O Dia Mundial da Asma, celebrado no dia 7 de maio, é uma oportunidade para a conscientização sobre essa doença crônica e os tratamentos que estão ajudando a melhorar a vida dessas pessoas.
Organizada pela GINA (Iniciativa Global pela Asma, na sigla em inglês) desde 1993, a campanha deste ano tem como tema “A Educação Sobre Asma Empodera”, destacando que as pessoas com asma podem gerir a condição se forem devidamente orientadas e informadas.
Neste Dia Mundial da Asma, vamos nos unir ao esforço coletivo para a conscientização sobre o tema destacando as possibilidades de tratamento com produtos derivados da Cannabis. Pelas propriedades anti-inflamatórias dos canabinoides, o paciente com asma pode ter benefícios ao incluir a planta no tratamento, como a diminuição da inflamação nos brônquios.
Bronquite asmática ou bronquite alérgica
A asma, também chamada de bronquite asmática ou bronquite alérgica, é uma doença que causa uma inflamação crônica dos brônquios, os “tubos” que levam o ar até os pulmões. Isso pode fazer com que a pessoa tenha falta de ar, tosses e chiado no peito, pois a passagem fica mais difícil.
De acordo com dados da GINA, a asma afeta cerca de 260 milhões de pessoas no mundo. Além disso, causa cerca de 450 mil vítimas fatais todos os anos, e muitas dessas mortes seriam evitáveis se houvesse a orientação adequada.
Embora não exista uma cura conhecida para a asma, muitos tratamentos proporcionam o controle da doença. Desse modo, a pessoa diagnosticada com asma pode ter qualidade de vida igual a de qualquer pessoa.
É comum associarmos as pessoas com asma com a bombinha, um dispositivo para administrar medicação inalada e que traz alívio quase imediato ao entrar em contato com as vias aéreas do paciente.
E foi pela via inalada que vieram as primeiras prescrições para o uso de Cannabis por pessoas com asma, ainda no final do século XIX.
“Cigarros índios” para asma
Pode parecer muito estranho recomendar que uma pessoa com uma doença respiratória fume um cigarro, mas era uma prática em outros tempos. Durante a segunda metade do século XIX e os primeiros anos do século XX, a farmacêutica francesa Grimault & Cia vendia aqui no Brasil os “Cigarros índios”, contendo Cannabis.
O produto era recomendado para a asma e outras doenças respiratórias e vendido em farmácias. Nesse sentido, os jornais da época exibiam anúncios sobre os cigarros da Grimault & Cia.
O uso do termo “índio” faz referência à origem da Cannabis utilizada nos cigarros, vinda da Índia. Na época, já existia a classificação de Cannabis indica por vir do país asiático. Isso também ajudava a diferenciar das outras variedades cultivadas para outros fins.
Dessa época até os dias atuais, muitas coisas aconteceram e hoje em dia o potencial da Cannabis para lidar com a asma e outras doenças crônicas já é reconhecido na comunidade médica.
A ação da Cannabis na asma
A Cannabis pode trazer benefícios tanto para pacientes com a forma mais grave quanto para os que têm um quadro menos severo. Com a orientação médica adequada, produtos derivados da planta podem reduzir a inflamação nos brônquios e diminuir o número e a intensidade das crises.
Pela regulamentação em vigor no Brasil, não é permitido o uso de produtos com Cannabis inaláveis. Portanto, a inclusão dos canabinoides no tratamento para a asma deve envolver medicação de uso oral, sublingual ou nasal.
Alguns estudos científicos contribuem para compreendermos melhor como os compostos produzidos naturalmente pela planta contribuem para o alívio da asma.
As nossas vias aéreas possuem uma grande quantidade de receptores do sistema endocanabinoide e, de acordo com um estudo publicado na revista Nature, a ativação desses receptores é capaz de promover uma redução na inflamação e facilitar a passagem de ar. A forma de ativar esses receptores é pelo canabinoide produzido no nosso corpo, a anandamida, ou com ajuda dos canabinoides produzidos na planta, como o THC e o CBD.
Um outro estudo realizado aqui no Brasil analisou a atividade do canabidiol (CBD) para a asma em um modelo animal. Os resultados também apontaram para a propriedade anti-inflamatória desse canabinoide nos brônquios, melhorando os sintomas da condição.
A Cannabis e os tratamentos convencionais para asma
Com o tempo, a compreensão sobre a asma e os tratamentos para controlá-la também evoluíram. Atualmente, as medicações convencionais para a doença se dividem em três grupos:
- Controladora: busca reduzir a inflamação e controlar as crises;
- De manutenção: tem como objetivo diminuir as limitações da doença e controlar os sintomas;
- De resgate: recurso para alívio imediato em uma crise aguda, reduzindo sintomas como tosse e falta de ar.
Nesse sentido, a Cannabis pode complementar os tratamentos já existentes, desde que sob a orientação de um profissional da saúde.
Obtendo orientação médica
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