O Dia do Sexo não é uma data oficialmente reconhecida em muitos lugares, nem no Brasil. Mas falar sobre o tema virou praxe todo dia 06/09. Afinal, a celebração informal ocorre em alguns países, como no Brasil, e geralmente, esse é um dia dedicado à conscientização sobre a importância da sexualidade, à promoção de relacionamentos saudáveis e à quebra de tabus em torno do sexo.
“O sexo não tem só a função de reprodução. Mas tem a função também de prazer e relaxamento. A vida sexual saudável é boa para tudo: para relaxar, para deixar a pessoa mais feliz e até para o sistema cardiocirculatório. A vida sexual faz parte da vida do ser humano sim”, destaca a psiquiatra Dra. Ana Gabriela Hounie, CRM: 94382 e RQE: 17704.
O que é a libido?
Atualmente, a expressão libido é usada quase como sinônimo para o desejo sexual. E se você é um dos 11,3% dos brasileiros que relataram, em pesquisa recente, ter recebido um diagnóstico médico de depressão e está tomando antidepressivos, pode ser que sua libido esteja prejudicada.
E isso acontece, porque a maioria deste tipo de medicamento atua nas vias cerebrais que liberam serotonina. Justamente a grande responsável por transmitir as sensações de prazer e bem-estar.
Como os antidepressivos impactam a libido?
“Existem vários tipos de antidepressivo. Mas a maioria deles atua nos receptores de serotonina. E existem receptores de serotonina que estão ligados na função sexual. Então, quando você bloqueia esses receptores, a libido fica prejudicada. É um efeito adverso do antidepressivo. E você tem vários instrutores de serotonina e aí alguns deles estão relacionados com depressão e outros estão relacionados com a função sexual, só que o antidepressivo bloqueia todos.E a função sexual fica prejudicada”, explica a médica.
Da mesma forma, a baixa libido, ou seja, a falta de interesse ou desejo sexual, pode ter vários impactos significativos na vida de uma pessoa e em seus relacionamentos:
- Problemas de relacionamento: a falta de interesse sexual pode levar a conflitos e problemas de relacionamento, já que a intimidade sexual, muitas vezes, desempenha um papel importante na conexão e na satisfação dos parceiros.
- Estresse e ansiedade: a preocupação com a baixa libido e o impacto que isso pode ter no relacionamento pode causar estresse e ansiedade, o que, por sua vez, pode piorar ainda mais a libido.
- Baixa autoestima e autoconfiança: a pessoa que experimenta uma diminuição no desejo sexual pode começar a questionar sua atratividade e autoestima, o que pode afetar negativamente sua autoconfiança.
- Impacto na saúde sexual e relacionamento: se a baixa libido persistir por um longo período, pode afetar a saúde sexual de uma pessoa, incluindo a capacidade de manter uma ereção ou atingir o orgasmo.
Essencialmente, a libido é a mágica da disposição sexual. E fatores fisiológicos, emocionais e psicológicos podem impactar este desejo sexual.
Como a Cannabis pode atuar substituindo antidepressivos que impactam a libido?
Os canabinoides são compostos químicos que são encontrados naturalmente na planta da Cannabis. Atualmente, existem mais de 100 canabinoides identificados na Cannabis, mas os dois mais conhecidos são o Delta-9-tetra-hidrocanabinol (THC) e o Canabidiol (CBD). E eles interagem de maneira diferente que os antidepressivos no nosso corpo.
O grande diferencial está no fato dos canabinoides terem um mecanismo de ação diferente, ou seja, eles não atuam nos receptores de serotonina. “E é aí que você não tem uma piora da libido, com os canabinoides para tratar a depressão”, destaca Dra. Hounie, médica pesquisadora e pioneira em prescrever Cannabis no Brasil.
Mas há segurança em substituir antidepressivo por produtos à base de Cannabis?
Primeiramente, é importante observar que todos os tratamentos com canabinoides no Brasil devem contar com acompanhamento médico. Para a médica, é possível realizar a transição no uso de antidepressivos por canabinoides. Porém, ela salienta que é necessário a análise de cada condição.
“Depende muito. Tem casos mais graves que não, que você só consegue baixar a dose do antidepressivo com os canabinoides. E tem pacientes com depressões menos graves, em que você sempre começa junto com os dois. Mantém o antidepressivo e começa com canabinoides. E aí, vai observando a resposta. E se o paciente tem uma resposta boa, é possível, aos poucos, ir reduzindo o antidepressivo e vendo se a pessoa tem recaída”, finaliza.
Atenção à depressão
Na América Latina, o Brasil é o país com maior prevalência de depressão, além de ser o segundo país com maior prevalência nas Américas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A depressão é uma condição médica de saúde mental séria.
Consequentemente, afeta significativamente o estado emocional e o funcionamento diário de uma pessoa. Ela não é apenas uma tristeza passageira. Mas sim, uma condição de longo prazo, que merece atenção e é caracterizada por uma combinação de sintomas físicos, emocionais e cognitivos, que podem incluir:
- Tristeza persistente
- Perda de interesse e prazer
- Fadiga e falta de energia
- Distúrbios do sono
- Mudanças no apetite e peso
- Dificuldade de concentração
- Sentimentos de culpa ou inutilidade
- Agitação ou lentidão
Além disso, em casos graves, a depressão pode levar a pensamentos de suicídio ou tentativas de suicídio. Portanto, é fundamental prestar a devida atenção à condição. Leia sobre o Setembro Amarelo aqui.
É fundamental que a depressão seja diagnosticada e tratada por profissionais de saúde mental. O tratamento, geralmente, envolve uma combinação de psicoterapia, medicamentos e mudanças no estilo de vida. Com tratamento adequado, muitas pessoas com depressão podem experimentar melhorias significativas em seu bem-estar emocional e qualidade de vida. A depressão é uma condição tratável e o apoio adequado pode fazer uma grande diferença na vida de uma pessoa.
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