A dependência química é uma doença e, por isso, é questão de saúde pública. Isso porque afeta não só a pessoa que desenvolve o quadro, mas os familiares e a sociedade como um todo. Por isso, discutir as melhores formas de tratamento, bem como políticas sociais para cuidados e prevenção.
Esse é um problema global e, no Brasil, temos dados alarmantes: em 2021 o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou 400,3 mil atendimentos relacionados com o consumo abusivo de drogas (lícitas e ilícitas) e álcool.
Por isso, precisamos entender melhor o que é essa patologia e de que forma é possível tratar a condição adequadamente, tendo em vista que a dependência química é uma doença. A questão não envolve apenas o paciente em si, mas todas as pessoas que estão inseridas nos ambientes em que ele convive.
Confira a seguir.
O que é um dependente químico?
Em primeiro lugar, precisamos entender o que é de fato a dependência química. Isso porque é um tema no qual há muitas ideias equivocadas propagadas popularmente sobre o assunto e, então, precisamos ter muito claro o que é isso.
Então vamos lá! Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a dependência química é uma doença na qual o paciente utiliza de forma descontrolada uma ou mais substâncias psicoativas (ou seja, aquelas que causam mudanças no estado mental das pessoas). E muito se engana quem acha que a dependência química está relacionada apenas com drogas ilícitas.
Algumas medicações utilizadas de forma inadequada podem promover dependência química. E, também, drogas lícitas também podem causar problemas. É o caso, por exemplo, do álcool.
Estão entre as principais substâncias que causam dependência química:
- álcool;
- morfina;
- ópio;
- ansiolíticos;
- tranquilizantes;
- tabaco;
- cocaína;
- anfetaminas, entre outros.
Dependência química é uma doença?
Esse é um ponto importante, porque socialmente uma pessoa com dependência química tende a ser julgada moralmente pelo seu quadro, como se fosse uma questão de personalidade, transtorno ou, ainda, uma fraqueza ou falta de vontade de melhorar. E não é bem assim.
Como a própria OMS define, a dependência química é uma doença e, portanto, precisa de acompanhamento médico e tratamento para controlar a questão. Isso porque ela é uma doença crônica, ou seja, não pode ser curada. Mas é uma patologia tratável e controlável, restabelecendo assim, a qualidade e bem-estar para o paciente que possui o quadro.
Em uma analogia, é como a diabetes: o paciente será sempre portador do quadro, mas ele consegue controlar a glicemia e, assim, ter uma qualidade de vida e saúde adequados. No caso da dependência química, a partir do tratamento, é possível até mesmo que a pessoa não consuma mais a substância que desencadeou a dependência.
Muitas pessoas perguntam quais são as causas da dependência química ou se há fatores de risco. Ainda não se sabe exatamente o que leva a uma pessoa a desenvolver o quadro, mas hoje já temos compreensão de que é um quadro multifatorial, que envolve os seguintes fatores:
- químicos;
- biológicos;
- genéticos;
- psicossociais;
- ambientais, entre outros.
Quando uma pessoa se torna um dependente químico?
Outra questão que é uma dúvida comum quando falamos sobre o assunto é saber diferenciar quando há o momento no qual há, de fato, a dependência química. Afinal, essa é uma fronteira borrada para o paciente, que acredita ainda estar no uso controlado das substâncias (sejam elas lícitas ou ilícitas) e não percebe que já se encontra em um quadro de dependência.
Segundo o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), os critérios para diagnóstico dependem de cada substância. Por exemplo, o momento em que identificamos a dependência química para álcool é diferente para medicações como ansiolíticos. Mas, existem também alguns critérios para a adicção em geral trazidos pelo manual.
Para que possa ser considerado dependência química, é preciso que dois dos critérios trazidos pelo DSM-5 estejam presentes nos últimos 12 meses. Outra forma também de diagnóstico é por meio dos critérios do CID-11 (versão mais recente do manual de Classificação Internacional de Doenças), que aponta os principais sintomas que caracterizam a doença.
Mas, e para pessoas leigas? Como elas podem começar a ver os primeiros sinais de dependência química e buscar ajuda? É o que veremos a seguir.
