O transtorno do desenvolvimento intelectual, também conhecido como deficiência intelectual (DI), é caracterizado por limitações no funcionamento intelectual e comportamento adaptativo.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, tais limitações impactam as habilidades cognitivas, sociais e a vida diária, manifestando-se antes dos 18 anos, durante o desenvolvimento.
Estima-se que aproximadamente 2% da população tenha deficiência intelectual, e mais de um terço das pessoas afetadas apresentam distúrbios de comportamento.
Muitas vezes, essas pessoas têm dificuldade em compreender e/ou comunicar suas preocupações de forma adequada, o que pode levar a resultados negativos em seu tratamento.
Atualmente, não existem tratamentos que curem a DI, mas existem formas de gerenciar os sintomas associados à deficiência intelectual.
O canabidiol (CBD) e o tetrahidrocanabinol (THC) são propostos como opções terapêuticas para esta finalidade, já que podem tratar sintomas comuns e condições associadas à pessoas com deficiência intelectual.
Essas condições incluem epilepsia grave, espasticidade, fobia social, dor, entre outras.
Então, para entender mais sobre a deficiência intelectual e descobrir como a Cannabis medicinal pode auxiliar nesta condição, prossiga com a leitura deste artigo.
Aqui, você aprenderá sobre:
- O que é considerado deficiência intelectual?
- Quais são as causas mais comuns da deficiência intelectual?
- Quais são os sinais de deficiência intelectual?
- Como funciona o diagnóstico da deficiência intelectual?
- Como a deficiência intelectual é tratada?
- A Cannabis medicinal no tratamento da deficiência intelectual
- Como posso ajudar e apoiar alguém com deficiência intelectual?
O que é considerado deficiência intelectual?
Deficiência intelectual (DI) é um termo utilizado para descrever as restrições no funcionamento e nas capacidades cognitivas de uma pessoa, abrangendo áreas como habilidades conceituais, linguagem, interação social e autocuidado.
Estas restrições resultam em um desenvolvimento mais lento em comparação com aqueles com desenvolvimento típico, e surgem antes dos 22 anos de idade, inclusive antes do nascimento.
A deficiência intelectual é uma das formas mais comuns de deficiência de desenvolvimento.
Segundo a Associação Americana de Deficiência Intelectual e de Desenvolvimento, um indivíduo é considerado como portador de deficiência intelectual se ele ou ela atender a três critérios:
- Possuir um QI inferior a 70;
- Apresentar limitações no comportamento adaptativo em uma ou mais áreas, como habilidades necessárias para uma vida independente, trabalho e interação com a comunidade;
- A condição se manifestar antes dos 22 anos de idade.
Incidência da deficiência intelectual no Brasil
A deficiência intelectual afeta mais de 2,6 milhões de cidadãos brasileiros, representando cerca de 1,4% da população do país.
Globalmente, aproximadamente 1 a 3% da população mundial vive com deficiência intelectual, totalizando cerca de 200 milhões de indivíduos.
Este tipo de deficiência é mais prevalente em nações com baixo índice de renda, afetando 16 em cada 1.000 pessoas. De maneira geral, as deficiências são mais comuns em países de menor rendimento. O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento estima que 80% de todas as pessoas com deficiência residem em países de baixo rendimento.
Quais são as causas mais comuns da deficiência intelectual?
A deficiência intelectual (DI) tem seu início nos primeiros anos de vida.
A idade e as características iniciais variam de acordo com a causa da deficiência e a gravidade da disfunção neuropsiquiátrica. Por exemplo, crianças que são identificadas com deficiência intelectual durante a fase gestacional geralmente possuem um nível de DI mais grave do que aquelas que apresentam seus sintomas na adolescência.
A identificação de crianças com DI mais grave ocorre no início da vida, caracterizadas muitas vezes por características dismórficas e maior incidência de distúrbios comportamentais e psiquiátricos.
Há uma maior prevalência de diagnósticos de deficiência intelectual em homens do que em mulheres, conforme demonstrado por estudos.
Essa prevalência é parcialmente explicada por causas ligadas ao cromossomo X, como a síndrome do X frágil.
