Com o apoio do Portal Cannabis & Saúde acontece no próximo dia 26, às 9h, uma caminhada na Avenida Paulista com o objetivo de conscientizar sobre a epilepsia. Se trata do #DiaRoxo, também conhecido como o Purple Day.
“Vamos deixar a Paulista Roxa de alegria”
Com objetivo de conscientizar e terminar com tabus sobre a condição, o Purple Day, ou Dia Roxo, acontece desde 2008.
Segundo a Associação Brasileira de Epilepsia, a ABE, este ano as iniciativas irão acontecer de norte a sul do Brasil. Ou seja, se você não está em São Paulo para a caminhada na Avenida Paulista, pode encontrar aqui o cronograma de atividades do #DiaRoxo em outros municípios do país.
“Epilepsia: Não exclua”
Em 2023 o tema do #DiaRoxo é “Epilepsia: Não exclua”, já que ainda existem relatos de diferenças no tratamento e estigmas em relação a pessoas que tem esta condição.
O que é o Purple Day?
O Purple Day é um dia internacional de conscientização sobre a epilepsia. Foi criado em 26 de março de 2008, pela então jovem canadense Cassidy Megan, que sofria de epilepsia e queria aumentar a conscientização sobre a condição e diminuir o estigma associado a ela.
A ideia era que as pessoas vestissem roupas roxas, que é a cor da epilepsia, nesse dia, como uma forma de mostrar solidariedade aos portadores da doença e de difundir informações sobre a epilepsia.
Desde então, o Purple Day tem sido celebrado todos os anos em todo o mundo, com eventos educacionais e de conscientização sobre a epilepsia, além de atividades para arrecadar fundos para pesquisa e suporte a pessoas que vivem com a condição.
#DiaRoxo com o apoio do Cannabis & Saúde: Caminhada na Avenida Paulista, dia 26, às 9h.
Tratamento com Cannabis para epilepsia
Sabe-se que a Cannabis tem efeitos benéficos no controle das crises epilépticas em alguns pacientes.
O Canabidiol (CBD), um dos componentes ativos da Cannabis, tem propriedades anticonvulsivantes e pode reduzir a frequência e a intensidade das crises em algumas formas de epilepsia, especialmente nas formas refratárias ao tratamento convencional.
Foi o cientista brasileiro Dr. Elisaldo Carlini o primeiro a detectar que o CBD é eficaz contra convulsões há mais de 40 anos. Agora, os acadêmicos australianos fundamentam as alegações de que o efeito entourage é mais eficiente contra a epilepsia.
Em 2018, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aprovou o registro do primeiro medicamento à base de CBD no Brasil, indicado para o tratamento de crises epilépticas associadas a duas síndromes raras e graves da infância: a Síndrome de Lennox-Gastaut e a Síndrome de Dravet.
E recentemente um estudo comprovou que extratos de Cannabis da planta inteira são mais eficientes para tratar a epilepsia do que as formas isoladas de CBD. A descoberta foi feita na Universidade de Melbourne, na Austrália, e publicada no periódico Journal of Cannabis Research.
A pesquisa investigou o efeito do extrato de Cannabis da planta inteira em canais de sódio dependentes de voltagem na epilepsia. É por esses canais que começa a ação nos neurônios que resultam em crises epilépticas. E é justamente na inibição desses canais que muitos medicamentos anticonvulsivantes atuam, inclusive os que têm CBD em sua composição.
O que é a epilepsia?
A epilepsia é uma condição neurológica que afeta o sistema nervoso central, caracterizada por crises epilépticas recorrentes. As crises epilépticas ocorrem quando há uma descarga anormal e excessiva de atividade elétrica no cérebro, o que pode causar convulsões, perda de consciência, movimentos involuntários, alterações de sensação, pensamento e emoção.
É importante lembrar que a epilepsia é uma condição tratável e que muitas pessoas com epilepsia levam vidas normais com o devido tratamento e cuidado médico.
50 milhões de pessoas em todo o mundo
A epilepsia afeta em torno de 50 milhões de pessoas em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
4 milhões de brasileiros
Aqui no Brasil cerca de 2% da população tem algum tipo de epilepsia, o que equivale a quase 4 milhões de pessoas atingidas. Portanto, é imprescindível falar sobre esta condição e esclarecer como a Cannabis pode trazer benefícios no tratamento.
“Sabe-se que a epilepsia pode ser de origem congênita, que o indivíduo já nasce com ela. Por exemplo, alguma má formação cerebral. Ou ela pode ser uma epilepsia adquirida: decorrente de alguma situação como trauma de crânio, acidente vascular, infecção por meningite, encefalite, uso abusivo de drogas também. E embora a gente saiba dessas causas genéticas, ainda podemos nos deparar com casos que não tem uma razão estabelecida”, explica Dra. Ailane Araújo.
A modulação dos impulsos neuronais diminui as crises convulsivas
“Quando o paciente é epilético e faz uma crise convulsiva, as emissões das ondas cerebrais ficam alteradas. Tanto é que a gente vê no eletroencefalograma as ondas cerebrais totalmente desorganizadas. E a Cannabis vai atuar no sistema endocanabinoide, que é o sistema responsável por manter o equilibrio do corpo, através da ligação dos fitocanabinoides (como por exemplo o CBD e o THC) a receptores desse sistema. E também aumentando a biodisponibilidade da anandamida, que é o endocanabinoide que nosso corpo produz. Sendo assim atuando no controle desses impulsos elétricos, cessando as crises”, indicou Dra. Ailane para o Cannabis & Saúde.
A melhoria na qualidade de vida dos pacientes
Outro ponto fundamental nos benefícios do uso da Cannabis, é a melhoria direta na vida dos pacientes. “Quando administramos o produto a base de cannabis, o paciente e a família começam a ter melhora na qualidade de vida, não está mais tão limitado a fazer atividades normais. Ou seja, a pessoa pode fazer coisas que antes ela não poderia. Por exemplo, a mudança de temperatura pode levar a crise convulsiva, o barulho pode levar a crise convulsiva. Mas quando a gente trata o paciente e ele começa a responder bem, devido a modulação dos impulsos cerebrais, as limitações vão diminuindo e o que antes era difícil ou impossível se torna normal ”.