A população de idosos tem aumentado no Brasil, assim como a expectativa de vida do brasileiro. Com isso, é comum que doenças relacionadas ao envelhecimento, como a demência senil, sejam cada vez mais comuns.
Além disso, com o aumento da expectativa de vida, tudo que é relacionado à terceira idade vem sendo cada dia mais pesquisado.
Notamos que algumas doenças, antes pouco conhecidas, hoje são amplamente divulgadas, discutidas e estudadas, dando mais condições de vida e bem-estar aos pacientes e familiares.
A demência senil é caracterizada por uma diminuição das habilidades cognitivas ou declínio mental causados pela velhice. Isto pode incluir a incapacidade da pessoa de se concentrar, de se lembrar de informações e de julgar corretamente uma situação.
A demência senil, dentre outras doenças mentais que acometem os idosos, sempre são motivo de susto e preocupação por parte da família.
Por este motivo, é necessária a leitura de textos confiáveis, estudos e parceria com os demais profissionais.
Continue lendo e saiba mais!
O que é demência senil?
A demência senil é o declínio da capacidade cognitiva associado à perda da capacidade de executar tarefas do dia a dia. É um termo geral para várias doenças neurodegenerativas que afetam principalmente pessoas na terceira idade.
A demência senil ocorre com mais frequência a partir dos 65 anos de idade e é uma das principais causas de incapacidade em idosos.
A perda da memória faz com que a pessoa não consiga se orientar no tempo e no espaço, perdendo-se facilmente e tendo dificuldade para reconhecer as pessoas mais próximas, deixando-o cada vez menos capaz de entender o que se passa ao seu redor.
Devido a toda a carga negativa por trás da palavra demência, os médicos passaram a usar o termo “transtorno neurocognitivo maior”.
O termo também é usado para se referir a doenças como o Mal de Alzheimer, além de outras doenças degenerativas
Qual a diferença entre mal de Alzheimer e demência senil?
Conforme envelhecemos, nossos cérebros mudam e podemos ocasionalmente apresentar dificuldades para lembrar alguns detalhes.
No entanto, a doença de Alzheimer e outras demências causam uma perda de memória e outros sintomas significativos o suficiente para interferir com a vida diária das pessoas
O mal de Alzheimer é o tipo de demência mais comum e também é um termo geral usado para descrever as condições que ocorrem quando o cérebro não mais consegue funcionar corretamente.
É um distúrbio neurodegenerativo progressivo em que há acúmulo de proteínas mal enoveladas (beta-amilóides), gerando o desenvolvimento de placas de degeneração no tecido nervoso, chamadas de placas senis.
O Alzheimer causa problemas na memória, pensamento e comportamento. Nos estágios iniciais, os sintomas de demência podem ser mínimos, mas pioram conforme a doença causa mais danos ao cérebro.
A demência é um grupo de sintomas que afetam primeiro o cérebro, após a degeneração de células específicas, causando problemas na memória, pensamento e comportamento.
Na sequência, pode afetar também outros sistemas, como a coordenação motora e a fala.
Alguns dos sintomas comuns a vários tipos de demências são, além dos problemas da memória, a alteração do comportamento, desorientação em relação ao tempo e espaço e dificuldades com a fala e comunicação.
O que causa a demência senil?
Há inúmeras causas, inclusive genéticas e ambientais, que levam as células cerebrais a se degenerarem. Existem causas reversíveis e irreversíveis para a demência senil.
Entre as reversíveis, destacam-se a deficiência de vitamina B12 e ácido fólico, tumores cerebrais, hidrocefalia de pressão normal e hipotireoidismo. Anemia, desidratação, traumas cranianos e uso incorreto de medicações também são causas que, com tratamento adequado, podem reverter a demência.
Por exemplo, alguns medicamentos que podem aumentar esse risco, se tomados com muita frequência são os anti-histamínicos, soníferos, antidepressivos, remédios usados em problemas de coração ou gastrointestinais e relaxantes musculares.
Entretanto, há ainda as causas irreversíveis. As mais frequentes são a doença de Lewy, demência vascular, demência frontotemporal e a mais comum, o mal de Alzheimer.