Além disso, fatores ambientais, como exposição a substâncias tóxicas, deficiências nutricionais, radiação cerebral e infecções, levam ao desenvolvimento da deficiência intelectual.
As complicações pré e pós-natais, como prematuridade e lesões cerebrais também são fatores de extrema influência.
Os fatores genéticos, com diferentes causas, frequentemente levam ao desenvolvimento de deficiência intelectual.
A síndrome de Down é a causa genética mais comum de deficiência intelectual, seguida pela síndrome do X frágil.
No entanto, muitos casos de DI têm etiologia desconhecida.
Causas ambientais
Durante a gravidez, a exposição ambiental pode desencadear deficiência intelectual, seja por exposição materna a toxinas, agentes infecciosos, condições maternas não controladas ou complicações durante o parto.
Um exemplo comum de substância tóxica que pode causar deficiência intelectual é o álcool.
A exposição ao álcool pode resultar na síndrome alcoólica fetal, uma condição que frequentemente causa deficiência intelectual, juntamente com outras anomalias de desenvolvimento.
O álcool interfere na produção de ácido retinoico, uma molécula importante para o desenvolvimento do sistema nervoso, podendo causar síndrome alcoólica fetal mesmo com pequenas quantidades ingeridas.
Além disso, exposição a opioides, cocaína e medicamentos teratogênicos também pode levar à deficiência intelectual.
A infecção materna por rubéola no primeiro trimestre da gestação é outra causa de deficiência intelectual, ocorrendo em 10 a 15% dos casos, aumentando para mais de 50% com a infecção no primeiro mês.
A imunização previne a infecção por rubéola.
Causas genéticas
Anormalidades genéticas podem causar erros no metabolismo, defeitos no desenvolvimento neurológico ou neurodegeneração, levando à deficiência intelectual.
Na fenilcetonúria, por exemplo, um erro no metabolismo leva ao acúmulo de fenilalanina e resulta em deficiência intelectual.
O diagnóstico precoce e uma dieta adequada podem prevenir danos neurológicos irreversíveis associados à fenilcetonúria.
Condições médicas
Condições médicas não controladas durante a gravidez, como hipertensão, asma, infecção do trato urinário, obesidade pré-gravidez e diabetes, aumentam o risco de deficiência intelectual.
Adicionalmente, o diabetes materno não controlado, a desnutrição e complicações obstétricas que levam à anoxia podem causar deficiência intelectual.
Quais são os sinais de deficiência intelectual?
Atualmente, a AAIDD (Associação Americana de Deficiência Intelectual e de Desenvolvimento) usa uma estrutura para avaliar a gravidade da DI, chamada Escala de Intensidade de Apoio.
Essa escala se concentra nos tipos e intensidades de apoio necessários para que um indivíduo leve uma vida normal e independente, em vez de definir a gravidade em termos de déficits.
A escala avalia as necessidades de apoio em 49 atividades da vida diária, divididas em seis categorias: vida em casa, vida na comunidade, aprendizado contínuo, emprego, saúde e segurança, e atividades sociais.
Os indivíduos com deficiência intelectual geralmente apresentam pontuações duas vezes abaixo da média nessa escala (QI abaixo de 70).
Os termos “leve”, “moderado”, “grave” têm sido empregados para descrever a gravidade da deficiência intelectual e orientar o tratamento.
Essa abordagem é útil porque as características da deficiência intelectual leve a moderada variam das da DI grave a profunda.
O DSM-5 mantém essa categorização, priorizando as habilidades do dia a dia em vez de se concentrar exclusivamente na faixa específica do QI.
Indivíduos com deficiência intelectual grave podem apresentar atrasos em marcos motores, linguísticos e sociais nos primeiros 2 anos de vida.
Já aqueles com deficiência intelectual leve podem não ser identificados até a idade escolar, quando suas dificuldades com o aprendizado acadêmico se tornam evidentes.
A evolução da deficiência intelectual também varia dependendo da causa, podendo ser estável e não progressiva ou piorar com o tempo.
