Em primeiro lugar, como os produtos à base de Cannabis atuam em pessoas com diabetes? Por outro lado, qual é o impacto do uso tópico de produtos com canabinoides em feridas abertas de pessoas com a condição? Pois você está prestes asaber tudo, nesta entrevista com a Dra. Vanessa Matalobos, CRM: 645540/RJ.
Veja nossa entrevista com Dra. Vanessa Matalobos
Hoje é o Dia Mundial do Diabetes. A data tem como objetivo aumentar a conscientização sobre a diabetes, suas causas, sintomas, complicações e formas de prevenção.
Nesse sentido, a Dra. Vanessa destaca que é imprescindível falar sobre a preocupante situação do Brasil em relação à doença. De fato, ocupamos o quinto lugar no mundo com maior incidência de diabetes e as estimativas também caminham para um quadro alarmante: “Para 2030, há um cálculo indicando que o Brasil pode chegar a 21,5 milhões de pessoas com diabetes. Por isso, é tão preocupante e precisamos de prevenção como atividades físicas e boa alimentação”.
Cannabis e Diabetes: pacientes podem contar com a planta no tratamento eficaz de feridas abertas
Pessoas com diabetes podem enfrentar desafios adicionais quando se trata de feridas e cicatrização. Já que a doença pode afetar o sistema circulatório e o sistema imunológico, o que pode tornar a cicatrização mais lenta e aumentar o risco de complicações. E é justamente no tratamento de feridas abertas em pacientes com diabetes que a Dra. Vanessa identifica em seus casos clínicos um potencial imenso do uso tópico de produtos com Cannabis.
Veja resultados de tratamentos com produtos à base de Cannabis em casos clínicos da Dra. Vanessa
O uso tópico de produtos à base de Cannabis não é uma prática nova. Desde o Egito antigo a planta já era usada para tratamento de infecção de pele, doenças bacterianas, inflamações e dores localizadas.
“As propriedades da planta já existem há milhões de anos antes de Cristo, mas a planta é um bombril verde pois tem 1001 utilidades e temos que aceitar. Não é panaceia. A pele é o maior órgão em extensão do corpo humano com receptores canabinoides. E a pele é composta por três camadas e temos receptores canabinoides nas três camadas. Eu acredito porque resolve e realmente as feridas cicatrizam”, sinaliza.
Aqui o termo “uso tópico” refere-se à aplicação de canabinoides, moléculas presentes na Cannabis com potencial terapêutico, diretamente na pele. Estes produtos de uso tópico podem incluir cremes, pomadas, géis, loções, adesivos, sprays e outros tipos de formulações que são aplicados externamente.
O sistema endocanabinoide e os receptores canabinoides da nossa pele
Como a Dra. Vanessa citou temos três camadas na nossa pele:
- epiderme,
- derme
- hipoderme
Portanto, estas três camadas possuem receptores canabinoides, conhecidos como CB1 e CB2. As moléculas da Cannabis interagem com estes receptores presentes na pele ajudando a reduzir a inflamação, a dor e prurido.
As diferentes atuações da Cannabis para pessoas com diabetes
“A Cannabis pode ajudar pessoas com diabetes. Ela tem o efeito de ter hipoglicemiante oral. Tenho pacientes que tirei a insulina de tão hipoglicemiante. É possível, mas sempre com acompanhamento médico multidisciplinar. No uso tópico estamos falando de feridas e amputações, onde o paciente tem muita dor. Pois o paciente amputado ainda sente dor, é a dor do membro fantasma. Este paciente se beneficia com o óleo para as dores de membros fantasmas e neuropatias, onde os tratamentos tradicionais são alopáticos caríssimos”, indica Dra. Vanessa.
Por fim, Dra. Vanessa defende que a Cannabis tem ser tratada com seriedade: “Temos que pesquisar, estudar mais e educar mais. O Brasil ainda é preconceituoso e há muitas possibilidades terapêuticas”.
O que dizem os estudos atuais?
- Cannabis pode reduzir chances de diabetes tipo 2, segundo estudo: Segundo um novo estudo, realizado por cientistas iranianos e publicado recentemente, o consumo de Cannabis pode estar associado a uma redução considerável nas chances de desenvolver a diabetes tipo 2. Os pesquisadores fizeram uma revisão sistemática da literatura científica disponível e uma meta-análise para chegar a essa conclusão. A pesquisa Association between cannabis use and risk of diabetes mellitus type 2: A systematic review and meta-analysis identificou que a Cannabis exerce múltiplos efeitos sobre o nosso metabolismo. Nesse sentido, um desses efeitos seria a regulação da glicose e a secreção de insulina. Isso sugere que o consumo de Cannabis pode, de alguma forma, proteger contra o desenvolvimento da diabetes tipo 2, doença que afeta milhões de pessoas no mundo inteiro.
- Estudo clínico- Cannabis melhora níveis de açúcar e colesterol de pacientes com diabetes: Em um estudo clínico de fase 1, cientistas iranianos identificaram que a Cannabis tem potencial para ser um agente terapêutico no tratamento da diabetes tipo 2. A administração de um spray sublingual com uma combinação de CBD e THC controlou o açúcar no sangue e reduziu o nível de colesterol nesses pacientes. Portanto, os canabinoides podem contribuir no combate à doença e diminuir a necessidade de unidades de insulina no paciente.
- Além disso, se você quer saber mais sobre os tratamentos com a Cannabis para tratar a diabetes, veja a nossa live sobre o tema, com o endocrinologista João Regis Carneiro.
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