Quais os sintomas de demência senil?
Alguns dos principais sintomas que a demência senil pode apresentar incluem:
- Confusão ou desorientação;
- Perda de memória;
- Desorientação;
- Dificuldade na comunicação de maneira escrita e verbal;
- Dificuldade na tomada de decisões;
- Esquecimentos que parecem comuns, como nomes, datas e fatos;
- Agitação;
- Caminhadas durante a noite, incluindo ou não sonambulismo;
- Fala repetitiva;
- Movimentos repetitivos;
- Alteração de personalidade;
- Dificuldade para reconhecer sua própria imagem;
- Falta de apetite e consequente perda de peso;
- Incontinência urinária e fecal;
- Dificuldade para realizar atividades que antes eram comuns, como fazer compras, dirigir, cozinhar e higiene pessoal, etc.
Como diagnosticar a doença senil?
Para chegar a um diagnóstico de demência, o médico precisa avaliar a condição física do paciente, seu histórico médico, solicitar exames laboratoriais e promover os testes de comportamento associados a cada tipo de demência e assim sugerir o tratamento indicado para cada caso.
O diagnóstico da demência é feito por exclusão de outras doenças que apresentam sintomas parecidos.
Muitas formas de demência não têm cura, sendo necessário o uso de medicamentos e terapias ocupacionais para aliviar os sintomas e retardar o avanço da doença.
Além disso, fatores como depressão, efeitos colaterais de medicamentos, uso excessivo de álcool, problemas relacionados à tireóide e deficiência de vitaminas podem agravar a condição do paciente.
Qual profissional recorrer?
Os médicos especialistas em neurologia e psiquiatria são os profissionais que podem diagnosticar a demência senil de forma correta e precisa.
Entretanto, uma vez que o paciente é diagnosticado com demência senil, para realizar o cuidado adequado do idosol, é importante procurar um geriatra.
Pois esse especialista é o profissional que vai avaliar corretamente a doença do paciente e monitorar para que ele tenha uma melhor qualidade de vida dentro do que sua condição permite.
Quais são os tratamentos para demência senil?
A maioria das condições que causam a demência não têm cura. Muitas são progressivas, o que significa que se agravam com o tempo.
No entanto, alguns tratamentos podem retardar a progressão da doença, e outros podem ajudar a reduzir os sintomas. O melhor plano de tratamento depende da causa subjacente da demência.
O tratamento pode incluir a administração de medicamentos que atuam aumentando alguns neurotransmissores no cérebro, como acetilcolina, serotonina e noradrenalina.
No entanto, este uso varia conforme o tipo de demência, pois algumas delas podem ter seus efeitos agravados pelo uso de certas substâncias.
Sendo assim, uma forma de tratamento se dá por meio de intervenções não farmacológicas que ajudam na reabilitação cognitiva dos pacientes.
Elas são realizadas por meio de estratégias de compensação, isto é, estímulo das regiões não afetadas, exercícios de aprendizagem e conscientização.
Cannabis medicinal auxilia no tratamento dos sintomas de senilidade?
A Cannabis é uma planta que contém uma variedade de compostos químicos chamados canabinoides, sendo o THC e o CBD os compostos mais conhecidos e estudados dessa planta.
Os canabinoides também existem naturalmente dentro do corpo humano (conhecidos como endocanabinoides) ou podem ser produzidos sinteticamente.
Os canabinoides da Cannabis interagem com uma rede de receptores celulares em todo o corpo humano chamada sistema endocanabinoide.
Este sistema existe em nosso corpo para interagir com os endocanabinoides que ocorrem naturalmente, os quais desempenham um papel na regulação de diferentes funções corporais.
Os receptores canabinoides são encontrados na maioria dos tecidos e órgãos, mas são particularmente numerosos no cérebro.
Quando a cannabis é utilizada, seus canabinoides atuam sobre esses receptores, e alteram a liberação de neuroquímicos no cérebro, o que muda a forma como as células cerebrais se comunicam umas com as outras.
Isto, por sua vez, afeta vários processos dentro de nosso corpo, incluindo apetite, dor, humor, memória e aprendizagem.