Após a primeira infância, o distúrbio é crônico e geralmente permanece ao longo da vida, embora sua gravidade possa mudar com o tempo
Sua gravidade é afetada por fatores como dificuldades visuais ou auditivas, epilepsia, traumatismo cranioencefálico, abuso de substâncias e outras condições médicas.
Com isso em mente, veja em mais detalhes as características de cada nível de deficiência intelectual abaixo:
Sinais leves
A maioria das pessoas com deficiência intelectual é classificada como tendo DI leve.
Escalas de avaliação revelam que esses indivíduos possuem um QI na faixa de 70.
Portadores de deficiência intelectual leve apresentam um desenvolvimento mais lento em todas as áreas conceituais, sociais e de vida diária.
Apesar disso, eles podem aprender habilidades práticas para a vida, permitindo-lhes uma independência mínima nas atividades cotidianas.
Pessoas com deficiência intelectual leve conseguem cuidar de si mesmos, deslocar-se para locais familiares na comunidade.
Também podem ter noções básicas relacionadas à segurança e saúde, embora possam precisar de um apoio moderado para o autocuidado.
Sinais moderados
Na deficiência intelectual moderada, a pessoa apresenta limitações tanto no funcionamento intelectual quanto no comportamento adaptativo. Essa condição é caracterizada por um QI na faixa de aproximadamente 35 a 50.
Indivíduos com deficiência intelectual moderada geralmente têm dificuldades em áreas como aprendizado acadêmico, habilidades sociais e habilidades práticas do dia a dia.
As características típicas da deficiência intelectual moderada costumam incluir um atraso no desenvolvimento de habilidades motoras, de fala e de linguagem, além de desafios na resolução de problemas. Essas pessoas geralmente precisam de apoio em várias áreas da vida, incluindo educação especializada, treinamento vocacional e apoio contínuo para desenvolver habilidades sociais e de vida independente.
Sinais avançados
Escalas classificam com deficiência intelectual grave ou profunda os indivíduos com QI menor que 35.
Pessoas com deficiência intelectual profunda frequentemente apresentam síndromes congênitos.
Eles não têm capacidade para viver de forma independente e dependem de supervisão e assistência em atividades de autocuidado.
Sua capacidade de comunicação é muito limitada e podem enfrentar restrições físicas significativas.
Comparativamente, aqueles com deficiência leve a moderada têm menos probabilidade de ter condições médicas associadas do que aqueles com DI grave.
Como funciona o diagnóstico da deficiência intelectual?
Um método prevalente é considerar a deficiência intelectual como uma simples questão de avaliação de QI, sugerindo que apenas um teste de QI é suficiente para medir a cognição.
O teste de Quociente de Inteligência (QI) originou-se das Escalas de Inteligência Stanford-Binet, inicialmente desenvolvidas para avaliação escolar na França.
Lewis Terman adaptou essas escalas para mensurar a inteligência geral.
As pontuações eram inicialmente expressas como uma relação entre a “idade mental” e a idade cronológica, multiplicada por 100.
Um QI de 70 ou inferior é indicativo de deficiência intelectual. Com base na pontuação do QI, as classificações de gravidade são as seguintes:
- QI entre 50 e 70: Deficiência intelectual leve (85% dos casos)
- QI entre 35 e 50: Deficiência intelectual moderada (10% dos casos)
- QI entre 20 e 35: Deficiência intelectual grave (4% dos casos)
- QI abaixo de 20: Deficiência intelectual profunda (1% dos casos)
No entanto, um teste de QI é apenas parte do diagnóstico.
Há casos em que indivíduos apresentam um QI médio ou acima da média, mas enfrentam dificuldades em outras áreas essenciais para a vida diária.
Por outro lado, há pessoas com um QI abaixo da média, mas que possuem habilidades que não se enquadram nos critérios de DI ou se enquadram em uma forma menos grave.
Diagnosticar a DI é um processo complexo que requer avaliação não apenas da inteligência, mas também das habilidades de adaptação.
Alguns testes detectam sinais de deficiência cognitiva em bebês, embora seja necessário esperar até que atinja uma idade adequada para realizar testes de QI e avaliação do funcionamento adaptativo.
Qual exame detecta deficiência intelectual?
