Foram mulheres, mães e filhas, que trilharam pela primeira vez o caminho para a luta ao acesso à Cannabis medicinal no Brasil. Desde a primeira autorização para importação de canabidiol até o direito de cultivar maconha em casa para produção de óleo: sempre as mulheres estiveram no protagonismo. Nós contamos muitas dessas histórias no Especial Dia das Mães.
Mas neste Dia Internacional da Mulher de 2021, o Portal Cannabis & Saúde quer relembrar as reportagens que fizemos com algumas médicas que defenderam e defendem os tratamentos com canabinoides. Afinal, um dos maiores desafios para o acesso à Medicina Canabinoide no Brasil é a falta de médicos prescritores. E mais uma vez, as mulheres estão no protagonismo entre os profissionais que receitam Cannabis no país.
Por isso, como forma de homenagem e agradecimento às mulheres nesta data tão importante para a igualdade de gênero, separamos quatro histórias de médicas defensoras e prescritoras de Cannabis medicinal.
1. Dra Ana Hounie
Na faculdade, a pernambucana Ana Gabriela Hounie presenciou o efeito devastador dos transtornos obsessivo-compulsivos (TOC) e da Síndrome de Tourette na vida de crianças e seus familiares. Formou-se e fez residência na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pernambuco. Foi lá onde ouviu pela primeira vez falar na Cannabis como método terapêutico para essas enfermidades. Imediatamente se interessou. Começava ali uma espera de quase duas décadas, até enfim poder prescrever o medicamento.
2. Dra Paula Dall’Stella
Com 22 quilos a menos e um tumor no cérebro, o paciente estava deprimido. O tratamento causava sofrimento a ele e à família. Por isso, quando a então especialista em radiologia e ultrassonografia Paula Dall’Stella viu um documentário sobre o sistema endocanabinoide e suas funções nos tumores, imediatamente lembrou daquele caso. Era o ano de 2013 e ela decidiu pesquisar mais, procurou pesquisadores importantes, foi a congressos internacionais. No ano seguinte, quando a RDC da Anvisa liberou a prescrição de canabinoides, ela finalmente pôde iniciar o tratamento.
3. Dra. Ailane Araújo
A carioca Ailane Araújo entrou em depressão poucos anos depois de concluir a faculdade de medicina. Foi quando, depois de muito sofrimento, dor e remédios, sua mãe faleceu de câncer. Ailane parou de trabalhar e saiu em sabático, em busca de rumo. Não conseguia conciliar sua perda e a fé na profissão que escolhera. A convicção só retornou ao descobrir a medicina integrativa e um mundo de possibilidades, o canabidiol entre elas.
4. Paula Fabrício
A carioca Paula Fabrício já nasceu na psiquiatria. Seus avós eram funcionários da Colônia Juliano Moreira, no Rio de Janeiro, onde médicos, enfermeiros e a família dela viviam com os internos. Esse modelo inclusivo era proposto pelo psiquiatra que emprestou seu nome ao local e é considerado o fundador da disciplina psiquiátrica no Brasil. Graduada na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), a única vontade era participar das aulas de psiquiatria, onde se encontrava.