofacial
A cirurgia é considerada como uma opção de tratamento para casos graves e refratários de Disfunção Temporomandibular (DTM) e dor orofacial, quando outras medidas terapêuticas não proporcionaram alívio dos sintomas.
É importante ressaltar que a cirurgia deve ser indicada apenas quando outras abordagens não foram eficazes e após uma avaliação cuidadosa da situação do paciente.
Existem diferentes procedimentos cirúrgicos que podem ser considerados, dependendo das características específicas do caso. Alguns exemplos incluem:
- Artrocentese: Procedimento minimamente invasivo no qual uma agulha é inserida na articulação temporomandibular para irrigar e limpar o espaço articular, reduzindo a inflamação.
- Artroscopia: Procedimento que utiliza pequenas incisões e uma câmera para visualizar e tratar problemas na articulação temporomandibular.
- Artrodese: Consiste na fusão das partes da articulação temporomandibular para limitar os movimentos e aliviar a dor.
- Prótese articular: Em casos graves de desgaste da articulação, pode ser considerada a substituição da articulação por uma prótese.
A cirurgia é geralmente realizada por um profissional experiente e com formação específica em cirurgia maxilofacial ou bucomaxilofacial.
A cirurgia não é a primeira opção de tratamento para a DTM e dor orofacial e deve ser considerada apenas quando outras medidas não foram eficazes.
Possíveis complicações da DTM e dor orofacial
A Disfunção Temporomandibular (DTM) e a dor orofacial podem acarretar diversas complicações.
Essas complicações variam dependendo do tipo e gravidade da condição, bem como da eficácia do tratamento.
A dor orofacial crônica é uma das principais complicações da DTM. O desconforto constante pode limitar a alimentação, fala e até mesmo o sono do paciente.
A DTM também pode levar a alterações estruturais na articulação temporomandibular, resultando em limitações de movimento e dificuldades funcionais.
O bruxismo, comum em pacientes com DTM, é outra complicação e pode levar ao desgaste excessivo dos dentes e problemas na oclusão dentária.
Em casos mais graves, a DTM pode afetar a capacidade do paciente de realizar atividades diárias, como mastigar, falar e sorrir.
A dor e os problemas funcionais podem levar à reclusão social, afetando as interações e relações pessoais do paciente.
O acompanhamento a longo prazo de pacientes com DTM e dor orofacial
A Disfunção Temporomandibular (DTM) e dor orofacial são condições que podem ser crônicas e exigir uma abordagem contínua para garantir a manutenção dos resultados obtidos.
O acompanhamento regular permite avaliar o progresso do paciente, identificando melhorias ou agravamentos dos sintomas.
Com base na evolução do quadro clínico, os profissionais de saúde podem ajustar o plano terapêutico conforme necessário.
Novas abordagens ou alterações nas terapias podem ser implementadas para otimizar os resultados.
O acompanhamento contínuo também ajuda a prevenir complicações futuras.
Identificar possíveis recaídas ou desenvolvimento de novos sintomas permite a intervenção precoce para evitar a progressão da condição.
Dicas para orientação pós-tratamento para evitar recorrências
A orientação pós-tratamento é crucial para evitar recorrências da DTM (Disfunção Temporomandibular) e dor orofacial.
Primeiramente, é importante que o paciente continue a realizar exercícios de alongamento e fortalecimento da mandíbula que foram ensinados durante o tratamento, mesmo após a dor ter diminuído ou desaparecido.
Estes exercícios podem ajudar a manter a flexibilidade e força dos músculos da mandíbula, evitando assim, potenciais recorrências.
O paciente deve ser orientado a evitar comportamentos que possam desencadear a DTM, como:
- morder lápis ou canetas;
- mascar chiclete constantemente;
- roer unhas;
- apertar/ranger os dentes.
É igualmente importante o acompanhamento regular com o dentista ou fisioterapeuta especializado em DTM e dor orofacial.
Estes profissionais podem monitorar a situação e fazer ajustes no plano de tratamento conforme necessário.
Finalmente, o paciente deve ser incentivado a adotar um estilo de vida saudável, incluindo uma dieta equilibrada e atividade física regular, que pode ajudar a melhorar a saúde geral e reduzir a tensão na mandíbula.
Importância da educação do paciente sobre DTM e dor orofacial
Quando os pacientes entendem sua condição, eles estão melhor equipados para participar ativamente de seu próprio tratamento.