Quais são os sintomas da dependência química?
Por mais que cada substância possa causar efeitos específicos relacionados com a adicção, temos alguns sintomas que são bem característicos. São eles:
- compulsão pelo uso da substância, gerando um processo de fissura (também conhecido como craving), que é praticamente incontrolável;
- a pessoa já não consegue mais controlar muito bem o uso da substância, não sabendo o momento de começar, terminar e a quantidade utilizada;
- a pessoa começa a apresentar abstinência quando não utiliza a substância (apatia, irritabilidade, delírios, tremedeira, problemas de memória, agressividade, confusão mental, alterações no sono, entre outros sintomas);
- o corpo começa a ter maior tolerância ao uso da substância (ou seja, você precisa tomar doses maiores para ter os mesmos efeitos de outro momento);
- a pessoa não consegue parar ou diminuir o uso, mesmo consciente dos riscos para a saúde que ela traz e que já esteja provocando no organismo;
- o abandono de hábitos e comportamentos que a pessoa tinha anteriormente (por exemplo, se ela começa a se isolar e isso não era comum).
Como diagnosticar a dependência química?
Como falamos, uma vez que a dependência química é uma doença, existem critérios bem definidos para o seu diagnóstico. Para isso, o profissional deverá analisar se há a presença de três ou mais sintomas característicos do quadro (ligados ao consumo de determinada substância) e gerais (como os que listamos anteriormente) e que tenham persistido por um ano.
Outras formas de realizar o diagnóstico de dependência química são:
- exame toxicológico no sangue, que identifica não só a presença da substância no organismo, mas também suas concentrações;
- exame físico para identificar sintomas que podem ajudar na constatação;
- análise de outros quadros de saúde que podem ser complicações derivadas do consumo abusivo de determinadas substâncias (por exemplo, lesões no fígado causadas por problemas com álcool).
Qual profissional pode fazer o diagnóstico?
Normalmente a dependência química é confirmada por meio de um profissional especializado em saúde mental, como o psiquiatra. Contudo, qualquer profissional de saúde, ao notar evidências que podem ser causadas pela dependência química, poderá encaminhar o paciente para um especialista para avaliação mais precisa.
Quais são as consequências da dependência química?
Um dos grandes pontos sobre a dependência química é a extensão das suas consequências. Afinal, sabemos que ela compromete todas as áreas da vida do indivíduo. Por isso a importância do diagnóstico preciso e, principalmente, precoce, para que seja possível recuperar a qualidade de vida e bem-estar da pessoa o quanto antes.
Como são muitos aspectos, separamos as principais categorias de consequências para que você entenda melhor a dimensão na qual a dependência química pode afetar a vida do paciente.
Saúde física
O consumo abusivo das substâncias causadoras da dependência química pode afetar diretamente a saúde do paciente. E isso dependerá do tipo de droga que está ligada à dependência. Quer ver um comparativo?
Vamos listar três substâncias que estão ligadas ao quadro e suas principais consequências para a saúde física.
Álcool
- náuseas;
- suor excessivo;
- tremores;
- lesões no fígado (por exemplo, o desenvolvimento de cirrose).
Cocaína
- lesões no sistema cardiovascular;
- arritmias;
- taquicardia;
- formação de trombos;
- hipertensão;
- problemas na dentição e alterações no palato;
- descontrole de musculatura mandibular.
Nicotina
- desenvolvimento de diversos tipos de câncer (fígado, leucemia, bexiga, pâncreas, pulmão, laringe, faringe, boca, entre outros);
- aumento dos riscos de acidentes cardiovasculares;
- aumento dos riscos de formação de trombos;
- impotência sexual em homens;
- aumenta os riscos de infecções respiratórias, entre outros.
Saúde mental
As crises provocadas pela abstinência ou até mesmo pelas ações psicoativas das substâncias, podem afetar severamente a saúde mental da pessoa com dependência química. Além disso, o isolamento causado pelas mudanças comportamentais geradas pelo quadro também pode afetar essa área.