Além das avaliações de inteligência e comportamento adaptativo, diversos testes laboratoriais, diagnósticos e de imagem podem auxiliar no diagnóstico da condição.
A escolha dos testes adequados depende dos sintomas apresentados, e tais testes ajudam os médicos a identificar a causa subjacente, fornecendo diretrizes para o tratamento.
Entre os testes possíveis estão:
- Exames laboratoriais de sangue, urina e outros fluidos corporais, os quais podem revelar as causas subjacentes da deficiência intelectual ou condições relacionadas;
- Aconselhamento genético, útil na identificação de condições genéticas associadas às deficiências intelectuais, contribuindo para a prevenção ou mitigação de complicações decorrentes dessas condições;
- Exames de imagem, particularmente eficazes na detecção de anomalias na estrutura cerebral, como distúrbios cranianos.
Além desses, outros testes menos comuns podem ser considerados.
Como a deficiência intelectual é tratada?
Os tratamentos para a Deficiência Intelectual (DI) geralmente se dividem em três categorias principais:
- Tratamentos direcionados para abordar ou reduzir as causas subjacentes da DI, como a restrição da fenilalanina na dieta de pacientes com fenilcetonúria;
- Tratamentos para condições físicas e mentais coexistentes, visando melhorar o funcionamento e as habilidades de vida do paciente. Por exemplo, tratamentos farmacológicos específicos.
- Intervenções precoces comportamentais e cognitivas, educação especial, reabilitação e apoio psicossocial.
As diretrizes para o manejo dessa condição geralmente enfocam intervenções psicossociais, adaptadas de acordo com a idade do indivíduo, o nível de deficiência e a presença de outras condições.
Dado que os indivíduos com DI apresentam uma variedade de transtornos psiquiátricos, às vezes, a medicação pode ser útil para controlar esses transtornos, mas com efeitos colaterais.
No entanto, as limitações cognitivas e verbais dos pacientes com deficiência do intelecto tornam o processo de tratamento desafiador.
Embora esses transtornos muitas vezes respondam ao tratamento convencional, que inclui medicação e apoio psicossocial, o tratamento pode ser mais complexo dependendo da gravidade da DI.
A Cannabis medicinal no tratamento da deficiência intelectual
Medicamentos psicotrópicos, como antidepressivos e antipsicóticos, já têm aplicação comum para tratar sintomas comportamentais e de saúde mental em crianças com deficiências cognitivas.
No entanto, esses medicamentos apresentam riscos de efeitos colaterais, como sedação, alterações de humor, apetite e cognição, síndrome metabólica e efeitos extrapiramidais.
Portanto, é compreensível que tanto pais quanto pediatras estejam interessados em intervenções alternativas que possam ter um perfil de segurança mais favorável, como o tratamento com Cannabis medicinal.
Estudos respaldam que a formulação de óleo contendo CBD e THC é bem tolerada e eficiente na redução dos sintomas da DI, especialmente convulsões, tiques, depressão, inquietação e ataques de raiva.
Pais de crianças e adolescentes com distúrbios cognitivos tratados com Cannabis medicinal relataram melhorias na qualidade de vida de seus filhos após o tratamento, especialmente na comunicação social.
Além disso, é bem conhecido que produtos à base de Cannabis melhoram comportamentos relacionados à deficiência intelectual, como raiva, hiperatividade, problemas de sono, ansiedade, irritabilidade, agressividade e inquietação.
O sistema endocanabinoide está particularmente envolvido no neurodesenvolvimento e comportamento.
Por exemplo, houve observação de alterações no funcionamento do sistema endocanabinoide em transtornos como o do espectro do autismo (TEA), síndrome do X Frágil e síndrome de Tourette.
Acredita-se que a desregulação imunológica e a neuroinflamação sejam os principais mecanismos celulares subjacentes à deficiência intelectual.
Assim, a Cannabis medicinal demonstra ter efeitos antioxidantes, anti-inflamatórios e neuroprotetores, beneficiando pacientes com DI.
Além disso, a ansiedade é outro sintoma comum e prejudicial em pacientes com esses distúrbios, e estudos indicam que a Cannabis medicinal possui efeitos ansiolíticos úteis neste contexto.