A educação do paciente pode envolver o ensino sobre a anatomia da articulação temporomandibular, os fatores que podem contribuir para a DTM e dor orofacial, e as possíveis opções de tratamento.
O conhecimento adequado também pode aliviar a ansiedade do paciente, já que pode eliminar medos infundados e expectativas irreais.
Dessa forma, eles podem ter uma abordagem mais positiva e proativa em relação ao tratamento, o que pode definitivamente impactar os resultados.
Técnicas de relaxamento e controle de estresse para pacientes com DTM e dor orofacial
Para pacientes que enfrentam a Disfunção Temporomandibular (DTM) e dor orofacial, é necessário considerar a aplicação de técnicas de relaxamento e controle de estresse como parte integrante do plano de tratamento.
A meditação, por exemplo, com seu enfoque na atenção plena e tranquilização da mente, tem se mostrado benéfica na redução da ansiedade e do estresse associados à DTM e dor orofacial.
Da mesma forma, a prática da respiração profunda, inspirando lentamente pelo nariz e expirando suavemente pela boca, pode proporcionar relaxamento e alívio da tensão muscular.
Outra alternativa é a prática de yoga, que combina posturas físicas, exercícios respiratórios e meditação, buscando harmonizar corpo e mente.
O yoga pode promover relaxamento muscular e emocional, contribuindo para o bem-estar geral do paciente.
Além disso, a realização regular de exercícios físicos, como caminhadas ou natação.
A prática de exercícios pode ser uma maneira eficaz de liberar endorfinas, substâncias associadas ao bem-estar, auxiliando na redução do estresse e da dor.
A massagem terapêutica é outra opção valiosa, já que pode ajudar a relaxar a musculatura da mandíbula, pescoço e ombros, melhorando a circulação sanguínea na região e contribuindo para o alívio das tensões.
Outro ponto importante é evitar gatilhos que possam agravar a tensão muscular e emocional, como situações de estresse intenso ou hábitos parafuncionais prejudiciais.
Incorporar essas técnicas de relaxamento ao cotidiano pode ser um complemento valioso ao tratamento da DTM e da dor orofacial, proporcionando alívio dos sintomas e contribuindo para uma melhor qualidade de vida.
Cannabis nos tratamentos odontológicos
A Cannabis tem sido utilizada na medicina tradicional asiática há milhares de anos como meio de controle da dor de dente, prevenção de cárie dentária e redução da inflamação gengival.
No entanto, somente agora os cientistas encontraram evidências clínicas de suas aplicações na odontologia e seu uso começou a ser empregado na Odontologia ocidental.
A existência de receptores canabinoides na cavidade oral sugere que o sistema endocanabinoide pode ser um alvo terapêutico para tratar doenças orais e dentárias.
O foco das pesquisas tem se voltado para o canabidiol (CBD), um dos vários metabólitos secundários produzidos pela Cannabis.
Embora outros canabinoides, como o THC e o CBG, possam ter muitos benefícios também.
O CBD é conhecido por suas propriedades anti-inflamatórias, analgésicas, ansiolíticas, relaxantes musculares e antimicrobianas.
Isso o torna potencialmente terapêutico contra condições como síndrome da boca ardente, ansiedade dentária, gengivite e possivelmente câncer bucal.
Além disso, outros principais metabólitos secundários da Cannabis sativa L., como terpenos e flavonoides, também apresentam características anti-inflamatórias, analgésicas, ansiolíticas e antimicrobianas.
De maneira geral, os componentes da Cannabis, em conjunto ou em forma isolada, apresentam inúmeras propriedades que podem tratar diversas condições, tais como:
- Afta herpética (herpes labial);
- Aftas;
- Bruxismo;
- Cárie dentária;
- Desgaste dos dentes;
- Dor de garganta;
- Dor na articulação temporomandibular (DTM);
- Dor de dente;
- Dor orofacial;
- Dor na mandíbula e pescoço;
- Dor pós-operatória após procedimentos dentários;
- Gengivite;
- Halitose (mau hálito);
- Hipersensibilidade dentinária;
- Infecções orais;
- Leucoplasia oral;
- Mucosite oral (inflamação da mucosa bucal);
- Mucocele (cisto salivar);
- Periodontite;
- Pulpite dentária;
- Síndrome da boca ardente;
- Traumatismo dental;
- Trismo (dificuldade em abrir a boca);
- Xerostomia (boca seca);
O uso da Cannabis na Odontologia é legalizado?