Vale lembrar que a própria dependência em si é considerada uma questão de saúde mental. Portanto, é importante considerar que, em conjunto com outras, forma-se um quadro de comorbidade que deve ser tratado de forma multidisciplinar com diversos profissionais especializados.
Alguns dos problemas mais recorrentes que surgem a partir disso são:
- depressão;
- transtorno de ansiedade generalizada;
- síndrome do pânico;
- paranoia;
- desencadeamento da esquizofrenia;
- irritabilidade constante e quadros de violência;
- isolamento social;
- agorafobia (ansiedade social), entre outros.
Convivência social
Outro ponto no qual a dependência química afeta consideravelmente é, justamente, a convivência social. Afinal, as ações desencadeadas pelo consumo abusivo das substâncias podem provocar dificuldade de convívio entre o paciente e seus amigos e colegas.
Com isso, é muito comum um certo afastamento tanto por parte das pessoas próximas quanto do próprio paciente, que começa a se isolar. Além disso, os núcleos de convívio podem mudar consideravelmente. Isso é comum, por exemplo, nos quadros de consumo de substâncias ilícitas ou dependência de álcool.
Nestes casos, a pessoa tende a aproximar-se mais de quem também consome as mesmas substâncias e, assim, tende a se afastar de outras pessoas que, até mesmo, tentem se aproximar para ajudar. Essa mudança pode atrapalhar as possibilidades de uma intervenção para ajudar a pessoa.
Outro ponto no qual também há uma alteração significativa no convívio social deve-se aos eventuais quadros de agressividade que o consumo de determinadas substâncias (ou sua abstinência) causam. Com isso, as pessoas próximas tendem a se afastar, justamente, por receios ou não quererem passar por determinadas situações.
Mas cabe aqui lembrar uma questão importante: esses comportamentos são derivados do quadro e, portanto, não cabe culpabilizar o paciente sobre essas questões. Isso porque a dependência química altera a percepção da pessoa e ela, muitas vezes, não tem dimensão do seu comportamento de fato.
Aspecto financeiro
A dependência química pode afetar também a saúde financeira do paciente. Isso porque, em primeiro lugar, como a pessoa tem um comportamento compulsivo em relação ao consumo da substância, ela tende a gastar suas economias com a compra dela (isso vale tanto para as lícitas quanto as ilícitas) e, assim, tende a endividar-se.
Outro ponto é que há um comprometimento da sua funcionalidade no dia a dia, prejudicando sua produtividade no trabalho. E, também, como há problemas de convivência no ambiente de trabalho, muitos pacientes deste quadro tendem a não conseguirem se manter em suas atividades profissionais, prejudicando ainda mais as suas finanças.
A dependência química pode deixar sequelas?
Outro ponto importante a ser considerado é, também, sobre a possibilidade de sequelas que a dependência química pode deixar. E sim, ela realmente pode causar impactos de longo prazo para a saúde do paciente. Isso vale tanto para questões fisiológicas quanto de saúde mental. Estão entre elas:
- problemas de memória;
- prejuízo no sistema de recompensa cerebral;
- problemas na produção de neurotransmissores (como dopamina e serotonina);
- desenvolvimento de quadros crônicos de saúde mental (como a esquizofrenia);
- danos aos órgãos em que as substâncias mais afetam (por exemplo, o fígado para quem consome álcool, pulmões para dependentes de nicotina, entre outros).
Além disso, os prejuízos profissionais e sociais podem ser de longo prazo, de forma que a pessoa demore para conseguir retomar a confiança nas pessoas próximas. Por isso a importância do diagnóstico precoce: o quanto antes elas forem identificadas e, principalmente, tratadas, menores são as chances de desenvolvimento de sequelas duradouras.
Como a dependência química pode ser tratada?
O tratamento da dependência química exige uma abordagem multidisciplinar. Afinal, por ser um quadro multifatorial, ela precisa de que todas as questões em aberto sejam abordadas, garantindo maior sucesso na reabilitação do paciente.
Mais uma vez lembramos: esse é um quadro crônico, ou seja, não há cura. Mas é possível trazer maior controle para que a pessoa possa ter qualidade de vida novamente. E, para isso, uma série de mudanças são necessárias.
