- O Dia Mundial do Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH), celebrado todos os anos no dia 13 de julho, foi criado para conscientizar sobre esse transtorno, que impacta significativamente a vida de milhões de pessoas.
Para trazer informações sobre o TDAH e os tratamentos disponíveis, inclusive o uso medicinal da Cannabis, conversamos com o psiquiatra Daniel Munhoz Moreira. Ele nos ajuda a entender melhor essa condição complexa, que ocorre em 3% a 5% das crianças no mundo.
Um diagnóstico complexo
O diagnóstico do TDAH é feito por meio de uma entrevista detalhada e minuciosa, que normalmente inclui um questionário e análise do histórico médico do paciente. Embora a desatenção seja um dos principais sintomas, outros desafios se manifestam em cada indivíduo. Hiperatividade, desorganização, problemas no sono e baixa autoestima são alguns exemplos.
Dr. Daniel Munhoz chama a atenção para importância de um diagnóstico adequado para o TDAH. Para ele, há uma supernotificação de casos.
“Hoje, infelizmente, o diagnóstico de TDAH ficou banalizado a quem não consegue ser produtivo. Quando falamos de TDAH, estamos nos referindo a uma doença do neurodesenvolvimento, que traz consequências negativas para o aprendizado, desenvolvimento pessoal e prosperidade, visto o grande desafio em conter sua agitação e foco.”
Em alguns casos, é possível que o TDAH seja confundido com outros transtornos, devido a características e sintomas semelhantes. Durante o processo do diagnóstico, o profissional considera os sintomas e descarta outras condições, tais como dislexia, distúrbios de ansiedade e outros transtornos do neurodesenvolvimento.
Sintomas do TDAH
Os primeiros sintomas do TDAH costumam surgir na infância, sendo visíveis em algumas crianças já nos primeiros anos de vida. Esses sinais são avaliados por psiquiatras, neurologistas ou psicólogos clínicos e geralmente são:
- Dificuldades de atenção plena;
- Hiperatividade;
- Impulsividade.
Quando o paciente apresenta os sintomas, mas não recebe o diagnóstico de TDAH, pode ter impactos extremamente negativos na sua vida cotidiana. Dr. Daniel avaliou esses efeitos indesejados.
“O paciente com este diagnóstico, além de lidar com sua constante desatenção, sensação de pouco aprendizado e com consequências negativas no seu desenvolvimento profissional, acaba recebendo um título de preguiçoso, atrapalhado, desinteressado e, muitas vezes, bullying dos colegas, por não acompanhar a turma.”
Como é o tratamento para o TDAH
O tratamento do TDAH tem o objetivo de reduzir o impacto dos sintomas na vida diária do paciente e pode envolver orientação psicológica, mudança de hábitos e o uso de medicamentos.
A terapia com psicólogo costuma trazer bons resultados, ajudando a desenvolver estratégias para lidar com os desafios cotidianos. Além disso, é comum que as pessoas com TDAH convivam com outros transtornos, como a depressão e ansiedade. Assim, a orientação psicológica oferece um suporte para essas comorbidades.
As mudanças de hábitos envolvem uma melhor organização da rotina, o uso de técnicas de planejamento e a adoção de atividade física e dieta equilibrada.
Em relação aos medicamentos, é comum que os médicos prescrevam estimulantes do sistema nervoso central. Pode parecer contraditório, mas esse tipo de medicação produz um efeito calmante nas pessoas com TDAH. Isso acontece porque esses estimulantes aumentam a quantidade de neurotransmissores, que ajudam a reduzir a hiperatividade.
No entanto, muitos desses medicamentos causam efeitos adversos severos nos pacientes. O psiquiatra Daniel Munhoz apontou que os produtos com derivados da Cannabis podem ser uma alternativa para aqueles que buscam um maior perfil de segurança.
“Hoje, os medicamentos psicoestimulantes são o grande tratamento, porém têm alguns efeitos colaterais que podem ser intoleráveis. Nesta hora, os canabinoides podem entrar em ação, principalmente para auxiliar na hiperatividade e impulsividade. Sobretudo, este é um tratamento melhor tolerado e com menos efeitos colaterais.