Sim, qualquer profissional odontológico com registro ativo pode prescrever Cannabis, seguindo as normas legais e levando em conta a condição de seu paciente.
Antes, apenas profissionais médicos poderiam prescrever, mas com as atualizações legais em relação à regulamentação da Cannabis, os profissionais odontológicos também podem prescrever.
Quais os benefícios comprovados da Cannabis nos tratamentos odontológicos?
As pesquisas sobre o uso da Cannabis na Odontologia tem dado passos largos, com novas evidências surgindo a cada dia.
Um estudo que vale ser destacado é o Cannabidiol: an alternative therapeutic agent for oral mucositis?
O estudo diz que o controle do estresse oxidativo pode prevenir e aliviar a mucosite oral.
Neste contexto, o canabidiol é seguro e possui propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e analgésicas que podem ser aplicadas nesta condição.
Outro estudo é o Myorelaxant Effect of Transdermal Cannabidiol Application in Patients with TMD: A Randomized, Double-Blind Trial, que avaliou o canabidiol no contexto da disfunção temporomandibular.
Neste estudo, um total de 60 pacientes foram inscritos no estudo e foram divididos aleatoriamente em dois grupos: grupo 1 e grupo 2.
O grupo 1 recebeu a formulação de CBD, enquanto o grupo 2 recebeu a formulação de placebo para uso tópico. A atividade muscular masseter e o nível de dor foram medidas nos dias 0 e 14.
Ao final do estudo, no grupo 1, a atividade do masseter m diminuiu significativamente (11% no músculo direito e 12,6% no masseter esquerdo).
No grupo 2, a atividade do masseter foi registrada como 0,23% no músculo direito e 3,3% no masseter esquerdo.
A intensidade da dor diminuiu significativamente no grupo 1, que obteve uma diminuição de 70,2%.
Por outro lado, o grupo 2 teve uma redução de apenas 9,81%.
Quais os passos para prescrever Cannabis de forma legal nos tratamentos odontológicos?
Para prescrever Cannabis de forma legal nos tratamentos odontológicos, o dentista deve seguir alguns passos específicos.
Primeiramente, é preciso obter conhecimento sobre o uso terapêutico da Cannabis na odontologia.
Uma ótima ferramenta para isso é o e-book “Cannabis na Odonto”, que você pode baixar aqui.
Esse e-book oferece informações atualizadas e embasadas sobre os benefícios e possíveis aplicações da Cannabis em tratamentos odontológicos.
Ele também fornece uma base sólida para o profissional entender como a Cannabis pode ser utilizada como terapia complementar para certas condições odontológicas.
Além disso, o dentista pode se inscrever no “Cadastro Para Dentistas” do portal Cannabis & Saúde, tornando-se parte do time de profissionais prescritores.
Ao fazer isso, o dentista fará parte de uma rede de especialistas que estão familiarizados com os tratamentos canabinoides.
Ser um profissional prescritor de Cannabis no tratamento odontológico pode trazer diversos benefícios.
Com isso, o dentista estará à frente em uma área de pesquisa e tratamento inovadora, oferecendo opções terapêuticas adicionais aos pacientes.
Essa atuação possibilita uma abordagem mais personalizada e eficaz para certas condições, proporcionando maior satisfação aos pacientes.
Ao participar do time de profissionais prescritores do portal, o dentista também terá a oportunidade de colaborar com a evolução da odontologia e ajudar a desmistificar o uso da Cannabis como recurso terapêutico.
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Conclusão
A utilização da Cannabis medicinal no diagnóstico e tratamento da Disfunção Temporomandibular (DTM) e da Dor Orofacial apresenta um potencial promissor.
No entanto, é crucial enfatizar a importância da pesquisa contínua e do embasamento científico para a prescrição e uso responsável da Cannabis na prática odontológica.
Profissionais de saúde devem se manter atualizados sobre as regulamentações e diretrizes legais em relação ao uso da Cannabis medicinal em seus países.
A incorporação da Cannabis medicinal como uma terapia auxiliar na Odontologia pode abrir novas perspectivas para o manejo dessas condições, oferecendo alternativas de tratamento para aqueles que enfrentam desconforto e limitações em suas atividades diárias.
Com base em evidências científicas sólidas, a Cannabis pode se tornar uma importante aliada na busca pela qualidade de vida e bem-estar dos pacientes com DTM e dor orofacial.