Retomando a analogia com a diabetes, não basta apenas o uso das medicações para controle de glicemia. É preciso, também, que a pessoa passe por mudanças de comportamento, tais como:
- reduzir o consumo de alimentos ricos em carboidratos e glicose;
- realizar atividades físicas;
- fazer acompanhamento psicoterapêutico (nos casos em que há compulsão alimentar e, portanto, é preciso tratar essa questão também), entre outros pontos.
Por isso, vamos trazer as principais frentes de abordagem para tratamento da dependência química. Esses profissionais trabalham em sinergia, ajudando uns aos outros e, assim, é possível auxiliar em uma reabilitação mais tranquila do paciente.
Psiquiatria
A psiquiatria é um ponto importante para o tratamento da dependência química, pois, estamos falando de uma questão de saúde mental. Sendo assim, muitas vezes, pode ser administrada com medicações específicas minimizando efeitos de abstinência, diminuindo os efeitos da dependência e traçando protocolos de tratamento interdisciplinar.
Psicoterapia
Muitas vezes a causa para recorrer ao uso abusivo de substâncias que geram dependência está em um fundo emocional. Por isso, a psicoterapia é um ponto importante para que essa questão não retorne em outros pontos, direcionando o comportamento do abuso de substância para outras questões.
Além disso, o próprio quadro de dependência gera uma série de questões que afetam a saúde mental do paciente: por exemplo, desenvolvimento de quadros de pânico, ansiedade, depressão, agressividade, entre outros; que a psicoterapia pode ajudar a lidar no dia a dia.
Formação de rede de apoio
Fato é que o isolamento do paciente com dependência química é uma das questões que mais afetam a recuperação plena. O convívio social ajuda bastante, principalmente, em momentos de crise que eventualmente podem vir a acontecer.
Assim, a rede de apoio tem, justamente, a perspectiva de oferecer suporte emocional e, também, acompanhar o tratamento do paciente. É uma forma de ele sentir-se acolhido e protegido, sabendo que não está só em um momento tão delicado.
Além disso, muitas mudanças que precisam ser realizadas dependem, muitas vezes, de pessoas próximas para auxiliar. Portanto, essa é uma parte fundamental no processo.
Mudança ambiental
Fato é que, por tratar-se de uma patologia ligada com o lado psicossocial, também é fundamental fazer mudanças ambientais para ajudar o paciente a ter maior sucesso. Se estamos falando, por exemplo, em uma pessoa dependente de álcool, é fundamental que as pessoas que moram com ela colaborem, não trazendo a substância para dentro de casa, pois nos períodos iniciais o autocontrole pode ser difícil.
O mesmo vale, também, quando há componentes sociais, ambientais e psicológicos envolvidos com a dependência. Por exemplo, se a pessoa desenvolveu uma dependência a ansiolíticos após um tratamento para quadros de ansiedade, é importante buscar mudanças que ajudem a minimizar os gatilhos e, assim, promover uma vida mais saudável.
É comum também, que essa situação anterior tenha ocorrido por rotinas de trabalho de extrema pressão. Nesse caso, é importante que a rede de apoio ajude a pessoa a mudar de área e buscar uma melhor qualidade de vida.
Tratamentos de apoio
Além desses pontos, é interessante também contar com outras terapias e tratamentos de apoio que vão ajudar o paciente durante a recuperação. São eles:
- profissionais de nutrição para ter uma alimentação mais adequada e auxiliar em quadros de comportamento compulsivo que passam, também, por essa área;
- profissionais de educação física, já que os exercícios ajudam na sensação de bem-estar necessária para passar pelos tratamentos;
- demais profissionais da área de saúde, para tratamento de quadros relacionados com sequelas e danos físicos gerados pela dependência química;
- profissionais de fisioterapia, quando for necessário para recuperar a saúde física do paciente, entre outros.
Cannabis Medicinal pode auxiliar no tratamento da dependência química?
A Cannabis Medicinal tem se mostrado uma grande aliada no tratamento de diversas questões de saúde mental e, segundo evidências científicas, também no que diz respeito à dependência química.