No caso da demência, as evidências mostram que a Cannabis Medicinal não ajuda apenas com o controle de sintomas como tremores, dores e insônia, mas também com a proteção de neurônios, a redução da oxidação de moléculas e a modulação de células do sistema nervoso em geral.
Assim, há uma desaceleração no processo degenerativo, fazendo com que o paciente permaneça estável por muito mais tempo.
Por isso, cada vez mais novos estudos são realizados para avaliar o uso da Cannabis no tratamento de diversas doenças e transtornos mentais, abaixo falaremos sobre alguns deles.
Estudos que apontam benefícios da Cannabis para demência
Há evidências substanciais que sugerem que o sistema endocanabinoide (ECS) modula os processos fisiológicos subjacentes ao envelhecimento.
A atividade do ECS declina durante o envelhecimento, pois a expressão do receptor CB1 e o acoplamento às proteínas G são reduzidos nos tecidos do cérebro de animais mais velhos e os níveis do principal endocannabinoide 2-arachidonoylglycerol (2-AG) são mais baixos.
Uma pesquisa mostrou que doses baixas do componente da cannabis THC podem restaurar a memória e os níveis de aprendizagem em ratos. Percebeu-se que uma dose baixa de Δ9-tetra-hidrocanabinol (THC) reverteu o declínio do desempenho cognitivo de ratos de 12 e 18 meses.
Este efeito comportamental foi acompanhado pela expressão aumentada das proteínas marcadoras sinápticas e aumento da densidade da coluna hipocampal.
O tratamento com THC restaurou os padrões de transcrição do gene hipocampal de tal forma que os perfis de expressão de ratos com 12 meses de idade tratados com THC se assemelhavam muito aos de animais sem THC com 2 meses de idade.
Um estudo recente também mostrou que a Cannabis pode ser útil no tratamento da demência vascular, que é um distúrbio neurodegenerativo que frequentemente ocorre junto com o Alzheimer.
A demência vascular é caracterizada pela falta de fluxo sanguíneo adequado para o cérebro, o que leva à morte das células. Ao ativar os receptores canabinoides CB2 do cérebro, pode ser possível recuperar o fluxo sanguíneo do mesmo.
Em outro estudo foram observadas evidências da habilidade neuroprotetora dos canabinoides, que reduzem a toxicidade sofrida pelas células cerebrais (neurônios) em casos de demência.
Assim, ele representa uma ótima possibilidade para tratar pacientes que lidam com esse tipo de enfermidade.
Como é feito o tratamento auxiliar por meio da Cannabis medicinal?
Há várias vias de administração para a Cannabis Medicinal, como cápsulas, cremes e muito mais. No entanto, o tratamento da demência com esses fármacos é, na maior parte das vezes, realizada com óleos.
Boa parte das vezes o tratamento é feito com óleos de amplo espectro, ou seja, que têm mais do que um tipo de canabinoide em sua composição.
Eles têm um melhor custo-benefício, são mais fáceis de serem encontrados e funcionam muito bem contra os sintomas dessas enfermidades.
A quantidade de gotas que o paciente utilizará por dia será determinada a partir do quadro clínico de cada um. Ela é completamente pessoal e o tratamento só pode ser iniciado após a prescrição de um médico.
Onde buscar ajuda para tratamento à base de Cannabis Medicinal?
A maioria das pessoas que estão em busca de tratamento à base de Cannabis Medicinal não sabe muito bem como fazê-lo.
Embora já existam estudos comprovando a sua importância no tratamento de diversas doenças, ainda há uma resistência para a aplicação deste método no Brasil.
Pesquisas apontam que a falta de conhecimento é uma dessas motivações. Isso faz com que menos de 1% dos médicos no país já tenha feito algum tipo de prescrição de tratamento à base de cannabis.
Por isso, nós do Portal Cannabis & Saúde preparamos uma plataforma completa de conexão entre pacientes e médicos prescritores de terapia canabinoide.
Você pode buscar por médicos de acordo com a sua região, especialidade requerida ou até com o plano de saúde que você utiliza.
Você pode optar ainda por médicos que ofereçam as consultas presenciais ou por telemedicina.