Portanto, há uma base biológica plausível para o uso de Cannabis como tratamento potencial para transtornos de deficiência intelectual.
Quais os benefícios comprovados da Cannabis?
Diversos mecanismos da Cannabis estão envolvidos na modulação farmacológica do sistema endocanabinoide, o que pode influenciar os sintomas em distúrbios do neurodesenvolvimento e saúde mental.
O principal componente do sistema canabinoide endógeno no cérebro é o receptor canabinoide tipo 1, encontrado em altos níveis nos terminais inibitórios (GABAérgicos) e em menor extensão nos terminais excitatórios (glutamatérgicos). Por isso, este receptor é particularmente importante na regulação do humor e comportamento.
A Cannabis, por sua vez, possui um efeito interacional nas vias de neurotransmissores relacionadas, incluindo os sistemas serotonérgico e dopaminérgico.
O Journal of Developmental and Behavioral Pediatrics publicou um estudo que comprova isso. Foi um ensaio clínico randomizado controlado por placebo investigando o CBD como tratamento para dificuldades graves de comportamento em crianças com deficiência intelectual, com ou sem Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Oito crianças, com idades entre 8 e 16 anos, receberam CBD (20 mg/kg/dia) ou placebo ao longo de 10 semanas. Do início ao final do estudo, o CBD foi bem tolerado, não apresentando eventos adversos graves ou retirados do estudo.
As famílias de todos os participantes que receberam CBD relataram uma melhora clínica nos sintomas associados à DI nas crianças, enquanto nenhuma melhora foi relatada em nenhum dos participantes que receberam o placebo.
Como iniciar um tratamento à base de Cannabis medicinal?
O processo de iniciar um tratamento com Cannabis medicinal começa com a marcação de uma consulta.
Durante essa consulta, os médicos especializados avaliam a condição de saúde do paciente e, se necessário, oferecem orientações sobre o uso da Cannabis como parte de um plano terapêutico abrangente.
Com a crescente aceitação dos benefícios médicos da Cannabis, mais pacientes estão buscando essa forma de tratamento para uma variedade de condições e sintomas.
Então, iniciar um tratamento à base de Cannabis medicinal tornou-se mais acessível hoje do que em qualquer momento anterior, graças à iniciativa pioneira do portal Cannabis & Saúde.
O portal desenvolveu uma plataforma inovadora que facilita a conexão entre médicos e pacientes que precisam deste tipo de tratamento.
Através dessa plataforma, pacientes e familiares que buscam explorar os benefícios da Cannabis podem agora encontrar profissionais qualificados e experientes para orientá-los.
Agende sua consulta hoje mesmo e dê o primeiro passo em direção a um tratamento mais natural e eficiente, sem os efeitos colaterais associados aos tratamentos tradicionais.
Como posso ajudar e apoiar alguém com deficiência intelectual?
De 21 a 28 de agosto, celebramos a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, estabelecida pela Lei nº 13.585/2017. O propósito é fomentar a conscientização da sociedade sobre a importância de práticas inclusivas e de respeito às diversidades, lutando contra o preconceito e a discriminação.
Também há interesse de trazer à tona as condições reais das pessoas com deficiência intelectual e múltipla no Brasil.
O Brasil possui uma das legislações mais avançadas do mundo em termos de garantia de direitos das pessoas com deficiência. No entanto, na prática, a maioria do que a lei assegura não está acessível a todos. Por isso, é muito importante saber como apoiar uma pessoa com esse tipo de deficiência, e você pode fazer isso seguindo as dicas abaixo:
Aprenda sobre a deficiência intelectual
Para assegurar a prestação de um suporte excepcional, é imperativo adquirir um conhecimento abrangente acerca da deficiência intelectual.
Isso engloba a compreensão das etiologias, manifestações sintomáticas, desafios e habilidades associadas a esta condição.
Anteriormente, indivíduos com atrasos em seu desenvolvimento cognitivo recebiam a denominação de deficientes mentais.
Contudo, essa terminologia foi atualizada, e agora nos referimos a eles como “pessoas com deficiência intelectual”.
