No Dia Mundial do Cérebro, a discussão sobre doenças neurológicas ganha relevância. Nesse cenário, a Cannabis medicinal surge como uma importante aliada para a saúde cerebral, destacando-se nas pesquisas recentes sobre seu impacto na gestão de diversas condições.
Segundo um estudo publicado na The Lancet em 2024, aproximadamente 43% da população mundial sofre de transtornos neurológicos. Entre as principais condições estão:
- AVC
- Doença de Alzheimer Enxaqueca
- Neuropatia diabética
- Epilepsia
- Complicações neurológicas do parto prematuro
- Tumores no sistema nervoso
Hoje, esses transtornos representam as principais causas de incapacidade, superando até as doenças cardiovasculares.
Valery Feigin, coautor do estudo e diretor da Universidade de Auckland, ressaltou que a carga global dessas condições está aumentando rapidamente. Além de jogar luz sobre a importância de mais investimento em pesquisa.
“No entanto, muitas das estratégias atuais para tratar essas doenças têm eficácia limitada ou são pouco aplicadas. Há uma necessidade urgente de mais investimento em novas intervenções e na modificação de fatores de risco”, observa.
Cannabis como esperança para doenças degenerativas
Ainda nessa perspectiva, a Cannabis se destaca no tratamento de diversas doenças neurodegenerativas, como Parkinson, Alzheimer e esclerose múltipla.
Na última edição da Cannabis Fair, o farmacologista Francisney Nascimento destacou como a Cannabis pode retardar o envelhecimento neurodegenerativo ao modular o sistema endocanabinoide.
No caso do Alzheimer, pesquisas mostram que o CBD tem efeitos neuroprotetores e anti-inflamatórios. Além disso, indicam que a substância pode ajudar a reduzir a neurodegeneração e aliviar sintomas como agitação e perda de apetite.
Já para a doença de Parkinson, que envolve a degeneração de neurônios dopaminérgicos, o CBD tem demonstrado potencial em reduzir o estresse oxidativo, aliviando sintomas motores e não motores, como rigidez muscular e distúrbios do sono.
Por falar em Parkinson…
A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) está na vanguarda das pesquisas sobre o uso de Cannabis para tratar doenças neurológicas, com um foco especial na Doença de Parkinson.
Um estudo atualmente em andamento na instituição, investiga como os canabinoides podem influenciar a regulação da proteína alfa-sinucleína, cuja acumulação está ligada ao desenvolvimento do Parkinson.
A professora Soraya Smaili, que lidera a pesquisa, explora como os canabinoides podem tratar o acúmulo da alfa-sinucleína e explica:
“Analisamos 21 compostos derivados da Cannabis e identificamos quatro que demonstraram a capacidade de degradar a proteína defeituosa e proteger os neurônios. Esses compostos estão em testes em modelos animais e têm mostrado resultados promissores. ”
Cannabis e a recuperação pós-AVC
O AVC (acidente vascular cerebral) ocorre quando o fluxo sanguíneo para o cérebro é bloqueado. Nessa condição, a Cannabis também mostra um papel promissor na recuperação.
Para o Dr. João Carlos Normanha Ribeiro, especialista em terapia canabinoide, a substância pode ativar os receptores CB1 e CB2, oferecendo efeitos neuroprotetores e anti-inflamatórios.
“Isso pode reduzir a inflamação, diminuir a toxicidade do glutamato e melhorar a função mitocondrial, ajudando na recuperação cognitiva e motora, além de proteger a integridade da barreira hematoencefálica”, detalha o Dr. Normanha.
Cannabis como parte integrante de uma visão ampliada da Neurologia
Para a neurologista Dra. Natasha Consul, a integração de abordagens na prática médica é essencial, especialmente na neurologia.
Ela enfatiza a importância de explorar não apenas os tratamentos convencionais, mas também fitoterápicos e medicamentos homeopáticos. Esses tratamentos podem contribuir para a melhoria da qualidade de vida em condições neurológicas como epilepsia, Parkinson e Alzheimer. Para a especialista, essa abordagem se torna cada vez mais crucial nas discussões sobre neurologia.
“Além dos usos tradicionais para epilepsia e dor em esclerose múltipla, essas terapias mostram eficácia no manejo de sintomas não motores do Parkinson, dor crônica, distúrbios do sono e comportamentais na doença de Alzheimer. Elas também têm potencial para reduzir o uso de opioides e auxiliar no controle de sintomas comportamentais no autismo,” afirma.
Dia Mundial do Cérebro e o futuro promissor da Cannabis para a Neurologia
O professor e membro titular da Academia Brasileira de Neurologia, o médico Ibsen Damiani, também aborda a relação entre os fitocanabinoides e a saúde do cérebro. Em uma LIVE para o portal Cannabis & Saúde, Ibsen afirma que a Cannabis representa uma verdadeira revolução, uma inovação bastante significativa para a medicina.
“Ainda persiste um mito em relação ao uso da Cannabis. É crucial promover apresentações como essa para informar o público sobre essa alternativa terapêutica, que, embora não seja a solução para todas as condições, está sendo estudada e ainda temos muito a descobrir.”
Dr. Damiani acredita que a Cannabis tem um futuro promissor e pode causar uma integração significativa entre o tratamento do corpo e do cérebro. “É comum encontrar pacientes com múltiplas condições, e com uma única medicação, podemos tratar várias delas simultaneamente, evitando a necessidade de múltiplos medicamentos,” conclui.
Agende sua consulta!
Neste Dia Mundial do Cérebro, é crucial reconhecer o crescente potencial da Cannabis medicinal para a saúde neurológica, evidenciando sua importância na recuperação de condições agudas e no manejo de doenças crônicas.
Para iniciar um tratamento seguro com Cannabis medicinal, é crucial buscar a orientação de um médico especializado. Para isso, o Portal Cannabis & Saúde oferece uma plataforma que facilita a conexão entre pacientes e profissionais de saúde com experiência em terapias baseadas em Cannabis. Clique aqui e comece sua jornada rumo a um tratamento seguro e eficaz com Cannabis medicinal.