Demência senil tem cura?
A demência ainda não tem cura, mas tem tratamento que pode retardar a evolução do processo. Entretanto, existem quadros de demências reversíveis que, com tratamento específico, regridem e o paciente volta ao normal.
Por exemplo, demências potencialmente reversíveis, provocadas por fatores como mau funcionamento da tireoide (hipertireoidismo ou hipotireoidismo), traumas de crânio, coágulos de sangue, hematomas ou por carências nutricionais podem ser tratadas.
Quais as recomendações gerais para lidar com a senialidade?
Tarefas diárias podem se tornar grandes desafios para idosos diagnosticados com demência.
Uma das maiores dificuldades que os cuidadores enfrentam é lidar com os comportamentos inadequados do paciente com esse tipo de enfermidade.
Porém boas estratégias ajudam a lidar com comportamentos difíceis e evitam situações estressantes.
Busque entender o quadro da doença
A pessoa diagnosticada com alguma demência terá, em algum momento, dificuldades na comunicação.
Por exemplo, o paciente com demência passará a ter dificuldade de lembrar nomes de pessoas e de objetos, e pouco irá compreender o que você está falando. Ele irá esquecer ou trocar palavras antes usuais, e também falar coisas sem sentido.
A família pode usar de algumas formas simples para obter uma comunicação mais agradável, ou pelo menos melhorar a interação com a pessoa assistida. Algumas dicas:
- Escolher palavras simples e sentenças curtas;
- Usar um tom de voz calmo e gentil;
- Interessar-se verdadeiramente ao ouvir;
- Não falar do idoso em terceira pessoa (falar dele na frente dele).
Procure adaptar a rotina e zelar pela segurança
O paciente, com a evolução da demência, se torna mais inseguro. Mudanças de ambiente e nas suas atividades diárias podem desencadear confusão mental.
É interessante organizar o que será feito no dia a dia, criando uma rotina para o paciente. Pois, atividades estruturadas e agradáveis ajudam a reduzir a agitação e melhoram o humor.
Mas, antes de fazer um plano, leve em consideração os gostos, interesses e habilidades do paciente. À medida que a doença avança, ele pode enfrentar mudanças em suas habilidades.
Conforme isso acontece, é preciso observar e ter flexibilidade para ajustar sua rotina.
Tenha diferentes formatos de ajuda
Numa equipe integrada, para atender todas as necessidades, cada profissional orienta de acordo com sua especialidade.
Por causa dessa avaliação feita por equipes distintas que buscam um mesmo resultado, o paciente sai do atendimento com um diagnóstico preciso e com a confiança que fará o tratamento mais adequado.
É possível prevenir a demência senil?
A melhor maneira de prevenir doenças ao envelhecer é se manter ativo física, mental e socialmente, bem como, adotar uma dieta saudável e controlar fatores de risco como obesidade, diabetes, hipertensão arterial e o colesterol.
Confira abaixo algumas dicas de como prevenir a demência senil:
- Manter o cérebro ativo com atividades que estimulam os pensamentos e a memória, é uma das principais maneiras de prevenir a demência e evitar que essa doença avance.
- Controlar doenças crônicas como hipertensão, obesidade e diabetes;
- Reduzir a exposição à poluição do ar e ao fumo passivo de produtos com tabaco;
- Prevenir lesões na cabeça;
- Tratar a ansiedade, depressão e outros transtornos mentais:
- Evitar o excesso de álcool:
- Cultivar as amizades e o contato social: a solidão pode aumentar o risco de demência e depressão;
- Para de fumar;
- Dormir bem;
- Praticar atividades físicas.
Conclusão
Enquanto envelhecemos, é normal que haja um certo declínio cognitivo, sendo considerado fisiológico. Porém, a demência causa um prejuízo significativo nos funcionamento social e profissional dos indivíduos acometidos.
O ideal é que a demência seja identificada o mais precocemente possível, para iniciar o tratamento adequado e tentar atrasar a progressão da doença, garantindo uma melhor qualidade de vida.
Assim, sempre que existirem sintomas indicativos de demência é importante consultar um clínico geral ou neurologista.
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