A maior vantagem dessa terapêutica está na adaptação e menores efeitos colaterais. Acredito que, associado a uma boa psicoterapia, terá bons resultados, caso o tratamento convencional não tenha sido bem aceito.”
O que a Ciência diz sobre o tratamento para TDAH com Cannabis
Hoje em dia, sabemos que a Cannabis é eficaz para diversas condições de saúde devido a interação dos seus compostos com o sistema endocanabinoide do nosso corpo. Especificamente nos pacientes com TDAH, os canabinoides são capazes de ajustar os níveis de neurotransmissores importantes, como a dopamina.
Portanto, a Cannabis interfere no transtorno por uma via diferente da medicação convencional, o que potencializa os efeitos de ambos. Nesse sentido, estudos realizados recentemente observaram essa interação e comprovaram a segurança dos tratamentos com canabinoides para o TDAH.
Uma pesquisa publicada no final de 2023 mostrou esse impacto positivo. Nela, cientistas britânicos observaram que um tratamento com produtos à base de Cannabis para o TDAH surte efeito já no primeiro mês e permanece por um ano. Os benefícios mais relatados foram na ansiedade e insônia comórbidas, além de não provocar efeitos colaterais.
Anteriormente, um grupo de pesquisadores canadenses se apoiou na experiência de três pacientes e avaliou os benefícios vivenciados diante da automedicação com Cannabis medicinal. Os pesquisadores também coletaram amostras de sangue de pacientes para determinar as concentrações plasmáticas dos canabinoides e metabólitos relevantes. A matéria completa com pacientes que relatam benefícios da Cannabis no tratamento de TDAH você encontra em nosso site.
Pacientes que usam Cannabis para tratar TDAH
Além dos cientistas afirmarem os benefícios de produtos com Cannabis no tratamento do TDAH, também podemos nos inspirar com o depoimento de pacientes que tiveram melhoras, após iniciar o uso da planta.
Amanda Gurgel, 35
A psicóloga Amanda teve um diagnóstico tardio, então só iniciou um tratamento focado no TDAH após os 20 anos. Depois de anos achando que era uma pessoa explosiva e irritada, ela percebeu que tudo isso tinha relação com o transtorno.
Após uma consulta com uma psiquiatra, ela incluiu produtos com Cannabis no tratamento e percebeu uma evolução gigantesca, logo nas primeiras semanas. Em entrevista, ela contou como melhorou a sua qualidade de vida e bem-estar.
“A principal diferença é que eu não me sinto mais letárgica. Dormindo melhor, fiquei mais tranquila, menos cansada, reduzi a irritabilidade e a ansiedade. Acordo bem e consigo desenvolver um bom dia e fazer as coisas que eu me propus.”
Leia aqui a história completa da Amanda.
Lucas Bechelli, 26
Não bastasse lidar com os sintomas do TDAH, Lucas trabalha em um meio de constante pressão e exigência por resultados: o mercado financeiro. A ansiedade se agravou, não só com a atividade profissional dele, mas também com a medicação convencional que ele usava, normalmente Ritalina ou Venvanse.
Após uma consulta com um especialista, Lucas incluiu produtos com Cannabis na sua rotina e percebeu melhoras em vários aspectos do cotidiano. Ele nos contou:
“Eu voltei a ter uma vida de verdade, de qualidade. Hoje, eu tenho qualidade de vida, coisa que eu não tinha antes. Eu teria que escolher com qual mal eu queria conviver: se eu queria sofrer com déficit de atenção e impulsividade ou ansiedade de travar, de congelar, de não conseguir viver uma rotina de trabalho um pouco mais intensa. E hoje eu posso dizer que vivo com tranquilidade, fazendo esses tratamentos e sem ter que comprometer outras partes da minha saúde também.
E, de fato, eu senti muita diferença, principalmente no TDAH e na minha dor. Parece que antigamente eram várias linhas de raciocínio ao mesmo tempo, se embolando. Hoje, eu consigo olhar o que eu estou pensando, eu consigo dar um passo para trás e ver, tem uma linha de raciocínio.”
Leia aqui a história completa do Lucas.
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