O Dia da Saudade é comemorado anualmente no dia 30 de janeiro no Brasil. A data é um momento para lembrar das pessoas que já partiram e valorizar essas boas lembranças. Por isso, neste Dia Da Saudade, o C&S presta homenagem às duas personalidades mais influentes na defesa da Cannabis medicinal no Brasil nos últimos anos: o Dr. Elisaldo Carlini e Luis Antônio Marchioni, o Padre Ticão.
Durante a passagem do religioso e do médico pela Terra, fé e ciência andaram de mãos dadas para quebrar preconceitos e levar a cura para as famílias que mais precisavam. A última vez que os dois se encontraram fisicamente foi em 2019, quando o cientista palestrou na Paróquia de Ermelino Matarazzo, ZL paulistana, para o Curso Livre da Cannabis Medicinal. Desse dia, ficou o registro na foto que ilustra o texto.
Aliás, os alunos e professores do Curso formaram uma verdadeira comunidade que se auto ajuda quando uma mãe, uma avó ou um filho precisa de remédio para o pai com Alzheimer ou o filho com convulsão. Em comum nessa comunidade está o carinho e a devoção a essas duas figuras.
Elisaldo Carlini
Elisaldo Carlini (Arte: Tomazine420)Médico e cientista, Dr. Elisaldo Carlini nos deixou em setembro de 2020, aos 90 anos. Ele foi pioneiro nos estudos sobre o canabidiol no controle de convulsões em crianças com epilepsia de difícil controle. Os primeiros resultados dessas pesquisas foram publicados em 1981, quando o assunto ainda era praticamente intocável.
Seus trabalhos sobre a maconha medicinal colocaram o CBD no foco da ciência brasileira e do mundo para o tratamento de convulsões, epilepsia, esclerose múltipla e dor crônica.
Entre 1995 e 1997, esteve à frente da Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária, quando organizou os primeiros eventos sobre a Cannabis medicinal no Brasil. Na época, ele propôs a criação de uma “Anvisa da Cannabis”, mas o projeto que nunca saiu do papel, segundo ele, por desprezo da classe médica com o tema. Ainda em vida, a contribuição do cientista foi destacada pelo New York Times.
Padre Ticão
O padre Antônio Luís Marchioni, mais conhecido como Padre Ticão, não foi só um sacerdote, mas também um ativista nas causas sociais, a luta pela moradia e saúde pública.
O religioso foi um líder comunitário em Ermelino Matarazzo, na zona leste de São Paulo. E pelo direito à saúde, ele desenvolveu um curso de naturopatia e outro para estudar a Cannabis medicinal – ambos em parceria com a Universidade Federal de São Paulo. Morreu no primeiro dia de 2021 sonhando em tornar o povo independente daquilo que ele chamava de “medicina do mercado”.
“Foi uma luta pela saúde, mas hoje nós temos uma consciência clara de que foi um grande erro nosso a segunda parte: inaugurou e nós entregamos para um poder público que é casado com o pior tipo de medicina, que é essa medicina do mercado, dos laboratórios”, destacou o padre no perfil que o portal Cannabis & Saúde fez em 2020, chamado a Revolução católica: o grupo de estudos da Cannabis medicinal do Padre Ticão