Em nossa live sobre o assunto, por exemplo, trouxemos a opinião de um especialista, o psiquiatra Wilson Lessa Jr. Ele explicou como é feito o tratamento para os mais diferentes casos, principalmente no tratamento de drogas lícitas (como benzodiazepínicos, opioides, principalmente, por elas serem utilizadas, muitas vezes, combinadas com outras medicações que possuam também possibilidade de gerar dependência).
Vamos trazer algumas informações importantes sobre o assunto a seguir:
- A pesquisa de revisão sistemática do uso da Cannabis Medicinal para o tratamento de dependência química, publicado na revista Subst Abuse, revelou evidências científicas que apontam o Canabidiol (CBD) com resultados positivos na redução de dependência sobre opióides e psicoestimulantes. Isso aconteceu também nos casos da dependência do tabaco e, até mesmo, no uso da Cannabis de forma recreativa. Seus efeitos protetores na vulnerabilidade ao estresse e neurotoxicidade, podem ser uma forma de trazer melhores resultados no tratamento da dependência. Contudo, é preciso avançar ainda mais nos estudos sobre o assunto, segundo os autores;
- A pesquisa publicada no periódico Neuropsychopharmacology, avaliou o uso do CBD com potencial como “anti-recaída”em modelos animais para diminuir a busca por drogas, ansiedade e impulsividade. Os testes feito com ratos em ambiente laboratorial, apontarem redução significativa nas recaídas por dependência de álcool e cocaína;
- A pesquisa com CBD publicada na revista Molecules, aponta a possibilidade promissora de medicamentos a base do canabinóide tornarem-se farmacoterápicos para tratamento de dependência de cocaína e outras drogas psicoestimulantes. Isso porque os estudos mostraram potencial terapêutico para reversão de toxicidade e convulsões induzidas pela cocaína, sensibilização comportamental induzida por anfetaminas, entre outros benefícios apontados pelos autores, reduzindo a fissura por essas drogas;
- O estudo randômico feito com 42 pacientes publicado na Recovery Research Institute, aponta que o CBD também diminui a fissura e ansiedade em pacientes que estão se recuperando da dependência no uso de heroína, diminuindo as chances de reincidência.
O tratamento com Cannabis Medicinal também pode ajudar em outras questões relacionadas com a dependência. Por exemplo, o uso abusivo de opioides pode ser derivado de dores crônicas que a pessoa sinta. E o tratamento com canabinóides pode ajudar nisso, minimizando a necessidade de uso de medicações dessa natureza para analgesia.
Ou seja, a Cannabis pode ajudar diretamente tanto na redução da recaída quanto nas questões relacionadas ao desenvolvimento do quadro, podendo, até mesmo, ajudar a evitar que a situação chegue a este ponto.
Um médico prescritor de canabinóides pode, por exemplo, ao identificar um aumento no consumo de ansiolíticos, utilizar a Cannabis Medicinal durante o processo de desmame para outros tipos de medicações que tenham menos efeitos de dependência a longo prazo. Isso pode ser feito, justamente, porque a substância possui um efeito ansiolítico natural.
Ou seja, até mesmo para um caráter preventivo, ela pode ser uma grande aliada. Por isso é tão importante buscar profissionais que tragam essa possibilidade de tratamento auxiliar, em conjunto com todos os pontos que já listamos anteriormente.
Por meio da RDC 660, hoje é possível utilizar derivados de Cannabis (como o CBD, THC, entre outros) para tratamentos de saúde no Brasil, desde que com prescrição fornecida por profissional de saúde devidamente habilitado.
A partir de uma avaliação, é possível conversar com o médico a respeito do tratamento com canabinóides para a dependência química, seja para amenizar o quadro, seja para preveni-lo, como falamos aqui.
Contudo, segundo a Anvisa, temos ainda poucos profissionais prescritores de Cannabis Medicinal. De acordo com a agência, apenas 0,4% dos médicos do Brasil prescrevem canabinóides. E se você tem dificuldades de encontrar um habilitado que possa ajudá-lo, aqui no Portal Cannabis & Saúde poderemos ajudá-lo nisso.
Agende sua consulta conosco e comece o tratamento o quanto antes!