Tal designação é adotada pela Convenção Internacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência e pela Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência.
Um leque diversificado de fontes confiáveis, como instituições especializadas, portais dedicados e profissionais do ramo da saúde, servem como recursos confiáveis para a obtenção deste conhecimento.
Ao internalizar informações pertinentes à DI, você terá uma base para interagir e apoiar aqueles que mais sofrem com esta condição.
Use uma comunicação clara e simples
Para garantir uma interação eficaz com pessoas que possuam DI, você deve se comunicar de maneira clara e direta.
Evite o uso de jargões complexos, linguagem técnica ou construções frasais longas. Em vez disso, opte por uma linguagem acessível e simples, adaptando-a às necessidades individuais da pessoa.
É possível alcançar isso através das seguintes práticas:
- Conceda tempo adequado para que a pessoa assimile a informação e possa responder;
- Divida as informações em partes menores e mais acessíveis;
- Use imagens, gestos ou outros recursos visuais para complementar a comunicação verbal;
- Se necessário, reitere informações relevantes e ofereça feedback positivo.
Respeite a individualidade da pessoa
Cada pessoa que possui uma deficiência no campo do intelecto possui características únicas, habilidades distintas, bem como interesses e desafios individuais.
É de suma importância reconhecer e honrar essa singularidade em todas as interações.
Isso implica em ter uma escuta atenta, valorização de suas opiniões e preferências, além da adaptação do suporte conforme as necessidades individuais.
Quando reconhecemos a singularidade do indivíduo, estabelecemos uma relação embasada na confiança e no respeito recíproco.
Inclua a pessoa em atividades sociais e comunitárias
A integração social é um pilar para o bem-estar e a qualidade de vida de qualquer indivíduo, especialmente daqueles que enfrentam deficiência intelectual.
Durante a organização de atividades sociais e comunitárias, é imperativo assegurar a inclusão do indivíduo com esse tipo de condição em todas as fases do processo.
Convide-o para eventos, grupos de interesse ou a participação em atividades de lazer.
Deve-se garantir também que o ambiente seja acessível e acolhedor, além de prestar apoio adequado durante as interações sociais.
A promoção ativa da inclusão fortalece os laços comunitários, contribuindo para a construção de uma sociedade mais diversificada e inclusiva.
Proporcione oportunidades de aprendizado contínuo
O processo de aprendizagem é contínuo ao longo da vida, sendo relevante para todas as pessoas, independentemente de suas habilidades.
Disponibilizar oportunidades de aprendizagem ajuda no desenvolvimento pessoal e na autonomia daqueles que enfrentam essa deficiência.
Você pode fazer isso estimulando a pessoa com DI a participar de programas educacionais, treinamentos profissionalizantes, cursos de desenvolvimento de habilidades sociais ou atividades recreativas.
Mas lembre-se: ainda será preciso adaptar tais oportunidades de aprendizagem de acordo com as capacidades individuais dessas pessoas.
Investir no desenvolvimento contínuo da pessoa com DI capacita-a a atingir seu potencial máximo.
Conclusão
Lidar com uma pessoa deficiente cognitivamente requer empatia, compreensão e paciência. Assim, o manejo eficaz de pacientes com tal condição precisa de uma abordagem onde profissionais de saúde trabalham para atender a necessidades dos pacientes de forma global.
Tanto os profissionais de saúde quanto familiares devem ouvir atentamente essas pessoas e considerar suas necessidades e preferências, ao propor tratamentos.
Além disso, uma abordagem de tratamento baseada na Cannabis promove o bem-estar dos pacientes, além de resultar na diminuição de comorbidades e distúrbios comportamentais associados.
Para explorar ainda mais o potencial da Cannabis para tratar os sintomas de distúrbios diversos, não deixe de conferir outros artigos disponíveis aqui no portal Cannabis & Saúde.
Garantir o acesso a tratamentos eficazes e centrados no paciente, como aqueles baseados em Cannabis, é um direito fundamental desses indivíduos, conforme destacado na Convenção das Nações Unidas para a Deficiência Intelectual.
Por meio do apoio adequado, podemos promover uma sociedade mais inclusiva e acolhedora para todos!